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ADERÊNCIA DA TESE AOS OBJETOS DE PESQUISA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E

INOVAÇÃO DO BRASIL 281 ANEXO B PERGUNTAS DO QUESTIONÁRIO DO MODELO

1.5 ADERÊNCIA DA TESE AOS OBJETOS DE PESQUISA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E

GESTÃO DO CONHECIMENTO

Tradicionalmente, organizações desenvolvem sistemas de informação e tiram proveito de bancos de dados por meio do uso das técnicas, metodologias e ferramentas das ciências da computação. Contudo, em ambientes criativos e de inovação há uma exigência maior quanto ao desempenho de sistemas computacionais, que além de empregarem os métodos, metodologias e ferramentas, que tradicionalmente são oferecidos pela Engenharia de Software, devem ainda apoiar os processos de Gestão do Conhecimento.

Os conceitos e métodos de Engenharia do Conhecimento (EC) vêm sendo aplicados cada vez mais para atender as demandas quanto à organização e distribuição dos elementos do conhecimento dispersos nas organizações e nos seus processos. Muito esforço tem sido empreendido na construção e aplicação da gestão do conhecimento (STUDER, BENJAMINS; FENSEL, 1998). Schreiber et al. (2000) propõem uma das metodologias mais utilizadas no desenvolvimento de sistemas de conhecimento, com sólidas aplicações do CommonKADS - tanto em ambientes acadêmicos quanto comerciais (O´HARA; SHADBOLT; TENNISON, 2000).

Similarmente às preocupações da engenharia de software com o levantamento dos requisitos do sistema, diferentes métodos de desenvolvimento de sistemas de conhecimento aprofundaram-se num dos principais problemas desses sistemas que é o processo de aquisição do conhecimento (STUDER; BENJAMINS; FENSEL, 1998). A literatura apresenta uma vasta pesquisa em métodos para auxiliar na resolução desse problema de aquisição do conhecimento (SCHMIDT; WETTER, 1998; EMBEREY et al., 2007; RUSSELL; NORWIG, 1995; DOMINGUE; MOTTA; WATT, 1993), de representação do conhecimento (ALLSOPP; HARRISON; SHEPPARD, 2002; CASTRO, GÓMEZ-PÉREZ, 2006; KNUBLAUCH, 2002) e de resolução de problemas (CHANDRASEKARAN, JOSEPHSONS, BENJAMINS, 1998; STUDER, BENJAMINS, FENSEL, 1998).

Enquanto a gestão do conhecimento se preocupa em responder e em se adaptar às mudanças ambientais e culturais da organização (RUBENSTEIN-MONTANO et al., 2001), a dinamicidade das organizações de P&D+i e seu processo de inovação se apresenta como um desafio à engenharia de conhecimento na solução de sistemas de apoio. As demandas geradas pelos processos de criação de conhecimento e de geração de inovação já são amplamente atendidas pela engenharia do conhecimento, especificamente utilizando ontologias, como demonstrado em (BÖCKLE, 2005; SIMPERL, 2009; BULLINGER et al., 2005; NING et al., 2006; USCHOLD et al., 1995). O uso de ontologias tem se mostrado uma das mais emergentes possibilidades atuais na representação de conhecimento e de apoio às tecnologias de Gestão do Conhecimento (ZHANG etal., 2011; FERNANDES et al., 2011), tanto para possibilitar a aquisição (ZANNI- MERK et al., 2009), a criação (CARBONE et al., 2012), o compartilhamento (KUMAR et al., 2010) e a distribuição de conhecimento (GARDNER, 2005), quanto para integração e interoperabilidade de sistemas (JUNG, 2009) e como metodologia de desenvolvimento de sistemas (LIU e MA, 2010) para inovação.

No Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento (PPEGC) a inovação tem sido objeto de estudo em diversos trabalhos. A inovação foi tópico central, e registrada como palavra chave, em seis dissertações e três teses no período compreendido entre 2009 e 2013. Nas dissertações o contexto da inovação se deu na geração de idéias (DOROW, 2013; MIGUEL, 2012; PRADA, 2009), na criação do conhecimento (OROFINO, 2011) e a aquisição ou geração de conhecimento em redes sociais (FERNANDES, 2011) ou pela interação multidisciplinar (DIAS, 2012). As teses em

inovação apresentaram propostas de modelos de conhecimento, em processos de aprendizagem (MALDONADO, 2012), para identificar a influência do capital intelectual (GUBIANI, 2011) e para governança de parques tecnológicos (GIUGLIANI, 2011).

O tema ontologia também tem recebido destaque entre os trabalhos do PPEGC. Numa análise no mesmo período, entre 2009 e 2013, foram registradas dez dissertações e cinco teses em que ontologia, ou ontologias, aparece como palavra chave por se tratar de um dos principais tópicos abordados. Entre as dissertações, três utilizam CommonKads para modelagem do conhecimento legal com a finalidade de construir ontologias. Uma dissertação usa ontologia para aplicação na elaboração de sentenças de rescisão contratual (ROTTA, 2013), outra na classificação e destino de processos judiciais findos (ADOLFO, 2013) e a terceira no apoio a sentenças judiciais (SEWALD, 2012). Ontologia aparece como técnica de representação de conhecimento em três dissertações, para a gestão de recursos hídricos (STADNICK, 2011), como fonte de informações toxicológicas (CABRAL, 2010) e para apoio à assistência médica emergencial (MANICA, 2009). O uso de ontologias aparece também nas dissertações como ferramenta para análise conjunta de dados estruturados e não estruturados (NAPOLI, 2011), como dicionário para design patterns orientado a significado (SANTOS, 2012) e na geração semi-automática de sumários textuais em soluções de Business Intelligence (GHISI, 2013). Um modelo semi- automático para construção e manutenção de ontologias a partir da extração de informação e agrupamento de documentos é proposto por Ceci (2010). Entre as teses encontram-se a proposta de Balancieri (2010), com um método baseado em três ontologias (uma de domínio, uma de tarefa e uma de aplicação) para explicitação de conhecimento derivado da análise de redes sociais; de Medeiros (2010) com um

framework para análise de ontologias complexas, considerando os

conceitos de superposição e emaranhamento, provenientes da computação quântica; de Lopes (2011) com um modelo para o apoio ao diagnóstico baseado em ontologia e cálculo probabilístico, com o suporte de CommonKADS e de sistemas de descoberta baseados na literatura; de Heinzle (2011) com um modelo de conhecimento para sistemas de apoio a decisão com recursos para raciocínio abdutivo, fundamentado na teoria do raciocínio de Peirce, somada à representação do conhecimento com o uso de uma ontologia; e a proposta de Andrade (2011) com um modelo que permite recuperar o conhecimento de informações textuais de registros médicos de diferentes fontes de dados, com textos livres e sem um padrão lingüístico.

Além desses trabalhos mencionados, o que demonstra o interesse dos pesquisadores do PPEGC pelos estudos em inovação e ontologias, existe outras dissertações e teses que devem também abordar esses dois tópicos e que não foram aqui listadas por não apresentar as palavras ontologia(s) e inovação como palavras-chave. Um exemplo é a tese recentemente defendida por Cadori (2013).

Portanto, um framework baseado em ontologia para apoiar a gestão estratégica do processo de inovação em organizações de P&D+i, e que considera os diferentes aspectos e os elementos que envolvem o processo de inovação nas organizações de P&D+i em toda a sua complexidade, apresenta plena aderência ao PPEGC. Assim sendo, o tópico apresenta relevância para ser tratado pela engenharia do conhecimento.

1.6 ESCOPO, INEDITISMO E CONTRIBUIÇÃO TEÓRICA