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Capítulo 3 Métodos e Procedimentos

3.4 Amostra e coleta de dados

Identificação da amostra

A construção da amostra foi um dos grandes desafios dessa investigação. Não há, pelo menos não se identificou, nenhum organismo internacional que forneça lista de empreendedores que tenham passado pelo processo de falência, tenham filhos e que estes sejam identificados para possível contato. Caso existisse, a amostra seria objetiva e poder-se-ia obter uma estimativa do erro amostral e possibilitar que os resultados colhidos fossem inferidos para a população (Stevenson, 1981).Não existindo, foi necessário construí-la.

O principal grupo amostral (Ver Figura 7) foi o grupo de estudantes de instituições de ensino superior. Os discentes foram considerados relevantes para o estudo, visto estarem em uma fase de escolhas profissionais (Dias & Soares, 2012; Gottfredson, 2002; Johnson & Mortimer, 2002; Peñaloza et al., 2008). Foram considerados estudantes que estavam no início do (Araujo, Boaventura, Telles & Siqueira, 2010), meio (Bardagi, Lassance & Paradiso, 2003) e final do curso curso universitário (Teixeira & Gomes, 2005).

Conhecido a importância da aleatoriedade nas amostras estatísticas, quando não possível aplicá-la, os instrumentos investigativos fornecem alternativa aos que se interessam por populações normalmente não disponíveis: as amostras não probabilísticas (Freitas, Oliveira, Saccol & Moscarola, 2000), que podem até representar a população, mas não se pode garantir a sua confiabilidade (Stevenson, 1981; Tavares, 2011). Entretanto, é indicada em casos onde a população é de difícil acesso (Field, 2009): os filhos de pais falidos aqui podem ser encaixados.

Apesar de todas as limitações da amostra não probabilística, julga-se que os resultados, com as devidas ressalvas, podem contribuir para o estudo da falha, em sentido geral, e em sentido restrito as consequências desta na atividade empreendedora. Realizado esse preâmbulo e que, não se deve ser considerado como análise dos resultados, explicitar-se-á como foi procedida a propagação dos propósitos de investigação.

Divulgação do questionário

Duas técnicas de propagação foram utilizadas: “bola de neve” (Maroco, 2007) ― consiste quando identificado um elemento adequado ao perfil procurado, solicitasse que indique, ou transmita o link do questionário para outra pessoa que tivesse passado pelo mesmo acontecimento. A outra técnica empregada foi questionar todas as pessoas interessadas em colaborar com a pesquisa e, desse grupo geral, filtrar-se-ia o grupo de interesse. Houve dificuldade em nomear essa técnica, e, talvez, possa ser um mix dos métodos identificados como “conveniência”, “mais similares ou mais diferentes” e “casos típicos” (Freitas et al., 2000, pp. 106–7).

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A promoção do instrumento de coleta de dados foi realizada em dois processos concomitantes: publicidade através dos media sociais, iníciada imediatamente após a fase de testes, com ações durante todo o período de disponibilidade online; comunicação às Insituições de Ensino Superior (IES), ocorrida quinze dias após o início da operação anterior, com duração de quatro semanas.

Formação da amostra

A amostra, entre outras perspectivas, foi constituída por três grupos: a-) amigos, familiares, conhecidos (físico); b-) amigos, familiares, conhecidos e outras pessoas que esses três subgrupos contataram (virtual) e c-) comunidade acadêmica. Explicar-se-á como se conquistou o número de respostas utilizadas para a análise estatística (explicitadas no próximo capitulo). a-) Amigos, familiares, conhecidos (físico): ao longo de toda a fase de coleta de dados pediu-se aos integrantes da rede social tradicional que contribuíssem com o propóstio de pesquisa, respondendo o questionário, e, se possível, divulgando-o.

b-) Amigos, familiares, conhecidos (virtual): Uso dos media sociais: Facebook, Twitter, Linkedin, Google+ foram as plataformas eletrônicas utilizadas para publicitação. Semanalmente informava-se, através de Post nos media sociais, o pedido para promoção e resposta ao questionário. Até o início do período de divulgação às IES obteve-se mais de 2.600 acessos ao link promovido. É justo lembrar que o questionário foi divulgado pela Universidade da Beira Interior, através do serviço de Relações Públicas antes do inicio da divulgação às demais IES.

c-) Comunidade acadêmica: Formou-se um banco de dados constituído de 1.606 IES13. A etapa de contato com as IES foi realizada de forma eletrônica através de e-mail. A divulgação ocorreu diariamente entre 21/03/2016 a 22/04/2016 e foi subdividido em quatro 4 ciclos. A primeira semana, ocorrida em 21/03/201614 foram enviadas 1498 mensagens por e-mail nominais a Reitores, Presidentes, Diretores ou Chanceleres, conforme a denominação de cada país, em Inglês, Espanhol, Português do Brasil e de Portugal. Inserida no corpo do texto como imagem, carta assinada digitalmente pela coorientadora e doutorando. Obteve-se a resposta de 10 IES15, as quais 3 ou 0,7% aceitaram divulgar o inquérito para o seu corpo acadêmico.

Diante de menos de 1% de respostas, realizou-se nova tática para a semana vindoura. Não foi inserida a carta, apenas pequeno texto no corpo do e-mail. Acrescentou-se link de um e-book16 como forma de agradecimento antecipado e autorizando, se assim o desejassem, o reenvio aos

13 Efetivado em 30 dias.

14 Muitos países como Noruega e Espanha, nesse período, estavam em período de recesso devido ao feriado de Páscoa.

15 Soma-se a Universidade Federal de Mato Grosso (Brasil) e a Universidade da Beira Interior (Portugal). 16 Casos e acasos: criação e gestão de empresas - autor: Elifas Gonçalves Junior - link para acesso: https://dl.orangedox.com/BxM1L8NOQ9M40uUzr5

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possíveis alunos interessados. Obteve-se a resposta de quatro IES, das quais três aceitaram divulgarar o inquérito. Nesta fase foram contactadas 1495 IES e 0,3% responderam.

No terceiro envio voltamos a enviar a carta no corpo do e-mail – colada como imagem - e o link para download do livro. Das 1492 IES contatadas obteve-se a resposta de vinte, das quais onze aceitaram divulgar o inquérito para a comunidade universitária. Nesta fase contabillizou-se 1,3% de respostas. Concomitante neste períoodo, se recebeu algumas respostas expontâneas oriundas de países de língua francesa, o que nos motivou a acrescentar no banco de dados original cento e oito universidades da França, Luxemburgo, Bélgica e Suiça.

Para as universidades de língua francesa foram realizadas duas tentativas, das quais obtivemos apenas uma resposta, embora não tenha sido confirmada a divulgação do inquérito pelas IES, observou-se aumento de acessos ao questionário. Ressalva-se que algumas IES podem ter divulgado o inquérito, sem nosso conhecimento. Em 18/04/2016 ocorreu a quarta tentativa para obtensão de resposta às universidades, porém o quadro não se alterou.

A seguir gráfico sobre a relação semanal com o número de acessos ao questionário e quadro contendo as respostas válidas por país.

Figura 5. Acessos ao questionário por semana

0 500 1000 1500 2000 2500 1 2 3 4 5 6 7 Q ues ti o ná ri o s Semanas

Acessos por semana

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Quadro 16 Respostas por país

Respostas por país

País N País N

África do Sul 1 Inglaterra 3

Alemanha 2 Islândia 2

Angola 7 México 30

Argentina 4 Moçambique 29

Bélgica 1 Paraguai 9

Brasil 912 Perú 12

Cabo Verde 2 Polónia 1

Canadá 2 Portugal 480

Chile 1 Roménia 1

Colômbia 3 Rússia 1

Espanha 4 São Tomé e Príncipe 8

EUA 1 Suécia 2 Finlândia 1 Suíça 5 França 9 Timor-Leste 3 Guiné-Bissau 14 Venezuela 3 Índia 2 Total 1552

Realizada a etapa de criação do instrumento de pesquisa e descrição das principais etapas operacionais da coleta de dados, pode-se apresentar os resultados obtidos.

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