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CAPITULO III – METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

3. Metodologia de Investigação

3.4. Amostragem por Conveniência

De acordo com Malhotra (1996) a população corresponde ao agregado de todos os elementos que compartilham um conjunto comum de características de interesse para o problema sob investigação. Por sua vez, Minayo (2001) afirma que a pesquisa qualitativa responde as questões muito particulares. Esta preocupa-se, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Uma das características que mais diferenciam a pesquisa qualitativa da quantitativa em relação à amostragem é a quantidade de sujeitos sociais pesquisados. Este número não deve ser muito grande, mas suficientemente pequeno de forma a permitir que o investigador seja capaz de conhecer e compreender bem o objeto de estudo. Ou seja, há na verdade, a necessidade de um maior aprofundamento e abrangência da compreensão do assunto pesquisado, por isso, para esta abordagem, o critério fundamental não é o quantitativo, mas a sua possibilidade de incursão.

Para a determinação do tamanho da amostra da população por entrevista foi usada a amostra não probabilística por conveniência. Segundo Gil (1999), a amostra por conveniência consiste numa amostra não probabilística onde o investigador seleciona os membros da população dos quais obtém a informação, ou seja, utiliza os indivíduos que se encontram disponíveis. Esta amostragem foi adotada por se considerar os referidos atores os elementos chave e relevantes para a pesquisa proposta.

A amostragem por conveniência ou acessibilidade constitui o menos rigoroso de todos os tipos de amostragem. Por isso mesmo é destituída de qualquer rigor estatístico. O

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investigador seleciona os elementos a que tem acesso admitindo que estes possam, de alguma forma, representar a população.

Chizzotti (1991) refere que na pesquisa qualitativa, todas as pessoas que participam são reconhecidas como sujeitos que elaboram conhecimentos e produzem práticas adequadas para intervir nos problemas que identificam. Outro ponto, não menos importante para a definição da amostra, é saber quais os indivíduos sociais com uma vinculação mais significativa para o problema investigado pois são as pessoas mais envolvidas no problema que normalmente serão mais relevantes para a pesquisa qualitativa. Pode ser considerada uma amostra ideal aquela que reflete as múltiplas dimensões do objeto de estudo. A amostragem boa é portanto, aquela que possibilita abranger a totalidade do problema investigado nas suas múltiplas definições.

Como tal, para este trabalho, procurou-se escolher um número de indivíduos, uma amostra, de tal forma que as suas observações trouxessem mais-valias para o trabalho.

O estudo baseou-se na recolha de testemunhos e opiniões de cinco entidades do sector turístico da Lousã, das quais três integram a Estrutura de Missão do projeto LDTA. Quatro destas entidades são empresas do ramo de hotelaria, uma do ramo de restauração. Para além destas constituíram também amostra de coleta de dados, entidades da CML, nomeadamente: Vereação (educação, cultura, empreendedorismo, turismo e juventude) e a Provedoria das pessoas com incapacidade. A ARCIL e por último a Accessible Portugal. Assim, a nossa amostra é composta por 9 entidades, (tabela 9). Estas entidades foram divididas em dois subgrupos e aplicado um guião de entrevista específico para cada. Essa divisão teve como objetivo colher depoimentos diferentes entre agentes da oferta turística, a perspetiva da CML e a ARCIL.

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Tabela 9: Relação das entidades selecionadas para entrevista

Agentes da oferta de serviços turísticos e de apoio

1. Restaurante O Burgo 2. Meliá Palácio da Lousã 3. Residencial Martinho

4. Pousada da Juventude da Lousã 5. Transerrano, Lda

Câmara Municipal da Lousã

6. Vereador (Educação, Cultura, Empreendedorismo, Turismo e Juventude)

7. Provedor das Pessoas com Incapacidade Org. Privada de Solidariedade

Social

8. ARCIL – Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã

Agência de Viagem 9. Accessible Portugal Fonte: elaboração própria

O motivo da escolha destes sujeitos deve-se ao facto de serem agentes assumidos como indispensáveis para perceção do fenómeno em análise e por considerar uma subgrupo com consciência e conhecimento de causa sobre o assunto da pesquisa. Assim, considerou-se que esta amostra permitiria perceber os meandros da implementação do projeto LDTA, bem como a sua situação atual. Além disso, estiveram envolvidos, de forma direta ou indireta, em todo o projeto e possuem também experiência significativa em lidar com clientes com incapacidade. Por sua vez, a CML (Vereação e a Provedoria) e ARCIL constituem-se atores chave, desde a conceção, implementação, supervisão e avaliação dos pressupostos da implementação do projeto LDTA.

Ponderou-se, inicialmente, alargar a amostra a outros agentes de oferta. No entanto, no decorrer das entrevistas começou-se a verificar alguma saturação teórica dos dados, pelo que considerámos suficientes os testemunhos recolhidos. Sobre a saturação teórica podemos percebe-la como a suspensão de inclusão de novos participantes quando os dados obtidos passam a apresentar, na avaliação do investigador, uma certa redundância ou repetição, não sendo relevante persistir na coleta de dados. Ou seja, as informações fornecidas pelos novos participantes da pesquisa pouco acrescentariam

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ao material já obtido, não mais contribuindo significativamente para o aperfeiçoamento da reflexão teórica fundamentada nos dados que já estão sendo coletados.

Segundo Strauss & Corbin (2008) a saturação teórica ocorre quando parece não surgir nenhuma nova informação durante a codificação, ou seja, quando não se vê novas propriedades, dimensões, condições, ações/ interações ou consequências nos dados. A saturação é mais uma questão de encontrar um ponto na pesquisa no qual recolher dados adicionais parece ser contra produtivo, ou seja, o “novo” que é revelado não acrescenta muita coisa á explicação.

Por isso, a opção mais indicada para colmatar esta situação foi obter um número ideal da sujeitos da amostra procurando selecionar atores que se consubstanciavam elementos chave para o trabalho, alguns por constituírem a Estrutura da Missão do projeto e outros por serem elementos basilares para a implementação e dinamização do referido projeto, como referimos anteriormente.

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