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3. Qualidade de água

3.3 Degradação da qualidade da água

O termo ”poluir” designa genericamente a alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas da água, sendo estas alterações provocadas por causas naturais ou artificiais (Ferreira et al., 2009).

As causas naturais, são derivadas sobretudo da variação do clima, em que um clima extremamente seco vai provocar uma elevada degradação da qualidade da água, uma vez que ao existir uma menor diluição de contaminantes, pode levar ao aparecimento de cionabácterias,

Classificação Nível de Qualidade

A- Não poluído Águas isentas de poluição, adequadas a os usos mais exigentes

B- Ligeiramente Poluído Águas com qualidade inferior à classe A, porém apta para todos

os usos.

C- Poluído

Águas com qualidade aceitável, apta para rega, indústria e água potável após tratamento rigoroso. Faculta a subsistência de espécies piscícolas menos exigentes e possibilita o recreio sem contacto direto.

D- Muito Poluído Água com qualidade medíocre para rega, arrefecimento e

navegação, onde a vida piscícola pode resistir aleatoriamente.

E- Extremamente Poluído Não apta para a maioria dos usos, pode ameaçar a saúde pública

as quais são toxicas para os consumidores, por outro lado a precipitação proporciona o escoamento superficial, sendo este por sua vez responsável pelo carreamento do material particulado de iões presentes nas rochas. Resta ainda salientar que o crescimento morte e decomposição de plantas aquáticas a vegetação também interferem na qualidade da água, uma vez que pode levar a alterações dos teores de azoto, fósforo, pH e O2 Dissolvido. E por fim as

rochas ao entrar em contato com a água, também alteram as suas caraterísticas naturais (Mendes & Santos, 2004).

As causas artificiais são da responsabilidade do homem, sendo estas provocadas pela adição de novos compostos á água, alterando assim a sua qualidade. Estes compostos apresentam-se sob a forma de efluentes líquidos e /ou resíduos sólidos e têm uma grande diversidade. No Quadro 10-3 é apresentado a classificação de vários poluentes, as fontes a eles associadas e os seus efeitos na qualidade da água.

Quadro 10-3: Principais grupos de poluentes, efeitos deles decorrentes e origens mais usuais.

Grupo de poluentes Origens usuais desses poluentes Efeitos resultantes da sua presença na água

Sustâncias biodegradáveis, cujo quantitativo será expresso pelo respetivo valor de CBO5.

Efluentes domésticos e industriais aparentados; destilarias; fábricas de conserva; unidades de fabrico de cerveja; unidades de fabrico de laticínios; unidades de produção de pasta e fabrico de papel; criação animal; agricultura.

Desoxigenação das águas, morte de

peixes e outros organismos

aquáticos aeróbios, formação e libertação de odores.

Substâncias tóxicas, tais como arsénio, cádmio, chumbo, cianetos, cobre, crómio, mercúrio, níquel, zinco e eventualmente radionuclídeos.

Indústrias de tratamento de

superfícies metálicas (cromagem, niquelagem, etc.);tratamento de fosforites e de bauxite; produção de cloro; curtumes; fabrico de baterias e acumuladores

Mortandade de peixes, animais

domésticos e de criação;

mortandade de algas e demais

organismos planctónicos;

bioacumulação e biomagnificação em tecidos de moluscos e peixes.

Ácidos e alcalis

Efluentes de minas de carvão;

siderurgias; unidades têxteis;

efluentes de indicadores químicos; lavandarias; efluentes de lavagem

de reatores de unidades de

lacticínios; efluentes de unidades de despeliculagem química de vegetais (tomate, etc.)

Rutura de capacidade tamponizante das águas; alterações nos sistemas

ecológicos, com eventuais

modificações das populações

dominantes.

Desinfetantes, tais como cloro e derivados, ozono, água oxigenada, formalina, fenóis, etc.

Unidades de branquiamento de

pasta e papel; fabrico de

antibióticos; unidades de produção de gás , alcatrões , etc; unidades de produção de tintas e outros produtos químicos.

Eliminação seletiva de

microrganismos; formação de

sabores e odores em águas tratadas; formação de derivados tóxicos e/ou mutagénicos, etc.

Grupo de poluentes Origens usuais desses poluentes Efeitos resultantes da sua presença na água

Sais de origem inorgânica, em especial cloretos, fluoretos, silicatos

Unidades de metalúrgicas de

produção de cimento; cerâmica; descargas e efluentes de minas e unidades de separação de metais; efluentes de poços de combustíveis fósseis.

Modificações das caraterísticas da água, tais como condutividade, dureza e salinidade; formação de

precipitados e suspensões

coloidais; formação de colorações.

Substâncias oxidantes e redutoras, tais como amoníaco, nitratos e nitritos, sulfuretos e sulfitos

Unidades de produção de gás e carvão; fabrico de adubos e fertilizantes; fabrico de explosivos pigmentos, tintas e fibras têxteis; fabrico e branqueamento de pasta e papel; efluentes domésticos.

Desoxigenação das águas;

possibilidade de inundação de efeitos eutrofizantes; crescimento

seletivo de microrganismos;

formação de odores.

Substâncias esteticamente questionáveis

Produção de detergentes; unidades

de curtumes; unidades agro-

alimentares; produção de açúcar; fabrico de lã; criação de galináceos; refinarias de petróleo; perfurações; efluentes domésticos.

Sólidos flutuantes e produtos

decantáveis; espumas de

eutrofização; depósitos de fundo anaeróbios; formação de odores e de espumas; mortalidade de peixes.

Organismos patogénicos

Efluentes de matadouros;

processamento de lã; abate e processamento de galináceos e outras aves; formação de fungos em obras de tratamento de efluentes; dispersão de espumas de ETAR.

Infeções no homem e animais domésticos; doenças e pragas

vegetais através de águas

contaminadas.

A presença destes poluentes no meio hídrico pode dever-se de um acidente ou serem lançados intencionalmente ao meio hídrico. Estas descargas, classificam-se ainda em pontuais ou difusas, de acordo como os poluentes são introduzidos no ambiente hídrico ou processos geradores dessa descarga (Mendes & Santos, 2004).

A contaminação difusa das águas superficiais tende a adquirir uma importância crescente ao longo dos anos, já que os pontos de emissão não são possíveis de identificar ou de controlar não podendo ser efetuada uma medição pontual da carga ou do caudal envolvidos. As substâncias mais comuns que se encontram nas águas sujeitas a contaminação difusa pertencem ao grupo de fertilizantes e dos pesticidas usados na agricultura, acrescendo a matéria orgânica e as substâncias tóxicas ligadas tanto às atividades pecuárias como aos efluentes urbanos ou a determinadas atividades industriais. Por outro lado, a contaminação pontual diz respeito a descargas efetuadas no meio hídrico através de um único local identificável. A partir desse local gera-se uma pluma que se desloca e dispersa no meio hídrico. Isto significa que, as concentrações mais elevadas se encontram sempre junto da fonte de poluição. Incluem-se nesta situação as descargas de águas residuais industriais, domésticas ou urbanas, as águas de origem urbana e fugas de reservatórios de armazenamento de líquidos diversos, de instalações industriais, de explorações agrícolas e de aterros sanitários. A estas duas usuais origens de

poluição hídrica ainda se pode juntar uma terceira, a poluição acidental. Esta situação ocorre quando se verifica uma descarga de poluentes a partir de uma fonte pontual, devido a circunstâncias acidentais ou imprevistas. O impacte sobre o meio ambiente e os efeitos a nível das possibilidades do uso de água são semelhantes aos observados no caso dos episódios de poluição associados a fontes pontuais. No entanto podem produzir efeitos instantâneos ou imediatos mais dramáticos e com resultados eventualmente catastróficos (Mendes & Santos, 2004).

Um critério indispensável na previsão dos impactes na qualidade da água tem a ver com as caraterísticas do poluente, mais propriamente a variação da sua concentração no meio hídrico ao longo do tempo, podendo ser diferenciados entre poluentes conservativos e não conservativos (Mendes & Santos, 2004).

Os poluentes conservativos são aqueles que apresentam concentração constante no meio ambiente ao longo do tempo. Estes apenas são condicionados pelos processos hidrodinâmicos e não são afetados pelos processos químicos e biológicos. Por outro lado, a concentração dos poluentes não conservativos poderá ser afetada por processos biológicos (pe. imobilizados por processos de absorção/adsorção em sedimentos). Estes poluentes não conservativos são aqueles cuja degradação no sistema inclui esquemas de rápida oxidação, imobilização ou decomposição, mediante processos naturais de autorregeneração, ou tratamento artificiais dos efluentes poluídos. Estes são maioritariamente substâncias facilmente biodegradáveis (Ex: Efluentes domésticos ou efluentes de industrias e agro alimentares), as quais fornecem energia e nutrientes (Ex: Azoto e Fósforo) ao sistema (Mendes & Santos, 2004).

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