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EXTERNOS EM LIGHT STEEL FRAMING A utilização de fechamentos externos industrializados vem ganhando mercado no Brasil

4.2 P AINÉIS C ONTÍNUOS DE F ACHADA

Os fechamentos para fachadas em LSF podem ser executados como Painéis Contínuos externos, que são aqueles concebidos como uma “pele de revestimento” para o edifício independente dos quadros de sua estrutura principal, conhecidos também como Painéis Cortina (Figura 4.17). Assim como no método embutido, os painéis contínuos de fachada não possuem função estrutural no edifício, sendo responsáveis apenas por resistir às cargas de vento, ao seu peso próprio e dos acabamentos de fachadas.

Figura 4.17 - Vedação em LSF - Método contínuo

O sistema de painéis contínuos oferece a vantagem de maximizar o aproveitamento da área interna do edifício, uma vez que não ocupa espaço na laje executada. Além disso, permite o alinhamento vertical da fachada independente da estrutura, especialmente útil em casos onde o cálculo estrutural indica a utilização de vigas e pilares com seções diferentes, ou em situações em que, pelo processo de execução, o prumo e o alinhamento da estrutura não são muito exatos.

O fechamento contínuo pode ser utilizado em edificações com estrutura de aço (Figura 4.18) ou concreto, e ainda no retrofit de fachadas de edificações existentes, como no

edifício comercial carioca mostrado na Figura 4.19, que recebeu uma nova escada com estrutura de aço e fechamento em LSF.

Figura 4.18 - Montagem de painel contínuo de fachada. Centro de vivência, New Castle, Inglaterra.

Fonte: METSEC, 2007

Figura 4.19 - Execução de painel contínuo em retrofit de edifício comercial. Rio de Janeiro, RJ

Os painéis contínuos, quando executados em edifícios de até três pavimentos, são construídos com montantes contínuos que vão da base ao topo da construção. Nesse caso, a altura máxima indicada é de 12 m, por questões de transporte e manuseio das peças em obra. As conexões entre os montantes dos painéis e a estrutura do edifício são não-rígidas, ou seja, feitas por peças especiais que resistem às cargas horizontais, mas deixam livre o caminhamento vertical das cargas (Figura 4.20). Dessa forma, todo o carregamento vertical é diretamente transmitido à fundação (LGSEA, 2004).

Figura 4.20 - Painel com montante contínuo da base ao topo do edifício Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004, p.6

No caso de edifícios de maior porte, pode-se executar a vedação com painéis de LSF divididos em partes, com altura normalmente de dois pavimentos, facilitando o transporte e manejo das peças na obra (LGSEA, 2004).

Quando os painéis são divididos no sentido da altura, uma das opções de execução é a montagem dos painéis “empilhados” uns sobre os outros, transferindo as cargas verticais para o painel imediatamente abaixo e posteriormente para a fundação ou para estruturas intermediárias de apoio. Os montantes são ligados à estrutura do edifício por

conexões não-rígidas, que são aquelas com peças que transferem as cargas horizontais para as vigas ou lajes em cada um dos pavimentos, e não são responsáveis por resistir às cargas verticais. As interfaces horizontais entre painéis são executadas de forma rígida (Figura 4.21).

Figura 4.21 - Painel dividido verticalmente, utilizando conexões não-rígidas em todos os pavimentos

Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004, p.6

A vedação contínua de edifícios altos também pode ser executada com painéis com altura de dois pavimentos sustentados por uma ligação rígida (responsável por resistir tanto às cargas horizontais quanto verticais) e uma ligação não-rígida (que permite a movimentação vertical e resiste a solicitações horizontais) alternadamente entre os pavimentos. Na interface entre painéis, a conexão deve ser feita de modo não-rígido, para não permitir a continuidade de cargas verticais entre eles (Figura 4.22).

Figura 4.22 - Painel dividido verticalmente, utilizando conexões rígidas e não-rígidas alternadamente

Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004, p.2

Em casos onde os deslocamentos previstos são pequenos ou os montantes e as conexões são dimensionados para resistir aos esforços decorrentes da movimentação entre a estrutura principal do edifício e a do fechamento, os painéis contínuos também podem ser executados com todas as ligações rígidas na conexão com a estrutura principal do edifício, assim como ocorre com o fechamento em painéis embutidos na estrutura.

A ligação das peças de fixação dos painéis de fechamento contínuos com a estrutura do edifício é executada com pinos acionados à pólvora, parafusos ou solda. Nos casos de emprego de parafusos ou pinos é comum que a fixação seja realizada na borda da laje em concreto, especialmente nas edificações com estrutura metálica em perfis I. Quando isso ocorre, recomenda-se a instalação de uma cantoneira metálica contínua ao longo de toda a borda da laje, com o objetivo de garantir que a penetração dos pinos ou parafusos não comprometa a integridade do concreto (Figura 4.23). A espessura dessa cantoneira deve ser de 5 a 10 mm (LGSEA, 2001a).

Figura 4.23 - Cantoneira de reforço de borda de laje em concreto

Quando há opção pelo uso de apoio intermediário para os painéis, este pode ser feito com a laje do pavimento se projetando além da viga, de modo a apoiar o painel e permitir que ele envolva as vigas e pilares. Outra possibilidade de estrutura para apoio intermediário é o uso de uma cantoneira em aço galvanizado, contínua em toda a extensão do painel a ser suportado e fixada à estrutura principal do edifício (Figura 4.24). A fixação da guia inferior do painel à cantoneira de apoio intermediário é feita com parafusos estruturais e a fixação da cantoneira inferior à estrutura principal do edifício, com pinos acionados à pólvora ou parafusos (METSEC, 2007).

Figura 4.24 - Detalhe para fixação inferior do painel contínuo Fonte: Adaptado de METSEC, 2007, p.14