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Acidente Vascular Cerebral

No documento Relatório final Isabel Costa 2012 (páginas 71-75)

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Aprofundando um pouco mais a patologia em estudo recorro a outros autores e entidades que definam Acidente Vascular Cerebral; tipos; factores de risco; alterações mais manifestas e complicações.

Na perspectiva de Ferro “O AVC é uma doença súbita, que produz, portanto, sintomas e

sinais focais e que ocorre mais frequentemente em indivíduos com factores de risco vascular”. (2006, p.77)

Segundo o manual da OMS “o acidente vascular cerebral é causado por uma interrupção no suprimento de sangue ao cérebro. Ele ocorre quando uma artéria que

fornece sangue ao cérebro fica bloqueada ou se rompe” (2003,p.13). Para a mesma

entidade todos os enfartes cerebrais são resultantes de dois eventos patológicos, a

trombose e a embolia. A trombose é definida como “o bloqueio de uma artéria ao cérebro,

causado por um coágulo sanguíneo sólido ou trombo, que se forma dentro do sistema vascular” e a embolia como “o bloqueio causado por um fragmento destacado do trombo (ou outro material) que se formou em outro local e é levado para o cérebro pela corrente

sanguínea” (2003, p.13).

O AVC isquémico constitui a maioria dos acidentes vasculares cerebrais, cerca de

85%. Estes são ainda classificados em embólicos os quais “são caracteristicamente

súbitos e o deficit atinge o seu máximo quase de imediato” e trombóticos “podem

igualmente ter um inicio abrupto, mas muitos deles têm uma evolução mais lenta, que

abrange um período de vários minutos ou horas, e por vezes, dias” (LEAL, 2001,p.131).

Esta autora refere-nos ainda que o défice neurológico depende da localização e do tamanho da isquemia ou hemorragia.

Agrupa também os factores de risco em Não Modificáveis, Modificáveis e outros factores, sendo que a prevenção e modificação dos mesmos dependem da maior ou menor adesão por parte dos utentes aos programas de sensibilização e informação, bem como ao tratamento instituído, “ para se alcançar uma melhor intervenção da Equipa de Saúde é premente haver continuidade de cuidados, não só durante a hospitalização como á posteriori no ambulatório” (LEAL, 2001, p. 133).

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Factor de risco pode ser definido como a

“(…)característica ou estilo de vida num indivíduo, ou numa população, que indica que esse indivíduo ou essa população tem uma probabilidade aumentada para Acidente Vascular Cerebral quando comparado com um indivíduo, ou uma população, sem essa característica” (SOCIEDADE PORTUGUESA DE NEUROLOGIA, 1998).

Segundo a mesma entidade torna-se possível diminuir a incidência do AVC através da redução da prevalência dos factores de risco na população e da identificação das pessoas com risco elevado, nos quais se poderá intervir com tratamento. Sendo que muitos dos utentes com AVC lhes são reconhecidos os factores de risco algum tempo antes da instalação da doença. A SPN (1998) também divide estes factores em 2 tipos: Factores de risco definitivos e não modificáveis e Factores de risco definitivos e modificáveis.

Também Ferro utiliza a mesma nomenclatura (modificáveis e não modificáveis) referindo que “ os factores de risco mais importantes para AVC são a idade (aumento

exponencial da incidência e da mortalidade com a idade) e a hipertensão arterial”

(2006,p.77).

Para Branco e Santos as alterações mais frequentes que decorrem do Acidente Vascular Cerebral consistem em:

 alterações motoras, da qual a hemiplegia é a alteração mais manifesta do AVC;  alterações da função sensorial, da qual sobressaem os défices sensoriais

superficiais, proprioceptivos e visuais do hemicorpo lesado;

 alterações da função perceptiva, em que a localização da lesão determina o tipo e extensão dos défices perceptivos;

 alterações do comportamento, sendo estas muito distintas consoante a afecção predomina no hemicorpo esquerdo ou direito;

 dificuldade para a alimentação, em que cerca de 10% das pessoas com AVC apresentam disfagia;

 alterações da eliminação, tanto a nível vesical como intestinal.

Para os mesmos autores “o aparecimento de problemas secundários e/ou complicações

na Pessoa com lesão neurológica, constituem um obstáculo à sua reabilitação. As

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“ embora o grau da função motora lesada seja determinado pelo local e extensão da lesão, as alterações sensoriais são um problema supletivo ao défice motor, dado que o movimento é coordenado e adaptado de acordo com as mensagens sensoriais recebidas”(2010,p.25).

A hemiparesia ou hemiplegia é uma alteração da mobilidade decorrente de uma modificação de força de vários grupos musculares, que pode advir após um AVC. O hemicorpo lesado apresenta flacidez sem movimentos voluntários numa fase inicial da doença, em que o tónus muscular é muito baixo para iniciar um movimento, encontrando- se a pessoa incapacitada de manter o membro numa determinada posição, sem apresentar qualquer resistência ao movimento passivo. A adopção de padrões inadequados pelo hemicorpo são, utilizados como mecanismos de compensação, bem como a ausência de consciencialização e perda de movimento do hemicorpo lesado, são decorrentes das alterações descritas. Posteriormente, progride-se para um aumento do tónus predominantemente dos músculos anti - gravíticos, o que se designa habitualmente

de padrão espástico, em que “a velocidade com que este padrão se instala, está

directamente relacionada com o local, a gravidade da lesão e a ausência ou o

desenvolvimento de um programa precoce de reabilitação” (BRANCO E SANTOS,

2010,p.26).

Na perspectiva destes autores, o mecanismo de controlo postural constitui a base para a realização dos movimentos normais especializados, sendo a hemiplegia, por si só, responsável por uma instabilidade postural, tanto em movimento como em repouso. Encontra-se ausente na pessoa com AVC, comprometendo a realização das suas AVD pois impede-a de recorrer a toda uma diversidade de padrões (postura e mobilidade) tido como normais.

APÊNDICE II - Objectivos, Actividades a desenvolver, Critérios

No documento Relatório final Isabel Costa 2012 (páginas 71-75)