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. Essas análises deverão ser executadas a posteriori e constam dos seguintes itens:

Análise do Ambiente Sonoro

Devem ser utilizadas para a análise do ambiente sonoro as NR-15 e NBR 10152, que são recomendadas pela NR-17 – Ergonomia.

Segundo o Anexo No1 da NR-15, o limite de tolerância para ruído contínuo ou intermitente durante uma jornada diária de oito horas é de 85 dB (A). A medição deve ser realizada com o decibelímetro operando no circuito de compensação A e no circuito de resposta lenta (slow).

Por outro lado, a NR-15 prevê apenas situações de insalubridade. Assim, deve-se tomar como referência a NBR 10152, que trata das condições de conforto recomendadas pela NR-17. Esta norma admite uma faixa de 45 a 65 dB (A) para salas de computadores, sendo que o valor inferior representa o nível sonoro para conforto, e o superior significa o nível sonoro aceitável para a atividade. Níveis superiores são considerados de desconforto, sem necessariamente implicar risco de dano à saúde.

Análise TermoAmbiental

Devem ser utilizadas para análise deste importante elemento do posto de trabalho em estudo a NR-15 e a Norma 55-1981 da ASHRAE.

Segundo o Anexo 3 da NR-15, a exposição ao calor deve ser avaliada através do “Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo” (IBUTG), definido pela equação:

IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg (para ambientes internos ou externos sem carga solar);

Onde: tbn = temperatura de bulbo úmido natural / tg = temperatura de globo.

O limite de tolerância para exposição ao calor, considerando-se a atividade como leve e com regime de trabalho contínuo seria um IBUTG com valor de até 30oC.

Como a NR-15 prevê apenas as situações de insalubridade, deve-se tomar como referência a Norma 55-1981 da ASHRAE que trata das condições

de condições termo-ambientais que agradem a uma percentagem mínima de 80 % dos usuários do posto de trabalho, para ambientes termicamente moderados e com trabalho sedentário de escritório. Esta medida permitiu a adoção de temperaturas de bulbo seco mais elevadas, compensadas pelo uso de roupas com resistências térmicas menores, pelo aumento da velocidade do ar etc.

O valor da umidade relativa deve ser obtida através da Carta Psicométrica, e o limite mínimo é de 40% estabelecido na NR-17.

A velocidade do ar não deve ultrapassar o limite de 0,75 m/s estabelecido na NR-17.

Iluminação

Para a avaliação deste item devem ser utilizadas as Normas NBR-5413/1991 – Iluminância de Interiores, regulamentada pela NR-17 – Ergonomia, e a NBR-5382/1985 – Verificação de Iluminação de Interiores.

De acordo com a NBR-5382, o método de verificação a ser utilizado é o que consta no item 4.2 – área regular com luminária central. Porém, na caso da análise de conforto, a NBR 5413 recomenda a leitura diretamente no plano de trabalho, no caso o documento fonte e teclado.

Em ambientes nos quais existam vãos para iluminação natural, as medidas devem ser tomadas à noite (SILVA, 2001).

A iluminação não deve provocar ofuscamento, reflexos, sombras e contrastes excessivos, conforme recomenda a NR-17. Os níveis de iluminância não devem ser inferiores ao nível de 500 lux estabelecido na NBR 5413.

CONCLUSÕES

A NR-17 – Ergonomia – visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Realizada a análise ergonômica do posto de trabalho, pode-se concluir que:

Quanto ao Mobiliário do Posto

a)O trabalho é executado na posição sentada conforme recomenda a norma;

b)A altura do plano de trabalho (74 e 76 cm) é compatível com o tipo de atividade e com a altura do assento;

c) A área de trabalho é de fácil alcance e de boa visualização;

d)As características dimensionais da mesa permitem a movimentação adequada dos segmentos corporais;

e)A altura do assento é ajustável, conforme recomenda a norma; f) A borda frontal é arredondada;

g)Há o encosto adaptado ao corpo para a proteção da região lombar; h)Não há um suporte adaptável para os punhos e braços;

i) Não há um suporte adaptável para os pés, embora os mesmos mantenham-se plantados no chão durante a jornada.

Quanto aos Equipamentos

a) Não há um suporte adequado para o documento fonte, prejudicando a postura, a visualização do mesmo e produzindo constante movimentação do pescoço;

b) O documento fonte possui legibilidade razoável e não produz brilhos ou ofuscamentos;

c) Embora não haja regulagem de altura, a tela do monitor está adequadamente ajustada à altura e à distância do operador, sem produzir reflexos advindos da iluminação e de outros objetos;

d) O teclado é independente, mas não possui regulagem de altura, estando a uma altura 20 cm maior do que a linha dos cotovelos, o que provoca uma angulação nos cotovelos de aproximadamente 61o, ao invés dos 90o recomendados;

e) As distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento não são aproximadamente iguais.

Quanto à Organização do Trabalho

sua saúde, embora muitas vezes este submeta-se a alguns dias de sobrecarga, com até quatro horas além da jornada normal, o que representa nestas ocasiões um período muito superior para a entrada de dados do que as cinco horas estabelecidas pela NR – 17;

b) As pausas para descanso são realizadas dentro do recomendado, por vontade e conhecimento próprio – 10 minutos de descanso para 50 minutos de trabalho.

RECOMENDAÇÕES

1. Regular a altura do monitor e teclado;

2. Instalação de um suporte adequado para o documento fonte, que evite a movimentação contínua do pescoço e o esforço de focalização alternada dos olhos;

3. Procurar no arranjo teclado-documento-tela a equidistância; 4. Colocar suporte adequado para os punhos, braços e pés; 5. Praticar atividades de alongamento e relaxamento;

6. Dimensionar a jornada de trabalho de forma que não ultrapasse as cinco horas no computador, estabelecidas pela NR – 17.

REFERÊNCIAS

ASHRAE – American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineering.

Handbook of Fundamentals. Norma 55/64. Atlanta: ASHRAE, 1964.

CINCURÁ, José. Guia Prático de Ergonomia: Um Curso Condensado. Companhia Editora Piauí – COMEPI, 1996. 73 p.

FIALHO, FRANCISCO; SANTOS, NERI DOS. Manual de Análise

Ergonômica no Trabalho; Curitiba: Ed. Genesis, 2a Ed., 1997, 316 p.

GRANDJEAN, ETIENNE. Manual de Ergonomia: Adaptando o Trabalho ao

Homem / Tradução João Pedro Stein. /Porto Alegre: Artes Médicas, 4a Ed.,

1998, 338 p.

IIDA, ITIRO. Ergonomia: Projeto e Produção / São Paulo: Edgard Blucher Ltda,1997,465 p.

MANUAIS de Legislação Atlas. Segurança e Medicina do Trabalho / São Paulo: Editora Atlas S.A., 48a Ed., 2001.

KRAISCH, IVAN JOSÉ. Identificação dos Riscos Ergonômicos do

Trabalho com Computadores Pessoais em Ambientes Domésticos:

Estudo de Caso, João Pessoa, 1998. Monografia do Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, Departamento de Engenharia de Produção, Centro de Tecnologia, UFPB.

MÁSCULO, FRANCISCO SOARES. Apostila de Ergonomia. Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. João Pessoa, UFPB, 2001, 114 p.

SILVA, FRANCISCO A. GONÇALVES. Apostila de Iluminação. Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. João Pessoa, UFPB, 2001, 79 p.

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