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MEIO AMBIENTE

No documento EDUCAÇÃO DO CAMPO E AGROECOLOGIA: (páginas 188-195)

PRÁTICA EDUCATIVA EM ESCOLAS DO CAMPO A UTILIZAÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS, JOGOS

MEIO AMBIENTE

José Thiago Soares Beserra Licenciado em Educação Física pela Universidade Federal do Piauí,

PARFOR Docente da Rede Estadual de Educação do Piauí

Maria Fabiana Sousa Freitas

Licenciada em Geografia pela Universidade Federal do Piauí, CEAD- UFPI Docente da Rede Estadual de Educação do Piauí

1 INTRODUÇÃO

A humanidade se encontra em um momento conflituoso com o meio ambiente, e muitos não sabem o quanto o mesmo é de suma importância, já que contém em si uma imensa quantidade de formas de vida. Seguindo esse pensamento, fez-se um trabalho com os alunos do ensino médio, onde os mesmos utilizaram a técnica de jardinagem para o cultivo de plantas ornamentais nos corredores das salas de aula.

Para Carvalho (2001), a educação ambiental nas escolas pode ser determinante para a amenização dos problemas que, há anos, vêm sendo causados ao meio ambiente pela ação do homem. As crianças representam uma geração em formação e, como estão em fase de desenvolvimento cognitivo, supõe-se que nelas a consciência ambiental possa ser internalizada e traduzida de forma mais bem-sucedida do que nos adultos, já que ainda não possuem hábitos e comportamentos constituídos (CARVALHO, 2001. p. 46).

Para Freire (1987), o educador, ao ligar o conteúdo das ciências às questões do cotidiano, torna a aprendizagem mais significativa. As oficinas pedagógicas realizadas durante as aulas se desenvolvem apoiadas nas vivências dos alunos e dos fenômenos que ocorrem à sua volta, buscando examiná-los com o auxílio dos conceitos científicos pertinentes. É através de um ensino investigativo, provocativo, que o aluno começa a pensar e a refletir sobre o processo de construção do conhecimento (FREIRE, 1987).

Assim, utilizar-se de técnicas que auxiliem no desenvolvimento de sensibilização dos alunos sobre a importância de se preservar se faz necessária, pois é a partir dessa conscientização que temos uma chance de “produzir” cidadãos mais responsáveis e garantir as belezas proporcionadas pela natureza para as gerações futuras.

Para Mendonça et al (2011), o ambiente escolar é um dos primeiros passos para a conscientização dos futuros cidadãos para com o meio ambiente, por isso a educação ambiental é introduzida em todos os conteúdos, numa perspectiva interdisciplinar, relacionando o ser humano com a natureza. A inserção dela na formação de jovens pode ser uma forma de sensibilizar os educandos para um convívio mais saudável com a natureza. Este tema deve ser trabalhado com grande frequência na escola, porque é um lugar por onde passam seres aprendentes, ou que pelo menos deveriam passar, e quando se é criança, tem mais facilidade para aprender.

No pensamento de Carneiro (2011), acolher a diversidade é uma meta a que nos propomos, respeitando as particularidades e a riqueza inerentes em cada um. Através de práticas ecológicas, possibilitamos “a expansão da consciência, contribuindo para o desenvolvimento de um ser mais criativo, reflexivo, autônomo e solidário” (CARNEIRO, 2011, p.28).

Este trabalho possui como objetivo geral, compreender a relevância da preservação do meio ambiente através da técnica de

jardinagem utilizando plantas ornamentais da região de Buriti dos Montes-PI e, como objetivos específicos, avaliar noções básicas dos alunos sobre a importância da preservação do meio ambiente; socializar a importância da preservação do meio ambiente para os alunos; obter as mudas de plantas através de doações da comunidade escolar e aplicar a técnica de jardinagem com os alunos do ensino médio.

O presente artigo se fez justificável a partir do momento em que se nota a ausência de uma responsabilidade para com o meio ambiente, principalmente no meio escolar. Pois, se percebe que os alunos, por pouca maturidade, acabam por cometer atos que prejudicam não só aos mesmos, mas toda a comunidade escolar. Tais atos refletem em uma postura inadequada que torna o ambiente quase que insalubre. Dessa maneira, discutir sobre a preservação do meio ambiente se faz muito importante para que se possa ter cidadãos mais responsáveis.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo é uma pesquisa de caráter qualitativo e quantitativo, descritiva, na qual foram avaliados, ao todo, 54 alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola estadual do município de Buriti dos Montes-PI, pois existe apenas uma escola estadual na zona urbana do município. Assim, estes correspondem a 99% da população de alunos que compõem as turmas de 3º ano do ensino médio da zona urbana e rural. Todos os participantes responderam de forma voluntária os questionários, e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário com perguntas objetivas, contendo 10 questões com respostas diretas sobre a importância de se preservar o meio ambiente, além de destacar a importância do papel do aluno sobre

essa questão. Além da aplicação do questionário, os alunos participaram de uma aula prática, onde plantaram mudas de árvores doadas pela própria comunidade escolar.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da pesquisa demonstram que os alunos têm conhecimento moderado sobre o meio ambiente e sua importância para a vida das pessoas, porém alguns alunos afirmam não cuidarem corretamente do mesmo. Este ato acaba por mostrar que, mesmo tendo a consciência de preservar, não se tem a garantia de que essa preservação aconteça.

No questionário foi explanado como os mesmos avaliavam a importância de preservar o meio ambiente, sendo que 93% dos alunos responderam que era de extrema importância, 5% dos alunos responderam que era de média importância e os outros 2% responderam que não tinha nenhuma importância.

Analisando os dados acima, percebemos que a relevância de se preservar o meio ambiente não atinge 100% da população de alunos estudados, isso é um reflexo que deve ser estudado, pois, na medida em que o aluno não tem a consciência de preservar, teremos um ambiente devastado.

Para Mendonça et al (2011), pode-se entender que a educação ambiental é um processo pelo qual o educando começa a obter conhecimentos acerca das questões ambientais, a partir da qual ele passa a ter uma nova visão sobre o meio ambiente, sendo um agente transformador em relação à conservação ambiental. Trabalhar educação ambiental nas escolas é de fundamental importância, pois é a partir dessa educação que estaremos garantindo um maior cuidado para com o meio ambiente. Outro dado que chama bastante atenção para a pesquisa, é a relação de quem são os responsáveis pela preservação do meio ambiente no ambiente escolar. Nele,

obtivemos os seguintes resultados, 72% dos alunos afirmam que a preservação é dever de todos que envolvem o ambiente escolar, 18% afirmam ser do diretor e coordenador da escola e 10% afirmam ser do zelador, vigia e merendeira.

Percebe-se, então, que boa parte dos alunos entendem seu papel em preservar, mas, ainda assim, se esperava que todos os alunos compreendessem sua participação na preservação. Assim, se observa que a grande tarefa da escola é proporcionar um ambiente escolar saudável e coerente com aquilo que ela pretende que seus alunos aprendam, para que possa, de fato, contribuir para a formação de cidadãos conscientes de suas responsabilidades com o meio ambiente e capazes de atitudes de proteção e melhoria em relação a ele (BRASIL, 1997, p. 53).

Outra questão de grande relevância para a pesquisa foi o que os próprios alunos faziam para preservar o meio ambiente: 64% dos alunos deixam o ambiente limpo e colocam o lixo no local adequado, 7% dos alunos afirmam não se importarem com seu lixo e que só de vez em quando colocam o lixo no local adequado, 29% assumem não se lembrar de colocar o lixo no local correto.

Deste modo, é imprescindível que a educação ambiental seja trabalhada nas escolas, pois sua implantação pode ser considerada uma das formas mais eficazes para a conquista de uma sociedade sustentável. Mendonça et al (2011) afirmam que, para conscientizar um grupo, primeiro é preciso delimitar o que se quer e o que deseja alcançar. Para que o interesse desperte no aluno, é necessário que o professor utilize a “bagagem de conhecimentos trazidos de casa” pelos alunos. Assim, deve-se haver uma correlação entre alunos e professores para que ambos possam, de uma forma conjunta, promover discussões saudáveis em relação à preservação ambiental.

A pesquisa mostrou-se exequível dentro dos padrões elencados, pode-se perceber que os alunos por pouca maturidade não compreendem, de certa forma, a real importância de se preservar o meio ambiente. Essa pesquisa também possibilitou compreender que se faz necessário o desenvolvimento de atividades que despertem no alunado o sentido de se preservar o meio em que eles estão inseridos.

Portanto, para tornar os alunos bons praticantes de preservação ambiental, o professor precisa adotar estratégias de interação social adequada à situação emergente (um planejamento eficiente). Terá de mobilizar os alunos intensamente, pois aprender a respeitar é algo construído com ações.

O professor precisa também convencer seus alunos a achar a preservação do meio ambiente algo interessante, desafiador e necessário, algo que, conquistado plenamente, dará uma melhor condição de vida saudável. Portanto, uma aula que deva despertar e cultivar o desejo de preservar para garantir o futuro de um lugar mais saudável.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: meio ambiente e saúde. Brasília: SEF/MEC, 1997.

CARVALHO, I. C. M. Qual educação ambiental? Elementos para um debate sobre educação ambiental e extensão rural. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável. Porto Alegre, v. 2, n. 2, p.43-51, abr./jul. 2001.

CARNEIRO, S. L. Escola Amigos do Verde: resiliência, amorosidade e ciência para a sustentabilidade. Porto Alegre: Armazém Digital, 2011.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

MENDONÇA, A. B. de M. et al. A Importância da educação ambiental na escola nas séries iniciais. Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 1, set. 2011.

No documento EDUCAÇÃO DO CAMPO E AGROECOLOGIA: (páginas 188-195)