• Nenhum resultado encontrado

O mi ros ópio de força atmi a, tem se tornado uma ferramenta de grande im-

portân ia em iên ias da vida, espe ialmente no que diz respeito à investigação de

estruturas elulares om alta resolução [30℄. Tais estudos morfológi os em es alas

nanométri as, os quais eram impossíveis por meio da mi ros opia óti a devido à sua

limitada resolução já dis utida neste apítulo, agora são fa tíveis via AFM. As apli-

[31, 32, 33℄. Umavez quea apa idade de aumentoal ançado pelo AFMpode hegar

a 1.000.000.000 de vezes , molé ulasde granderelevân ia biológi a eas interações que

o orrem entre elas, podem ser observadas. Tal habilidade olo ou o AFM na lista de

ferramentas essen iais à pesquisa de proteínas [34, 35℄, monitoramento de interações

do tipore eptor-ligante[36℄,interaçõesmole ularesde adesão elular [37℄ einterações

do tipoantígeno-anti orpo[38, 39℄.

O prin ipalfator que inseriu a mi ros opia de força atmi ano rol de instrumen-

tação em pesquisas biológi as foi a possibilidade de operar em meio aquoso, ou seja,

num meio que mantém as ara terísti as quími as e físi as próprias do ambiente na-

tivo a que perten e o ente biológi o em estudo [40℄. Tais insights têm trazido à tona

onhe imentos antes ina essíveis, tornando mais pre iso o entendimento de sistemas

biológi os já onhe idos.

A primeira manipulação ontrolada de biomolé ulas foi realizada om material

genéti o (DNA), retirado de uma adeia romossmi a [41℄. Lo alizado no nú leo

das élulas eu arióti as, o DNA en ontra-se agregado à proteínas estruturais, as his-

tonas, formando as romátides (ou braços do romossomo), visíveis ao mi ros ópio

óti o somentedurante afase de divisão elular(mitose). O ál ulodo volume de ima-

gens topográ as de romossomos de plantas [42℄, insetos [43, 44℄ e humanos [45, 46℄,

adquiridas om o AFM, é útil na determiação do ariótipo destas espé ies [47℄. Na

Fig. 1.10 vemos uma imagem AFM de um romossomo isolado e depositado sobre

uma superfí iedemi a. Utilizandoomodo ontato devarreduraeaumentandoaforça

gradativamente exer ida pelo antilever sobre a amostra até aproximadamente 5nN,

foi possíveldisse ar DNA de um das romátides, omo está indi ado pelaseta bran a

(Fig. 1.11). Esta foi aprimeirareferên ia aum pro edimento de disse ação em es ala

nanométri a [48, 49℄.

Medir a força que a amostra exer e sobre o antilever , e vi e-versa, é uma práti a

orrente om o AFM. Em iên ias da vida, interações em nanoes ala são lugar o-

Figura 1.10: (A) Imagem topográ a de um romossomo humano após disse ação. (B)

Imagem de mi ros opia eletrni a da sonda utilizada na disse ação. É visível o depósito de

material biológi o naponta da sonda. Abarra dees alaindi a 1

µ

m [Retirado de Vesenka J, MosherC, S haus S, Ambrosio L,HendersonE., Biote hniques. 1995 19(2) 852 (1995)℄.

mole ulares. Com a sensibilidade que hega a dezenas de pi onewtons, o AFM pode

exe utar medidas nanome âni as ( omo elasti idade, por exemplo) em espé imes bi-

ológi os. Destas medidas, pode-se obter informações a respeito de fenmenos omo

dinâmi a elular e de proteínas. Forças entre grupos quími os espe í os e interações

de origem ovalente entre a sonda e uma superfí ie já foram testados diversas vezes .

Comoexemplodessetipode medida,poderíamos itaruma apli açãodiretaem hema-

tologia: o re onhe imento de proteínas espe í as nasuperfí ie das hemá ias.

Ogli o áli e,uma estrutura lo alizada naparte externa das élulaseu arióti as, é

ompostobasi amentepor arboidratoseproteínas(gli oproteínas). Esteenvelopeex-

ternotem várias funçõesinteressantes. Umadelas é a repulsãoentre élulas, evitando

indesejáveisadesões[50℄. Sãoasgli oproteínaspresentes nogli o áli equeagem omo

intermediáriasempro essosdere onhe imento elular[51,52,53℄. Estasinteraçõessão

mediadas por uma família de proteínas re eptoras hamadas le tinas. A le tina Helix

pomatia(HPL)liga-seespe i amenteaogli olipídiogalNAC( N-a etylgala tosamine),

presente na superfí ie de élulas vermelhas do grupo A [58℄. Na Fig. 1.11(a), vemos

uma medida do i lo de força, ou seja, aproximação-repulsão-extensão-ruptura, omo

mostrado na Fig. 1.11(b), sobre a membrana de uma hemá ia perten ente ao grupo

sanguíneo A, obtendo-se a urva de força para ainteraçãosonda-amostra. Esta urva

forne e fa ilmente a força de ruptura da ligação entre a sonda fun ionalizada e a su-

perfí ie elular.

Figura 1.11: (a) Sonda fun ionalizada om a le tina HPL presa à sua ponta. (b) Evento

de interação entre a sonda e uma élula vermelha do grupo A. Ao entrar em ontato om

a amostra, a sonda é repelida. Quando o s anner retrai-se, devido à adesão da le tina om

a élula (atração), o antilever é exionado até que a força elásti a rompe a ligaçãoentre a

le tina e asuperfí ie elular(ruptura) [Retiradode M. Grandbois,W. Dettmann, M. Benoit

and H.E. Gaub., J.Histo hem. Cyto hem. 48(5) 719 (2000)℄.

A imagem da Fig. 1.12 foi obtida om o valorda força de ruptura al ulada para

ada i lo de força numa matriz de 55x55 eventos de interação, sobre uma amostra

onde haviam élulasvermelhas de dois grupossanguíneos diferentes, A e O.

Os pontos bran os na imagem orrespondem à maior adesão, enquanto os pontos

pretos a nenhuma interação. Tal imagem de anidade (entre a sonda fun ionalizada

Figura 1.12: (a) Mapa de força de adesão entre a sonda e a amostra. Os pontos bran os

orrespondem a eventos de maior atração. Note que essas regiões demar am a existên ia

de élulas vermelhas do tipo A, omo pode ser visto na imagem topográ a em (b). Barra

de es ala 5

µ

m. [Retirado de M. Grandbois, W. Dettmann, M. Benoit and H. E. Gaub., J. Histo hem. Cyto hem. 48(5) 719(2000)℄.

Documentos relacionados