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6. Metodologia

6.1 Amostragens

Amostragem da água captada

Entende-se por amostragem de água, a recolha de uma porção de água de um meio (rio, lago, rede de distribuição, água residual efluente de uma ETAR, etc.), de volume suficiente para as análises a efetuar (Antunes, 2013). Esta deve ser preservada, conservada e transportada convenientemente até ao laboratório e aí tratada e armazenada, enquanto representa com rigor a água amostrada, pois só o simples facto de remover uma amostra do seu local de origem e colocá-la em contato com as paredes de recipientes, sujeitando-a a um novo ambiente físico, pode ser suficiente para romper o equilíbrio natural e conferir mudanças na sua composição. Assim, para que haja um adequado e eficiente programa de monitorização da qualidade de uma água, a colheita das amostras é um passo que requer vários cuidados, dos quais se salienta o planeamento da amostragem, tal como apresentado no Anexo 7.

Posteriormente, e de acordo com a norma ISO 5667-4 (2016) relativa à amostragem, deve ter- se em consideração:

a) a localização; b) a frequência; c) o método;

d) o transporte, preservação e armazenamento das amostras; e) os parâmetros analisados.

Com isto, a amostragem na Albufeira da Barragem de Fagilde seguiu os seguintes critérios:

a) Localização:

A colheita das amostras foi executada no meio hídrico superficial designado por Albufeira de Fagilde, num ponto de amostragem mais próximo possível da captação, uma vez que junto à captação existia uma grande quantidade de sólidos, o que poderia causar erros analíticos. Na figura 23-6 e 24-6 apresenta-se a localização do ponto de amostragem.

Figura 23-6: Localização do ponto de amostragem. Fonte: Google Earth.

b) Frequência:

As colheitas foram realizadas com intervalos de aproximadamente quinze dias, entre fevereiro de 2017 e maio de 2017. No Quadro 16-6 estão referidos os dias em que foram realizadas as colheitas, indicando-se também as condições climáticas no dia da recolha bem como nos 3 últimos dias antes da amostragem.

Quadro 16-6:Estado do tempo nos dias de amostragem e 3 dias antes da amostragem.

Data Hora Temperatura (ºC) Estado do tempo

no dia

Estado do tempo há 3 dias atrás

14-02-2017 10h e 20min 11,5 Céu nublado Chuva

07-03-2017 10h e 00min 14,7 Céu limpo Chuva

21-03-2017 10h e 30min 15,6 Céu Limpo Céu limpo

04-04-2017 10h e 30min 19,0 Céu limpo Céu limpo

24-04-2017 10h e 30min 19,1 Céu nublado com

chuviscos Céu Limpo

09-05-2017 10h e 20min 19,4 Céu nublado Céu limpo

28-05-2017 10h e 35min 25,4 Céu limpo Céu Limpo

Captação

Amostragem

C) Método:

A colheita das amostras de água é uma operação delicada e que requer alguns cuidados, pois condiciona os resultados e sua interpretação, assim durante esta operação foi adotada uma técnica de amostragem adequada, tendo sido utilizados frascos limpos de modo a garantir a qualidade da amostra colhida, assim como a sua conservação. A amostra foi recolhida com o auxílio de um balde devidamente lavado, em cima de uma ponte, no centro do leito do rio, de modo a que não fossem recolhidas amostras de águas paradas, uma vez que apresentam uma elevada turvação, devido à presença de partículas de grande dimensão como folhas e detritos (vide Fig. 25-6).

Foram realizadas 7 campanhas, 2 por cada mês expeto no mês de fevereiro que foi só uma, isto devido ao protocolo de análises ainda não estar formulado. Por cada campanha, eram colhidas 5 amostras simples, com um volume de aproximadamente 500ml cada uma, a uma profundidade de aproximadamente 60cm abaixo da superfície da água, uma vez que as águas de superfície poderão conter óleos e gorduras, detergentes, materiais vegetais em decomposição e outras partículas de reduzida densidade.

Neste ponto de amostragem foram ainda caraterizadas as condições meteorológicas, tais como a velocidade do vento, temperatura e humidade do ar, a presença do odor ambiental, a existência de descargas ilegais, bem como a observação da fauna e flora aquática.

D) Transporte, preservação e armazenamento:

Para o transporte das amostras foram usadas malas térmicas com cuvetes de gelo para a sua refrigeração de modo a garantir a temperatura desejada.

As análises foram realizadas no próprio dia.

f) Parâmetros analisados

Após a recolha da amostra realizaram-se algumas análises in situ dos parâmetros mais sensíveis à variação das condições atmosféricas, utilizando sondas portáteis ( Hach Lange HQ 40 D) , os restantes parâmetros analítico foram determinados em laboratório.

Os parâmetros analisados in situ foram a Temperatura (TºC) pH (escala de Sorensen), condutividade (µs/cm), oxigénio dissolvido (mg/L), potencial redox (mV) e turvação (NTU), sendo analisados em triplicado.

Os parâmetros analisados em laboratório foram, o ferro (mg/L), o manganês (mg/L), o alumínio (mg/L), a alcalinidade (mg/L CaCO3), o COT (mg/L), a amónia (mg/L), os nitratos (mg/L), o

CQO (mg/L O2), o CBO5 (mg/L O2) e os SST (mg/L). Todas estas análises foram realizadas em

triplicado de modo expedito no laboratório da ETA de Nesprido/Fagilde, com exceção dos nitratos e do COT. Estes últimos parâmetros analíticos foram analisados nos laboratórios do Departamento de Ambiente da ESTGV.

No presente estágio curricular não foram determinados parâmetros microbiológicos, uma vez que não se demonstrou relevante já que as análises realizadas na ETA são meramente de controlo operacional e não incluem estes parâmetros que têm uma redução a zero pela pré- desinfeção e desinfeção final. Assim, só foram avaliados os coliformes na água de saída para o consumidor.

Os procedimentos usados na determinação dos parâmetros, estão descritos nos Anexos 2 e 3.

Amostragem da água tratada

Para o acompanhamento e recolha de água para análise são necessários procedimentos específicos, uma vez que se tem de garantir a não contaminação da amostra por parte do responsável pela colheita. O responsável pela colheita de amostra tem que ser um técnico de amostragem devidamente acreditado ou em alternativa por um laboratório acreditado para a colheita.

As colheitas de amostras para a implementação do PCQA foram realizadas em cafés, lares, e centros sociais. Estes pontos de amostragem devem estar em bom estado de conservação, no caso de torneiras não deve ser misturadoras, deve ser um ponto usado diariamente. Caso tenha acessórios estes devem ser removidos antes do processo. Antes de qualquer processo dever-se- á descarregar a água por alguns instantes, por forma a eliminar a possível água suja lá existente (ERSAR, 2017).

Para a recolha de amostras são necessários materiais previamente fornecidos pelo laboratório de serviço, neste caso de estudo foram fornecidos pelo laboratório devidamente acreditado IAREN. Dentro da lista deverão constar os seguintes elementos: mala térmica com recipientes de amostragens e acumuladores de gelo, luvas descartáveis, chaves de boca-de-incêndio, relógio, fotómetro portátil, termómetro e finalmente, canetas e marcadores. Deve-se ter também papel adsorvente, para limpeza, algodão e álcool para desinfetar o ponto de amostragem, um copo para auxiliar na desinfeção, um maçarico e impressos de registo. Todo o material deverá ir devidamente acondicionado na mala térmica, expeto o maçarico Os procedimentos para recolha de amostras nas torneiras do consumidor estão descritos no Anexo 4.

De referir ainda que o transporte das amostras deve ser feito no menor espaço de tempo possível e a temperatura deve ser verificada imediatamente à chagada ao laboratório. Para as situações em que serão analisados parâmetros microbiológicos tem de ser garantido que a diferença de temperatura esteja no intervalo entre 5±3ºC. Os dados referentes as horas da colheita, a temperatura, cloro residual e local da colheita devem constar nos impressos (ERSAR, 2017).

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