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1.4. A Bulgária e a Integração Europeia

1.4.1. Alguns dados históricos

Durante o período de sua existência, a UE tornou-se um factor importante nas relações internacionais não só na Europa mas também internacionalmente. A razão pela qual este poderosos agrupamento económicos da Europa Ocidental está agora no coração das relações internacionais modernos deriva da dimensão e da profundidade dos processos de integração que ocorrem tanto no seu interior, como nas ligações inevitável com os outros países que ainda não são membros da união.

Como os outros ex-países socialistas da Europa Central e Oriental, durante muito tempo a Bulgária não tinha a possibilidade de ser incluída nos processos em curso na Europa Ocidental. Os obstáculos graves para a adesão do país à comunidade dos países desenvolvidos eram o sistema de blocos político, económicos e militares diametralmente opostos, surgidos após a Segunda Guerra Mundial, e também a oposição ideológica, política e militar entre o Oriente e o Ocidente. Após o colapso do bloco oriental, para os países de Europa de Leste e Europa Central se abriu a possibilidade de integração das suas economias na economia única dos países desenvolvidos da Europa Ocidental.

A Bulgária estabeleceu relações diplomáticas oficiais com a Comunidade Europeia em 8 de Agosto de 1988. Este acto foi seguido pelo lançamento de negociações sobre um acordo comercial. Em 8 de Maio de 1990 entre a CEE e a Bulgária foi assinado o "Acordo de Comércio, Cooperação Económica e Comercial”, que foi a base para o desenvolvimento das relações comerciais entre os dois lados.

No início dos anos 90 nos países da Europa Central e Oriental corre um processo dinâmico de mudanças políticas, económicas, sociais e culturais

significantes. Em 1 de Novembro de 1990 a Bulgária foi incluída no programa PHARE e começou a receber os subsídios anuais da UE para apoiar as reformas e os preparativos para a adesão plena. Entre Maio de 1992 e Fevereiro de 1993 foram iniciadas negociações para a Associação Comunitária e a 8 de Março de 1993, em Bruxelas, foi assinado o Acordo Europeu de Associação, entre a Bulgária e as Comunidades Europeias e os seus Estados-Membros.

Em 1998, o governo búlgaro aprovou uma Estratégia Nacional para preparar o país para a plena adesão à UE. Este descreve as principais direcções da actividade do país em curto, médio e longo prazo.

As negociações foram abertas oficialmente durante a primeira reunião da Conferência Intergovernamental para a adesão da Bulgária à UE em 15 de Fevereiro de 2000 a nível de Ministros dos Negócios Estrangeiros.

Em Junho de 2004, a Bulgária concluiu com êxito as negociações para adesão à UE. A partir daquele momento, o país entrou numa nova fase de preparação avançada para adesão à UE. O Tratado de Adesão foi assinado em 25 de Abril de 2005 e ratificado em 11 de Maio de 2005. Com a assinatura do Tratado de Adesão à Bulgária foi concedido o estatuto de país aderente e a possibilidade de participação real na "vida" das instituições europeias. Assim dia 1 de Janeiro de 2007 a Bulgária tornou-se oficialmente um estado-membro pleno da UE.

Durante todo o período de preparação, a adesão da Bulgária à UE foi avaliada como uma oportunidade para regresso do país aos valores europeus e a integração a União Europeia contava com o apoio da sociedade. Independentemente da paleta política colorida no país, neste aspecto estava presente um consenso político completo que se reflectia em vários documentos da Assembleia Nacional. Um exemplo pode ser encontrado no livro de G. Genov e E. Panushev “Para uma União Europeia maior e mais forte. A adesão da Bulgária”.

"A adesão da Bulgária na UE é um meio para a realização dos interesses nacionais. É um objectivo estratégico importante. A adesão à UE não é um acto político único e será o resultado de esforços de muitos anos, que durante este tempo vai construir o nosso país como um Estado de direito democrático com uma economia de mercado desenvolvida...” (Genov, Panushev, 2001: 77-206).

Um aspecto importante da adesão da Bulgária à UE é a sua incorporação na política da União nas áreas das relações externas e de segurança, o que seria uma possibilidade de uma política externa eficaz de um pequeno país, incluindo também a garantia da segurança nacional através de participação na construção do sistema de segurança europeu.

As vantagens económicas da adesão à UE estão relacionadas com a participação no mercado interno único, com a livre circulação de mercadorias, serviços, pessoas e capital. Como membro da comunidade de integração a Bulgária tem acesso aos fundos estruturais, os investimentos e as novas tecnologia.

“Com a adesão à UE, a Bulgária fará parte duma comunidade de civilização e de integração, cujos valores fundamentais está a partilhar - o respeito pelos direitos humanos e as liberdades fundamentais, o respeito pela supremacia da lei e os princípios do Estado de Direito, o pluralismo, a transparência, a liberdade de pensamento, de expressão e de imprensa, que garantem o progresso social acelerado. Os benefícios esperados da adesão vão ser resultado tanto das transformações internas no país, como da boa realização e conclusão do processo de adesão.” (Genov, Panushev, 2001: 77-206).

Uma das questões principais depois da entrada da Bulgária e da Roménia na União Europeia é se o alargamento vai continuar. Se este processo acabar, seria uma alternativa muito desagradável para os Balcãs, pois a criação de novas fronteiras entre o Ocidente e o Oriente podia causar novas contradições e tensão na Europa de Leste, o que por seu lado causava ameaças para a UE e para o desenvolvimento de todo o espaço da Eurásia.