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Análise aprofundada do processo de referenciação desde o CHMT até à ECCI –

Capítulo 3: Análise da congruência processual da referenciação de doentes para a RNCC

3.2 Análise aprofundada do processo de referenciação de pessoas doentes para a RNCC

3.2.2 Análise aprofundada do processo de referenciação desde o CHMT até à ECCI –

Com o intuito de realizar a análise da congruência processual da referenciação de pessoas doentes para a RNCCI, no caso, com origem no CHMT até à ECCI9, atende-se a aplicação, através de uma abordagem simplificada, da Reengenharia de Processos através da sua exposição em diagramas – swimlane e à sua análise passo-a-passo. Posteriormente, pretende-se dar sugestões de melhorias do mesmo. Neste sentido, procede-se à apresentação do referido processo “As Is” em diferentes Figuras (8, 9, 10, 11 e 12), uma vez que se revelou tratar-se de um processo longo.

9 Processo que a nível estrutural seguirá todas as etapas do processo geral. Neste caso, optou-se por operacionalizar a Reengenharia de processos no processo com origem e fim nestas duas entidades - CHMT e ECCI - para se poder posteriormente ter contributos de discussão para o estudo empírico realizado no Capítulo 5.

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Figura 8: Diagrama 1 – Processo de referenciação de doentes para a RNCCI com origem hospitalar – CHMT até à ECCI – Da equipa multidisciplinar funcional à EGA

Fonte: Elaboração própria

Apresenta-se na Figura 8 o primeiro diagrama relativo ao referido processo onde se pode verificar o ponto de partida do mesmo. Inicia-se com o internamento hospitalar e a avaliação do doente por parte da Equipa Multidisciplinar de Cuidados/Funcional. Ao determinar que o doente apresenta critérios para ser referenciado para uma das tipologias de unidades ou equipas da RNCCI (ver nos Quadros 8 e 9 anteriormente apresentados), os diferentes profissionais procedem à realização dos seus relatórios (clínico pelo médico, de enfermagem, pelo enfermeiro e social pelo assistente social) nos aplicativos informáticos distintos (médico – SClínico em relatório comum, enfermeiro – Referência de enfermagem para a RNCCI e assitente social – em Excel, exemplar de todos em Anexos II, III e IV) sendo enviados para a EGA, onde o enfermeiro, através de email deteta o novo doente protosto e comunica aos restantes elementos da equipa.

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Figura 9: Digrama 2 - Processo de referenciação de doentes para a RNCCI com origem hospitalar – CHMT até à ECCI – Da EGA à ECL

Fonte: Elaboração própria

Na Figura 9 apresenta-se o segundo diagrama onde se representa o seguimento do processo. Verifica-se que a EGA reune de modo a conferir todas as avaliaçães enviadas e decidir sobre a conformidade do processo, determinando novamente a veracidade e disposição dos critérios do doente. Verificada essa conformidade, decide avançar com o processo, onde cada profissional (médico, enfermeiro e assistente social) transcrevem as informações recebidas da equipa multidisciplinar de cuidados para um novo aplicativo informático – GestCareCCI, para os separadores correspondentes a cada profissional. Após todo o preenchimento do mesmo, o último profissional submete o processo à ECL, surgindo a mensagem – Em avaliação - no mesmo aplicativo, mas destinado à ECL.

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Figura 10: Diagrama 3 - Processo de referenciação de doentes para a RNCCI com origem hospitalar – CHMT até à ECCI – Da ECL à ECCI (início)

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Figura 11: Diagrama 4 - Processo de referenciação de doentes para a RNCCI com origem hospitalar – CHMT até à ECCI – Da ECL à ECCI (continuação)

Fonte: Elaboração própria

Nestes Diagramas 3 e 4, Figuras 10 e 11 representa-se a fase do processo em que a informação é detetada pela ECL no aplicativo GestCareCCI e é novamente avaliada a conformidade do mesmo, definindo-se definitivamente a tipologia da unidade ou equipa da RNCCI para onde a pessoa doente irá ingressar. Define-se também o local. Submete-se assim, o processo pelo aplicativo GestCareCCI à ECR, surgindo a mensagem - A aguardar

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vaga (e a aguardar consentimento e posteriormente internamento efetivo) (tal como indica

o Ofício Circular da UMCCI de 10 de fevereiro de 2009).

Após a informação chegar à ECR, esta define o local de ingresso do utente e faz retornar essa informação à ECL para que o utente/cuidador informal tomem conhecimento desse facto e posteriormente possam ingressar na ECCI. Isto é, a ECR ao verificar a informação enviada pela ECL no aplicativo GestCareCCI, determina onde e quando se encontra a vaga pretendida. Envia essa informação, do mesmo modo, novamente para a ECL. Surge assim no aplicativo a mensagem – doente a admitir ou aguarda chegada do doente. A ECL contata telefonicamente o utente/cuidador informal ou caso o doente ainda se encontrar internado, contata o serviço ou a EGA e esta o serviço ou a assistente social do mesmo. Tanto a ECL como a ECCI detetam essa informação. Seguidamente, ao ser admitido pela ECCI, a mesma avalia o doente e realiza o seu plano de cuidados, registando as suas intervenções e avaliações posteriores no mesmo aplicativo – GestCareCCI, como se pode verificar no Diagrama 5, Figura 12. Tal permite que o objetivo do referido aplicativo seja conseguido – todo o processo/informação referente à pessoa doente fica disponível para todos os cuidadores, ao longo de todo o percurso. Isto é, no mesmo aplicativo “GestCareCCI”, o profissional cuidador do utente, sempre que necessitar poderá pesquisar todo o processo de referenciação pelo qual o utente passou. Ao profissional será dado acesso às tipologias de unidades e equipas da Rede onde a pessoa doente já possa ter ingressado anteriormente e o plano de cuidados desenvolvido para si, assim como as avaliações realizadas. Portanto, torna-se um repositório de informação válida para um cuidador, pois liga o processo de referenciação ao processo individual do utente (como revela a Diretiva Técnica nº1/UMCCI/2010 de 3 de março de 2010 e a Nota informativa nº8/UMCCI/2012 de 13 de novembro já mencionadas).

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Figura 12: Diagrama 5 - Processo de referenciação de doentes para a RNCCI com origem hospitalar – CHMT até à ECCI – Na ECCI

Fonte: Elaboração própria

Após a descrição do processo, embora pareça que se encontre teoricamente tudo em conformidade com as diretrizes existentes para a sua existência, detetam-se alguns pontos passiveis de melhoria que serão plasmados no processo “To Be” apresentado no subcapítulo seguinte. Como sugestão, parece válido que no início, aquando da avaliação multidisciplinar da equipa funcional, cada profissional poderia realizar o seu relatório diretamente no aplicativo GestCareCCI. Desta forma, poder-se-ia evitar que uma equipa completa (EGA) tivesse como preocupação transcrever a referida informação para o aplicativo em causa. Se tal fosse feito, um passo seria ultrapassado, tornando aparentemente o processo mais célere. Isto apenas seria possível, visto que a ECL, sendo uma equipa também multidisciplinar e detentora das competências para reavaliar a referenciação e direcioná-la para uma tipologia, verificaria sempre a viabilidade do processo (como está indicado no Quadro 12). Outra sugestão estaria direcionada à gestão das vagas. Estas poderiam passar pela ECL, em vez da ECR. Deste modo, a ECL poderia

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ser composta por um maior número de elementos, mas com um desempenho mais próximo do terreno, ou seja mais próximo da realidade do utente/cuidador informal, dominando melhor a área geográfica e as vagas e instituições nela existentes, aspetos de importância quando se fala de cuidados de saúde a pessoas através de uma rede-interorganizacional (como foi referido no subcapítulo 2.2.2).