• Nenhum resultado encontrado

Alterações no consumo alimentar, nos estilos de vida, e no estado clínico, nos períodos de

Capítulo 6: Resultados & discussão

6.1.3. Alterações no consumo alimentar, nos estilos de vida, e no estado clínico, nos períodos de

No período referente à visita, entre o BL/T0 e a visita do T1, 4 voluntários, dois dos quais t2DM/impedimento na regulação da glucose, reportaram o uso de antibióticos (e.g., amoxicilina) para infeções comuns (e.g., dentes, ou garganta), durante cerca de 1/2 semanas, o que justificou o “delay” observado, em alguns casos, nas visitas neste período. Contudo, 2 voluntários apresentaram-se na visita do T1 com indicação muito recente e/ou sinais e sintomas de gripe/constipação, sendo que um deles reportou o uso de NSAID seletivo e paracetamol, neste período. Contudo, ambos foram incluídos na presente análise.

Entre o grupo de t2DM/impedimento na regulação da glucose, foi reportado por 3 voluntários a alteração na prescrição médica da classe dos ADOS em T1, sendo que, outro voluntário refere na visita em T1, que parou a toma do medicamento hipolipidémico (1x/dia) e o uso de suplementos nutricionais (2x/dia, incluindo AG n-3), desde o inicio do estudo de intervenção.

No período entre as visitas do T1 e do T3, 3 voluntários reportaram o uso de antibiótico (e.g., fosfomicina) para infeções comuns (e.g., otite, ou vias urinárias), durante cerca de 2/4 semanas, o que justificou o “delay” observado, em alguns casos, nas visitas neste período. Um voluntário, incluído no período de pós-intervenção (WO), reportou que passou a tomar NSAID no mês anterior à visita em T3, e com outro voluntário, igualmente incluído no período de pós-intervenção (WO), a reportar em T3 que passou a fazer uso de ADOS (metformina), e com alteração da terapêutica no grupo dos inibidores da HMG-CoA redutase, após a visita em T1. Um indivíduo refere que não fez a terapêutica hipertensiva nos últimos 6 meses, e que esteve com infeção no período entre o T1 e a visita em T3. Dois indivíduos reportaram que pararam a toma da medicação (inibidor da HMG-CoA reductase), um nos últimos 2 meses do estudo de intervenção, e o outro, t2DM, desde o início do estudo de intervenção; sendo que, 3 voluntários pararam o uso de suplementos nutricionais (AG n- 3), 2 desde o inicio do estudo, sendo que um destes tomou de forma regular (2x/dia) ao longo do último ano, e o outro voluntário após a visita em T1.

No período de pós-intervenção (WO), um dos participantes reportou o aumento, para mais do dobro, na periodicidade da terapêutica hipertensiva, por semana. Dois voluntários estiveram cerca de 1 mês, um com anti-inflamatório, e outro com estado gripal/constipação, igualmente no período de WO.

Dois voluntários, um deles t2DM, reportaram a alteração da sua dieta nos últimos 3 meses antes da entrada no estudo, sendo, contudo, incluídos na presente análise. Sete voluntários reportaram a diminuição da ingestão de calorias/do consumo de carne vs. peixe/de H. C. (massas, doces/açucares), nas visitas do T1 e/ou T3, e 3 voluntários reportam um aumento dos “erros alimentares”, e.g., consumo de doces/açucares/H. C./aumento consumo carne vs. peixe, em iguais períodos. Por outro lado, 5 participantes reduziram/pararam, e 1 aumentou, a atividade física, ao longo do período de intervenção. Outro voluntário refere a diminuição da atividade física na visita do T1, que retomou para níveis do BL/T0 no T3. Dois voluntários reportam a diminuição no consumo de carne, e o aumento no consumo de peixe, no período de pós-intervenção (WO), outro refere maior preocupação da dieta (e.g., menos fritos), em igual período.

6.1.4. Desfazamento nas datas das visitas

Cerca de 10-15 % do total de voluntários na “baseline” apresentou um desfasamento nas datas previstas para as visitas ao longo do período de intervenção, sendo que, uma parte

154

significativa do “delay” observado, esteve relacionado com a presença/ocorrência de alterações clínicas identificadas acima, o que levou ao (re)agendamento/adiamento das visitas. Apesar do “delay” nas visitas, em situações em que ocorreu estados de infeção/inflamação, e em conjunto com questões pessoais/familiares e profissionais reportadas pelos voluntários, foram identificadas um conjunto de situações no “follow-up” das visitas em T1 e/ou T3 com um “delay”/atraso importante, sendo particularmente relevantes em 3 voluntários, dois por motivos familiares/clínicos conhecidos, e um por motivos desconhecidos, sendo que, apesar da sua exclusão ter sido equacionada, foi igualmente incluído na presente análise. Adicionalmente, um conjunto de voluntários iniciou o estudo de intervenção (i.e., o inicio do consumo das sardinhas em conserva) mais tarde, em relação à data da visita da BL/T0, por coincidir com a proximidade dos períodos de férias/festivos.

6.1.5. Suplementação com as sardinhas em conserva

Considerando os indivíduos que completaram os 3 meses do período de intervenção, a análise de um subgrupo (n = 8), permitiu observar, pela folha de registo para o efeito e oralmente (ver Capítulo 5), que o consumo das latas de sardinha em conserva situou-se entre os 50 % ≤ sardinhas em conserva < 96 % em relação ao total previsto para o respetivo período de tempo, o que correspondeu a uma média final de ≈88.2 %, sendo todos incluídos na presente análise, incluindo um voluntário que reportou o consumo de “apenas” metade das latas de sardinha em conserva, ao longo do período de intervenção.

Por um lado, a correlação entre a ingestão de EPA+DHA (g/dia) na dieta, em função do FFQ, e o O3I (%) nas RBC, foi de rs = 0.310, p = 0.02 e rs = 0.330, p = 0.015, na “baseline” (BL/T0) e ao fim dos 3 meses de intervenção (T3), respetivamente. Por outro lado, o O3I na “baseline” (T0) associou-se igualmente de forma positiva (rs = 0.544), e significativa (p < 0.001), com o O3I no T3. Comparativamente, por exemplo, com as correlações observadas para o EPA+DHA, nos PL do plasma, com o consumo de peixe (r = 0.24–0.46; p < 0.01), em função de diferentes etnias, e após ajuste para os grupos de alimentos de origem marinha (H Chung et al., 2008). Contudo, para além da importância da ingestão de EPA+DHA, este parâmetro é igualmente influenciado pela idade, a presença de diabetes, o IMC, o género, a atividade física, ou a ingestão de álcool; sendo que, apenas uma parte da população converte o ácido α-linolénico em EPA, e com a conversão deste AG até DHA a mostrar-se limitada (C von Schacky, 2010).

Outros dados referentes ao controlo de qualidade no consumo das latas de sardinha em conserva, tendo por base os resultados do FFQ semi-quantitativo e o perfil de ácidos gordos das RBC, estão indicados na Secção 6.2.5.1. Sendo que, com exceção de um indivíduo, que referiu “dificuldades de digestão”, nenhum outro efeito secundário, eventualmente relacionado com o consumo das sardinhas em conserva, foi reportado de entre o grupo de participantes que completou os 3 meses do período de intervenção.

Finalmente, apesar de existir um padrão comum, perfis diferentes foram registados e reportados em relação à frequência vs. quantidade consumida de sardinha em conserva ao longo do período de intervenção; desde o consumo de 2 latas de sardinha em conserva/dia (1xsemana), até uma sardinha/dia (≈6xsemana), mas com a maioria a consumir 1xlata/dia distribuídas em 2x/semana. Sendo que, ≈79 % reportaram o uso das sardinhas em conserva como substituto de uma refeição, e com 6 voluntários a reportar o consumo das sardinhas em conserva como acompanhamento/complemento ou como alternância entre a refeição e o lanche, e com um destes voluntários a reportar que apesar de “fazer paté com pão, este servia de jantar”, e com os restantes ≈15-20 % a indicar o consumo como 1) lanche/intervalos entre refeições ou 2) paté e/ou entrada/acompanhamento/complemento de refeição (½), ou 3) uma sardinha/dia, ou 4) com

155

alternância entre o lanche/substituto de refeição (T1) e como entrada/complemento de refeição (T3), e incluindo 1 voluntário em que não foi efetuado o registo referente ao modo de consumo, sendo considerado como “missing data”.

6.2. Análise dos resultados na “baseline”, e ao longo dos períodos de intervenção e pós-

Documentos relacionados