Amostra estudada

Para se fazer o levantamento dos sites de bancos que atuam no Brasil e que estão em operação na Web foram pesquisados os sites da FEBRABAN9, da ABBC10 e outros que ofereciam listas de bancos no Brasil, como o BankWeb.com e o Yahoo!. Este levantamento foi feito em junho de 2000, como forma de preparar a análise dos sites, que foi realizada no mês seguinte. Com as informações destes sites foi

9 _{Federação Brasileira das Associações de Bancos (www.febraban.org.br).} 10_{Associação Brasileira de Bancos Comerciais (www.abbc.org.br).}

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composta a lista mais completa que se tinha conhecimento naquela ocasião sobre Web sites de bancos em atividade no país, lista essa composta por 81 bancos, representando cerca de 42% do total dos bancos em operação. Para a identificação do universo de bancos que atuam no Brasil, a fonte principal foram as informações disponibilizadas no site do Banco Central11.

Tabela 7

Web Sites de Bancos Analisados

1997 1998 1999 2000

Sites analisados 55 73 81 81 Total de bancos 215 201 199 192 % do total 25,5% 36,3% 40,7% 42,2%

Dado ao dinamismo da Web e do sistema bancário, estes números podem variar ligeiramente entre a data da verificação de existência dos sites e sua efetiva análise pois novos sites estão sempre sendo inaugurados e outros podem estar desativados para reformulação devido a fusões e aquisições. Mesmo que o número total de bancos com sites na Web possa ser um pouco diferente do número de sites analisados, consideramos para o nosso estudo apenas aqueles que estavam em funcionamento regular no período da verificação em junho/2000 e da coleta de dados para análise em julho/2000. Assim, podemos afirmar que a pesquisa aqui relatada apresenta uma idéia bastante próxima da evolução do número de bancos que operam no Brasil e que disponibilizam um site na Web. A tabela 7 compara os bancos analisados na amostra de 2000 com as de pesquisas anteriores12.

11 _{Banco Central do Brasil (www.bacen.gov.br).}

12 _{Estas pesquisas anteriores foram publicadas em “Web Banking in Brazil”, RAE jul/set 1998; “Serviços bancários}

pela Web: comparação entre o Brasil e os EUA” trabalho apresentado no BALAS99, congresso realizado em New Orleans, EUA, em abril de 1999; e na tese de doutorado “Uso da Web pelos bancos: comércio eletrônico nos serviços bancários”, defendida na EAESP-FGV em março de 2000. Todos os trabalhos são de autoria do prof. Eduardo Diniz.

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Os bancos da amostra foram classificados segundo dois critérios: o porte e o controle do capital. Para classificar os bancos segundo o seu porte foi utilizado o volume de ativos totais do banco, segundo dados do balancete de junho/2000 disponíveis no site do Banco Central.

Ao se considerar o porte do banco segundo o ativo total, se dividiu os bancos estudados em três categorias: os grandes, cujo volume de ativos corresponde a um número superior a 2% do volume total do sistema; os médios, com ativos entre 0,2% e 2% do total do sistema; e os pequenos, com ativos inferiores a 0,2% do total do sistema13. Vale mencionar também que os ativos somados dos 81 bancos analisados nesta pesquisa correspondem a cerca de 90% do total de ativos do sistema bancário brasileiro.

A classificação dos bancos segundo a origem do controle de capital também foi feita em três categorias: bancos privados nacionais, bancos de controle estatal (federal ou estadual) e bancos estrangeiros, incluídos neste último os bancos privados nacionais cujo controle é exercido em parceria com grupos estrangeiros. A tabela 8 apresenta um resumo da amostra estudada em 2000 comparada com as amostras que fizeram parte dos estudos anteriores.

EAESP/FGV/NPP - NÚCLEODEPESQUISAS EPUBLICAÇÕES 76/183 RE L A T Ó R I O D E PE S Q U I S A Nº 5 7 / 2 0 0 1 Ativo > 2% 2%>Ativo>0,2% Ativo < 0,2% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 1997 1998 1999 2000 Tabela 8

Características das Amostras Estudadas14

1997 1998 1999 2000 Bancos % Bancos % Bancos % Bancos % Total de sites analisados 55 100% 73 100% 81 100% 81 100% Ativo > 2% do total 7 13% 9 12% 11 13% 10 12% 2%>Ativo>0,2% do total 29 53% 34 47% 37 46% 34 42% Ativo < 0,2% do total 19 34% 30 41% 33 41% 37 46% Estrangeiro 11 20% 14 19% 21 26% 26 32% Privado nacional 30 54% 44 60% 45 56% 38 47% Estatal 14 25% 15 21% 15 18% 17 21% Figura 3

Evolução da Amostra com relação ao Porte dos Bancos

Considerando o volume de ativos dos bancos estudados (figura 3), percebe-se que a porcentagem de bancos grandes na pesquisa permanece relativamente estável ao longo do tempo. Detecta-se também uma tendência de queda na participação dos

14 _{De acordo com informações obtidas no site do Banco Central (www.bacen.gov.br) e na Revista Exame Maiores e}

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bancos médios enquanto que os bancos pequenos têm uma tendência de crescimento de sua participação na amostra. Essas variações podem ser explicadas por dois fatores. Em primeiro lugar, é preciso considerar que os bancos de porte médio estão diminuindo a sua participação no conjunto do sistema bancário brasileiro como resultado de fusões e aquisições, o que tende a reduzir a sua presença na amostra. Em segundo lugar, os bancos menores percebem cada vez mais a importância de consolidar a sua presença na Web, aumentando gradativamente a sua participação na amostra.

Figura 4

Evolução da Amostra com relação ao Controle do Capital dos Bancos

Com relação ao controle de capital dos bancos na amostra (figura 4) observa-se que entre 1997 e 1998 a participação dos bancos privados nacionais ampliou-se ligeiramente, mas entre 1998 e 2000 esta tendência se inverteu. Uma explicação possível para este movimento está ligada a uma maior agressividade dos bancos privados nacionais nos primeiros tempos do Internet banking. Num segundo

Estrangeiro Privado nacional Estatal 0% 20% 40% 60% 80% 100% 1997 1998 1999 2000

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momento, as aquisições feitas por bancos estrangeiros e também a sua maior definição quanto a uma participação na Web brasileira fez ampliar a sua presença na amostra pesquisada. Quanto aos estatais, a sua maior participação na pesquisa de 2000 pode estar associada a uma necessidade de modernização dos bancos neste segmento, o que os levou a procurar uma maior presença na Web no último ano. Este fato pode ser associado à busca de maior visibilidade dos bancos estatais aos olhos de possíveis compradores, dentro da política de privatizações apoiada pelo governo federal e diversos governos estaduais.