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9. Avaliação por estado

9.10. Amazonas

9.10.1. Introdução

Este levantamento está relacionado com a primeira

experiência com o monitoramento realizado por esta

Superintendência, com objetivo de figurar o estado

nos dados da produção nacional desta cultura. Os

números foram levantados em atividade de campo

no município do Apuí, região de grande expressão na

produção de café e que possui unidade de

processa-mento (torragem e moagem) para obtenção do

pro-duto finalístico. Além de município de Apuí foram

incluídos no levantamento estadual os municípios de

Silves, Envira, Lábrea (Vila Extrema) e Nova Olinda do

Norte.

9.10.2. Histórico

O plantio de café no município de Apuí remonta a

mais de uma década passada, quando os

colonizado-res do antigo assentamento, que deu origem ao

mu-nicípio, trouxeram sua tradição de plantio de café de

seus estados de origem, principalmente, o Paraná.

O sistema de plantio é prioritariamente familiar,

ca-racterizado pelas pequenas áreas de plantio, pouca

adoção de tecnologia e consequentemente com

ob-tenção de baixa produtividade.

Ao longo dos anos a baixa rentabilidade financeira

obtida pelo café desmotivou muitos agricultores a

continuar com a atividade, sendo grande parte das

áreas substituídas pela pastagem para a criação de

gado extensivo. Uma nova perspectiva para a

retoma-da do cultivo de café na região se deu em meados de

2008 com o início da adoção de práticas

agroecológi-cas, principalmente do uso de consórcio com espécies

arbóreas para sobreamento e fixação biológica

(legu-minosas).

Em 2012 iniciou o projeto que preconiza a adoção

de práticas agroecológicas no sistema de manejo. O

projeto está caminhando para a certificação

orgâni-ca de um grupo de agricultores, como orgâni-caminho para

incremento da rentabilidade da atividade e da

redu-ção dos custos de produredu-ção. Práticas de manejo como

adubação orgânica foliar, adubação orgânica do solo

(compostagem), monitoramento de pragas e doenças

e controle das plantas daninhas nas entrelinhas, com

a possibilidade de uso de espécies de leguminosas

como cobertura do solo, abrem a perceptiva de

in-cremento da produtividade destas áreas em até 30%

para 2017.

Todo o café cultivado no Amazonas é conilon, por

conta da sua maior rusticidade e maior adaptação às

condições de floresta tropical. A média estadual para

esta variedade está muita abaixo da média nacional,

enquanto que no restante do país a produtividade

chega a 25 sacas por hectare a média do estado está

estimada em 15 sc/ha.

9.10.3. Condições climáticas e da cultura

As condições climáticas estão favoráveis para a

cultu-ra como um fator prepondecultu-rante pacultu-ra um possível

in-cremento de produtividade em 2017 em relação à

sa-fra 2016. Há um abandono de grande parte das áreas

plantadas com café, excetuando os agricultores que

fazem parte do grupo do manejo agroecológico, que

retomaram a condução do plantio, seguindo os

princí-pios agroecológicos. Essas práticas de manejo já

per-mitem observações na melhoria sanitária do pomar

devido à nutrição destas. As fotos abaixo apresentam

a plantio com destaque para o plantio de espécies

ar-bóreas nas entrelinhas de plantio.

Figura 38 – Plantio de café conilon consorciado com espécies arbóreas

Fonte: Conab.

Fonte: Conab.

As maiorias dos pomares são de mais de dez anos,

ten-do seu início de implantação através da produção das

próprias mudas por parte dos agricultores, sem

utili-zação de variedades produtivas ou de melhor

adapta-ção à nossa realidade. Não existe perceptiva em curto

prazo de ampliação das áreas plantadas com café.

Quadro 9 - Calendário agrícola

Ciclo Produtivo MESES

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Floração Frutificação

Maturação Colheita

Figura 40 – Café conilon em fase de frutificação

Fonte: Conab.

Fonte: Conab.

9.10.4. Comercialização

O município de Apuí possui todos os elos da cadeia

produtiva para obtenção do produto final do cultivo

do café. A produção colhida pelos agricultores é

co-mercializada após a retirada da quantidade destinada

ao autoconsumo. Nesta etapa a saca é comercializada

em média por R$ 240,00 saca de 60 quilos. Nesta fase

é realizada a classificação do produto, com o

incre-mento de pagaincre-mento devido à quantidade de

defei-tos, conforme as especificações abaixo:

•  Café entre 0 e 300 defeitos = incremento de R$

30,00 no valor da saca (240 + 30 = R$ 270,00);

•  Café entre 301 e 450 defeitos = incremento de R$

20,00 no valor da saca (240 + 20 = R$ 260,00);

•  Café acima de 451 defeitos = incremento de R$

10,00 no valor da saca (240 + 10 = R$ 250,00).

9.10.5. Produção e produtividade

No que diz respeito à perspectiva de safra de café para

o ano de 2017, os possíveis incremento de produção

estão relacionados principalmente com os aspectos

da bienalidade, ou seja, o retorno da planta do

perío-do fisiológico de acúmulo de reserva (baixa produção)

para o início do período de expressão destas reservas

em produção de frutos, além das condições climáticas

favoráveis.

No caso específico das áreas manejadas no sistema

agroflorestal, além dos fatores acima mencionados,

também atuará de forma significativa no incremento

de produção da safra de 2017 o manejo nutricional

re-alizado com os compostos orgânicos ou mesmo pela

fixação biológica do solo através do uso de

legumino-sas nas entrelinhas de plantio. Neste cenário

especí-fico se espera um incremento de até 30% da safra de

2017 devido à safra 2016.

Mesmo considerando o fator da bienalidade como de

grande relevância para a definição da produção no

cultivo do café, o abandono de boa parte destes

cafe-zais só nos permite estimar um incremento de 11,7%

na produção total do estado em 2017.

No documento ACOMPANHAMENTO DA SAFRA BRASILEIRA (páginas 74-77)

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