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5.3 Ambiente SIG

No documento MICHAEL VANDESTEEN SILVA SOUTO (páginas 64-69)

O termo SIG caracteriza os sistemas de informação que tornam possível a captura, modelagem, manipulação, recuperação, análise e apresentação de dados referenciados geograficamente (Worboys 1995). De forma geral, um software de SIG é um sistema composto de quatro grandes componentes: componente de captura de dados, componente de armazenamento (banco de dados), componente de análise e componente de apresentação dos dados.

Relatório de Graduação – Capítulo 5 Michael V. S. Souto

Todos os dados foram integrados e interpolados num SIG pelo software ArcView versão 3.2 através da base de dados que é executada pelo próprio software, onde estão dispostos dados digitais como imagens orbitais e cartas topográficas.

A vetorização dos dados foi executada por meio do software ArcView 3.2, com auxílio das interpretações feitas nas imagens Landsat, além da construção da base cartográfica (estradas, cidades e hidrografia) com auxílio das cartas topográficas digitais.

Este BDG estará acrescentando um grande banco de dados, desenvolvido no Laboratório de Geoprocessamento/PPGG, para formação de uma biblioteca virtual para pesquisas e base de dados de futuros estudos que venham acrescentar este banco de dados, possibilitando o compartilhamento com novos produtos. O resultado deste trabalho será de viabilizar o mapeamento, planejamento e distribuição de futuras instalações, como por exemplo, de novas refinarias e/ou dutos nesta região a industria petrolífera.

5.4 - Banco de Dados Geográfico (BDG) para Área de Estudo

O BDG foi elaborado para os dados digitais georreferenciados coletados (brutos/analisados/interpretados) da área estudada, compreendidos pelas cartas topográficas (SUDENE) e imagens orbitais (Landsat 5-TM e Landsat 7-ETM+). Estes dados rasters, que correspondem aos dados de sensoriamento remoto, foram inseridos no BDG de acordo com o modelo conceitual elaborado (Geoframe). A partir destes dados foram criados vetores com suas respectivas classificações alfanuméricas para construção dos diversos mapas temáticos que constam neste Relatório de Graduação, complementando o BDG.

Os vetores confeccionados compreendem as linhas, polígonos e pontos, correspondentes as classificações de unidades interpretadas pelo autor deste relatório. Onde as linhas construídas são representações de estradas, drenagens e o limite da linha de costa. Os polígonos correspondem as principais unidades dos mapas temáticos identificadas de acordo com sua classificação elaborada por uma tabela no próprio software ArcView 3.2. E os pontos são representações dos pontos coletados em campo por meio do GPS (Global Position System), utilizado para marcar os alvos das unidades reconhecidas em campo.

A interpretação destes vetores está relacionada, inicialmente, pela criação da base cartográfica da área de estudo, com a utilização das cartas topográficas digitais da SUDENE (dados rasters), onde foram vetorizados estradas e drenagens no SIG, por meio das ferramentas utilizadas pelo software ArcView 3.2. Em seguida, com o uso das imagens orbitais, que também compõem os dados de

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sensoriamento remoto, depois de pré-processadas (georreferenciadas e armazenadas no BDG) e processadas por meio de técnicas de PDI, pelo software ER-Mapper 6.2 (descrito no capítulo anterior), foram confeccionados polígonos representantes das unidades classificadas pelas análises e interpretações feitas nas imagens orbitais, inseridas no SIG. A partir destas interpretações é que foram elaborados os mapas temáticos (Anexos 01, 02, 04, 05, 06, 07 e 08): Uso e Ocupação de Solo, Geológico, Geomorfológico, Pedológico e Vulnerabilidade.

5.5 - Elaboração dos Mapas Temáticos para Área de Estudo

Nos diversos trabalhos que envolvem a aplicação das bandas multiespectrais dos sensores Landsat 5-TM e Landsat 7-ETM+ para mapeamento das unidades de paisagem em terrenos semi- áridos, foram propostos vários procedimentos básicos de escolha do melhor conjunto de imagens. Neste trabalho foram adotados os critérios descritos por Amaro (1998) definidos em função de fatores como: (a) a habilidade dos sistemas de sensores na discriminação de diferentes unidades da paisagem, correlacionáveis aos elementos do terreno; (b) o realce dos contatos entre as diversas unidades de paisagem, fundamentais na definição de suas áreas de abrangências; (c) a identificação e distinção entre os diferentes tipos de cobertura vegetal e ocupação do solo (florestas, solos expostos, culturas, etc.).

As melhores composições assinaladas para a discriminação das unidades de paisagem na área pesquisada foram organizadas sob a forma de mapas temáticos (Anexos 01, 02, 04, 05, 06, 07 e 08) de acordo com as classificações dadas para as unidades de paisagem identificadas nas imagens.Tais unidades indicam as principais características espectrais, morfológicas e texturais que foram empregadas na análise e interpretação das diversas categorias.

Os primeiros mapas temáticos elaborados foram os de Uso e Ocupação de Solo das datas de 1989, 2000 e 2001 (Anexos 04, 05 e 06), devido a facilidade da análise superficial das imagens orbitais multiespectrais, apresentando grande variedade de unidades presentes na região. Para este dado foi realizado o monitoramento da área de estudo a partir da comparação da três datas distintas, identificadas as mudanças ocorridas pela ação antrópica e natural, partindo da análise efetuada pelo SIG mostrando as modificações ocorridas para cada unidade dos mapas durante o intervalo de tempo entre cada imagem.

Os outros mapas foram elaborados de acordo com a interpretação feita para cada tema, com o uso das imagens de 2001, auxiliado pelas bibliografias existentes para a região.

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A elaboração do Mapa Geológico (Anexo 02) partiu da análise das composições coloridas em RGB 7/1-5/1-4/1, 7/4-5/3-4/2 e 5-3-1 da imagem de 2001 e corroborado pelo mapa geológico feito por Farias (1997) na região. Para o Mapa Geomorfológico (Anexo 07) foram usadas a composições 7/3- 5/3-4/3 e 7/4-5/3-4/2 da imagem de 2001, auxiliado pelo mapa geomorfológico criado pelo GEOPRO (2002) efetuado para o estuário Piranhas-Açu. O Mapa Pedológico (Anexo 01) foi adaptado de acordo com o mapa pedológico elaborado pela SUDENE (1971).

5.5.1 - Mapa de Vulnerabilidade Ambiental

O Mapa de Vulnerabilidade Ambiental (Anexo 08) foi elaborado de acordo com as técnicas aplicadas no âmbito da elaboração do “Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) para os Estuários do Estado do Rio Grande do Norte e dos seus Entornos”, parceria entre o IDEMA/RN e o GEOPRO/PPGG. O grau de vulnerabilidade estabelecido para as unidades geoambientais que compõem os estuários do Litoral Norte refletem as condições de fragilidade dos compartimentos geológico-geomorfológicos nesta região. Nesta proposta metodológica foi empregado os compartimentos geológico-geomorfológicos como base para a definição das unidades geoambientais, permitindo a caracterização das interrelações e a integração dos aspectos da evolução geomorfológica com os condicionantes físicos e biológicos.

Neste estudo, o grau de vulnerabilidade foi definido com base na estabilidade geomorfológica e características geológicas (aspectos da morfogênese-pedogênese, Tricart 1977 apud GEOPRO 2002) das unidades da paisagem, que quando integrados aos aspectos do uso e ocupação do espaço, e às intervenções na zona costeira, fornecem uma avaliação do risco para cada unidade geoambiental. Deve-se considerar os aspectos de desenvolvimento sócio-econômico da região e as perspectivas de instalação de empreendimentos de impacto negativo aos ecossistemas.

Os parâmetros abordados permitiram a definição de três graus de vulnerabilidade (Alta, Média e Baixa) para as unidades geoambientais descritas nas regiões estuarinas, conforme a proposição de Gundlach e Hayes (1978), Michel e Dahlim (1993), Silveira et al. (2001) e Silveira (2002). Para área em questão foram identificadas 6 (seis) unidades geoambientais classificadas de acordo com o grau de vulnerabilidade, como estabelecido na Tabela 5.1: Unidade I – Planície de Maré; Unidade II – Manguezais; Unidade III – Planície de Inundação Flúvio-Estuarina; Unidade IV– Dunas Móveis-Depressão Interdunar; Unidade V – Planície Interdunar/Dunas Fixas; Unidade VI – Superfície de Aplainamento. A descrição geológica-geomorfológica dessas unidades foi apresentada nos itens anteriores.

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Tabela 5.1 - Índice de Vulnerabilidade para as Unidades Geoambientais dos Estuários do Litoral Norte.

SUBSTRATO UNIDADES

GEOAMBIENTAIS

TIPO MOBILIDADE TRAFEGABILIDADE

DENSIDADE DA BIOTA

ÍNDICE DE VULNERABILIDADE

AMBIENTAL

PLANÍCIE DE MARÉ AREIA FINA, SILTE E

ARGILA

BAIXA MUITO BAIXA ALTA MÉDIO

MANGUEZAIS AREIA FINA, SILTE E

ARGILA

BAIXA MUITO BAIXA ALTA

BIODIVERSIDADE

ALTO PLANÍCIE DE

INUNDAÇÃO FLUVIO-ESTUARINA

AREIA FINA A MÉDIA ALTA BAIXA ALTA MÉDIO

ZONA DE INTERMARÉ

AREIA FINA A MÉDIA ALTA BAIXA MÉDIA MÉDIO A ALTO (*)

PLANÍCIE INTERDUNAR E

DUNAS FIXAS

AREIA MÉDIA A GROSSA

MÉDIA BAIXA BAIXA MÉDIO

DUNAS MÓVEIS E DEPRESSÃO INTERDUNAR

AREIA FINA A MÉDIA ALTA BAIXA BAIXA MÉDIO

SUPERFÍCIE DE APLAINAMENTO

AREIA MÉDIA A GROSSA

MÉDIA ALTA BAIXA BAIXO

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