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5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO

5.1 A unidade de análise estudada: Banco Central do Brasil

A organização objeto de estudo foi criada em 31 de dezembro de 1964, pela Lei 4.595, como uma autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional (SFN), vinculada ao Ministério da Fazenda. As informações que se seguem sobre os antecedentes históricos do BCB são provenientes do site da instituição (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2011).

Antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade monetária era desempenhado pela Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), pelo Banco do Brasil (BB) e pelo Tesouro Nacional.

A SUMOC, criada em 1945 com as finalidades de exercer o controle monetário e de preparar a organização de um banco central, tinha a responsabilidade de fixar os percentuais de reservas obrigatórias dos bancos comerciais, as taxas do redesconto e da assistência financeira de liquidez e os juros sobre depósitos bancários. Além disso, supervisionava a atuação dos bancos comerciais, orientava a política cambial e representava o País perante os organismos internacionais.

O BB desempenhava as funções de banco do governo, exercendo as atividades de controle das operações de comércio exterior, recebimento dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos comerciais e execução de operações de câmbio em nome de empresas públicas e do Tesouro Nacional, de acordo com as normas ditadas pela SUMOC e pelo Banco de Crédito Agrícola, Comercial e Industrial. O Tesouro era o órgão emissor de papel-moeda.

Após a criação do Banco Central, buscou-se dotar a instituição de mecanismos voltados para o desempenho do papel de "banco dos bancos". Em 1985, foi promovido seu reordenamento financeiro governamental, com a separação das contas e das funções do Banco Central, do Banco do Brasil e do Tesouro Nacional. O processo de reordenamento financeiro governamental se estendeu até 1988, quando as funções de autoridade monetária foram transferidas progressivamente do Banco do Brasil para o Banco Central, enquanto as

atividades atípicas exercidas por este último, como aquelas relacionadas ao fomento e à administração da dívida pública federal, foram transferidas para o Tesouro Nacional.

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos importantes para a atuação do Banco Central, dentre os quais se destacam o exercício exclusivo da competência da União para emitir moeda e a exigência de aprovação prévia pelo Senado Federal, em votação secreta, após arguição pública, dos nomes indicados pelo presidente da República para os cargos de presidente e diretores da instituição. Além disso, a CF/88 vedou ao Banco Central a concessão direta ou indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional e previu, em seu artigo 192, a elaboração de Lei Complementar do Sistema Financeiro Nacional, que deverá substituir a Lei 4.595/64 e redefinir as atribuições e estrutura do Banco Central do Brasil.

5.1.1 Estrutura e atribuições

Atualmente, a estrutura do BCB é formada por uma Diretoria Colegiada, composta por oito membros: um presidente e sete diretores, responsáveis pelas seguintes áreas: Administração (Dirad), Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos (Direx), Fiscalização (Difis), Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural (Diorf), Política Econômica (Dipec), Política Monetária (Dipom) e Regulação do Sistema Financeiro (Dinor). A instituição é organizada em unidades (ou departamentos). As unidades dividem-se em: unidades centrais (formuladoras e operacionais), unidades especiais (Secretaria-Executiva e assistência direta e imediata ao presidente) e unidades regionais (executoras). Cada unidade está dividida em subunidades, as quais representam divisões do trabalho executado. O organograma do Banco Central encontra-se no Anexo.

Conforme o Regimento Interno, o Banco Central tem por finalidade: formular, executar, acompanhar e controlar as políticas monetária, cambial, de crédito e de relações financeiras com o exterior; organizar, disciplinar e fiscalizar o SFN; e gerir o Sistema de Pagamentos Brasileiro e dos serviços do meio circulante.

De acordo com Estrela (2008), a política monetária consiste, basicamente, no controle da taxa de juros e da expansão dos meios de pagamento e do crédito na economia, de forma a manter a estabilidade dos preços e o crescimento econômico. Seus principais instrumentos são: depósitos compulsórios (mantidos pelas instituições financeiras no BCB), redesconto e operações de compra e venda de títulos públicos federais no mercado aberto. A política cambial compreende a administração dos ativos em moedas estrangeiras e em ouro, visando

controlar a volatilidade da paridade da moeda e induzir desempenhos das transações internacionais com base nas diretrizes da política econômica. No que tange às relações financeiras com o exterior, o BCB subsidia a tomada de decisões e gerencia o relacionamento com o FMI, com o BIS e com o Cemla, além de produzir estudos sobre o SFN.

Ainda no rol das atribuições típicas de um banco central, o BCB detém o monopólio de emissão da moeda nacional (papel-moeda e moedas metálicas), sendo responsável pelo atendimento à demanda de dinheiro no País; presta assessoria econômica ao governo (em pesquisas e estatísticas econômicas); atua como banco dos bancos (recebe depósitos, fornece crédito e faz a compensação bancária das instituições financeiras); atua como o banqueiro do Governo (recebe as disponibilidades de caixa da União e administra as reservas internacionais, dentre outras funções); e supervisiona o Sistema Financeiro Nacional (é responsável pela expedição de normativos, pela prevenção de ilícitos cambiais e financeiros, pelo saneamento do SFN, pelo atendimento ao público etc.) (ESTRELA, 2008).

5.1.2 Orientações estratégicas

Como resultado do planejamento estratégico da instituição, as orientações estratégicas vigentes, definidas em 2010, são as seguintes (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2011):

Missão: “Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente”.

Visão de futuro: “O Banco Central, por sua atuação autônoma, pela qualidade dos seus produtos e serviços, assegurada pelos seus processos de gestão, e pela competência dos seus servidores, será reconhecido cada vez mais como instituição essencial à estabilidade econômica e financeira, indispensável ao desenvolvimento sustentável do Brasil”.

Valores Organizacionais: “Ética, Excelência, Compromisso com a instituição, Foco em resultados, Transparência e Responsabilidade Social”.

Objetivos estratégicos 2010 a 2014:

• Assegurar o cumprimento das metas de inflação estabelecidas pelo CMN; • Assegurar a solidez e o regular funcionamento do SFN;

• Promover a eficiência do SFN e a inclusão financeira da população;

• Assegurar o suprimento de numerário adequado às necessidades da sociedade; • Aprimorar o marco regulatório para o cumprimento da missão institucional;

• Promover melhorias na comunicação e no relacionamento com os públicos; • Aprimorar a governança, a estrutura e gestão da instituição;

• Fortalecer a inserção internacional da instituição.