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A construção da proposta pedagógica de educação ambiental começa pela investigação da realidade social, que vai determinar um tema gerador.

No processo de problematização, evidenciam-se as limitações e, em segui- da, define-se a estratégia de superação, conforme o envolvimento e a conscienti- zação do grupo.

A partir de uma situação futura desejada e da condição atual (adesão de grupos e situação atual do meio), estabelece-se o objetivo de contribuição am- biental, em determinada área de influência.

O método ZOPP utiliza tabelas para ordenar as discussões e ilustrar os re- sultados. Sugere a elaboração da matriz analítica, para definir a(s) estratégia(s) de ação, com identificação do grupo, ordenação dos problemas, objetivos para atingir uma situação desejada e alternativas de ação.

Modelo de matriz analítica.

Nome Grupo social Situação atual Situação dese-jada Alternativas de ação

Estratégia

Identificam-se os problemas de maior relevância. A reunião das alternativas em “nuvens” e a predominância de proposições indicam o tema gerador do pro- grama ou projeto.

Programa

O programa reúne a contribuição dos projetos em torno das metas, que são os objetivos quantificados e devem corresponder aos resultados esperados.

O processo de execução discriminado nos projetos deve estar apropriado à equipe, que pode ser formada por professores, alunos, funcionários, pais de alu- nos e colaboradores ou pela comunidade.

A inclusão das atividades de monitoramento no cronograma representa o comprometimento com a continuidade do processo e com a responsabilidade pelas ações. Para a escola, o monitoramento aliado a uma adequada estratégia de marketing ou divulgação é a oportunidade de mostrar à comunidade a importân- cia da instituição escolar no preparo da cidadania e seu valor para a melhoria da qualidade de vida local.

A divulgação programada dos resultados atua como estratégia de valoriza- ção dos participantes e marketing do programa.

Projeto

O projeto apresenta a estrutura completa (justificativa, objetivo, metas, es- tratégia, conteúdo, parceria, apoio, custo, avaliação), conforme modelo exigido pela instituição de ensino ou elaborado em oficina de projetos.

O modelo de matriz de planejamento, com a ordenação em colunas, facilita o desenvolvimento da proposta de projeto/atividade, sua visualização e compre- ensão, assim como a aferição da coerência entre as partes.

Modelo de matriz de planejamento do projeto.

Estratégia Objetivo Área de estudo Responsável/articulador/

equipe/apoio Conteúdo Avaliação do aluno Meta

As diferentes estratégias norteiam a realização de um ou de mais projetos, conforme a adesão de professores, séries, recursos disponíveis e apoio. A estraté- gia está relacionada com o conjunto de técnicas e de abordagens sobre o tema gerador, a exemplo da horta, muito utilizada para estudar a agricultura sustentá- vel. O eixo temático vai determinar se as técnicas didáticas estão associadas ao es- tudo das áreas naturais, das atividades econômicas, dos serviços básicos, do am- biente social ou histórico-político. A área de estudo deve ser parte integrante do espaço de atuação social da comunidade, como a escola, o bairro ou o município.

Ao final, o título resume a proposta do projeto e deve estar coerente com o tema gerador e com as técnicas didáticas utilizadas para estudá-lo.

A partir do objetivo geral do programa ou da contribuição diante dos pro- blemas identificados e da situação futura desejada, define-se o objetivo específi- co do projeto, segundo os recursos disponíveis de área, material e pessoal.

As metas devem estar associadas ao processo quantitativo de conscienti- zação do público, e seu cumprimento é observado pelos resultados obtidos. De acordo com as metas, a avaliação do aluno pelas diversas disciplinas pode ser feita por meio de composições, pesquisas, fotografias e/ou desenhos.

O projeto é composto por uma série de atividades para atingir o objetivo geral. Assim, cada estratégia possui um objetivo correspondente (objetivo es- pecífico), que é desenvolvido por atividades em determinadas áreas, nas quais se trabalharão certos conteúdos. Por fim, avalia-se o atingimento das metas. Por exemplo, se o tema é agricultura sustentável na periferia de cidades onde a agri- cultura está decadente, o objetivo geral pode ser estudar a agricultura local, e os objetivos específicos, estudar as questões relacionadas ao aspecto nutricional do cardápio cultural dos alunos (responsável – professor A; equipe A – Ciências, His- tória, Matemática e Inglês), observar conflitos sociais e ecológicos (responsável – professor B; equipe B – Geografia, História, Ciências, Matemática, Educação Física, Artes e Português) e resgatar a cultura local (responsável – professor C; equipe C – Geografia, História, Artes e Educação Física), trabalhados a partir da história de dois sítios, um produtivo e outro não, um próxi mo à escola e outro de proprieda- de dos pais, de um professor ou de um aluno. Além do conteúdo trabalhado inter- disciplinarmente, estabelece-se uma forma de avaliar o percentual de alunos que melhoraram sua percepção ambiental (integrada − social, econômica, ecológica e cultural) sobre os diversos aspectos abordados (metas). Um aspecto relevante é a mobilização dos alunos na busca pelo desenvolvimento de ações de mitigação, pois serve de indicador de maior ou menor preocupação deles em dar alguma contribuição efetiva para a melhoria da qualidade de vida.

Como o principal objetivo da educação ambiental é o fortalecimento da cidadania, a avaliação do projeto consiste, principalmente, em verificar a contri- buição sobre a melhoria da percepção ambiental do aluno, na relação humana, nas práticas didáticas e físicas da escola, no meio em que se insere e no proces- so solidário de parcerias, sob uma dimensão política expressa pela visão crítica e pela postura proativa.

Reuniões

Em um processo participativo, as reuniões são frequentes e, se convenien- te, podem obedecer à sequência de investigação do método ZOPP, incorporan- do o hábito de sistematizá-las em etapas bem definidas, com tempo e objetivos também preestabelecidos. Todos devem se sentar, de preferência em círculo. Em seguida, propõem-se as seguintes atividades:

• Inicialmente, o moderador deve relembrar o objetivo, as etapas, a situa- ção atual das questões em debate e o modo de proceder à moderação da reunião, principalmente se houver algum novo participante.

• Seguindo a sequência do círculo, todos manifestam seu ponto de vista sobre o assunto em pauta de maneira breve. Essa técnica de discussão chama-se brainstorming, cuja tradução é “tempestade de ideias”.

• Com o objetivo de orientar e tornar claro o processo de análise e/ou deci- são sobre o assunto abordado, o grupo aceita a sugestão de pergunta(s) orientadora(s) feita(s) pelo moderador ou formula outra(s).

• O moderador estabelece um tempo, com a concordância de todos, para responderem pela(s) ficha(s) ou manifestarem-se verbalmente um por um. No caso de haver pessoas analfabetas ou com dificuldade de escre- ver, elas podem criar legendas com figuras, recortes de revistas, desenhos ou manifestar-se verbalmente, como opção de resposta às perguntas. • O moderador organiza as opiniões em “nuvens” (grupos), orientando a

interpretação e a conclusão da resposta do grupo à demanda inicial da reunião, finalizando quando todos concordarem com o encaminhamento feito.

• Antes de encerrar a reunião, o grupo marca a próxima reunião e dá enca- minhamento às providências necessárias.

O tempo estabelecido para cada etapa depende do número de participan- tes, que, em muitos casos, podem reunir-se em grupos para discutir e apresentar suas propostas.