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Agrupando as Casas

No documento Howard Sasportas - As Doze Casas (páginas 99-132)

AGRUPANDO AS CASAS

Procure elementos mensuráveis entre seus fenômenos e depois procure relações entre essas medidas.

Alfred North Whitehead (Science and the Modern World) As doze casas podem ser subdivididas e classificadas sob vários títulos. O conhecimento desses agrupamentos enriquece um entendimento do significado de cada casa e a maneira como uma casa ou esfera de vida se relaciona com outra.

Hemisférios e Quadrantes

A linha do horizonte divide o mapa num hemisfério superior (sul) e num hemisfério inferior (norte). As casas que se localizam abaixo do horizonte (da 1ª à 6ª) estão mais diretamente ligadas ao desenvolvimento do indivíduo, à identidade separada e aos requisitos básicos que a pessoa precisa para viver. São conhecidas como as casas pessoais.

As casas que ficam acima do horizonte (da 7ª à 122) focalizam a conexão de um indivíduo com outros num nível íntimo de pessoa para pessoa, em termos de sociedade como um todo e com relação ao resto da criação. São conhecidas como as casas coletivas (veja Figura 5).

O eixo do meridiano cruza a linha do horizonte, cortando o horizonte ao meio e gerando outra divisão na roda das casas, os quatro quadrantes (veja Figura 6).

No Quadrante I (casas 1ª à 32) o indivíduo começa a tomar forma como entidade distinta. Um sentido de identidade separada forma-se através da diferenciação do self (1ª Casa), corpo e substância (2ª Casa) e mente (3ª Casa), saído da matriz universal de vida.

No Quadrante II (casas 4ª à 6ª) o crescimento envolve ulterior expressão e aprimoramento do self diferenciado. Na 4ª Casa formada pela educação familiar e pelas heranças ancestrais, o indivíduo molda um sentido mais convincente de sua própria identidade. Tendo isso como medida e base, o Eu tenta se externar na 5ª Casa e, mais tarde, especificar, aprimorar e aperfeiçoar sua natureza particular, suas competências e capacidades (6ª Casa).

No Quadrante III (casas 7ª à 9ª) o indivíduo expande o conhecimento através de relacionamentos com outras pessoas. Na 7ª Casa existe um encontro íntimo entre a realidade de uma pessoa e a realidade de outra. A 8ª Casa descreve a queda do ego-identidade individual através do processo de união com o outro. A conseqüente amplificação, um novo despertar e um novo visual do self é mostrado pela 9ª Casa.

No Quadrante IV (casas 10ª à 12ª) a principal preocupação é expandir ou transcender as fronteiras do self para incluir não só um outro, mas muitos outros. O papel de uma pessoa na sociedade é descrito pela 10ª Casa; várias formas de conscientização grupai são exploradas na 115 e uma identidade espiritual do indivíduo, seu relacionamento daquilo que é maior mas que, no entanto, inclui o self, é explorado na 12ª.

Uma vez que o agrupamento de casas em quadrantes faz sentido em termos de limites lógicos criados pelo cruzamento do horizonte com o meridiano, é possível subdividir a roda de mais de uma maneira (veja Figura 7). Nas casas 1ª à 4ª, o indivíduo nasce e se torna consciente de sua própria existência, corpo, mente, ambiente e sentimentos. Esta fase estabelece um sentido de "eu aqui dentro". As casas 55 à 89 descrevem a vontade de exprimir e compartilhar o self autônomo com os outros: "eu aqui dentro" encontro "os outros lá fora". Nas casas 9ª à 12ª, a proposta é integração, não só com alguns poucos mas com a sociedade inteira e com o todo maior do qual fazemos parte: o desenvolvimento da realidade do "nós aqui dentro". Nesta classificação, cada fase começa com a faísca e a inspiração de uma casa de Fogo (1ª, 5ª e 9ª) indicando o nascimento de um novo nível de ser; e cada fase termina com uma casa de Água (4ª, 8ª e 12ª), descrevendo a dissolução, assimilação e transição que leva ao estágio seguinte.

Angular, Sucedente e Cadente

As casas, tradicionalmente, são classificadas como sendo angulares, sucedentes ou cadentes.

Casas Angulares (Figura 8)

No sistema quadrante de divisão de casas, as casas angulares são as que ficam imediatamente após os quatro ângulos: a 1ª Casa começa com o Ascendente, a 4ª Casa com o Fundo-do-Céu, a 7ª com o Descendente e a

10ª com o Meio-do-Céu. No zodíaco natural, as casas angulares correspondem aos signos cardeais de Áries (equinócio da primavera), de Câncer (solstício de verão), de Libra (equinócio de outono) e de Capricórnio (solstício de inverno).* Os signos cardeais geram e desencadeiam novas energias. Do mesmo modo, as casas angulares nos estimulam para a ação e representam quatro áreas básicas de vida que têm forte impacto em nossa individualidade: identidade pessoal (1ª Casa), o lar e o ambiente familiar (4ª Casa), relacionamentos pessoais (7ª Casa) e a carreira (10ª Casa).

Os signos da cruz cardeal quadram ou se opõem figurativamente uns aos outros. Do mesmo modo, as quatro casas angulares representam quatro esferas da vida que estão potencialmente em conflito uma com a outra.

FIG. 8

CASAS ANGULARES ATIVANDO E GERANDO ENERGIA

A compreensão dos paradoxos e dos dilemas apresentados pelas diferentes casas angulares vai ajudar na interpretação de possíveis quadraturas e oposições que os planetas podem fazer uns aos outros nestas casas.*

A oposição da 1ª à 7ª

Alguma condição de identidade e liberdade pessoal (1ª) tem de ser sacrificada para funcionar num relacionamento (7ª). Uma oposição entre essas

* Quadratura é um angulo de 90° entre dois planetas. Oposição é um ângulo de 180°. Um planeta na 1ª Casa pode ou não estar oposto a um planeta na 7ª. No entanto, se estão em oposição aparece uma tensão entre estas duas áreas de vida. Mesmo que não formem um aspecto de oposição, a resistência de uma casa pela casa oposta ainda assim pode representar um problema. O mesmo se aplica a planetas nestas casas que, figurativamente falando, quadram um com outro.

duas casas mostra o clássico dilema da vontade versus o amor; quanto de nossa individualidade mantemos e quanto ajustamos àquilo que os outros necessitam ou requerem. Existe o temor de que, se nos ajustamos demais, perdemos nossa própria identidade separada mas, inversamente, se somos por demais centrados em nós mesmos e exigentes, os outros não nos amarão.

A oposição da 4ª à 10ª

Há aqui um possível conflito entre ficar em casa e participar da união da família (45) versus ficar longe da família a fim de seguir carreira (10ª). O homem coberto pelas responsabilidades de uma carreira não tem tempo para estar com a família ou poucos momentos tem para refletir sobre o significado mais profundo da vida. A mulher com oposições entre estas duas casas pode ver-se dividida entre o desejo de ter uma profissão e seu papel como esposa e mãe. A criança em nós (4ª) poderia entrar em conflito com o comportamento de adulto, esperado na vida profissional (10ª). O homem de negócios, por exemplo, vê-se impedido a dar um xeque-mate na frente do cliente quando a negociação pode falhar no último momento.

Nosso condicionamento infantil (42) influencia a nossa função mais tarde, na sociedade (10ª). E possível que tenhamos sido tão difamados quando crianças que julgamos não ter nada para oferecer à sociedade? Ou somos a criança rejeitada, determinada a mostrar a todos o nosso próprio valor no mundo? Fomos tão mimados e protegidos por nossos pais que nos falta retaguarda ou ímpeto para nos aventurar fora do lar? Essas saídas podem aparecer quando há oposições entre planetas na 4ª e na 10ª casas.

A quadratura da 1ª-4ª

Nascemos como indivíduos separados e únicos (1ª), porém em que grau a vida no lar (4ª) sustenta ou reprime nossa individualidade florescente? Tive oportunidade de analisar o mapa de um jovem com Júpiter em Leão na 1ª quadratura com Netuno em Escorpião na 4ª. Sua espontaneidade e entusiasmo naturais (Júpiter na 1ª Casa) tinham de ser contidos a fim de não perturbar um pai doente (Netuno na 4ª). Podemos querer ser independentes e livres (1ª), mas pressões morais para que fiquemos com o que é seguro e já conhecido nos inibem (4ª).

A quadratura da 4ª-7ª

Nas quadraturas entre a 4ª e a 1ª casas, existe a probabilidade de projetar "assuntos não-resolvidos" sobre um dos pais (geralmente o pai) ou sobre o parceiro. Padrões estabelecidos no começo da vida (45) muitas vezes obscurecem nossa habilidade de ver claramente outras pessoas (7ª). Problemas em estabelecer um lar (4ª) com um parceiro (7ª) podem manifestar-se

quando planetas nestas casas estão em quadratura entre si. A capacidade de ser objetivo e justo com outros sofre a interferência de necessidades e de complexos infantis.

A quadratura da 7ª-10ª

Os conflitos podem aparecer entre a carreira (10ª Casa) e o relacionamento (7ª Casa). Se estivermos muito ocupados seguindo uma carreira, poderemos ter menos tempo para relacionamentos últimos. Nossa atração por um parceiro (75) pode ser contingente do nosso status no mundo (10ª) ou o parceiro pode ser visto como aquele que melhora nossa posição social. E possível que problemas com nossa mãe façam com que não vejamos claramente o nosso parceiro.

A quadratura da 1ª-10ª

A autodisciplina é necessária para desenvolver uma carreira (10ª Casa), e invariavelmente isso limita nossa liberdade e espontaneidade pessoal (lª). Aquilo que a sociedade aprova e acha válido (10ª) pode impor restrições ao que somos naturalmente inclinados a fazer (1ª). Algo que a mãe representa (10ª) pode inibir a expressão do planeta que se encontra na 1ª Casa. Um homem com Vênus em Leão na 1ª quadratura com a Lua em Touro na 10ªesforça-se por ser artista (Vênus em Leão na 1ª); sua mãe, no entanto, insiste para que ele escolha uma carreira mais prática (Lua em Touro na 10ª). Muitas vezes, somos classificados somente pelo que fazemos no mundo (10ª), em vez de o ser por outras qualidades que possamos ter (1ª).

Casas Sucedentes (Figura 9)

As forças colocadas em movimento nas casas angulares são concentradas, adornadas, utilizadas e desenvolvidas mais tarde nas casas sucedentes, a 2ª, a 5ª, a 8ª e a 11ª. Estas casas são naturalmente associadas aos signos fixos de Touro, Leão, Escorpião e Aquário que consolidam a energia que gera os signos cardeais. A 2ª Casa sucedente adiciona substância à identidade pessoal (1ª), definindo nossas posses, recursos, condições e limites. Na 5ª Casa sucedente nos afirmamos e reforçamos o sentido do "Eu" purificado da 4ª angular exprimindo quem somos e impressionando aos outros. Na atividade de relacionamento com os outros (7ª Casa angular), aumentamos nossos recursos e nos aprofundamos mais em nós mesmos (85 sucedente). Participando da manutenção e funcionamento da sociedade (10ª angular), ampliamos o conhecimento sobre nós mesmos como seres sociais e formamos a base para expandir nosso sentido de identidade, o que nos leva a englobar maiores e mais livres limitações (11ªsucedente).

FIG. 9

CASAS SUCEDENTES Estabilizando e Concretizando

Energia

Como as casas angulares, as quatro casas sucedentes representam esferas da vida potencialmente em conflito umas com as outras.

A oposição 2ª-8ª

Os conflitos aparecem entre aquilo que a pessoa possui e vale versus aquilo de que outra pessoa gosta. A 2ª Casa preserva e mantém as formas. A 8ª Casa derruba tudo para dar lugar a algo novo. Sacrificamos nossas limitações (2ª) para entrar completamente em outras (8ª). A 2ª Casa vê o valor de alguma coisa, enquanto a 8ª olha por baixo numa tentativa de encontrar significados ocultos. A 2ª Casa tende a satisfazer os apetites e as necessidades corporais, enquanto a 8ª tenta ganhar domínio sobre os processos instintivos.

A oposição 5ª-11ª

Na 5ª Casa criamos para nossa própria satisfação pessoal, tal como decorar nossa própria papelaria. Na 11ª devotamos nossa energia a algo maior que nós, tal como desenhar um poster para promover uma conferência para um grupo ao qual eventualmente pertençamos. Outro tema refere-se à nossa vontade de gerar uma criança ou uma obra artística (5ª) no mundo (11ª). Pode manifestar-se um dilema entre "aquilo que eu quero fazer" e o

consenso do grupo do qual eu faço parte. Peço a eles que estejam de acordo comigo (5ª) ou aceito a opinião do grupo (11ª)?

A quadratura 2ª-5ª

Os conflitos podem ser tumultuados se os planetas na 2ª Casa estiverem em quadratura com os da 5ª. A necessidade de segurança e de uma entrada regular de dinheiro (2ª Casa), pode interferir com um tempo maior dedicado a atividades mais criativas e de recreação (5ª Casa). Inversamente, o esforçado artista ou o folgado ator (5ª) sofre muitas vezes com a falta de uma entrada de dinheiro estável (2ª). Algumas pessoas com quadraturas entre a 2ª e a 5ª derivam sua sensação de poder, valor e importância (5ª) somente através do que têm e possuem (2ª). Crianças (5ª) podem ser tratadas como posses (2ª) ou vividas como um escoadouro de recursos.

A quadratura 5ª-8ª

Na 5ª Casa gostamos de ser vistos como pessoas brilhantes, positivas, criativas e especiais. O valor é colocado nas coisas que aumentam a alegria e a dignidade da vida. A 8ª Casa descreve os elementos mais sombrios, intensos e destrutivos ocultos na personalidade. Se tivermos essas duas casas acentuadas poderemos nos ver engajados numa cruel batalha entre forças de luz e de sombra na psique. Os tipos de crises associados à 8ª Casa podem momentaneamente romper a espontaneidade e entusiasmos de vida da 5ª Casa. Em vez de acharmos que tomamos conta de nossas vidas (5ª), podemos ser dirigidos por complexos inconscientes (8ª) a agir de formas sobre as quais tenhamos pouco controle. Uma conquista sexual poderia ser usada para afirmação de nossa auto-importância. Quadraturas entre a 5e e a 8ª casas podem eventualmente manifestar-se em conflitos intensos com suas crianças. A criatividade pessoal (5ª) é associada com tensão emocional e frustração (8ª). Do lado positivo, períodos de renovação e higiene psicológica (8ª) libertam a força da vida para se expressar com mais pureza (5ª). A expressão criativa (5ª) pode ser um meio de aclarar as coisas de um sistema (8ª). Excessos destrutivos (8ª) podem ser romanceados (5ª), como no caso do torturado poeta francês Arthur Rimbaud, que tinha Saturno na 8ªem quadratura com Netuno na 5ª.

A quadratura 8ª-11ª

A 11ª Casa pode ter a visão de uma sociedade melhor, mas será que levou em consideração complexos muitos arraigados (8ª), em pessoas que não têm habilidade para se relacionar com outras de forma franca e objetiva? A criança zangada e carente que há em nós (8ª) pode fazer grandes estragos em nossos relacionamentos com amigos ou grupos (11ª). O reformador

social com quadratura entre a 11ª e a 8ª pode ser despedido com tal convicção que quaisquer meios justificam a realização dos seus fins. Influências sexuais ocultas (8ª) podem introduzir-se numa amizade (11ª). Por fim, emoções muito fortes podem inibir a facilidade com que nos relacionamos com uma unidade maior da sociedade. É possível que apareçam conflitos entre nossos ideais humanitários, políticos e sociais (11ª) e os ideais de nosso parceiro (8ª).

A quadratura 11ª-2ª

A 11ª Casa pode propor idéias liberais, tais como distribuição eqüitativa de bens, mas a 2ª Casa deseja ter as coisas pessoalmente e contradiz isso. A 2ª Casa precisa estabelecer fronteiras individuais certas, que entram em conflito com a ansiedade da 11ª Casa por um maior número de sócios no grupo. O idealismo da 11ª Casa não está sintonizado com a Terra, a Terra da 2ª Casa. Problemas tendem a resultar de negócios financeiros (2ª) com amigos (11ª). É possível que fiquemos extremamente empenhados (2ª) na realização de certas metas e objetivos (11ª); para isso empregaremos energia em excesso, visando sua obtenção, e tendemos a nos fixar em demasia (2ª) a estas idéias (11ª). Pensando mais positivamente, pode haver um senso prático e alguma habilidade (2ª) para realizar estas esperanças e estes desejos (11ª).

CASAS CADENTES

As Casas Cadentes (Figura 10)

As casas cadentes (3ª, 6ª, 9ª e 12ª) são associadas com os signos mutáveis de Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes. Enquanto as casas angulares geram energia e as casas sucedentes concentram a energia, as casas cadentes distribuem e reorganizam a energia. Em cada casa cadente, nos reconsideramos, reajustamos ou reorientamos com base naquilo que vivenciamos anteriormente na casa sucedente anterior. Na 3ª Casa cadente, aprendemos mais sobre quem somos comparando e contrastando-nos com aqueles que nos cercam. À medida que as capacidades mentais se desenvolvem, entramos num mundo além dos sentidos corporais e das necessidades biológicas (2ª Casa). A 6ª Casa cadente reflete o bom ou mau uso da emanação da energia da 5ª e se ajusta de acordo com ela. As explorações interpessoais e as lutas da 8ª conduzem a reflexões da 9ª Casa em leis mais profundas e processos que governam a existência e as regras que nos emaranham. A perspectiva do ego individual já mexido pela experiência da 11ª Casa de fazer parte de um grupo ou de um sistema maior, finalmente na 12ª cadente tomba de sua posição como rei da montanha.

As casas cadentes muitas vezes têm sido descritas como fracas ou insubstanciais, mas a pesquisa feita pelo casal Gauquelin sugere que posicionamentos nestas casas são mais fortes do que se acreditava antigamente. Michel Gauquelin e sua mulher Françoise, ambos psicólogos e estatísticos, estudaram a distribuição diurna dos planetas em milhares de mapas natais com hora exata. Analisaram em particular a posição dos planetas nas casas, nos mapas de determinadas profissões como atores, artistas, médicos, executivos, políticos, cientistas, soldados, campeões esportivos, escritores e outros. O resultado dessa pesquisa mostrou que os planetas naturalmente associados com cada uma destas profissões (tal como Marte para os esportistas, Saturno para os cientistas etc.) apareciam mais freqüentemente nas casas cadentes do que nas casas angulares como esperaria a astrologia tradicional. Por exemplo, Marte no mapa de esportistas famosos aparecia com mais freqüência na 12ª e na 9ª casa: isto é, imediatamente após o nascimento e a culminação superior do planeta, em vez de imediatamente antes na 1ª ou na 10ª casa. A segunda posição mais freqüente de casas de Marte entre os esportistas analisados, foi na 6ª e na 3ª Casa. Mais uma vez, elas estão imediatamente após o ocaso e a culminação inferior do planeta em vez de antes na 7ª ou na 4ª casa. A conclusão tirada do seu exame é que as casas cadentes são fatores mais importantes na determinação de caráter e de carreira do que se suspeitava.

Recapitulando em poucas palavras, eles encontraram as seguintes correlações:1

1. Marte apareceu com mais freqüência em casas cadentes nos mapas de médicos, líderes militares, campeões esportivos e altos executivos.

2. Júpiter apareceu com mais freqüência em casas cadentes nos mapas de atores, teatrólogos, políticos, líderes militares, altos executivos e jornalistas.

3. Saturno apareceu com mais freqüência em casas cadentes em mapas de cientistas e médicos.

4. A Lua apareceu com mais freqüência em casas cadentes nos mapas de escritores e políticos.

Na discussão da 12ª Casa expus a razão pela qual não achei estes resultados tão surpreendentes (ver pág. 96). Um raciocínio semelhante pode ser aplicado às outras casas cadentes. A 9ª é onde procuramos a verdade e os princípios que guiarão nossas vidas. Por isso vamos ser altamente motivados a desenvolver e a dar expressão aos planetas que aí se encontram, como uma maneira de outorgar maior significado à nossa existência. Tanto a 6ª quanto a 3ª Casa descrevem nossos esforços para discernir nossa diferença dos outros. Por isso, desenvolver os planetas nessas casas é fundamental se queremos nos diferenciar inteiramente e nos definir como indivíduos separados. A ânsia de nos ligar a algo maior que o self (como foi mostrado pela 12ª e pela 9ª) e a ânsia de estabelecer e caracterizar nossas próprias identidades específicas (como foi mostrado pela 3ª e pela 6ª) são os dois princípios complementares que formam a cruz do dilema humano. Vistos por esse ângulo, os planetas nestas casas assumem grande importância.

Como no caso das quatro casas angulares e das quatro sucedentes, as quatro casas cadentes figuradamente se quadram ou se opõem. Cada uma representa uma visão de vida contrastante e um método diferente de adquirir e processar informações.

A oposição 3ª-9ª

A 3ª Casa descreve a natureza da mente analítica e concreta, enquanto a 9ª mostra um processo de pensamento mais abstrato e intuitivo. A 3ª Casa vê as partes, a 9ª olha primeiro para o todo. Quando os planetas se acham em oposição entre estas duas casas, isso poderia significar um bom equilíbrio e integração entre os hemisférios direito e esquerdo do cérebro. No entanto, em certos casos, a oposição pode mostrar uma pessoa que reúne fatos (3ª) e depois tira deles as conclusões erradas (9ª). Montanhas são feitas de morrinhos, ou uma pessoa pode aderir a alguma crença ou verdade (9ª) e depois interpretar tudo à sua volta (3ª) somente à luz desses princípios. Em outras palavras, os fatos são distorcidos para provar algo. A 3ª Casa pode trabalhar durante muitas semanas preparando uma conferência, assegurando que cada palavra transmita o significado preciso. O conferencista da 9ª Casa pode preferir esperar para ver quem está no auditório, confiando em que ele intuitivamente saberá o que dizer no devido tempo. Algumas vezes, com a oposição da 3ª à 9ª casas, existe um sentimento persistente de que o pasto do vizinho é mais verde.

A oposição 6ª-12ª

A 6ª Casa examina as milhares de formas de existência relativa pesquisando em detalhes como uma coisa difere de outra. A 12ª Casa, no entanto, abarca a essência da coisa - não quanto ela pesa ou mede, mas como ela é "sentida". A 6ª mostra-se discriminativa e seletiva, definindo limites cuidadosamente. A 12ª é simpática, inclui tudo e dissolve fronteiras. A 6ª Casa é pragmática, lógica e se preocupa com as realidades do dia-a-dia da vida; a 12ª aspira transcender tudo o que é mundano, e está ciente das ilusórias, desconhecidas e misteriosas nuanças da existência. A 6ª Casa planeja a vida; a 12ª flui com ela.

As oposições entre essas duas casas realçam essas maneiras contrastantes de ver a vida, mas permitem uma maior chance de realização da síntese dos vários modos de vida. Eu tenho visto oposições da 6ª à 12ª Casa, por exemplo, em mapas de pessoas espiritualizadas que também têm os pés firmemente no chão. Uma era um dentista com Lua em Capricórnio na 6ª, oposição Júpiter em Câncer na 12ª e devoto seguidor de um guru indiano. Outra era um carpinteiro que ofereceu seus serviços voluntários para treinar pessoas em países do Terceiro Mundo na sua profissão. Ele tinha três planetas na 6ª em oposição a Urano na 12ª.

As oposições entre a 6ª e a 12ª casas às vezes se manifestam em indisposições físicas de origem psicológica. Os reencarnacionistas acreditam que certos problemas de saúde (6ª) podem ser conseqüência de comportamentos em vidas passadas (12ª). Por exemplo, se um homem numa vida passada comeu e bebeu demais, nesta vida ele pode nascer com alergia a certos alimentos que o forçam a prestar mais atenção aquilo que põe para dentro de seu corpo. Ou, então, uma pessoa que habitualmente

No documento Howard Sasportas - As Doze Casas (páginas 99-132)