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Alocação de Canais e Reuso de Freqüência

No documento Jose do Nascimento Portela_Tese (páginas 98-102)

O espectro disponível para determinada operadora é dividido em canais que, por sua vez, são alocados nas células da área de serviço. Ao conjunto de células que faz uso de todos os canais disponíveis chama-se cluster. Este conceito está relacionado à repetição dos canais alocados. Cada vez que se repete a alocação inicial de canais, produz-se um cluster. O

−4 −2 0 2 4 6 8 0 2 4 6 8 10 12 14 y(km) x(km) w1=3,6 w 2=4,0 w3=3,2 w4=1,0 ERB1 ERB3 ERB2 ERB4

Figura 5.10: Exemplo de células hierárquicas. Observa-se que o peso da micro-célula

(ERB4) é bem menor que o da célula guarda-chuva (ERB3).

conjunto de canais disponíveis em uma ERB podem ser utilizados em outra ERB, contanto que a probabilidade de interferência co-canal seja minimizada. A interferência co-canal produzida por uma ERB próxima é função da distância entre ERBs. Assim, a interferência co-canal pode ser avaliada com base no valor da relação, ou razão, sinal-interferência  SIR (Signal-to-Interference Ratio). Quanto maior o valor de SIR, menor a probabilidade de exclusão da chamada por interferência co-canal. A alocação de canais e o reuso de freqüência estão interrelacionados. O esquema de alocação de canais deve assegurar que a interferência co-canal não prejudique a qualidade do serviço prestado pela operadora do sistema. A topologia hexagonal fornece uma maneira de planejar o reuso de freqüência baseada no espaçamento entre células em um cluster. Diversos parâmetros da rede são obtidos a partir dessa topologia. A relação sinal-interferência (SIR) é obtida da expressão

SIR = PIN 1

i=1(Dr)−α

, (5.12)

em que IN é o número de ERBs interferentes, D é a distância de reuso, r o raio da célula e

α o coeciente da perda de propagação. A SIR é um limitante para o reuso de freqüência.

Como D e r são iguais para todas as células, o reuso de freqüência passa a ser função

apenas do número de células do cluster (ALENCAR, 2004), sem levar em conta o raio real

da célula e as distâncias reais entre ERBs. Entretanto, isto não é realístico, pois fatores como a altura da antena da ERB, a potência de transmissão e as características do ambiente de propagação determinam as dimensões e o formato da célula. A simetria da topologia hexagonal não corresponde aos casos reais.

5.4.1 Alocação Fixa de Canais

Um conjunto de canais é alocado para cada célula de forma xa. Durante toda a operação da rede os canais alocados permanecem os mesmos. Esse esquema funciona bem para células em que o tráfego é intenso e uniforme. Variações dessa técnica incluem alocação

não-uniforme de canais (ZHANG; YUM, 1991) e empréstimo de canal (OH; TCHA, 1992).

As redes de primeira e segunda geração, incluindo o padrão Advanced Mobile Phone System (AMPS), utilizam alocação xa de canais.

5.4.2 Alocação Dinâmica de Canais

A alocação dinâmica de canais é efetuada sob demanda. À medida que as chamadas são originadas, os canais vão sendo alocados. Esse sistema requer maior processamento e controle da CCC pois o reuso de freqüência é um parâmetro a mais a ser avaliado antes da alocação de determinado canal. Esse sistema pode utilizar hando intra-célula e reuso de freqüência no mesmo cluster.

5.4.3 Interferência Co-canal

Um dos fatores limitantes do conceito de rede celular é a interferência co-canal. Os efeitos do desvanecimento de multipercurso podem ser diminuídos pelo uso de diversidade, equa- lização e codicação de canal. A probabilidade de interferência co-canal depende, dentre outros fatores, do espaçamento entre ERBs que usam o mesmo grupo de canais. Outras

soluções como setorização, hierarquia de células e alocação dinâmica de canais têm sido usadas para diminuir os efeitos dessa interferência.

A interferência co-canal é avaliada pela relação sinal-(ruído+interferência)  SINR, denida como a relação entre o sinal recebido pelo móvel originado na ERB residente (S) e o sinal interferente vindo de uma ERB próxima (I) somado ao ruído AWGN (η). No caso de ocorrência da interferência co-canal, a condição I >> η é aceita como suciente para a análise de desempenho da conexão e o parâmetro avaliado passa a ser a relação sinal-interferência (SIR) sem a inuência do ruído AWGN.

5.4.4 Indicadores de Desempenho

Indicadores de desempenho são parâmetros que servem para avaliar o desempenho da rede quanto ao uso otimizado do espectro disponível. A seguir, descrevem-se alguns dos indicadores de desempenho.

Relação sinal-interferência (SIR)  A SIR depende da potência de transmissão das

ERBs, das alturas das torres, da proximidade entre ERBs e entre ERBs e móveis, e da perda de propagação que envolve todas as características do ambiente de propagação. A potência recebida pelo móvel, em dB, é dada por

Pr = Pt− L, (5.13)

em que L é a perda de propagação. Aplicando a uma situação em que ocorre inter-

ferência, o sinal é representado por Pr1 e a interferência pelo somatório

X

Pri, i = 2, ..., IN,

considerando que as N − 1 ERBs interferentes estão ativas. Então SIR = Pt1− a1− b1log(d1) − µXIN i=2 Pti− ai− bilog(di) ¶ , (5.14)

em que a e b são parâmetros do modelo da perda de propagação e d é a distância que os sinais das ERBs percorrem;

Taxa de erro de bit (BER)  Refere-se à relação entre os bits recebidos com erro e todos os bits transmitidos. A BER é um importante parâmetro de desempenho pois indica a qualidade da transmissão. Uma conexão com valor de BER acima do máximo adotado como limite de qualidade é excluída pela rede;

Taxa de erro de quadro1 (FER)  Refere-se, no sistema GSM, à relação entre os

quadros recebidos com erro e todos os quadros transmitidos. A FER, assim como a BER, é um importante indicador da qualidade da transmissão. Uma conexão com valor de FER acima do máximo adotado como limite de qualidade é excluída pela rede;

Eciência de reuso de canal (ERC)  Relação entre NC, o número de canais alocados

por célula, e NB, o número total de canais do espectro disponível

ERC = NC NB

. (5.15)

Em um sistema de alocação xa de canais NC = NB/N, em que N é a dimensão do

cluster. Em um sistema de alocação dinâmica de canais NC é função do tráfego e

varia de uma célula para outra.

No documento Jose do Nascimento Portela_Tese (páginas 98-102)

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