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A Turma Partilhada – Oportunidade de lecionar num Ciclo distinto

4. Realização da Prática Profissional – O desenvolver da Prática de Ensino Supervisionada

4.2 Área 2 – Participação na Escola e Relações com a Comunidade

4.2.3 A Turma Partilhada – Oportunidade de lecionar num Ciclo distinto

De acordo com as Normas Orientadoras do EPi, cabe a cada EE a tarefa de

lecionar aulas em dois ciclos de ensino distintos. De forma a cumprir com esse requisito ficou definido, após reunião com a PC e com o grupo de EF, que os EE ficariam responsáveis por lecionar as aulas de noventa minutos de uma turma do 6.º ano de escolaridade. Assumimos apenas uma aula por semana já que a incompatibilidade de horários não permitia lecionar mais nenhuma turma da EC. Aproveitamos esse primeiro momento para questionar o professor titular sobre algumas informações da turma: número de alunos, alunos repetentes, se existiam ou não comportamentos desviantes com regularidade e nível de desempenho dos alunos. Ficamos a saber que a turma era composta por vinte e seis alunos, sendo na sua maioria composta por alunos do sexo feminino. A turma não apresentava retenções. No que concerne ao comportamento da turma, o professor titular partilhou que a turma, apesar de ser irrequieta, apresentava um bom comportamento. Por fim, referiu que o nível médio das habilidades motoras da turma era baixo.

Seguiu-se uma reunião em sede de NE, de forma a definir como seria a rotação de lecionação dos EE nesta turma e também como se procederia ao planeamento. A rotação foi realizada pelos EE, para que todos tivessem o mesmo número de aulas de contacto com a turma. Ficou também definido, que eu e outro EE apenas lecionaríamos períodos de quarenta e cinco minutos durante as aulas. Este facto deveu-se à incompatibilidade de outro colega EE,

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que apenas poderia lecionar os segundos quarenta e cinco minutos de aula, já que nos primeiros encontrava-se a lecionar a sua turma titular. Assim, ficou definido que eu era o responsável por lecionar os primeiros quarenta e cinco minutos de aula, sendo da sua responsabilidade os segundos quarenta e cinco minutos. Deste modo, fiquei responsável por lecionar nas seguintes datas:de 15 de setembro a 5 de novembro e de 7 de Abril a 12 de junho.

Em relação ao planeamento ficou definido após conversa entre NE, PC e professor titular que o planeamento anual iria de encontro aquele que foi inicialmente estabelecido para as turmas titular dos EE do ensino regular. Desse modo, as modalidades a abordadas foram as seguintes: 1º Período – Basquetebol e Futebol; 2º Período – Andebol e Atletismo (módulo de resistência aeróbia); 3º Período – Voleibol e Atletismo (módulo de velocidade). Ficou também definido que a UD e o PA eram planeados pelos EE responsáveis por essas unidades e aulas.

O modelo de ensino a abordar nas UD foi diferente da turma do 8.º ano uma vez que os conteúdos a abordar no 6.º ano são mais acessíveis que os lecionados no 8.º ano, tendo em conta que na turma titular é exigida uma maior complexidade, dado o seu reportório motor. Em consonância, era possível verificar que o nível dos alunos era baixo, assim, optei por adotar um modelo híbrido entre o MID e o TGfU nas modalidades de Basquetebol e Futebol. Esta opção prendeu-se com a necessidade de desenvolver as habilidades técnicas, através de situações de aprendizagem analíticas, aumentando o tempo de contacto com a tarefa. Desse modo, proporcionava aos alunos melhorias a nível técnico. No entanto, a compreensão do jogo não foi descurada, tendo assim uma preocupação patente de realizar tarefas em jogo reduzido ou jogo formal. Na modalidade de Atletismo optei por utilizar o MID, dadas as suas valências na aprendizagem de habilidade com baixa interferência contextual (Mesquita & Graça, 2009).

Também ao nível do PA este foi diferente, já que, a turma era caracterizada por comportamentos diferentes da turma titular. Assim, durante o planeamento do mesmo, realizado em conjunto com outro EE, não sentia a necessidade de

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criar para cada aula planeamentos alternativos, já que os alunos compareciam às mesmas.

Como fui o primeiro dos EE a lecionar, tive a oportunidade de ter o primeiro contacto com os alunos. Durante esta primeira aula, tal como na turma titular, adotei uma posição mais diretiva, de forma a controlar possíveis comportamentos fora da tarefa e com o intuito de não deixar os alunos ganharem confiança excessiva. Verifiquei que a turma era algo agitada, tal como foi referido pelo professor titular. Assim, optei por estabelecer as regras inicias de segurança, nomeadamente a proibição de utilizar anéis, brincos, colares ou relógios que pudessem colocar em perigo a integridade dos alunos ou dos seus colegas. Também não era permitido mascar chicletes. Ficaram também definidas as rotinas a cumprir durante as aulas. Ficou definindo que os alunos quando entravam no espaço de aula teriam que se sentavam e aguardar a minha instrução inicial. Quando ouvissem um apito, deviam vir para junto de mim e “sentarem-se para ouvir”. Estas rotinas permitiram diminuir o tempo de transição entre tarefas e tempo de instrução. A rotina do “sentar para ouvir” demonstrou ser eficaz nesta turma, já que pela sua inquietude caracterizante, ao estarem sentados prestavam mais atenção à minha instrução.

Considero esta oportunidade como enriquecedora, já que me permitiu ter contacto com uma turma com um comportamento diferente da minha turma titular. Ao contrário da turma titular, esta turma era caracterizada pela assiduidade e pontualidade dos alunos. Assim, tive a oportunidade transferir para a prática aquilo que foi planeado para a aula. Considero também importante a oportunidade que tive de poder colocar o foco de atenção no desempenho dos alunos e emitir os feedbacks necessários, e não ter que estar constantemente atento ao comportamento dos alunos, dadas as diferentes características das turmas.

Um benefício desta experiência foi ter contacto com níveis de desempenho inferiores aqueles encontrados na turma titular. Como os alunos eram de uma faixa etária inferior, apresentaram um reportório motor mais reduzido, assim como menos experiências nas modalidades desportivas. Desse modo, as habilidades motoras abordadas foram simplificadas.

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Durante a lecionação senti dificuldades no facto de a turma ter, durante o ano letivo, cinco diferentes professores a lecionar. Cada um desses professores tem dinâmicas de aulas e relações com os alunos distintas, assim, foi complicado lecionar no final do ano letivo. A dinâmica estabelecida com a turma estava diferente e quando consegui estabelecer novamente a minha dinâmica com a turma, o ano letivo já se encontrava perto do fim.