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O filósofo e antropólogo antilhano Édouard Glissant em sua proposta para uma estética da relação, disse a propósito das políticas de identidade:

A mídia impressa, inserida no processo atual dos meios de comunicação, implica uma estreita relação com as normas sociais existente. Em uma sociedade como a nossa, perpassada por conflitos de ordem religiosa, econômica, racial, gênero e divisão de classes sociais em constante confronto para a manutenção e defesa de interesses paritários. Não existe nenhuma informação completamente neutra, objetificada por uma verdade moral, como consequência, a comunicação e a informação que se recebem são expressões desta relação de poder.

Todo o material que foi pesquisado até o momento apresenta uma linha do tempo cronológica de uma década. Entretanto, não houve grandes mudanças no que se refere ao conteúdo do material a veiculação de evidências que relacionam o corpo travesti como parte da marginalização da sociedade é visualizada com o mesmo caráter especulativo entre os anos de 1998 e 2008.

As mudanças irão ocorrer quando houver a desterritorialização de políticas universalizantes que disseminam a diferença como mote para a manutenção de sxeopolíticas heteronormativas (PRECIADO,2004). Nesse sentido, no campo das ciências, as teorias pós-críticas valorizam aspectos que colocam o

Portanto, a homofobia midiática é efeito de ações que são produzidas por saberes e práticas estratificados pelos discursos de opressão do ser. Lógico, não podemos negar o caráter agenciador tecnocrático que a semiótica de imagens e textos veiculados pela mídia produzem nas relações sociais. Mas, devemos perceber que existem as micropolíticas do cotidiano que interferem na forma como cada sujeito se projeta para o mundo, que está para além dos discursos ideológicos de massa e das políticas de identidade.

Não obstante, a principal contribuição da pesquisa não é simplesmente reafirmar que o poder da mídia influencia no comportamento do leitor

conhecimento colonizador que foi produzido através da opressão de corpos marcados pela superficialidade do biologicismo eurocêntrico.

Essas questões me levam de encontro com as reflexões de Judith Butler ao indagar a possibilidade de pensar uma política sem sujeitos e que tipo de política seria essa.

A autora problematiza as divergências que ocorrem no complexo mundo das políticas de identidade, envolvendo disputas que se desenrolam em um plano micropolítico da produção identitária (Como é o caso das mulheres negras que reivindicam um espaço diferenciado em relação ao

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Referência do Material Jornalístico

BERGAMO, Mônica.

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