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Capítulo I-Enquadramento e Fundamentação Teórica

Capítulo 2. Metodologia

2.1. Opções metodológicas

2.1.2. Abordagem qualitativa/descritiva

A fim de realizarmos esta investigação foi necessário definirmos a opção metodológica mais adequada. Escolhemos uma opção metodológica de natureza qualitativa de caráter interpretativo, uma vez que estávamos interessadas em conhecer a opinião dos vários intervenientes na ação educativa sobre as vantagens e limitações na utilização de instrumentos de avaliação alternativa, nomeadamente portefólio, blogue e a aplicação dos testes em duas fases como forma de fomentar uma prática pedagógica mais produtiva, centrada na aprendizagem e na sua regulação, com a participação ativa dos alunos. Este tipo de investigação é descritivo e interpretativo, uma vez que se pretende analisar os resultados com o objetivo de conhecer como é que os alunos reagiram à utilização dos três instrumentos alternativos de avaliação formativa e que contributo tiveram os instrumentos utilizados na regulação das suas aprendizagens. A

escolha deste paradigma de investigação deveu-se às suas especificidades como refere Fernandes (1991)

“a investigação qualitativa fornece informação acerca do ensino e da aprendizagem que de outra forma não se pode obter. Através de observação detalhada e planeada e de interação estreita com os sujeitos podem estudar-se os processos cognitivos que utilizam na resolução de situações problemáticas.” (p.4)

O objetivo é a compreensão dos “processos cognitivos”, investigar “o que está “por trás” de certos comportamentos, atitudes ou convicções” o docente/investigador utiliza uma observação naturalista, investigando a sua prática pedagógica como intuito de a conhecer e poder aperfeiçoar a sua ação pedagógica efetuando as indispensáveis intervenções.

Numa primeira fase elaborámos um questionário que foi distribuído apenas aos alunos sobre os três instrumentos de avaliação. Na elaboração do questionário recorremos a uma escala de Likert estruturada de 1 a 4, sendo que variava de 1 “ Discordo Totalmente” a 4 “ Concordo totalmente”. A partir dos resultados deste questionário, definimos os aspetos a aprofundar na entrevista que seria realizada com grupos focais de alunos e entrevistas semiestruturadas destinadas a estes. O questionário elaborado teve o objetivo de servir como um ponto de partida para estruturar o guião da entrevista e não para quantificar. Numa segunda fase, antes do final do ano letivo, aplicamos um inquérito por entrevista semiestruturada a três grupos de alunos constituídos por cinco a seis alunos no mês de junho. Numa terceira fase, optámos por aplicar a entrevista semiestruturada aos encarregados de educação no final do ano letivo. Posteriormente, aplicámos a entrevista semiestruturada à professora titular de turma, ao diretor de turma e ao psicólogo, mas não em simultâneo. Aplicámos inquéritos por entrevistas semiestruturada aos vários intervenientes envolvidos no processo ensino-aprendizagem, a fim de reunir informação que, permitisse que, após a interpretação dos dados recolhidos, tirássemos conclusões De realçar que as questões aplicadas aos diferentes intervenientes, embora tivessem na sua essência conhecer o impacto positivo/negativo que tiveram a aplicação dos três instrumentos de avaliação alternativos, divergiram na sua elaboração. Diríamos que as entrevistas aos alunos

foram mais dirigidas enquanto as entrevistas aos restantes envolvidos foram mais abrangentes. De facto, na entrevista direcionada aos alunos pretendíamos obter dados relativos à perceção dos alunos sobre a utilização dos vários instrumentos de avaliação. Quanto à entrevista direcionada à titular de turma pretendíamos saber quais as vantagens e limitações sobre a realização destes três instrumentos, ou seja, o portefólio, o teste em duas fase e o blogue. Sobretudo as vantagens e as limitações.

Ao diretor de turma, pretendíamos saber qual o impacto que tinham tido os três instrumentos ao longo dos três períodos.

Ao psicólogo, uma vez que acompanhou alguns destes alunos, gostaríamos de saber, até que ponto é que os instrumentos de avaliação utilizados ao longo do ano, terão tido algum impacto na aprendizagem. Quais as vantagens ou desvantagens que poderá tido. Aos encarregados de educação pretendíamos saber, que impacto é que a aplicação dos três instrumentos de avaliação alternativos poderiam ter tido nos seus educandos.

No que diz respeito à investigação qualitativa Bogdan e Biklen (1994) menciona que o docente/investigador despende tempo da sua investigação na escola, "a fonte direta de dados é o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento principal"(p.47) que pode utilizar o gravador ou tomar notas. De referir que neste caso, os "dados são recolhidos em situação e complementados pela informação que se obtém através do contacto direto." (p.47) No ambiente natural, o docente/investigador recolhe os dados relatando/registando as ocorrências no seu diário de bordo. Como se referiu, ode também incluir as entrevistas. Como mencionam Bogdan e Biklen (1994) "a investigação qualitativa é descritiva." (p.48) O docente/investigador efetuando uma investigação qualitativa preocupa-se em compreender os processos cognitivos, como é que o aluno deu aquela resposta, "mais pelo processo do que simplesmente pelos resultados ou produtos" (Bogdan & Biklen, 1994,p.49) Ainda segundo os mesmos autores, os investigadores

“não recolhem dados ou provas com o objetivo de confirmar ou infirmar hipóteses construídas previamente; ao invés disso, as abstracções são construídas à medida que os dados particulares que foram recolhidos se vão agrupando.” (p.50)

Bogdan e Biklen (1994), no quinto pilar da investigação qualitativa, referem que “o significado é a importância vital” (p.50), ou seja, a mesma ação vivenciada por pessoas diferentes poderá ter significados diferentes e pretendeu-se conhecer quais eram. No nosso contexto, pretendemos conhecer a opinião dos alunos, titular de turma, diretor, psicólogo e encarregados de educação.

A análise qualitativa descritiva resultou das entrevistas efetuadas, assim como do diário e bordo procurando o investigador como observador no seu ambiente procurar a compreender como os participantes, neste caso, os alunos, professores, psicólogo, alguns Encarregados de Educação interpretam a utilização dos instrumentos de avaliação formativa.

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