CAPÍTULO I- INCLUSÃO EM EDUCAÇÃO
1.7. Algumas Estratégias Metodológicas Inclusivas
Para melhor incluir os alunos com deficiência e/ou com NEE, a indiferença, o medo e o conformismo são das piores atitudes que se pode ter, quer da parte das famílias, como da parte dos professores. É preciso, acima de tudo, buscar estratégias alternativas, buscando informação e formação com vista a otimizar as ações pedagógicas. Nesta perspetiva, algumas orientações gerais podem dirimir algumas dúvidas e consequentemente melhorar a aprendizagem dos alunos com NEE.
Partimos do pressuposto segundo o qual a inclusão não se traduz apenas na efetuação da matrícula do aluno com deficiência na escola regular, mas implica olhar para a turma na sua globalidade, independentemente da deficiência, condição social, cultural e ética, criando condições para que todos aprendam;
Silva (2014, pp.42-46) sugere alguma estratégias metodológicas, inspiradas na Declaração de Salamanca (1994, p.4) no sentido de modificar atitudes discriminatórias criando comunidades acolhedoras e uma sociedade inclusiva:
Procure saber se o aluno com deficiência tem alguma restrição médica que o impeça de fazer atividades dentro ou fora da sala de aula. Caso tenha. Caso tenha acompanhe o seu estado de saúde e conheça os efeitos dos medicamentos que ele está tomando e que podem afetar seu comportamento e seu processo de aprendizagem;
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Realize o panejamento dos conteúdos, considerando os métodos e recursos de ensino, conforme as necessidades específicas dos alunos com deficiência física, intelectual e sensorial;
Preveja, na condução das atividades e dos conteúdos: a metodologia, as estratégias, os materiais didáticos específicos, a organização do espaço da sala de aula, o tempo para que todos os alunos possam sentir-se capazes de obterem sucesso da aprendizagem;
Crie e adapte, quando necessário recursos didáticos que favoreçam a aprendizagem de todos os alunos. Use os pressupostos do desenho universal; 2
Procure não tornar o ensino um ato mecânico sem atrativo e descontextualizado; Avalie os programas e métodos de trabalho, a fim de introduzir alterações, quando
necessário;
Forme grupos cooperativos com instruções e metas bem claras, considerando as características e as aprendizagens de cada aluno.
Provoque intervenções que ajudem o aluno a refletir e a avançar em seu processo de aprendizagem;
Garanta que, em toda atividade realizada em sala de aula e/ou extraescolar, sejam feitas acomodações, para que todos os alunos, inclusive aqueles com deficiência; possam participar conforme as suas potencialidades e possibilidades;
Incentive a amizade entre os alunos com e sem deficiência, promovendo atividades cooperativas, aulas de campo, comemoração dos aniversários roda de conversa para o compartilhamento de potencialidades e o estabelecimento das conexões pessoais; Organize um rodízio diário para determinar quem vai auxiliar, quando necessário, o
colega com deficiência;
Estimule a interação dos alunos em ambientes sociais, valorizando as diferenças e a não discriminação;
Opte, se o aluno necessitar de formas alternativas de comunicação, por um sistema de comunicação aumentativa e ampliada (CAA), considerando as condições de uso pelo aluno, consoante previa a avaliação que evidenciará as suas habilidades, bem como qual tipo de CAA, entre aquelas utlizadas por estudantes com paralisia
2 O desenho universal orienta a elaboração de recursos e materiais, a fim de que possa ser utilizado por todos , e o maior tempo possível, sem necessidade de adaptação , de forma a beneficiar pessoas de todas as idades e capacidades. É o desenho universal que estabelece os requisitos da acessibilidade.
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cerebral (ZAPOROSZENKO et al, 2008 cit Silva 2014), é o mais adequado a sua situação conforme citado nas orientações para ações didáticas junto a alunos nessa condição;
Ajude, também, o aluno com deficiência a expressar o seu desejo. Dê a palavra ao aluno para que ele fale do que necessita, o que aprendeu, para que opine sobre o que está sendo trabalhado em sala de aula;
Avalie o desempenho escolar do aluno mapeando o seu processo de aprendizagem no que diz respeito aos avanços, retrocessos e dificuldades na organização dos estudos, no tratamento das informações concetuais, procedimentais, atitudinais na participação na vida social;
Esteja atento aos conceitos, preconceitos, gestos e posturas que têm embaçado a sua prática;
Reflita sobre quais são os principais conhecimentos que levamos connosco quando deixamos a escola. Lembre-se de que gestos, sensibilidades, formas de compartilhar, de intervir, modos de pensar, de sentir e de conviver, são tão importantes quanto os conteúdos formais;
Mantenha uma atitude de respeito e de dignidade em relação ao seu aluno com deficiência. Assim, estará transmitindo aos demais alunos um modo positivo de convivência com um colega na condição de deficiência;
Estimula a autonomia e a independência do aluno com deficiência, lembrando que ele também é aluno; Nesse sentido ele tem, como os demais, o dever de seguir as regras estabelecidas pela unidade escolar e por sua classe;
Atente para o facto de que as estratégias de aprendizagem, os procedimentos, os meios de acesso ao conhecimento e à informação, bem como os instrumentos de avaliação devem ser adequados às condições de deficiência de cada educando; Desperte a curiosidade dos alunos, destacando a relação dos conteúdos com
acontecimentos do quotidiano;
Demonstre interesse pelos conteúdos que estão sendo trabalhados e elabore atividades que mostrem a evolução do educando;
Respeite o ritmo de aprendizagem de cada aluno, questionando aqueles que ainda não conseguiram acompanhar o encadeamento das ideias discutidas;
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Mude as estratégias didáticas ao perceber que os alunos não estão aprendendo e estabeleça metas realistas, explicando detalhadamente os objetivos e oferecendo pistas de como superar as dificuldades, sem revelar de imediato a solução;
Invista em avaliações positivas do desenvolvimento da aprendizagem evitando comparações que possam intervir na autoestima dos alunos. Sempre oriente, quando necessário, por forma que haja melhoria nos resultados das tarefas.