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9. Avaliação por estado

9.5. Rondônia

9.5.1. Monitoramento agroclimático

O mapeamento no estado de Rondônia é apresentado

abaixo..

Figura 32 – Mapeamento do café no estado de Rondônia

Houve falta de chuvas em julho, agosto e setembro.

Essa falta de chuvas, associada ao sol forte e calor

in-tenso, prejudicou o pegamento das floradas. As

lavou-ras de cafés mais antigos, oriundas de sementes e

ge-ralmente sem irrigações, foram as mais prejudicadas.

Já nas lavouras de cafés clonais, na sua maioria

dota-da do sistema de irrigação, as plantas não foram tão

prejudicadas e as chuvas que começaram a ocorrer

em outubro e novembro estão mais bem distribuídas

e bastantes favoráveis à recuperação e o

desenvolvi-mento dos frutos. Essas chuvas estão se prolongando

até os dias atuais, de forma a garantir um bom

enchi-mento de grãos, que é o estágio fenológico da cultura

atualmente.

Com exceção desse pequeno atraso no início da

flora-ção, as condições climáticas na safra 2017 estão bem

mais favoráveis do que na safra 2016. Na safra atual,

tanto a ocorrência das floradas, quanto o início da

for-mação dos frutos, foram beneficiados pelas

precipita-ções entre setembro e dezembro de 2016.

No Quadro 6 verifica-se o monitoramento

agromete-orológico em Rondônia na safra anterior e atual.

Quadro 6 – Monitoramento agrometeorológico: análise do período de setembro/15 a setembro/16,

com possíveis impactos de acordo com as fases* do café em Rondônia.

Rondônia - SAFRA 2016

Ano 2015 2016

Meses Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

Fases* F F CH EF EF GF GF GF/M M/C M/C C C C

Rondônia - SAFRA 2017

Ano 2016 2017

Meses Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

Fases* R/F F F CH EF EF GF GF GF/M M/C M/C C C C

*(F)=floração; (CH)=formação dos chumbinhos; (EF)=expansão dos frutos; (GF)=granação dos frutos; (M)=maturação; (C)=colheita.

Favorável Baixa restrição

falta de chuva Média restriçãofalta de chuva Fonte: Conab.

9.5.2. Crédito rural

Parte significativa dos produtores estão acessando

aos recursos disponibilizados pelos bancos oficiais e

cooperativas de crédito. O fluxo de liberação dos

cré-ditos pelos agentes financeiros é considerado normal.

Os pequenos atrasos na liberação de alguns projetos

ocorrem em casos isolados, no entanto não é

signifi-cativo.

A demora é justificada devido à exigência pelo órgão

Estadual de Meio Ambiente da outorga de uso da

água, quando das implantações das lavouras de cafés

clonais irrigados. Os recursos liberados pelos

agen-tes financeiros atendem, na sua quase totalidade, a

agricultura familiar, contemplados através das linhas

de financiamento do Pronaf custeio e com maior

pro-cura para o de investimento, contemplando assim, as

aquisições de mudas de cafés clonais de viveiros

cre-denciados, equipamentos completos para irrigação,

calcário, etc.

9.5.3. Área

A área plantada de café no estado se mantém estável

em relação à safra anterior, no entanto, a área em

pro-dução tende a ser menor do que a safra passada, pois

há uma renovação do material genético em todas as

lavouras de Rondônia. Esse material genético, por sua

vez, ainda está expressando o seu máximo potencial

genético.

9.5.4. Produtividade

A produtividade nesta safra tende a ter um aumento

significativo em relação à safra passada, estimulado

por materiais genéticos mais responsivos e melhor

manejo da cultura, no entanto, não será ainda mais

expressiva devido a fatores climáticos, doenças e

pra-gas e porque ainda existe grande percentual da área

plantada em produção com café seminal.

9.5.5. Plantio

O plantio se inicia em novembro, com maior ênfase

em dezembro e segue até final de janeiro, no entanto,

alguns produtores estão plantando em maio, com

au-xílio de irrigação para melhor aporte do dossel,

objeti-vando com isso, maior produtividade inicial.

9.5.6. Situação das culturas

A cultura tem sido bem conduzida, pois pacotes

tec-nológicos, que sempre estavam disponíveis aos

pro-dutores, mas que não eram amplamente adotados,

passaram a ser priorizados por eles, objetivando

me-lhor produtividade, segurança fitossanitária e

quali-dade do produto colhido.

No momento o estágio da cultura é a expansão dos

frutos. Os fatores que determinarão o crescimento

da safra 2017 são: bienalidade positiva; clima

satisfa-tório a partir de outubro, o que possibilitou em parte

a recuperação e o desenvolvimento da cultura;

inser-ção de irrigainser-ção nas lavouras de cafés clonais; melhor

controle de pragas e doenças; transição/substituição

do café seminal para clonal e a valorização da saca do

café no mercado internacional.

As pragas que mais tem onerado o produtor, fazendo

aumentar o custo de produção, são principalmente a

cochonilha-da-roseta e ácaro vermelho. Considerando

as doenças, as principais são: ferrugem, cercosporiose,

seca dos ponteiros e mal de koleroga.

9.5.7. Colheita

De acordo com a condição climática observada,

ma-terial genético responsivo e manejo de pragas, a

co-lheita tende a ocorrer de forma uniforme e sem

alte-rações prejudiciais significativas no estado. A colheita

é feita de forma manual, em alguns casos isolados, é

feita a colheita mecanizada e semimecanizada. O

iní-cio da colheita está previsto para acontecer a partir de

abril de 2017.

9.5.8. Considerações gerais

Em Rondônia é plantado o café da espécie robusta da

variedade conilon (Coffea Canephora), melhor

adap-tada às condições climáticas, seu relevo topográfico e

solo. O café é produzido na sua maioria em pequenas

propriedades com caraterísticas na sua quase

totali-dade da agricultura familiar. Ainda é bastante comum

a existência de lavouras com baixa produtividade e

outras em pleno declínio de produção, onde muitas

delas estão chegando aos dez anos ou mais de idade.

Aliado a isso, a maioria das lavouras de café em

Ron-dônia foi implantada inicialmente com sementes

tra-zidas pelos agricultores de regiões produtoras

tradi-cionais de outros estados. Observou-se também, que

algumas progênias de café introduzidas no estado,

não se adaptaram às condições locais, mostrando-se

pouco produtivas. O início da implantação dos cafés

clonais partiu da ideia de alguns agricultores

capixa-bas radicados em Rondônia.

Observa-se ainda, que a cafeicultura no estado vem

passando por um processo gradativo e permanente

de substituição das lavouras existentes por lavouras

novas, utilizando-se cafés clonais, visto que em

de-terminados municípios tradicionalmente

produto-res, essa substituição já alcança cerca de 45% da área

plantada. Essa mudança, que pode ser constatada em

todos as regiões produtoras, decorre de uma série de

fatores, entre os quais podemos destacar o apoio do

governo do estado (Seagri) através dos serviços de

extensão rural (Emater-RO), com a sua equipe técnica

com escritórios nos 44 municípios, além de mais

qua-tro escritórios situados nos distritos e abrangendo

as-sim, todas as regiões produtoras de café.

Os agentes financeiros têm disponibilizado volume

de crédito para custeio e investimento suficiente para

atender a demanda existente e proporcionar aos

ca-feicultores condições para as

mudanças/substitui-ções das lavouras tradicionais por cafés clonais, as

quais exigem maior investimento, melhores cuidados

e conhecimentos técnicos por parte dos produtores.

Também a pesquisa tem buscado diagnosticar pragas

e doenças da cultura, bem como desenvolver

cultiva-res com características tolerantes ao deficit hídrico.

Dentro do processo de disseminação de variedades de

café, além daquelas desenvolvidas pelos próprios

pro-dutores rurais que detêm viveiros de mudas clonais

sem base genética definida, podemos destacar como

resultado das pesquisas a cultivar Conilon BRS Ouro

Preto. A agência de defesa agrosilvipastoril de

Rondô-nia – Idaron tem exigido a análise laboratorial das

ra-ízes das mudas comercializadas pelos viveiristas,

ob-jetivando assim maior segurança para quem adquire

mudas para implantação da cultura nas lavouras.

No documento ACOMPANHAMENTO DA SAFRA BRASILEIRA (páginas 63-66)

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