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Aferição da Equalização do Modelo

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4. Material e Método

4.6.2 Aferição da Equalização do Modelo

A equalização do modelo à mesa do delineador (Figuras 21 e 22), obedeceu aos seguintes cuidados:

• foram adaptados dois níveis em uma placa de policarbonato para a perfeita equalização do modelo e permitir a aferição da equalização;

• a placa de policarbonato foi colocada sobre o modelo, procurando-se o maior número de contatos possíveis entre as superfícies oclusais dos dentes e a placa; e

• após a visualização da equalização do modelo, foi realizada sua fixação à mesa.

FIGURA 22 - Modelo fixado à mesa do delineador.

4.6.3 Adaptação da Ponta de Registro ao Delineador

Para o registro da linha transversal, utilizou-se um delineador da marca comercial Bio Art 1000, no qual foi adaptada uma ponta de grafite 0,3 mm a 90o em relação à haste vertical (Figura 23).

FIGURA 23 - Adaptação no delineador com ponta a 90° na haste vertical.

4.6.4. Registro da Linha Transversal nos Modelos

Com o modelo fixado à mesa, foi realizado o registro da Linha Transversal (Figura 24B), na região posterior do arco dentário superior.

FIGURA 24A – Modelo posicionado no delineador.

24B - Registro da Linha Transversal nos modelos.

O ponto inicial de referência utilizado para do delineamento da Linha Transversal foi a intersecção de um eixo vertical traçado ao lo ngo das cúspides mésio-vestibulares com o centro da coroa clínica dos primeiros molares superiores permanentes, direitos e esquerdos.

4.6.5 – Mensurações da Linha Transversal as Pontas de Cúspides dos Dentes

Após o registro em todos os modelos da Linha Transversal, foram realizadas mensurações nos modelos por meio de paquímetro digital modificado da marca Mytutoio, desde a linha transversal até o plano oclusal (Figura 25).

4.7 . ANÁLISE ESTATÍSTICA

4.7.1 Avaliação do erro interexaminador

O erro interexaminador foi realizado para verificar a possibilidade da utilização das medições realizadas no estudo de ZANELATO40 para as medidas das angulações e inclinações e de YAMAGUTO36 para os valores das distâncias mésio- distais das coroas dos molares superiores, realizadas no grupo controle.

Para avaliação do erro interexaminador foram selecionados aleatoriamente e medidos novamente 6 (seis) primeiros molares superiores da amostra controle, que correspondem a 10% da amostra. A escolha dos primeiros molares para a repetição das medições, deve-se ao fato de estarem envolvidos tanto na amostra experimental (medições realizadas neste estudo), quanto na controle (medições realizadas pelos autores acima citados). Para comparar a diferença entre os examinadores foi aplicado o teste “t” de Student, com nível de significância de 5%.

A diferença não foi significativa, permitindo a utilização das medições realizadas pelos diferentes examinadores.

4.7.2. Avaliação do erro intra-examinador

Para a obtenção do erro intra-examinador, foram medidos novamente 27 (vinte e sete) primeiros e terceiros molares da amostra experimental, ou seja, 54% da amostra. Esses dentes foram selecionados aleatoriamente após um período mínimo de três meses da primeira medição. A repetição das medidas aconteceu para os primeiros e terceiros molares, não levando em conta o lado, pois, avaliou-se o erro da metodologia. Aplicou-se o teste “t” pareado, para verificar o erro sistemático adotando o nível de significância de 5% e a fórmula de DALBERG12, para estimar a ordem dos erros casuais.

4.7.3 Avaliação dos resultados estatísticos

Os dados foram distribuídos em tabelas e gráficos contendo valores de média e desvio padrão. Para comparar as diferenças entre os grupos Masculino e Feminino e entre os grupos Controle e Experimental foi utilizado o teste “t” de Student. Em todos os testes estatísticos adotou-se nível de significância de 5% .

Os testes foram executados no programa Statistica for Windows v. 5.1 (StatSoft Inc., USA).

5. Resultados

5.1 Erro Interexaminador

O erro interexaminador foi realizado para verificar a possibilidade da utilização das medições realizadas por ZANELATO40 para as medidas das angulações e inclinações e de YAMAGUTO36 para os valores das distâncias mésio-distais das coroas dentárias dos molares superiores, realizadas no grupo controle. Como pode ser verificado na Tabela 5.1 a seguir, a diferença não foi significativa, permitindo a utilização das medições realizadas pelos diferentes examinadores.

TABELA 5.1 – Análise interexaminadores da precisão do método. Valores das angulações e inclinações das coroas obtidos por ZANELATO40, das distâncias mésio-distais obtidos por YAMAGUTO36 e pelo autor, diferenças das médias , valor de “p” e significância estatística.

Variáveis Examinador 1 DP Examinador 2 DP Dif. Médias p

Média Média

Autor

Angulação 5.50 2.95 5.70 3.20 -0.20 0.74 Inclinação -10.70 7.58 -10.20 6.91 0.50 0.45 Distância MD 9.93 0.43 9.89 0.50 0.04 0.50

5.2 Erro Intra-examinador

Para avaliar a confiabilidade dos valores obtidos que demonstram a angulação, a inclinação, a distância mésio-distal e a altura das coroas dentárias dos terceiros e primeiros molares do grupo experimental, aplicou-se o teste estatístico para avaliar os erros sistemáticos e casual intra-examinador, como mostram as Tabelas 5.2 e 5.3.

TABELA 5.2 – Valores das medidas iniciais (T1) e em um segundo momento (T2), dos terceiros molares superiores do grupo Experimental, diferença das médias, valor de “t”, valor de “p” para o erro sistemático e valor do erro casual de Dahlberg.

Variáveis Valores T1 Valores T2 Dif. Das t Erro Erro Média Média médias sistemático (p) casual

Angulação 4.79 5.00 -0.21 1.140 0.264 0.707 Inclinação -6.25 -6.70 0.45 1.925 0.065 0.908 Distância MD 9.61 9.66 -0.05 1.596 0.122 0.111 Altura 1.95 1.92 0.03 0.765 0.451 0.114

TABELA 5.3 – Valores das medidas iniciais (T1) e em um segundo momento (T2) dos primeiros molares superiores do grupo Experimental, diferença das médias, valor de “t”, valor de “p” para o erro sistemático e valor do erro casual de Dahlberg.

Variáveis Valores T1 Valores T2 Dif. Das t Erro Erro Média Média médias sistemático (p) casual

Angulação 8.77 8.43 0.34 1.903 0.068 0.697 Inclinação -8.18 -8.11 -0.07 0.501 0.620 0.526 Distância MD 10.00 10.03 -0.03 1.370 0.182 0.093 Altura 3.15 3.06 0.09 2.833 0.009* 0.128

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

A Tabela 5.4 demonstra a distribuição dos indivíduos quanto ao sexo , onde se nota que a quantidade de indivíduos do sexo feminino é maior que a do sexo

masculino.

TABELA 5.4 – Distribuição dos grupos Experimental e Controle quanto ao sexo .

Feminino Masculino Total Grupo

n (%) n (%) n (%)

Experimental 18 (72,00) 7 (28,00) 25 (100,00) Controle 35 (58,33) 25 (41,67) 60 (100,00) Total 53 (62,35) 32 (37,65) 85 (100,00)

Para verificar o dimorfismo sexual no grupo Experimental, foi aplicado o teste “t” de Student. Esse mostrou haver diferenças estatisticamente significativas na inclinação do terceiro molar e na distância mésio-distal do primeiro molar (Tabela 5.5). As Figuras 26 e 27 ilustram as médias encontradas.

TABELA 5.5 – Média, desvio padrão e teste “t” de Student para comparação entre os sexos Feminino (n=35) e Masculino (n=12) no grupo Experimental.

Feminino Masculino Dente Medida média dp média dp t p Ângulação 5,39 3,50 5,92 4,04 -0,436 0,665 Inclinação -5,17 2,39 -6,83 2,35 2,086 0,043* Dist. MD 9,18 0,81 9,61 0,55 -1,681 0,100 3º Molar Altura 2,04 0,82 2,33 0,44 -1,158 0,253 Ângulação 7,11 2,95 6,88 4,88 0,203 0,840 Inclinação -5,76 4,53 -7,63 5,77 1,148 0,257 Dist. MD 9,90 0,41 10,28 0,54 -2,591 0,013* 1º Molar Altura 3,22 0,39 3,26 0,56 -0,231 0,818

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

-12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12

Angulação Inclinação Dist. MD Altura

Feminino Masculino

FIGURA 26 – Gráfico representativo da média das medidas da angulação, inclinação, distância mésio-distal (MD) e altura do terceiro molar, para os sexos feminino e masculino, do grupo Experimental.

-12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12

Angulação Inclinação Dist. MD Altura

Feminino Masculino

FIGURA 27 – Gráfico representativo da média das medidas da angulação, inclinação, distância mésio-distal (MD) e altura, do primeiro molar superior para os sexos feminino e masculino, do grupo Experimental

Para verificar o dimorfismo sexual no grupo Controle , também foi aplicado o teste “t” de Student. Esse mostrou haver diferença estatisticamente significativa, entre os sexos, na distâ ncia mésio-distal (MD) tanto para o segundo molar como para o primeiro molar (Tabela 5.6). As Figuras 28 e 29 ilustram as médias encontradas.

TABELA 5.6 – Média, desvio padrão e teste “t” de Student para comparação entre os sexos Feminino (n=70) e Masculino (n=50) no grupo Controle.

Feminino Masculino Dente Medida média dp média dp t p Angulação -0,08 5,23 -0,46 3,97 0,434 0,665 Inclinação -10,54 5,29 -9,02 6,46 -1,411 0,161 Dist. MD 9,77 0,50 10,35 0,73 -5,157 0,000* 2º Molar Altura 1,46 0,79 1,54 0,83 -0,566 0,573 Angulação 5,69 2,29 5,36 2,27 0,770 0,443 Inclinação -11,40 4,79 -10,42 5,56 -1,033 0,304 Dist. MD 9,89 0,42 10,42 0,55 -5,869 0,000* 1º Molar Altura 2,60 0,39 2,60 0,34 0,095 0,925

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

-12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12

Angulação Inclinação Dist. MD Altura

Feminino Masculino

FIGURA 28 – Gráfico representativo da média das medidas da angulação, inclinação, distância mésio-distal (MD) e altura do segundo molar, para os sexos feminino e masculino, do grupo Controle.

-12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12

Angulação Inclinação Dist. MD Altura

Feminino Masculino

FIGURA 29 – Gráfico representativo da média das medidas da angulação, inclinação, distância mésio-distal (MD) e altura do primeiro molar, para os sexos feminino e masculino, do grupo Controle.

Para verificar se existia diferença entre o segundo e o terceiro molar, foi aplicado o teste “t” de Student entre as medidas do terceiro molar do grupo Experimental com as do segundo molar do grupo Controle. Para as medidas da angulação, inclinação e altura foram levados em conta todos os indivíduos, independentemente do sexo, visto que essas medidas não apresentaram dimorfismo sexual no grupo Controle. Já para a distância mésio-distal (MD), a comparação foi feita separadamente para cada sexo, visto que essa apresentou diferença entre os sexos. O teste mostrou haver diferenças estatisticamente significativas em todas as medidas estudadas (tabela 5.7). A Figura 30 ilustra as médias encontradas.

TABELA 5.7 – Média, desvio padrão e teste “t” de Student para comparação entre o terceiro molar do grupo Experimental com o segundo molar do grupo Controle. 3º Molar 2º Molar Sexo Medida média dp média dp t p Ângulação 5,52 3,61 -0,24 4,73 7,527 0,000* Inclinação -5,60 2,47 -9,90 5,83 4,894 0,000* Fem. + Masc. Altura 2,12 0,75 1,49 0,81 4,579 0,000* Fem. Dist. MD 9,18 0,81 9,77 0,50 -4,578 0,000* Masc. Dist. MD 9,61 0,55 10,35 0,73 -3,285 0,002*

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

-12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12

Angulação Inclinação Altura Dist. MD (Fem)

Dist. MD (Masc)

3º Molar 2º Molar

FIGURA 30 – Gráfico representativo da média das medidas da angulação, inclinação, altura e distância mésio-distal (MD) do terceiro molar do grupo Experimental e segundo molar do grupo Controle.

Para verificar se existia diferença entre primeiro molar do grupo Experimental e primeiro molar do grupo Controle, foi utilizado o teste “t” de Student. Para as medidas da angulação, inclinação e altura foram le vados em conta todos os indivíduos, independentemente do sexo , visto que essas medidas não apresentaram dimorfismo sexual no grupo Controle. Já para a distância mésio-distal (MD), a comparação foi feita separadamente para cada sexo, visto que apresentou diferença entre os sexos. O teste mostrou haver diferenças estatisticamente significativas para as medidas da angulação, inclinação e altura. Já a medida da distância mésio-distal (MD) não apresentou diferença estatisticamente significativa (tabela 5.8). A Figura 31 ilustra as médias encontradas.

TABELA 5.8 – Média, desvio padrão e teste “t” de Student para comparação entre o primeiro molar do grupo Experimental com o primeiro molar do grupo Controle.

1º Molar (Exp.) 1º molar(Controle) Sexo Medida média dp média dp t p Ângulação 7,05 3,48 5,55 2,28 3,270 0,001* Inclinação -6,23 4,88 -10,99 5,12 5,468 0,000* Fem. + Masc. Altura 3,23 0,44 2,60 0,37 9,413 0,000* Fem. Dist. MD 9,90 0,41 9,89 0,42 0,056 0,956 Masc. Dist. MD 10,28 0,54 10,42 0,55 -0,748 0,457

-12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12

Angulação Inclinação Altura Dist. MD (Fem)

Dist. MD (Masc)

1º Molar (Exp.) 1º molar(Controle)

FIGURA 31 – Gráfico representativo da média das medidas da angulação, inclinação, altura e distância mésio-distal (MD), do primeiro molar do grupo Experimental e primeiro molar do Controle.

6. Discussão

As extrações de segundos molares superiores permanentes representam mais uma possibilidade de tratamento para as más oclusões de Classe II em pacientes que apresentam os terceiros molares em desenvolvimento.

Para realizar essa proposta de tratamento , faz-se necessário avaliar as qualidades anatômicas dos terceiros molares e o grau de desenvolvimento radicular, pois esses dentes deverão ser substitutos adequados para os segundos molares. Como se sabe, os terceiros molares são dentes que apresentam grande instabilidade anatômica, não sendo todos os pacientes que podem se submeter ao tratamento. De acordo com DELLA SERRA12, o terceiro molar por sua conformação e volume, representa o dente mais variável da dentição humana, podendo apresentar desde as formas típicas de molar bem constituído, até as formas simples e cônicas, sendo também, freqüentemente acometido por nanismo.

Segundo HALDERSON17; GRABER16 e ZANELATO42, a decisão de extração do segundo molar depende da qualidade anatômica do terceiro molar. Assim, os terceiros molares que apresentarem a coroa definida, com boa forma e bom tamanho, podem ser substitutos para os segundos molares. Como pode-se notar, deve existir uma seleção cuidadosa dos casos que se submetem às extrações de

segundos molares, sendo que os terceiros molares devem apresentar características que os aproximem dos dentes que serão substituídos.

Outro ponto é o grau de formação radicular, pois isso determina se o terceiro molar irá irromper ou não, até o final do tratamento ortodôntico. HALDERSON17; GRABER16 e ZANELATO42 escreveram que para se extrair os segundos molares, os terceiros molares deveriam mostrar na radiografia panorâmica, a coroa definida e o início da formação radicular. Dessa maneira, com o desenvolvimento radicular, esses dentes se movimentariam para anterior ocupando grande parte do espaço deixado pela extração dentária e irromperiam em ponto de contato com o primeiro molar. De acordo com RICHARDSON29, deve-se levar em conta o grau de formação radicular dos terceiros molares antes de se extrair os segundos molares, não sendo recomendada a extração dos segundos molares quando a maturação do germe do terceiro molar estiver atrasada ou quando a bifurcação radicular estiver pronta. Quando ocorrer atraso na maturação da coroa, o terceiro molar demorará mais tempo para irromper e muito provavelmente, o tratamento finalizará sem a presença do terceiro molar. Quando a bifurcação radicular estiver pronta, o terceiro molar perde a capacidade de se mover para anterior e a irrupção acorrerá com diastema entre o primeiro molar. O espaço obtido com as extrações dos segundos molares é quase o dobro quando comparado com as extrações de pré-molares. Normalmente, esse espaço é suficiente para solucionar as discrepâncias no comprimento do arco dentário. O espaço que não é utilizado para a solução dos problemas ortodônticos, é usado para a irrupção do terceiro molar, por meio do seu movimento mésio-oclusal, até fazer ponto de contato com o primeiro molar. LEHMAN20; MAGNESS21; BISHARA e BURKEY7; FERNANDES14; BENNETT e McLAUGHLIN6 ;e ZANELATO42 concordam que as extrações de segundos molares simplificam as

mecânicas de tratamentos, facilitando a distalização do primeiro molar e evitando a impactação dos terceiros molares. MAGNESS21 relatou que quando os segundos molares são extraídos, o tempo e a força necessária para mover o primeiro molar para distal é menor. Assim, o tratamento requer menor colaboração dos pacientes, e o uso do aparelho extra bucal com forças leves por 3 a 6 meses pode ser o suficiente para corrigir a Classe II.

BENNETT e McLAUGHLIN6 comentaram que uma das desvantagens das extrações dos segundos molares é que o espaço obtido na região posterior é insuficiente para tratar o apinhamento anterior e a protrusão dos incisivos. Apesar de o espaço obtido ser em torno de 10 a 12 mm, esse espaço encontra-se distante da região anterior do arco dentário, inviabilizando o tratamento das discrepâncias anteriores. Assim, quando houver apinhamento anterior significativo ou biprotrusão dentária, deve-se recomendar a extração de pré-molares, pois apesar de oferecerem menos espaço, estão mais próximos da região anterior do arco dentário, facilitando o tratamento.

Para facilitar a compreensão e a interpretação dos resultados obtidos, a discussão será realizada por tópicos:

6.1 Erro do Método;

6.2 Angulação das Coroas Dentárias; 6.3 Inclinação das Coroas Dentárias;

6.4 Distância Mésio-Distal das Coroas Dentárias; 6.5 Altura das Coroas Dentárias.

6.1 Erro do Método

Como o objetivo de determinar a confiabilidade de se empregar os valores utilizados por ZANELATO40 para as angulações e inclinações e de YAMAGUTO36 para as distâncias mésio-distais das coroas dos primeiros e segundos molares superiores da amostra de oclusão normal natural, foram refeitas as medições em 6 primeiros molares superiores, escolhidos aleatoriamente, correspondendo a 10% da amostra controle. Os valores obtidos foram comparados utilizando-se o teste “t”. A Tabela 5.1 ilustra os resultados dessa comparação, onde se nota que não houve diferença estatisticamente significativa entre as medições, demonstrando que os examinadores estavam calibrados, o que validou a utilização dos valores obtidos por ZANELATO40 e YAMAGUTO36 para a realização dessa comparação.

As medições realizadas em modelos de gesso mostram-se como um grande recurso para diagnóstico e plano de tratamento ortodôntico, mas tratando-se de uma pesquisa científica, torna -se necessária a determinação do erro dos procedimentos das medidas avaliadas. Além disso, o dispositivo para a medição das angulações e inclinações das coroas dentárias utilizado por ZANELATO40, mostrou ser de difícil manuseio, em razão de o observador ficar distante do mesmo. Assim, faz-se necessária a análise do erro sistemático e do erro casual para dar confiabilidade aos resultados obtidos.

Na interpretação do erro sistemático, foi encontrado erro na variável altura do primeiro molar superior do grupo experimental, onde o valor de “p” foi igual a 0,09. O erro ocorreu porque a maioria das medidas encontradas foi maior na primeira

medição. Porém a maior diferença foi de 0,33mm e a diferença média de 0,05mm, o que clinicamente parece ser insignificante por ser muito pequena.

Em relação ao erro casual, não foi encontrado em nenhuma das medições erro significativo, como mostram as Tabelas 5.2 e 5.3. Assim, os resultados se apresentam dentro de parâmetros aceitáveis, não comprometendo os resultados e a conclusão do trabalho.

6.2 Angulação das Coroas Dentárias

ANDREWS3 em 1972, estudando uma amostra de indivíduos com oclusão normal natural, classificou a angulação das coroas dentárias como sendo uma das seis chaves para a oclusão ótima. Segundo o autor, a angulação da coroa dentária seria o ângulo formado pelo eixo vestibular da coroa clínica (EVCC) e uma linha perpendicular ao plano oclusal. A angulação era considerada positiva quando a porção incisal ou oclusal do eixo estaria a mesial da porção gengival e negativa quando está a distal.

Na prescrição do aparelho Straight-Wire original preconizada por ANDREWS4, foi recomendado que os acessórios dos molares superiores tivessem 5º de angulação. Nem mesmo o próprio autor tinha idéia de como se comportaria clinicamente o primeiro aparelho pré-ajustado, em razão de ter sido concebido em laboratório. Em muitos casos clínicos, essa recomendação de angulação se mostrava excessiva, pois as coroas dos molares se moviam excessivamente para mesial.

ZANELATO40 em 2003, utilizando amostra de indivíduos com oclusão normal natural encontrou valores médios da angulação das coroas dentárias para brasileiros. De acordo com suas observações, os primeiros molares superiores apresentaram angulação média de 5,55º. Esse valor encontrado, estatisticamente, é igual ao valor de 5,73º verificado por ANDREWS4. Essas duas pesquisas fortalecem a idéia da angulação fisiológica de 5º dos primeiros molares superiores, quando relacionados em Classe I. Os acessórios ortodônticos angulados podem causar angulação excessiva das coroas dos primeiros molares superiores, causando a extrusão da cúspide disto-vestibular que resultaria em interferências oclusais.

Analisando a literatura, autores como VIGORITO39; HILGERS18; RICKETTS30; CAPELOZZA FILHO8; McLAUGHLIN; BENNETT e TREVISI24 recomendaram nas suas prescrições que os acessórios dos primeiros molares superiores fossem ausentes de angulação. Assim, quando os tubos dos primeiros molares se encontrassem posicionados paralelamente ao plano oclusal, a angulação fisiológica seria mantida. Esse pensamento parece ser mais sensato, pois existe concordância de opiniões entre a maioria dos autores pesquisados, na recomendação de angulação dos acessórios para os primeiros molares superiores.

Em relação à angulação dos segundos molares superiores, ANDREWS4 observou em seu estudo angulação média de 0,39º. Tendo recomendado tubos com 5º de angulação, imaginando que ao se utilizar acessórios angulados, no final do tratamento os segundos molares superiores apresentariam a mesma angulação dos primeiros molares. ZANELATO40 encontrou angulação negativa do segundo molar superior, ou seja, as coroas estavam inclinadas para distal em média -0,24º, porém esse valor não foi estatisticamente diferente do encontrado por Andrews. O valor negativo pode ser explicado pela idade dos pacientes da amostra utilizada pelo

autor, onde muitos dos indivíduos eram adolescentes, apresentando os segundos molares recém-irrompidos e os terceiros molares superiores em desenvolvimento. HILGERS18 comentou que os segundos molares irrompem seguindo um padrão de leque, com as coroas anguladas distalmente . À medida que os dentes do arco inferior entram em contato oclusal com cada molar superior irrompido e que ocorre o crescimento anterior da mandíbula, a inclinação dos dentes inferiores e a musculatura agem para ajustar os molares superiores, permitindo um assentamento em uma posição mais funcional possível.

A angulação negativa de -5º para os segundos molares foi sugerida por RICKETTS30 talvez pensando em manter essa tendência de distoangulação das coroas dos segundos molares. Os acessórios simples, sem angulação, para os segundos molares foram recomendados por VIGORITO39; HILGERS18; CAPELOZZA FILHO8; McLAUGHLIN, BENNETT e TREVISI24.

Em nosso estudo foi encontrada angulação média dos terceiros molares superiores de 5,52º (Tabela 5.7). Esse valor é estatisticamente diferente do valor encontrado por ZANELATO40 para o segundo molar superior que foi -0,24º. CARLINI e CAPELLI JR.9 relata ram que o terceiro molar superior no início de sua formação apresenta a coroa voltada para distal e essa angulação tende a diminuir à medida que ocorre maior crescimento na região da tuberosidade maxilar. ZANELATO42 escreveu que as extrações de segundos molares isolam os terceiros molares do restante do arco dentário e oferecem espaço para a irrupção, assim, os terceiros molares movem-se para anterior e irrompem em ponto de contato com o primeiro molar que foi distalizado. O espaço obtido na região posterior do arco dentário com

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