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Alterações no Estatuto do Desarmamento promovidas pelo PAC: Pacote Anticrime

No documento ESTATUTO DO DESARMAMENTO Lei nº /03 (páginas 44-48)

Direito Administrativo – De na Súmula!!!

PACOTE ANTICRIME

11. Alterações no Estatuto do Desarmamento promovidas pelo PAC: Pacote Anticrime

A Lei n. 13.964/2019 – Pacote Anticrime – aperfeiçoa a legislação penal e processual penal, gerando diversas alterações no CP, CPP e Legislação Extravagante. Nesse momento, iremos apontar as alterações que foram feitas no Estatuto do Desarmamento.

Os arts. 16, 17, 18, 20 e 34-A do Estatuto do Desarmamento foram objeto de modificações com o advento da Lei n. 13.964/2009, entre elas podemos apontar:

• Previsão de nova forma qualificada para o crime do art. 16;

• Alteração do quantum da pena do art. 17, além da criação de uma figura equiparada; • Alteração do quantum da pena do art. 18, além da criação de uma figura equiparada; • Previsão de nova causa de aumento de pena ao teor do art. 20, antes inexistente.

• E por fim, consagra novo dispositivo legal – o art. 34-A (Criação do banco nacional de perfis balísticos).

As alterações em comento trata-se de novatio legis in pejus5, ou seja, são normas penais que prejudicam a situação do acusado/réu, razão pela qual deve respeitar a regra constitucional-penal da irretroatividade da lei penal prejudicial.

Além disso, cumpre recordarmos que a Lei n. 13.964/2019 trouxe um prazo de vocatio legis de 30 dias. Passaremos a análise pontual de cada dispositivo legal que foi objeto de alteração, trazendo o antigo e novo cenário da legislação em estudo.

Vejamos:

• Inclusão da qualificadora de arma de fogo de uso proibido.

• Alteração da pena do artigo 17: Crime de Comércio ilegal de arma de fogo e Inclusão do §2. • Alteração da pena do artigo 18: Tráfico ilegal de Arma de fogo, acessórios ou munições. • Inclusão de causa de aumento de pena no artigo 20 do Estatuto do Desamamento em caso de

reincidência específica.

5 O fenômeno jurídico da novatio legis in pejus refere-se à lei nova mais severa do que a anterior. Ante o princípio da retroatividade

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• Criação do banco nacional de perfis balísticos.

Inclusão da qualificadora de arma de fogo de uso proibido

Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. § 1° Nas mesmas penas incorre quem:

§ 2° Se as condutas descritas no caput e no §1° envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. O §2°, do art. 16 do Estatuto do Desarmamento após a alteração ocasionada pelo pacote anticrime passou a prever uma forma qualificada para a prática do delito até então inexistente.

Dessa forma, atualmente, se as condutas criminosas do caput, bem como, do §1° envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena do delito que é de 3 a 6 anos, e multa, passa a ser de 4 a 12 anos.

Cumpre recordarmos que, qualificadora é qualquer previsão feita pelo legislador de forma que a pena mínima ou máxima de um determinado tipo penal seja aumentada em um tipo derivado, chamado tipo qualificado. O tipo qualificado traz uma circunstância a mais, um elemento mais grave que o tipo original. Em razão dessa maior gravidade, a pena prevista para o delito é aumentada.

As qualificadoras não devem ser confundidas com as causas de aumento, isso porque a qualificadora altera as penas mínima e máxima do tipo, além de trazer novas elementares para o tipo, caracterizado por ser um tipo derivado autônomo ou independente. Assim, sua análise será na primeira fase da dosimetria da pena (pena base).

Já as causas de aumento, aplicam-se uma fração à sanção estabelecida no tipo penal e, consequentemente, deve ser levada em consideração na 3ª fase da dosimetria da pena. Ao contrário do que visto na parte voltada para as qualificadoras, as majorantes não estabelecem novos elementos no tipo penal, apenas trazem algumas circunstâncias que implicam no aumento da pena.

Alteração da pena do artigo 17: Crime de Comércio ilegal de arma de fogo e Inclusão do §2.

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Art.17.

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 17. Pena - reclusão, de 6 a 12 anos, e multa.

Sem dispositivo correspondente. § 2° Incorre na mesma pena quem vende ou

entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.

O delito do art. 17 teve seu quantum da pena alterado. A pena que antes era de 4 a 8 anos, agora será de 6 a 12 anos.

Trata-se de uma novatio legis in pejus, devendo respeitar a irretroatividade da lei penal prejudicial. Além disso, o tipo penal passou a contar com uma figura equiparada.

Assim, incorrerá nas mesmas penas quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.

Alteração da pena do artigo 18: Tráfico ilegal de Arma de fogo, acessórios ou munições

Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime

Art. 18.

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 18.

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa.

Sem dispositivo correspondente. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem

vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.

De forma semelhante ao art. 17, o art. 18 teve sua pena-base aumentada e passou a prevê uma figura criminosa equiparada.

A pena-base mínima e máxima foram duplicadas em seu patamar. Antes da alteração a pena era de 4 a 8 anos, e multa. Agora, após a alteração passou a ser de 8 a 16 anos, e multa.

Trata-se de evidente novatio legis in pejus, devendo respeitar a irretroatividade da lei penal prejudicial.

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Além disso, o tipo penal passou a contar com uma figura equiparada.

Nos moldes do parágrafo único, incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.

Inclusão de causa de aumento de pena no artigo 20 do Estatuto do Desamamento em caso de reincidência específica

Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6°, 7° e 8° desta Lei.

Art. 20. Nos crimes previstos nos art. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se: I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos art. 6°, 7° e 8° desta lei; ou

Sem dispositivo correspondente. II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.

Conforme a nova redação, a pena passará a ser aumentada da metade também, se o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.

Até o advento do pacote anticrime a circunstância em comento não era causa de aumento de pena. Dessa forma, contemplamos que a legislação passou a prevê uma nova causa de aumento.

Trata-se de evidente novatio legis in pejus, devendo respeitar a irretroatividade da lei penal prejudicial.

Criação do banco nacional de perfis balísticos

Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime

Sem dispositivo correspondente. Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos.

§ 1° O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar características de classe e individualizadoras de projéteis e de estojos de munição deflagrados por arma de fogo.

§ 2° O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros de elementos de munição deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes, para subsidiar ações destinadas às apurações criminais federais, estaduais e distritais.

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§ 3° O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial de perícia criminal. § 4° Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal e administrativamente.

§ 5° É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do Banco Nacional de Perfis Balísticos.

§ 6°A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísticos serão regulamentados em ato do Poder Executivo Federal.

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