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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AS AVALIAÇÕES EXTERNAS EM

No documento mireileaparecidagomessousa (páginas 32-36)

2 AVALIAÇÃO EXTERNA E INTERNA NO CONTEXTO DA E E PROFESSOR

2.2 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AS AVALIAÇÕES EXTERNAS EM

Paralelamente aos sistemas nacionais de avaliação em larga escala, alguns estados e municípios também implantaram seus próprios sistemas de avaliação. Estes sistemas surgiram como proposta de subsidiar o processo de formulação e monitoramento de políticas públicas, abrindo espaço para o debate sobre os desafios da educação nos seus mais variados contextos. Para Castro (2009b):

Independente dos motivos que levam à criação de sistemas de avaliação, parece haver concordância quanto ao seu importante papel como instrumento de melhoria da qualidade. Como os resultados da educação não são diretamente observáveis nem imediatos, dada a heterogeneidade do corpo docente e da situação socioeconômica familiar dos alunos, só é possível obter uma visão geral do

desempenho dos sistemas educacionais mediante uma avaliação externa em larga escala (CASTRO, 2009b, p. 6).

Articulados ao processo de avaliação em larga escala desenvolvidos a âmbito nacional e no propósito de subsidiar ações voltadas para a melhoria da qualidade da educação básica no estado de Minas Gerais, foi implantado em 2000 o Sistema Mineiro de Avaliação Escolar (Simave). Sistema criado com o propósito de acompanhar a evolução do ensino, fornecer subsídios acerca do desempenho dos estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública de educação do estado.

O Sistema mineiro de avaliação compreende três programas, a saber: Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb), Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa) e o Programa de Avaliação de Aprendizagem Escolar (Paae).

As avaliações educacionais em larga escala, como o Proalfa e o Proeb, fornecem, aos gestores educacionais e professores, informações fundamentais para o estabelecimento e/ou priorização de políticas e práticas que contribuam para a melhoria da qualidade da educação pública e a promoção da equidade (SIMAVE, 2019a, recurso online).

Conforme Brooke e Cunha (2011), o Proeb é considerado como um dos programas mais antigos de avaliação da rede pública, e avalia desde 2000 competências dos alunos do 5º ano e 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio, nos conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática. O Proeb utiliza da TRI, o que possibilita a comparabilidade entre os resultados dos testes ao longo do tempo e entre escolas.

A partir de 2015, o Simave passou por mudanças, com a inclusão da avaliação para outras etapas de ensino (7º ano do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio), proporcionando uma análise mais detalhada do processo de aprendizagem dos estudantes.

Como parte do Simave, o Proalfa é uma avaliação anual e censitária que avalia os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa. Iniciado em 2005, o programa passou por sucessivas mudanças, visando promover um diagnóstico cada vez mais consistente dentro do processo de alfabetização e letramento dos alunos. Enquanto o Proalfa e o Proeb são avaliações externas que avaliam os resultados da rede estadual, o Paae é um programa criado pela

secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais direcionado para as avaliações internas de cada escola.

O Paae é um programa constituído por avaliações diagnósticas, contínuas e de aprendizagem, com propósito de dar subsídios técnicos e pedagógicos para a prática do professor a partir dos resultados das avaliações e propor uma melhor qualidade de ensino nas escolas avaliadas. O Programa está relacionado com a proposta curricular adotada no Estado.

Diferentemente das avaliações externas em larga escala o Paae apresenta como principal característica o gerenciamento pelos próprios professores da escola no tempo desejado das avaliações a serem aplicadas. Destaca-se, ainda, que as avaliações acontecem dentro da rotina habitual de cada sala de aula, objetivando avaliar a aprendizagem, com o foco direto no próprio aluno avaliado.

Do ponto de vista pedagógico, o Paae é um programa que permite aos gestores um diagnóstico mais rápido, com o sistema online para geração das provas e emissão de gráficos dos resultados disponibilizados aos professores. Propondo assim, identificar as necessidades imediatas de intervenção pedagógica em cada turma avaliada.

O Paae oferece ainda um banco de itens com questões que podem ser utilizadas pelos docentes na elaboração das avaliações contínuas da aprendizagem, favorecendo uma análise pedagogicamente fundamentada.

Em relação às avaliações do Proeb, vale destacar que os testes são elaborados a partir da matriz de referência, composta por descritores de acordo com o currículo mineiro e servem para mensurar as competências e habilidades que os alunos devem possuir em cada etapa de escolaridade. Com os resultados dos testes, são gerados gráficos e tabelas com os indicadores de cada escola, possibilitando aos gestores comparar o desempenho da escola com as demais escolas das redes em nível local, regional e estadual.

A análise pedagógica deste resultado acontece por meio da interpretação do posicionamento dos alunos avaliados em quatro níveis dentro da escala de proficiência: Avançado, recomendado, intermediário e baixo. Esses dados serão apresentados na seção deste trabalho.

De acordo com os resultados dos testes, os alunos são classificados dentro da escala de proficiência. Os alunos posicionados em cada um dos níveis indicam que possivelmente acertaram os itens alocados naquele nível e/ou nos inferiores a

ele e erraram os itens distribuídos nos níveis superiores e de maior complexidade. De tal modo que aqueles classificados no nível avançado demonstram desempenho além do esperado para a etapa avaliada, enquanto os alunos classificados no nível recomendável, indicam um desempenho adequado para a etapa ou área do conhecimento avaliados, já os alunos posicionados no nível intermediário demonstram desempenho no nível básico de desenvolvimento das habilidades e competências esperados para a etapa, igualmente como aqueles cujos resultados estão classificados no nível baixo, que apresentam desempenho muito abaixo do mínimo esperado para a etapa avaliada, necessitando atenção especial com ação pedagógica intensiva.

Neste sentido, entende-se que os alunos que se encontram no nível intermediário e baixo, demandam maior atenção e ações pedagógicas mais especializadas.

Os alunos que se encontram nos padrões muito crítico e crítico, ou seja, com desempenho abaixo do esperado para sua etapa de escolaridade precisam ser foco de ações pedagógicas mais especializadas, de modo a garantir o desenvolvimento das habilidades necessárias ao sucesso escolar, evitando, assim, a repetência e a evasão (CAED, 2016, recurso online).

Portanto, os alunos que se encontram no nível baixo demandam estratégias diferenciadas de trabalho, no propósito de atender às dificuldades apresentadas na etapa de escolaridade. No entanto, a escola deve considerar ainda que os alunos posicionados nos níveis recomendado e avançado demandam atenção, no propósito de continuar progredindo cada vez mais.

De acordo com dados do Simave, a matriz de referência em Matemática, tenciona medir habilidades e conceitos que os alunos deveriam saber em cada etapa de escolaridade.

As matrizes de referência para avaliação em Matemática têm como foco a habilidade de resolver problemas contextualizados. Os temas selecionados - Espaço e Forma, Grandezas e Medidas, Números e Operações/Álgebra e Funções, e Tratamento da Informação – reúnem descritores que expressam habilidades em Matemática a serem avaliadas a cada etapa de escolarização (MINAS GERAIS, 2011, p. 32).

A matriz de referência das avaliações é dividida em descritores, com itens construídos a partir dos conteúdos curriculares próprios de cada etapa de escolaridade.

É importante destacar, ainda, que os mesmos descritores apresentam complexidades diferentes e, por isto, tratam conteúdos com abordagens diferentes, de acordo com a etapa de escolaridade. Ou seja, um mesmo tema pode ser visto por alunos em diferentes séries, do mesmo modo que existem conteúdos na matriz de referência que só serão cobrados depois de uma determinada série ou etapa.

No caso específico, os dados da pesquisa foram analisados considerando a matriz de referência correspondente à etapa de escolaridade dos alunos matriculados na escola.

Para maior entendimento, na próxima seção, apresentaremos o cenário em que a escola está inserida, a fim de favorecer para o leitor as características necessárias para compreensão do ambiente escolar em que os alunos fazem parte e, assim, diagnosticar os possíveis aspectos que estão favorecendo ou dificultando a aprendizagem Matemática dos alunos na EEPJAB.

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