• Nenhum resultado encontrado

Obrigações Fiscais

Conta 39 Ajustamentos de Existências

Contabilisticamente, só se deverá proceder ao ajustamento para a depreciação de existências quando se chegar à conclusão de que o presumível valor de venda das existências irá ser inferior ao preço de aquisição ou de produção das mesmas. O montante do ajustamento é calculado a partir do valor que as existências têm no fim do período. O artigo 36º do CIRC determina que o montante do ajustamento deverá corresponder à diferença entre o custo de aquisição ou produção das existências em armazém e o respectivo preço de mercado, quando este for inferior àquele.

Classe 4 – Imobilizado

Segundo o Poc (MF, 1989);

“Esta classe inclui os bens de utilização contínua e que não se destinam a ser vendidos no decurso normal das operações da empresa, quer sejam da sua prioridade, quer estejam em regime de locação financeira.”

A amortização é a operação contabilística que visa simultaneamente a imputação do custo de utilização dos imobilizados, bem como o registo da depreciação a que os mesmos estão sujeitos.

De acordo com o Decreto - Regulamentar nº 2/90, de 12 de Janeiro,(MF,1990) existem vários métodos para o cálculo das amortizações do imobilizado que são:

1. Método das Quotas Constantes, conforme o explicitado no artigo 5º; 2. Método das Quotas Degressivas, conforme o explicitado artigo 6º;

3. Reintegrações e Amortizações por Duodécimos, conforme o explicitado no artigo 7º.

As amortizações dos activos imobilizados são calculadas, segundo o artigo 2º do Decreto – Regulamentar nº 2/90, tendo em referência:

 Custo de aquisição, ou custo de produção, consoante se trate, respectivamente, de elementos adquiridos a terceiros a título oneroso ou de elementos fabricados ou construídos pela própria empresa;

Cândido Joaquim Dias Calçada

61  Valor real, à data da abertura de escrita, para os bens objecto de avaliação para este efeito, quando não seja conhecido o custo de aquisição ou o custo de produção, podendo esse valor ser objecto de correcção, para efeitos fiscais, quando se considere excedido.

Método das Quotas Constantes

O Método das Quotas Constantes pressupõe que o desgaste dos activos imobilizados é calculado através de quotas anuais iguais de amortização. A quota anual de amortização é calculada com base nas taxas fixadas nas tabelas anexas ao Decreto – Regulamentar nº 2/90 e no período de vida útil que lhe está associado, o qual pode ser corrigido no caso do respectivo período ser inferior ao que realmente de deveria ter estimado, de acordo com o nº 2 do artigo 5º do referido diploma. Este método é obrigatório conforme estipula a alínea b) do nº 2, do artigo 29º do CIRC, para o cálculo das amortizações de:

 Bens adquiridos em estado de uso;  Edifícios;

 Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, de empresas não afectas a serviços públicos ou a aluguer;

 Mobiliário;

 Equipamentos Sociais;

 Grandes reparações ou beneficiações.

Tem também algumas vantagens em relação aos outros métodos tais como:

A quota de amortização anual é igual para todos os anos e resulta da consideração da taxa prevista no Decreto – Regulamentar nº2/90;

Representa como principal vantagem a sua simplicidade.

Tem como principal desvantagem o facto de considerar o mesmo valor de amortização em todos os anos de vida útil do bem, quando na realidade a desvalorização do bem pode ser diferente de ano para ano.

Fórmula de cálculo:

Cândido Joaquim Dias Calçada

62

Método das Quotas Degressivas

O Método das Quotas Degressivas pressupõe que o desgaste dos activos imobilizados é calculado através de quotas de amortização, tendo como base as taxas fixadas nas tabelas anexas ao Decreto – Regulamentar nº 2/90, corrigidas pelos seguintes coeficientes constantes do artigo 6º do referido diploma:

 1,5, se o período de vida útil do elemento é inferior a cinco anos;  2, se o período de vida útil do elemento é de cinco a seis anos;  2,5, se o período de vida útil do elemento é superior a seis anos.

O cálculo da quota de amortização é superior nos primeiros anos e à medida que se avança para o fim do período de vida útil do bem, as quotas de amortização vão sendo inferiores.

Reintegrações e Amortizações por Duodécimos

No ano de início de utilização dos elementos patrimoniais os contribuintes podem optar por uma taxa de amortização deduzida da taxa anual, correspondente ao número de meses contados desde o mês da entrada em funcionamento desses elementos, conforme o artigo 7º do Decreto – Regulamentar nº 2/90 (MF, 1990).

Perante este Diploma, a quota de amortização que poderá ser aceite como custo do exercício é determinada ainda tendo em conta o número de meses em que os elementos estiveram em funcionamento nos seguintes casos:

a) Relativamente ao exercício de cessação da actividade motivada por a sede e a direcção efectiva deixarem de se situar em território português, continuando no entanto, os elementos patrimoniais afectos ao exercício da mesma actividade através de estabelecimento estável aí situado;

b) Relativamente ao período de tributação referido na alínea d) do nº 4 do artigo 7º do Código do IRC;

c) Quando seja aplicável o disposto na alínea b) do nº 4 do artigo 68º do CIRC relativamente ao número de meses em que, no exercício da transferência,

Cândido Joaquim Dias Calçada

63 contribuidora e na sociedade para a qual se transmitem em consequência da fusão ou cisão ou entrada de activos;

d) Relativamente ao exercício em que se verifique a dissolução da sociedade para efeitos do disposto na alínea c) do nº 2 do artigo 65º do Código do IRC.

É necessário saber o período de vida útil do activo imobilizado, para consultar as tabelas constantes no Decreto – Regulamentar nº2/90, de modo a saber a percentagem máxima de amortização que é permitida para cada ano.

Caso a empresa queira optar pela taxa mínima, esta será obtida, utilizando a seguinte fórmula:

No caso da empresa CDC – Equipamentos de Escritório, Lda., o método utilizado é o das quotas constantes (Anexo 13) e para o respectivo cálculo utiliza-se as taxas das reintegrações e amortizações fixadas nas tabelas anexas ao mesmo diploma.

Os lançamentos das amortizações do exercício do ano de 2008 da empresa em estudo são os constantes da Figura nº 22.

Figura nº25 – Amortizações do exercício

Fonte: POC 32

Cândido Joaquim Dias Calçada

64 3.3 – Balancete Rectificado ou de Inventário

Após os lançamentos de rectificação e de regularização, as contas expressam os saldos em conformidade com os inventários efectuados, isto é, as contas de custos/perdas e proveitos/ganhos expressam as componentes negativas e positivas do resultado do exercício. Os lançamentos de regularização mais correntes são:

Lançamentos de registos de diferenças encontradas (de caixa, dos depósitos, quebras de stocks.)

Lançamentos de registos de custos ou de proveitos do exercício, mas que não houve ainda a despesa ou a receita correspondente.

Lançamentos de rectificação de despesas ou de receitas do exercício que devam ser consideradas custos ou proveitos do exercício económico seguinte.

Lançamentos de constituição, reforço, anulação ou reposição de ajustamentos. Lançamentos de registo das quotas anuais de amortizações do imobilizado. Lançamentos de rectificação de existências.

Lançamento da estimativa para impostos.

Estes lançamentos dão origem a um novo balancete – O Balancete regularização (Anexo14), ficando criadas as condições para o apuramento de resultados e para a elaboração das Demonstrações Financeiras.

3.4 - Apuramento de Resultados

Após efectuados os lançamentos atrás mencionados (no Diário e no Razão), vamos ter um novo balancete, designado por Balancete Rectificado. Neste, as contas têm os seus saldos ajustados visto que os seus valores contabilísticos terem sido rectificados pelos lançamentos efectuados. Os lançamentos de apuramento de resultados têm como finalidade a transferência dos saldos das contas de Custos e Perdas (classe 6) e Proveitos e Ganhos (classe 7), para as contas de resultados operacionais, resultados financeiros e resultados extraordinários (classe 8). O objectivo é o apuramento do Resultado Líquido do Exercício (RLE).

Cândido Joaquim Dias Calçada

65

Figura nº26 – Esquema da Divisão dos Resultados

Fonte: Elaboração Própria

Apuramento do Resultado Operacional (Conta 81)

No final do exercício apura-se o resultado operacional (conta 81), relativo aos custos e proveitos que resultam das operações ordinárias ou correntes da empresa. Este resultado reflecte os ganhos ou as perdas resultantes da actividade principal da empresa. É então para esta conta que devem ser transferidos os Custos Operacionais e os Proveitos Operacionais, daí resultando:

Prejuízo Operacional – Se o saldo final desta conta for devedor. Lucro Operacional – Se o saldo final desta conta for credor.

Apuramento dos Resultados Financeiros (Conta 82)

A conta 82 – Resultados Financeiros, recolhe os saldos das contas 68 e 78 para apuramento dos resultados financeiros. Englobam os ganhos ou perdas resultantes das decisões financeiras da empresa, daí resultando:

Prejuízo Financeiro – Se o saldo final desta conta for devedor. Lucro Financeiro – Se o saldo final desta conta for credor.

Resultados Resultados Correntes Resultados Operacionais Resultados Financeiros Resultados Extraordinários

Cândido Joaquim Dias Calçada

66

Apuramento de Resultados Correntes (Conta 83)

O apuramento de Resultados Correntes (conta 83) é de uso facultativo, na medida em que o POC prevê a não utilização da conta 83, deixando essa utilização ao critério da empresa, daí resultando:

Prejuízo Corrente – Se o saldo final desta conta for devedor. Lucro Corrente – Se o saldo final desta conta for credor.

Apuramento de Resultados Extraordinários (Conta 84)

A conta 84 – Resultados Extraordinários abrange os saldos das contas 69 e 79, para apuramento dos resultados extraordinários, daí resultando:

Prejuízo Extraordinário – Se o saldo final desta conta for devedor. Lucro Extraordinário – Se o saldo final desta conta for credor.

Apuramento de Resultado Antes de Imposto (Conta 85)

A conta 85 – Resultados Antes de Imposto (RAI) serve para evidenciar os resultados globais, isto é, os Resultados Operacionais, os Financeiros e os Extraordinários. Também é uma conta de uso facultativo e serve para evidenciar os resultados globais, antes de deduzida a estimativa para IRC. Esta conta resulta dos saldos das contas 83 e 84 ou os saldos das contas 81, 82 e 84, daí resultando:

Prejuízo Antes de Impostos – Se o saldo final desta conta for devedor. Lucro Antes de Impostos – Se o saldo final desta conta for credor.

Resultado Líquido do Exercício (Conta 88)

A conta 88 – Resultado Líquido do Exercício (RLE) destina-se a concentrar o saldo final de todas as contas referidas anteriormente. Se esse saldo for negativo está-se perante um prejuízo e esta conta será debitada por esse valor. Se, pelo contrário, o saldo se apresentar positivo é porque a empresa teve lucro, devendo a conta ser creditada.

Cândido Joaquim Dias Calçada

67

Apuramento de Resultado da CDC – Equipamentos de Escritório, Lda.

Apresentamos em seguida os lançamentos de apuramento de resultados da empresa CDC Equipamentos de Escritório, Lda. (Figuras nº 27, 28, 29, 30 e 31)

Figura nº27 – Lançamentos de apuramento de resultados.

Fonte: POC 32

Figura nº28 – Lançamentos de apuramentos de resultados.

Cândido Joaquim Dias Calçada

68

Figura nº29 – Lançamentos de apuramentos de resultados.

Fonte: POC 32

Figura nº30 – Lançamentos de apuramentos de resultados.

Cândido Joaquim Dias Calçada

69

Figura nº31 – Lançamentos de apuramento de resultados / Imposto Apurado

Fonte: POC.32

Dos lançamentos do apuramento de resultados da empresa CDC Equipamentos de Escritório, Lda podemos concluir que apresenta:

Resultados Operacionais Positivos, apresentando a conta 81, um saldo credor no valor de 2 064,58 €;

Resultados Financeiros Negativos, apresentando a conta 82, um saldo devedor no montante de - 400,44 €;

Resultados Correntes Positivos, apresentando a conta 83, um saldo credor no montante de 1664,14 €;

Resultados extraordinários positivos, apresentando a conta 84, um saldo credor no valor de 5 637,47 €;

Resultados antes de impostos positivos, apresentando a conta 85, um saldo credor no valor de 7 301,61 €;

Resultado Liquido do Exercício positivo, apresentando a conta 88, um saldo credor de 5 392,47 €.

Cândido Joaquim Dias Calçada

70 Após o registo dos lançamentos de apuramento de resultados e da estimativa de IRC no Diário e correspondente passagem no razão, elabora-se um novo balancete final ou de encerramento (Anexo 15), conforme sequência da Figura nº 29.

Figura nº32 - Do Balancete Rectificado ao Balancete de Encerramento.

Lançamentos de

apuramento de resultados

Fonte: Elaboração Própria

Com base no balancete de encerramento elaboram-se as Demonstrações Financeiras e efectua-se o lançamento de fecho de contas.

3.5 - Elaboração das Demonstrações Financeiras

3.5.1 – Considerações Gerais

É a partir balancete final ou de encerramento que se procede à elaboração das peças finais, nomeadamente as de publicação obrigatória. A elaboração das Demonstrações Financeiras implica a existência de documentos que visam traduzir de forma sintética e esquemática a situação da empresa, do ponto de vista financeiro e económico. As empresas descritas no nº 1 do artigo 2º do Decreto-Lei nº410/89, de 24 de Novembro diploma que aprovou o POC, são obrigadas a elaborar as Demonstrações Financeiras a elaborar anualmente pelas empresas são as seguintes:

Demonstração de Resultados por Natureza; Balanço;

Elaboração do Anexo ao Balanço e à Demonstração de Resultados (ABDR); Demonstração de Fluxos de Caixa;

.

Balancete Rectificado

Balancete de Encerramento

Cândido Joaquim Dias Calçada

71 As Demonstrações Financeiras sendo documentos elaborados para a divulgação dos resultados obtidos pela empresa, bem como da sua situação patrimonial, visam satisfazer o direito à informação dos sócios, investidores, trabalhadores, fornecedores, outros credores bem como da administração pública, devendo evidenciar uma imagem verdadeira e apropriada da mesma.

3.5.2 – Demonstração de Resultados por Natureza

A Demonstração de Resultados por Natureza, de elaboração obrigatória, é a demonstração financeira que apresenta os resultados das operações de uma empresa durante um determinado período em que os custos e as perdas e os proveitos e os ganhos são classificados de acordo com as respectivas naturezas.

A Demonstração de Resultados agrupa as contas destinadas a registar, num dado exercício, os custos por natureza sendo relevantes, por um lado, os ligados com a actividade normal e corrente da empresa e, por outro, os relacionados com operações de cariz extraordinárias. Por sua vez, os custos e perdas da actividade normal e corrente desdobram-se em dois subconjuntos informativos: um evidenciando os denominados “custos operacionais” e outros os “custos financeiros” (Anexo 16).

3.5.3 – Balanço

O Balanço é um documento onde se compara o Activo e o Passivo de um património, evidenciando ao mesmo tempo o Capital Próprio da empresa. Esquematicamente:

BALANÇO

O Balanço deve dar uma imagem da situação patrimonial da empresa em qualquer momento. Este documento deve ser apresentado em euros, assim como incluir as quantias correspondentes ao exercício anterior, com o objectivo de melhorar a informação proporcionada (Anexo 17).

O POC apresenta três modelos de Balanço previstos nas Directivas da UE:

ACTIVO

CAPITAL PRÓPRIO +

Documentos relacionados