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Agir com identidade e identidade para agir Que saber profissional?

No documento Assistente social - Identidade e saber (páginas 165-200)

O rei vai nu […]

Viva quem vive

com a cabeça aperrada e dispara a bala

contra o medo apontado viva quem luta

com a cabeça ao contrário p’ra ver também

um pouco do adversário do lado contrário

[…]

Viva quem muda

sem ter medo do escuro o desconhecido

é irmão do futuro viva quem ama

com o coração aos saltos e mesmo assim vence os seus altos e baixos os seus sobressaltos

Sérgio Godinho

O grupo profissional dos assistentes sociais tem as formas identitárias que resultam do processo histórico nos contextos políticos e sociais. É modelado, inovado pelos dispositivos de formação e investigação e confirmado ou

apresentam uma certa regularidade, comum aos três países alvo do trabalho de campo nesta investigação.

No início do séc. XX foram atribuídas ao grupo profissional funções de assistência às populações desfavorecidas, empobrecidas e desprovidas de poder, constrangidas a modos de vida e valores diferentes dos que tinham, impostos pelo processo de desenvolvimento industrial. As condições de vida miseráveis de milhares de famílias acumuladas nos centros urbanos configuraram a questão social, a que os movimentos sociais deram visibilidade, a partir de que se gerou o surgimento da profissão com função reguladora e controladora dos conflitos sociais em evolução.

1 - A tensão permanente nos processos de construção identitária

No entanto, o grupo profissional, como actor colectivo mais ou menos estruturado, e as instituições de ensino que asseguravam a construção das formas identitárias iniciais foram questionando atribuições, acrescentando, retirando, rompendo com prescrições identitárias sobre o que deveria ser o assistente social. As construções identitárias resultam das transformações e rupturas, procuram unidade e coerência, mas são sempre projectos em construção que questionam, validam e recusam características identitárias e procuram sentido para as novas formas.

Os sujeitos profissionais seleccionam nas referências identitárias existentes ou virtuais, as possíveis porque dependentes das condições objectivas sociais, políticas e económicas; da formação e das interacções sociais presentes nos contextos formativos e profissionais; das referências e valores individuais e colectivos, das trajectórias e da experiência pessoal.

Essas construções que definem as formas identitárias constituem os marcos definidores para enfrentar e problematizar a actividade profissional, decidir sobre as acções e correr os riscos inevitáveis dessas decisões que se constroem sempre na tentativa de antecipar resultados nem sempre garantidos.

As identidades profissionais são construções sociais que implicam sempre a interacção entre trajectórias individuais, sistemas de formação e sistemas de emprego, sistemas de relações e de poder dentro das organizações.

Consideram-se as construções identitárias como estruturas afectivas e cognitivas activadas pelas percepções emocionais e suas memórias. As formas identitárias que seduzem mais são, certamente, as que trazem conforto psíquico, segurança, garantia de agir e resolver os problemas profissionais. São estas que

criam um clima mais favorável para as escolhas da forma identitária desejada pelo profissional que, em tensão, quer articular as referências adquiridas na formação e disciplina profissional com a sua actividade que pretende legitimada pelas populações, organizações e políticas sociais.

1.1 - Mudança social e mudança profissional – a acção profissional e o conflito social

Os processos de crises e mutações sociais influenciam as mutações profissionais, interagem e inter influenciam, mas podem ter sentidos diferentes.

A maior visibilidade e o agravamento dos problemas sociais podem ser favoráveis ao aumento do recrutamento de mais profissionais do serviço social. A crescente complexidade e multidimensionalidade dos fenómenos pode legitimar o trabalho dos assistentes sociais em campos onde antes pontuavam apenas outro tipo de profissionais, como é o caso dos sistemas de saúde, educação e judicial.

As mudanças de normas, de modelos de intervenção e mesmo da terminologia provocam uma permanente desestabilização das referências que permitiam apelar para sistemas simbólicos anteriores e por isso impõe a construção de novos sistemas. Nas situações profissionais em que os problemas estão interligados entre si, onde o meio ambiente é turbulento e o futuro indeterminado, o profissional tem que imprimir uma direcção a esse futuro. Isto pressupõe capacidades para, no momento da acção, tomar decisões a partir de combinações de abordagens múltiplas que permitam planificar um futuro desejável e encontrar os meios para que se realize.

O funcionamento da sociedade actual depende em parte significativa de profissionais do social que desenvolvem muitas das funções tradicionalmente asseguradas pelas famílias e comunidade. Mas existem tendências83 para a desprofissionalização, a burocratização, a “industrialização” dos serviços, com a proletarização e fragilização dos vínculos laborais dos profissionais que influenciam também a construção identitária.

Devido ao contexto sócio económico de racionalização das despesas públicas e da tendência crescente para a individualização da intervenção social, as lógicas que estão subjacentes à actividade profissional sofrem transformações profundas: acentua-se a procura de resultados objectivos e quantificados em

controláveis; avaliam-se graus de competência e eficácia com base em resultados que demonstrem objectivos atingidos em situações dificilmente quantificáveis e verificáveis; estabelecem-se prazos, cumprimento de etapas, em períodos de tempo limitados por projectos, enquanto os processos de mudança social e individual são longos e dependentes de condições estruturais que permanecem inalteradas.

Outro factor importante é o aumento da concorrência no mercado de trabalho, com ocupação por outros profissionais de postos de trabalho tradicionalmente ocupados por assistentes sociais, que é suportada pelo aumento da oferta de formações afins, como educação social, aconselhamento psicossocial, política social, entre outros.

A desregulação na oferta formativa em serviço social e os períodos de retracção na contratação de profissionais resultante da saturação do mercado de trabalho e dos cortes nos financiamentos para acção social, provocam desemprego ou precariedade dos empregos. Por exemplo, os financiamentos por projectos a prazo facilitam a contratação precária, com fragilização dos vínculos laborais e das condições salariais, com aumento das cargas do trabalho e sem perspectivas de continuidade na intervenção social que, por definição, não tem fim84.

KARLS (2000) refere algumas explicações para os problemas que atingem a identidade do grupo profissional nos EUA, que podem servir para interpretar a situação portuguesa, a do Brasil ou do Canadá e mesmo da Europa, com pequenos ajustamentos:

• Apesar do aumento de programas de formação, o perfil do trabalhador social muitas vezes não corresponde ao que é exigido pelo mercado de trabalho, ou o mercado de trabalho apresenta-se como espaço pouco ajustado às expectativas dos profissionais;

• Falta de precisão e incapacidade para estabelecer consensos entre os académicos e os profissionais de terreno, sobre as funções do assistentes sociais e saberes profissionais a desenvolver; isto pode mesmo significar conflitos entre os académicos e suas organizações profissionais, como observei no Canadá85. Verifica-se este mesmo tipo de

“84 «[…] o motivo pelo qual jamais poderemos prever com segurança um resultado e o fim de

qualquer acção é simplesmente porque a acção não tem fim.» (ARENDT, 1987: 245)

85 Numa reunião de professores universitários onde foi discutido um referencial de competências

apresentado pela Ordem, foi evidente o debate entre as diferentes posições e até os conflitos previsíveis entre Ordem e Universidades.

conflito com alguma regularidade entre docentes das escolas e os profissionais de locais de estágio. Essa dificuldade de consensos pode observar-se mesmo entre os próprios estabelecimentos de formação, como acontece em Portugal devido às dificuldades na consolidação da RNES86. A lógica da competição parece mais forte que a da cooperação, numa fase em que as alterações provocadas pelo processo de Bolonha exigiriam estratégias comuns para enfrentar a mudança e a valorização e consolidação da disciplina profissional;

• Alguma confusão provocada pelo ponto anterior gera ainda dificuldade e tensão para os diplomados definirem o seu papel na divisão social do trabalho;

• Outros novos grupos apropriam-se de papéis tradicionalmente assumidos pelos assistentes sociais como psicólogos, sociólogos, antropólogos. Existe também um renovado interesse por parte de profissões tradicionais como médicos, advogados, enfermeiros, pelo exercício de funções que antes eram reservadas aos assistentes sociais. Mas quando se deparam com problemas que ultrapassam as funções específicas do seu grupo profissional87 não hesitam em afirmar que não são “assistentes sociais”88;

• Redução de assistentes sociais em alguns campos de prática que foram fundadores da profissão e da sua identidade. Em Portugal, por exemplo, as empresas foram um campo de trabalho importante e deixaram de o ser, enquanto que outros em potencial crescimento ainda não se confirmaram, como é o exemplo da educação;

• A profissionalização que se apoia numa base forte nas ciências humanas e sociais pode dar menor importância à formação ética, política e ideológica, e perder-se a atitude de implicação, a formação de sensibilidade social, que se consideram necessárias para quem trabalha no seio de interacções humanas e sociais;

86 Rede Nacional de Escolas de Serviço Social formada em 2000.

87 Quando acompanhava uma profissional numa diligência junto de um serviço de segurança social,

os profissionais presentes no serviço, a quem ela falou das razões da minha presença junto dela, valorizaram o trabalho da investigação, referindo que era necessário perceber o que se fazia na actividade. Uma afirmava: nós tratamos do “lixo” que os outros profissionais não querem “ a criança tem dificuldade na escola, a professora manda para o assistente social, o idoso doente não tem família quando sai do hospital, o médico manda para a assistente social!

• Numa época de crise dos Estados de Bem-Estar e em que estão a ser adoptadas políticas neoliberais conservadoras, tanto nos países mais ricos onde o estado de bem estar se desenvolveu, como nos países mais pobres, onde os estados de bem-estar nunca chegaram a ser implementados, a acção dos assistentes sociais é muitas vezes considerada negativa por se lhe atribuir o favorecimento da dependência dos indivíduos, o estimulo à não adesão ao trabalho como fonte de obtenção de rendimentos. É interessante, por exemplo, andar nos transportes públicos em Portugal e ouvir as opiniões da população relativamente à atribuição do Rendimento Social Inserção, ou analisar os dados de informação europeus sobre as representações sociais dos portugueses relativamente à pobreza, que continua a ser olhada como um problema provocado pela preguiça e por factores de ordem individual.

Num período de crise do estado social, quando se aplicam políticas neoliberais em todos os países, a actividade dos assistentes sociais pode ser considerada por alguns sectores da sociedade como inútil e mesmo controversa, por introduzir factores que podem alterar o funcionamento normal e concorrencial do mercado de trabalho, provocar a desresponsabilização das famílias e comunidades sobre os seus problemas, apoiar grupos de populações improdutivas e indesejáveis.

1.2 – Contextos de actividade profissional e as relações em tensão

Existem factores de tensão relacionados com os contextos de actividade tais como: a maior ou menor legitimação social das políticas que aplicam; o maior ou menor grau de autonomia nas interacções no interior de uma trama social complexa; os graus de poder real explícito ou “escondido” de que dispõem nas relações de poder, dentro e fora das instituições, relativamente aos sentidos da acção, e o uso dos recursos que mobilizam e precisam para a sua actividade.

O profissional convive com motivações, interesses, necessidades, expectativas e lógicas de acção que podem completar-se ou confluir, sobrepor-se ou opor-se nas relações sociais presentes na intervenção. Foram significativas as experiências do trabalho de campo sobre as reacções das populações à instalação de um centro de apoio a mulheres dependentes de álcool, cujo projecto de instalação inicial teve que ser alterado devido à reacção negativa da comunidade envolvente.

As reacções da comunidade à recuperação de habitação de famílias de grupos desfavorecidos cujos comportamentos são avaliados como não meritórios; as dificuldades de integração de crianças e jovens com dificuldades nas escolas; ainda que menos esperado, a reacção de uma população de um determinado território residencial, que se mobilizou para que um lar de idosos fosse encerrado, porque a presença frequente de carros funerários e imagem de idosos com limitações e dependências foi considerada deprimente por pessoas da vizinhança, são algumas situações paradoxais que se qpesentam ao profissional no dia a dia.

Um lar de idosos incomoda a comunidade! Falta um profissional de serviço social

A explicação de uma assistente social que trabalhava no âmbito do desenvolvimento local sobre esta reacção por parte da população ao lar de idosos é reveladora das representações sobre as características identitárias dos assistentes sociais.

Ela informou que o referido lar era dirigido por uma pessoa sem formação para o efeito e que não desenvolvia actividades que ela considerava serem atribuições de um assistente social. No seu entender o que deveria ser feito era: estabelecer a mediação entre o serviço, a comunidade e outros agentes e sistemas sociais, como a família; valorizar as capacidades dos idosos, por mais reduzidas e limitadas que fossem, desenvolvendo actividades enriquecedoras do seu envelhecimento; melhorar o tipo de serviços prestados com implicação dos idosos na gestão. Contribuiria desta maneira para que a comunidade envolvente se sentisse orgulhosa por ter próximo um serviço de qualidade em que poderia colaborar, atenuando a imagem de exclusão, solidão e carência dos idosos.

Assistente social Judite

São públicas as questões relacionadas com as dúvidas sobre os critérios aplicados nas situações concretas para atribuição do RSI, que substitui o RMG (a mudança de denominação já é significativa), do subsídio de desemprego, ou ainda as movimentações para rejeitar o alojamento social de famílias de etnia cigana.

Outra tensão permanente é a situação paradoxal vivida pelos profissionais no quotidiano numa dualidade permanente «de estar entre dois», num contexto de crise e mutações sociais, como bem afirma Autès (1999).

Esta dualidade permanente é uma marca estruturante e manifesta-se nos diferentes aspectos da actividade profissional: entre as finalidades das políticas, das instituições que as aplicam e das populações que são abrangidas89; entre as competências atribuídas por instituições e políticas e as que são desejadas pelos profissionais; entre as diferentes dimensões dos papéis que assumem e sua especificidade no confronto inter profissional; entre as margens de manobra para a acção quotidiana abertas nas instituições e as regulações do campo da política social; entre um estatuto que pode ser desvalorizado pelo tipo de intervenção social que executa junto de populações frágeis e vulneráveis, e o seu poder real, mesmo que seja um micro poder, junto dessas populações; entre os saberes necessários provenientes das ciências sociais e a imposições do senso comum presentes em toda a acção humana; entre as suas perspectivas de evolução social e a força das determinações sociais e estruturas sociais sempre presente; entre os recursos escassos disponíveis para a resolução dos problemas e a sua racionalização e a amplitude das carências a que precisam responder; entre o tempo limitado e prescrito e as dinâmicas imprevisíveis dos processos sociais.

1.3 – Conhecimento e possibilidade do agir - a tensão entre o saber e o poder

Uma das fontes de tensão permanente é o confronto entre as formas identitárias de referência propostas pela formação e as existentes nos campos de prática com os saberes a elas associado: o saber teórico, mais valorizado, e o saber de acção, normalmente com estatuto menos reconhecido.

É exemplo desta tensão o processo de reconhecimento da disciplina profissional, bem como os processos de institucionalização da formação pós- graduada em Portugal e na Europa. O grau de mestre só foi reconhecido em 1995 e o de doutor em 2003, apesar de a formação profissional estar instalada desde os anos trinta do século passado e ser durante muito tempo um dos poucos espaços de formação superior que em Portugal utilizava os contributos das ciências sociais.

89 Esta dualidade pode mesmo apresentar dilemas éticos como refere PEMAN (2004) porque as

As referências identitárias são desestabilizadas pela complexidade, dimensão e inter penetração dos problemas, que aumentam e são visíveis em contextos sociais turbulentos, onde o futuro é difícil de prever. Mudam as normas e os modelos de intervenção, mudam os conceitos e a interpretação dos problemas que se sucedem na medida em que o conhecimento sobre o social avança.

Os profissionais confrontam-se com a pertinência do seu saber diante da grandeza dos problemas e acham-no sempre insuficiente para uma prática que se exerce na complexidade das relações sociais, na instabilidade, na particularidade e no conflito de valores. Os sentimentos de ignorância e a fragilidade das teorias para ajudar a acção estão sempre presentes e os espaços de reflexão e crítica sobre a acção profissional são reduzidos.

Confrontam-se igualmente com o facto de a sua actividade profissional se desenvolver ao sabor das políticas sociais, com reduzida possibilidade de influenciar mudanças sociais significativas. As mudanças possíveis dependem das relações de força estabelecidas, da capacidade dos movimentos sociais para influenciarem o rumo das histórias individuais e colectivas, das possibilidades de acção colectiva das populações e dos seus níveis de consciência individual e colectiva sobre a origem dos problemas, sobre a interpretação dos factores causais e sua valorização.

A actividade profissional está sujeita a erros e à ineficácia, como toda a acção humana. É contingente e está sujeita a erros que podem ocorrer devido a fragilidade das teorias baseadas nos saberes abstractos; rotinas sem adaptação e avaliação reflexiva e crítica da acção profissional; prescrições seguidas rigidamente sem capacidade de autonomia para as ultrapassar; procura de benefícios próprios sem ter em conta as populações que deveriam ser abrangidas pelos serviços; desvios que ocorrem por falta de recursos para o exercício da profissão, com manifestas fragilidades na criatividade e inovação para encontrar recursos ou ultrapassar dificuldades e constrangimentos.

Mas no momento da acção, o profissional, apesar desta desestabilização e das incertezas, tem que escolher e definir estratégias, tomar decisões a partir de combinações múltiplas e lógicas diversas e efectuar procedimentos. É necessário planificar um futuro desejável e possível, encontrar os recursos para o realizar mas ao mesmo tempo agir na urgência, ajudar as pessoas em dificuldade, apesar

Uma outra fonte de tensão está ligada a uma outra referência identitária muito importante: a relação de ajuda de proximidade junto da população.

Os profissionais exercem a actividade no seio de políticas e instituições com finalidades estabelecidas e recursos socialmente atribuídos. Podem intervir sobre alguns factores geradores de vulnerabilidades, mas a sua acção é sempre convocada pelas consequências dos problemas sociais e não tem geralmente poder para agir directamente sobre as condições estruturais sociais, económicas, políticas e culturais que geram a exclusão, a pobreza, da doença e o sofrimento.

A função social de ajuda dos assistentes sociais é minimizada pelo facto de uma parte importante do seu trabalho se dirigir para os extractos populacionais com menos voz e influência nos grupos de pressão política e na sociedade, os que são “economicamente inúteis”, com pouco peso relativo na produção de riqueza ou no consumo, que ainda por cima dependem da ajuda sócia.

São os “vencidos” num contexto de individualismo negativo CASTELS (1995), os excedentários ou “descartáveis” cujas expectativas de inserção são reduzidas porque não adquiriram, perderam ou nunca tiveram recursos para se integrarem nele, ou, se estão inseridos, permanecem nas franjas do mercado de trabalho, onde são facilmente substituíveis por outros, igualmente pouco qualificados, ou pela automatização tecnológica; as suas vinculações sociais constituem-se com laços sociais fragilizados ou em ruptura; os seus recursos simbólicos são pouco valorizados ou mesmo recusados e ignorados.

Esta minimização da função dos assistentes sociais como reconhecia CASTRO (1988), resultará também de uma má consciência empurrada para o subconsciente colectivo para ignorar a pobreza e o sofrimento, o lado mais ou menos escondido da carência, do mal-estar, da anomia, da marginalidade, da

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