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2.2. Abordagem metodológica

De forma breve, apresentamos as opções metodológicas que decorreram para a realização deste trabalho.

Baseados nos autores apresentados, o âmbito da pesquisa deste trabalho será a investigação qualitativa. Segundo Bogdan e Biklen (1994, p. 49) a investigação qualitativa tem, como fonte direta de dados, o ambiente natural

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e o interesse dos investigadores centra-se mais no processo do que nos resultados.

Os mesmos autores mencionam que este tipo de abordagem, louva não só a descrição, a indução e a teoria fundamentada, como também o estudo de perceções e opiniões pessoais. Daí a nossa escolha por este tipo de investigação: é um estudo descritivo; indutivo e com teoria fundamentada e, as nossas conclusões, serão resultado das opiniões dos informantes e do cruzamento dos dados recolhidos.

Os mesmos autores referidos anteriormente reconhecem cinco particularidades que uma investigação qualitativa deve conter:

 A fonte direta de dados é o ambiente natural, instituindo o investigador como instrumento principal;

 Os dados recolhidos são naturalmente de carácter descritivo;

 Os investigadores qualitativos dão maior importância aos processos do que aos resultados ou produtos;

 Os investigadores qualitativos têm tendência a analisar os dados de um modo indutivo;

 É dado um especial interesse ao ponto de vista dos participantes.

De acordo com os mesmos autores referidos anteriormente: “Na investigação qualitativa a fonte directa de dados é o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento principal”. (p. 47)

Os investigadores qualitativos “(…) tentam analisar os dados em toda a sua riqueza, respeitando, tanto quanto possível, a forma como estes foram registados ou transcritos, e tendem a analisar os seus dados de forma indutiva.” (Bogdan e Biklen, 1994 p. 48).

Os mesmos autores ainda afirmam que os investigadores: “não recolhem dados ou provas com o objetivo de confirmar ou infirmar hipóteses construídas previamente; ao invés disso, as abstrações são construídas à

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medida que os dados particulares que foram recolhidos se vão agrupando” (idem, p. 50).

Ao fazer uma investigação segundo esta metodologia, tem de se pensar nas formas mais adequadas de recolher a informação que a própria investigação vai facultando.

Para Denzin e Lincoln (2006), a investigação qualitativa é, por si só, um campo de investigação, que compreende o estudo da utilização de diversos materiais empíricos e, como um conjunto de actividades interpretativas, não privilegia nenhuma prática metodológica em relação a outra. Perante tais características, os autores definem de um modo geral, que “…a pesquisa qualitativa é uma atividade situada que localiza o observador no mundo.” (Idem, p.17).

Na teoria de Creswell (1997), referido pelos investigadores anteriores, mas dando menor relevância às fontes de informação, a pesquisa qualitativa pode ser definida como:

Um processo de investigação e entendimento baseado em tradições de investigação metodológicas que exploram o problema humano e social. O pesquisador constrói um quadro complexo e holístico, analisa palavras, reporta detalhadamente as visões de informantes e conduz o estudo em um campo natural. (p.15)

O mesmo autor refere ainda que:

(…) a abordagem qualitativa (...) baseia-se em perspectivas construtivistas ou participativas. Utiliza estratégias de pesquisa como narrativas, fenomenologias, etnografias, estudos de grounded theory ou estudos de caso. O pesquisador coleta dados não estruturados e emergentes (...). (2003, p. 19)

Na teoria de Zago, Carvalho e Vilela (2003), são vários os autores que se têm dedicado às questões da não-neutralidade dos instrumentos de pesquisa e das influências entre o investigador e os sujeitos participantes no processo de investigação. “São reflexões que partem do pressuposto de que o próprio processo de pesquisa é uma prática social e está situada num contexto

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histórico-cultural, permeado por relações de poder, assim como qualquer outro aspecto da sociedade.”

O presente trabalho assenta numa investigação qualitativa onde o investigador tentou manter-se neutral durante todo o processo de pesquisa. Por ser um estudo único, com um investigador é um estudo de caso, que apresentamos de seguida.

2.2.1. Estudo de caso

Yin (2009, p.13) define o estudo de caso, com base nas características do fenómeno em estudo, e com base num conjunto de características associadas ao processo de recolha de dados e às estratégias de análise dos mesmos e ainda considera que se deve utilizar um estudo de caso, para as seguintes opções:

 Quando o investigador procura encontrar interações entre fatores relevantes próprios da entidade em estudo;

 Quando o objetivo é descrever ou analisar o fenómeno, ao qual se acede diretamente, de uma maneira profunda e global;

 Quando o investigador deseja apreender a dinâmica do fenómeno, do programa ou do processo.

De acordo com o mesmo autor, um estudo de caso é uma investigação que se baseia principalmente no trabalho de campo, estudando uma pessoa, um programa ou uma instituição na sua realidade, utilizando para isso, entrevistas, observações, documentos, questionários e artefactos.

Ponte (1994) reforça a ideia, afirmando que um estudo de caso pode ser um estudo de uma entidade bem delimitada como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade e demonstrar a sua unidade e identidade próprias.

Na teoria de Coutinho e Chaves (2002), são muitas as realidades, que podem ser consideradas um caso: um indivíduo; um personagem; um pequeno grupo; uma organização; uma comunidade; ou mesmo uma nação.

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Mais tarde, Ponte (2006) revela ter uma opinião idêntica, definindo o estudo de caso, da seguinte forma:

É uma investigação que se assume como particularística, isto é, que se debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial, pelo menos em certos aspectos, procurando descobrir a que há nela de mais essencial e característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de um certo fenómeno de interesse.

O âmbito desta pesquisa é a integração dos RED no ensino de Estudo do Meio no 3º Ano do 1º ciclo do Ensino Básico. Assim sendo, e uma vez que estamos perante uma situação específica e temos como finalidade interpretar e compreender este fenómeno em virtude dos RED fazerem parte integrante do currículo tal como é defendido por Ponte (2006), o estudo de caso é a opção metodológica de acordo com os objetivos da pesquisa. Entender esta situação passa por analisar e compreender a utilização dos RED e quais as dificuldades encontradas pelos profissionais no ativo. Esperamos obter conclusões que nos permitam tentar contribuir para uma melhor integração das tecnologias no quotidiano dos profissionais docentes.