2 Fundamentos e Trabalho Relacionado
2.2 Análise Comparativa das Tecnologias
De uma forma sucinta, apresenta-se a Tabela 1 onde se reúnem as características mais relevantes para a selecção da tecnologia de base que melhor se adequa ao propósito deste trabalho.
Parâmetro Código Aplicação disponí- vel17 Código Fonte Plataformas suportadas
Conexão GUI Geração códigos
Informação do cliente
Active Print Sim Não Alguns modelos
Nokia e
Siemens18
Http ou https
Browser Site Não
ARToolKitPlus - Plata- forma PDA’s e telemóveis com câmaras Local - Aplicação -
Colorcode Não - Qualquer
dispositivo com câmara
(CCD/CMOS)
- - - -
PaperClick Não - Vários19 Http Browser - -
PrintAccess Sim Não Apenas Nokia 6630 ou 6681 Http Browser Site, limitado Não Semacode Sim Só Serires 60 Equipamentos com Java Mobile Edition e Symbian.
Http Browser Site e aplicação
Não
SpotCodes Sim Não Equipamentos com Java Mobile Edition e Symbian.
Bluetooth Browser Site Keywords fixas20
Tripcode Sim Sim Equipamentos com Java Mobile Edition e Symbian.21 Bluetooth Própria aplica- ção Aplicação Implementar no servidor
VisualCodes Sim Sim Nokias Séries 60 (Symbian v6.1 e v7.0s) Local ou bluetooth Própria aplica- ção Site Implementar no cliente e no servidor Tabela 1 – Resumo das características dos códigos visuais
17 As aplicações foram testadas com um Nokia 6600. 18
Alguns modelos Séries 60: Nokia 3650, 3660, 6600, 6630, 6670, 6680, 7610, 7650 e Siemens SX1.
19 Vários modelos de dispositivos com câmara e, através de uma gateway específica, também possível com PC’s e telemóveis sem câmara. 20 Apenas suporta algumas keywords fixas no URL codificado que, em run—time, são substituídas: “%USER%”, “%NUMCLICKS%”, “%CRC%”,
“%MODEL%”, “%BRAND%”.
21
Em relação à estrutura da tabela apresentada, a coluna "Aplicação disponível" pretende indicar se os autores/representantes do código visual em causa disponibilizavam uma aplicação para leitura de códigos visuais. Em "Código Fonte" indica se, para além da aplicação, existia também o respectivo código fonte, cujas excepções são o caso da disponibilização de uma plataforma de desenvolvimento e, um outro caso, de apenas ser disponibilizado o código-fonte para um modelo particular de dispositivos. Na coluna "Plataformas suportadas" é efectuada referência às plataformas sobre as quais essa aplicação funcionaria. Em "Conexão" é mencionado o tipo de conexão que era utilizado para comunicar com o servidor ou a indicação "local" quando não havia necessidade de comunicação. Em "GUI" é indicado se a
interface
gráfica era própria da aplicação ou se utilizava recursos terceiros, como seja obrowser
do dispositivo. Na coluna "Geração de códigos" indica se existia possibilidade de gerar novos códigos, nesses casos, referindo onde poderiam ser gerados. Finalmente, em "Informação de cliente" indica-se se era possível, com essa aplicação leitora, obter informação sobre o cliente que estava a efectuar o pedido de conexão ao servidor.As principais ilações da pesquisa e das experiências efectuadas sobre os vários tipos de códigos encontrados, e sintetizadas na Tabela 1, são as seguintes:
• Para o desenvolvimento de aplicações baseadas na tecnologia de códigos visuais, casos como os Colorcodes e os PaperClick não propiciam a sua aplicação em novos projectos por não existirem aplicações de teste, código-fonte, nem API’s disponíveis.
• A aplicação disponibilizada para ler códigos visuais Active Print é pertinente, uma vez que lê as duas normas mais comuns:
QR
eDatamatrix
. No entanto, apenas proporcionam uma única aplicação (Glass), que implementa uma única funcionalidade, e é apenas executável em plataformas Symbian (mais concretamente nos modelos Séries 60 da Nokia). De forma idêntica, para lerDatamatrix
, os códigos PrintAccess possuem uma aplicação de teste fechada (sem código fonte) e compatível somente com dois modelos da Nokia, o que limita o acesso à experiência por parte de um grupo alargado de pessoas que detêm outros dispositivos muito distintos dos apresentados.• Os Semacodes, percursores dos códigos visuais e provavelmente os mais difundidos, permitem codificar qualquer tipo de URL representado num
Datamatrix
. No entanto, a aplicação descodificadora deste tipo de códigos,Semacode Reader
, embora seja bastante flexível em termos de funcionalidades (pois abre obrowser
do dispositivo para aceder aos conteúdos do URL codificado), não permite recolher informação sobre o dispositivo cliente.• O ARToolKitPlus é bastante flexível pois disponibiliza uma plataforma para o desenvolvimento de aplicações no campo do reconhecimento visual. Contudo, é necessário desenvolver o próprio mecanismo de reconhecimento que, em determinadas situações, poderá não ser justificável. Exige, ainda, que sejam disponibilizadas bibliotecas específicas, de forma a ajudar o programador a ocultar muitas das particularidades desse tipo de processamento.
• Os Spotcodes permitem obter dados que identifiquem os clientes (características do dispositivo móvel) através da codificação de algumas palavras-reservadas no próprio código visual aquando da sua geração. Não disponibilizam, no entanto, código-fonte e apenas permitem a geração de um número limitado de novas
tags
, tendo essas que ser geradas nosite
da empresa detentora da sua versão comercial, após um registo. Esta situação poderá causar alguma resistência, dificuldades ou mesmo entropia aos potenciais utilizadores de um protótipo independente.• Os Tripcodes disponibilizam o código-fonte, quer das aplicações servidor (MobileSense e MobileEye) quer para o leitor das
tags
(TripReader) a instalar nos dispositivos clientes. O protocolo de comunicação utilizado ébluetooth
obrigando, por um lado, a uma limitação do raio de acção mas, por outro, não implicando custos financeiros a potenciais utilizadores. É desenvolvido em linguagem Java, logo potencialmente suportado por qualquer dispositivo que implemente o ambiente Java para dispositivos móveis (KVM). Para além destes factos, disponibilizam também mecanismos (scripts
) para ajudar na implementação de uma aplicação que gere novostripcodes
.• Os VisualCodes permitem uma considerável panóplia de funcionalidades, com cinco aplicações distintas. Disponibilizam o código-fonte e estão mais evoluídos em relação à maioria dos restantes tipos de códigos, pois suportam também a utilização, por parte das aplicações de descodificação, de parâmetros adicionais como a distância do dispositivo ao código e a inclinação do mesmo. Como desvantagem, as aplicações apenas são suportadas em ambientes
Symbian
.É, ainda, importante estabelecer algumas considerações acerca da instalação das várias aplicações em análise:
• Para instalar o
Glass.sis
, aplicação para teste dos códigos Active Print, pode efectuar-se odownload
dosite
ou solicitar directamente por SMS. Contudo, após instalação, é necessárioutilizar a conexão
internet
do dispositivo (GPRS, WAP, etc.) para obter umakey
(chave de acesso) dos autores e, assim, validar a versãotrial
(experimental).• Para instalar a aplicação de leitura dos PrintAccess é necessário aceder, pelo dispositivo móvel, ao URL fornecido;
• Para os Semacodes, procede-se ao simples
download
dosite
, para posterior instalação através do PC no dispositivo móvel (assumindo que odownload
não é efectuado directamente pelo dispositivo);• Tanto os Spotcodes, como os Tripcodes ou os Visualcodes permitem o
download
dosite
, directamente para telemóvel ou por ficheiro de instalação. Os Spotcodes possibilitam ainda a solicitação por SMS da aplicação cliente (leitor de códigos) e os Tripcodes disponibilizam a parte “servidor”, a qual, apósdownload
, deverá ser configurada e recompilada.Finalmente, quanto à conexão, poderia ser possível utilizar
bluetooth
, nos leitores de códigos que utilizemhttp
para comunicar, desde que a arquitectura da solução inclua um equipamento tradutor dos pedidos (TCP/IP sobrebluetooth
). Por exemplo, com abridge
Bluegiga22, esse tipo de traduçãoseria possível desde que cumulativamente:
• Se possua um Nokia Series60 (exemplos: Modelos 3650, 6600 ou 7650); • Se possua um
browser
no dispositivo (por exemplo Opera) e não a versãodefault
“Serviços”;
• Se efectue a instalação da aplicação “Bluegiga Office Agent” (officeAgent.sis); e, • Se altere a conexão
default
dobrowser
para a “bt access”.Esta análise seria fulcral na selecção da tecnologia de suporte ao protótipo a desenvolver e estará devidamente descrita na secção 3.1.3.