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AGRUPADOS ATRAVÉS DO SCRIPT EM R 187 APÊNDICE D – GRÁFICOS DE DISPERSÃO PRODUZIDOS PARA

4 ANÁLISES E RESULTADOS

4.1.7 Abrangência dos usos comerciais

Foram produzidos três gráficos de dispersão que demonstram a relação entre cada tipo específico de uso comercial em função de sua abrangência e a taxa de crimes registrada no trecho (Gráfico 22, Gráfico 23 e Gráfico 24).

Gráfico 22 - Proporção de comércios de uso local X Taxa de crimes

Gráfico 23 - Proporção de comércios de uso de bairro X Taxa de crimes

Fonte: Elaboração da autora, 2017.

Gráfico 24 - Proporção de comércios de uso da cidade X Taxa de crimes

Fonte: Elaboração da autora, 2017.

Ao observar os gráficos que representam as proporções dos três tipos de estabelecimentos comerciais distribuídos nos trechos levantados é possível constatar que estes não são muito conclusivos.

O Gráfico 22 demonstra que o uso local não interfere na taxa de criminalidade, tendo em vista que tanto para trechos com baixa ou alta porcentagem de estabelecimentos comerciais desta abrangência a variação da taxa é bastante similar. Para o gráfico de comércios à nível de bairro (Gráfico 23) se constata uma pequena diminuição da taxa ao decorrer do aumento dessa incidência desse tipo de comércio. No entanto, a maioria dos trechos, independente da proporção, apresenta uma taxa de crimes bastante similar. Analisando o gráfico de estabelecimentos comerciais ao nível da cidade (Gráfico 24) se verificou que há uma diminuição na taxa de crimes em trechos com proporção maior de comércios com esta abrangência de uso, o que contraria a hipótese levantada inicialmente.

O que se pode concluir da análise desta variável é que a partir do cálculo da correlação, esta não demonstrou correlação com os crimes que ocorreram no segmento (correlação entre Estabelecimento comerciais locais e taxa de crimes = -0,0796; correlação entre estabelecimentos comerciais de bairro e taxa de crimes = 0,0258; correlação entre estabelecimentos comerciais da cidade e taxa de crimes = 0,24), portanto foi feita uma nova variável independente medindo a diversidade destes tipos de comércios no trecho (Gráfico 25) em busca de encontrar melhores correlações.

Gráfico 25 - Diversidade de abrangências do uso comercial X Taxa de crimes

Fonte: Elaboração da autora, 2017.

Para o gráfico de diversidade de abrangências de uso comercial se observou que há uma elevação na taxa de crimes quando a diversidade tem coeficiente 2, mas para coeficientes mais baixos e mais altos as taxas são menores. Apenas observando o gráfico não foi possível tirar conclusões, portanto foi calculada a devida correlação entre as variáveis, que também não revelou valores significativos, ficando na casa de 0,1621.

Por fim, concluímos que a medida levantada para determinar a especificidade dos comércios não se mostrou relevante em nenhum dos casos, deste modo não é possível constatar a influência dos tipos específicos dos comércios com relação ao crime para esta análise.

4.1.8 Afastamentos

Com base no levantamento qualitativo dos afastamentos das edificações, foram elaborados os gráficos de dispersão comparando as proporções de cada tipo existentes no trecho e a taxa de crimes.

Gráfico 26 - Proporção de edificações no fundo do lote em cada trecho X Taxa de crimes

Fonte: Elaboração da autora, 2017.

Gráfico 27 - Proporção de edificações com afastamento médio em cada trecho X Taxa de crimes

Gráfico 28 - Proporção de edificações sem afastamento em cada trecho X Taxa de crimes

Fonte: Elaboração da autora, 2017.

Analisando o gráfico que compara as edificações nos fundos do lote com a taxa de crimes, pode-se concluir que os trechos da amostra possuem poucas edificações de fundos (Gráfico 26). A maioria deles têm uma incidência de 0% a 30% das edificações com essa configuração e estas não demonstraram relação com as ocorrências registradas nos trechos.

Há dois trechos isolados no gráfico, trechos 88 e 90, que possuem aproximadamente 70% de suas edificações nos fundos do lote e, ainda assim, as taxas de crimes nos dois trechos são praticamente zero. Em busca de compreender o porquê disto, foram observados os dois locais e ficou constatado que se tratam de dois trechos com condomínios residenciais multifamiliares com edifícios de três a seis pavimentos, nos quais algumas torres estão locadas no fundo do lote, porém existem outros blocos que possuem afastamento médio com boa visibilidade para a rua. Dessa forma, conclui-se que esses edifícios conseguem fazer a vigilância natural da via por haver muitas janelas e economias de uso constante. Supõe-se que as taxas de crimes sejam baixas por esse motivo.

A relação entre as edificações de fundos e a taxa de crimes não ficou bem clara, portanto parte-se para o próximo gráfico, com o

intuito de continuar buscando algumas explicações com relação à essa característica arquitetônica.

Lança-se, portanto, um comparativo entre o Gráfico 27, que representa a proporção de edificações com afastamento médio em cada trecho, e o Gráfico 28, que ilustra a proporção de edificações sem afastamento. Constata-se uma relação entre o aumento da taxa de ocorrências criminais com o aumento da proporção de edificações com afastamento médio (Gráfico 27). No entanto, para o gráfico 28 essa relação é contrária, quanto mais edificações junto à calçada, menor é a taxa de crimes. Esta é uma constatação inesperada, pois o que se nota é que a maioria das edificações sem afastamento são estabelecimentos de uso comercial e estes, por sua vez, são atratores de criminalidade. Julga-se, entretanto, que essa relação possa estar atrelada ao fato de que edificações mais próximas da rua corroborem com a segurança, pois a maior parte dessas edificações possuem alta visibilidade, devido à sua interface com a via pública. Este fato traz maior facilidade para os usuários destes espaços vigiarem a calçada e seu também o seu espaço privado.