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Agregação protéi a e proteinopatias

Certas doenças, onhe idas omo proteinopatias, surgem naespé ie humana omo on-

sequên ia de falhas durante o pro esso de enovelamento de algumas proteínas. As mais

onhe idas são os males de Parkinson (Alfa-sinu leina) [34℄, Alzheimer (asso iado à pro-

teína

)[35℄,Huntington(Huntingtina)[36℄,Creutzfeld-Ja kob(Príons)[37℄eaDiabetes dotipoII(Amilina)[83℄,Figura(4.8). Invariavelmenteessasfalhaslevam,porme anismos

aindamal ompreendidos 2

,àformaçãodeagregadosbrilaresamilóides,ri osemtasbeta,

altamenteestruturados e resistentes à desnaturação [33℄. Taisagregados a umulam-seem

te idos vivos,dani ando-os e podendo levaro indivíduo àmorte.

2

A redita-se,emborasemum onsenso,queaformaçãodeagregadosamorfosapósodesenovelamento

par ialdeproteínastenhapapel entralnestepro esso. No asodasPríons,sabe-sequeasestruturasem

Figura 4.8: Proteínas envolvidas na formação de agregados. Superior à esquerda: Alfa-

Sinu leina, asso iada ao mal de Parkinson. Superior à direita: Amilina, uja formação

de agregados o orre na Diabetes do Tipo II. Inferior à esquerda: proteína pre ursora do

Amiloide-Beta

(Aβ) ,

agregados de

o asionam o mal de Alzheimer. Inferior à direita: domínio Sr SH3, asso iado à transdução de sinais, não patológi a. Adaptado do protein

data bank (PDB).

Ainda no ontexto da formação de brilas protéi as, observa-se também que outros

peptídeos, omoosdomíniosSr SH3[33,47℄,podemdarorigemaagregadossemo asionar

proteinopatias. Curiosamente, ontrárioao asodasPríonsquesãori asemhéli esalfa,os

domínios Sr SH3 possuem majoritariamente estruturas se undárias do tipo folhas beta.

Essas onstatações indi am que em ertas ondições há poten ialidade agrega ional em

diversas proteínas, respeitadas assuas propensões espe í as.

Assim, aformaçãodebrilasamilóidespare eser umme anismogenéri odeagregação

em que proteínas desestabilizadas são guiadas pelas interações hidrofóbi as. Entretanto,

esse me anismo requer algum ingrediente extra, ne essário ao alinhamento ordenado de

folhasbetaparaformarestruturasbeta ruzadas omonaFigura(4.9). Nainativaçãodesse

hipotéti o me anismo observaríamos apenas agregados amorfos om elevado onteúdo de

Figura 4.9: Modelo de brilas amilóides,ri as emformações de tas beta omo as héli es

beta- ruzadas, quepossuemaltaresistên ia à desnaturação, [32℄.

Adi ionalmente, a inter onversão de agregados amorfos em brilas amilóides estrutu-

radas [73℄ aponta para um me anismo de rearranjo de tas beta. Nesse aso, diversos

estágiosde desnaturações par iais,emdiferentes níveisde intensidade, tomariamparte no

pro esso. Ainda, a formação de brilas poderia o orrer omo um lento pro esso de nu le-

ação, seguido de uma fase de montagem doagregado, emque a nu leação desempenharia

papelessen ial [32℄. Ao ontrário do queo orreno pro esso de enovelamento,asso iado à

interaçãoter iáriaentre adeiaslaterais,ofenmenodeagregaçãoestarialigadoàinteração

entre as adeiasproteí as prin ipais(ba kbones),enquanto as adeiaslateraisatuariamde

formaantagni a(prevenindo a agregação).

Existem também evidên ias res entes [32, 33℄ de que adeias desenoveladas não são

aleatoriamenteestruturadas. Ao ontrário,elaspoderiamser entendidas omosistemasre-

lativamenterígidosemrazão das interaçõeslo ais entre suas adeias lateraiseaprin ipal.

Também aestruturatopológi adestas adeiaspare eestar odi adapelas propensõeses-

truturaisde adaaminoá idonasequên iaprimária. Poristomesmoosestadosaltamente

desenovelados aindapossuiriamuma topologia residualsimplese sua geometria seriade-

nida pelo aráterhidrofóbi o-hidrofíli odos gruposlo aisde resíduos. Ainda que adeias

desenoveladas sejamapenas estadostransientes, seu omportamentoé ru ial para oeno-

velamentoeaagregação ( omonu leadores)protéi os, onformeesquematizadonaFigura

Figura 4.10: Representação esquemáti a dos possíveis estados onforma ionaisassumidos

por adeiaspeptídi as esuas inter onversões usuais. Adaptado daRef. [32℄.

Príons

A palavra príon vem do a rónimo de PRoteiná io, Infe ioso e do axo ON em

analogia ao termo virion. Príons são agregados supramole ulares a elulares [38, 39, 40℄,

ompostos por proteínas (

P rP

sc

) om apa idade de modi ar outros indivíduossadios

(

P rP

C

),tornando-os ópiasdesi. Nesse pro esso, porçõesde estruturasdotipohéli esão

reenoveladas em folhas beta, pro esso este que induz profundas mudanças físi o-quími as

naproteína infe tada[40℄.

Uma príon não possui á ido nu lei o (DNA ou RNA), sendo o úni o tipo de protei-

nopatia onhe ido apaz de ontagiar diretamente outros organismos e saltar barreiras

interespe í as. São onhe idos treze tiposde príons, dos quais três ata amfungos e dez

Figura 4.11: Congurações assumidas por Príons: a forma usual

P rP

C

representada por

(A); e a patogêni a

P rP

sc

asso iada aos males de Creutzfeld-Ja kob e à En efalopaia

Espongiforme ilustradaem(B).

dorasdeváriasdoenças, omoaen efalopatiaespongiformebovina,vulgarmente onhe ida

omo doença dava a lou a,e adoença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) [37℄.

Todas as doenças ausadas por príons afetam a estrutura do érebro ou dos te idos

neurais, não possuem ura e são sempre fatais. Normalmente as príons elulares

P rP

C

protegemosneurniosdamorteeestãoenvolvidasnome anismodediferen iaçãoneuronal

[39℄. Por isso inexistem defesas imunológi as naturais apazes de eliminar suas variantes

patogêni as.

Enfermidades prini as, sejaem animaisou emhumanos, diferen iam-senotadamente

por suas variações notempo de in ubação, distribuiçãoespa ial das lesõese poten ial in-

fe ioso. Invariavelmenteelas ausamaglomeradostóxi osno érebro,formandoestruturas

denominadas pla as amilóides. A redita-se que a ompreensão da formação destas estru-

turaspossa identi arme anismos opera ionaisuniversais. Se estefor o aso, ampliar-se-á

in lusiveo entendimento de outras amiloidosesneurodegenerativas omo os malesde Par-

kinson [34℄ede Alzheimer[35℄. Oquepoderáabrir aminhoaumagrande lasse denovas

terapias.

Noque on erneàspe uliaridadesdasen efalopatiasespongiformesprini as,a redita-

se atualmente [32, 33, 39, 40℄ que, diferentemente das demais proteinopatias, as

P rP

sc

permaneçam infe tantes mesmo quando par ialmentedesnaturadas 3

. Esta visão en ontra

suporte em estudos envolvendo mutagênese, os quais eviden iam que modi ações na es-

tabilidadeprotéi a das

P rP

sc

não afetam diretamente sua tendên ia em produzir brilas

[33℄. Embora em PHs siológi osas

P rP

C

pareçam desenovelar-se mediante me anismos

de dois estágios,ouseja, sem apresença de estados intermediários,emPH á idoo mesmo

pro esso revela estados intermediários ri os em estruturas beta. Conje tura-se que estes

estados intermediários sejam os responsáveis termodinâmi os pela formação das

P rP

sc

[33℄.

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