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4. METODOLOGIA

4.6 ANÁLISE DO CONTEÚDO

Os dados coletados nas entrevistas, bem como os mapas conceituais construídos foram analisados pela técnica da análise do conteúdo de Bardin (2016), considerando-se, também, as teorias de Novak (2000) e Moreira (2010).

A técnica utilizada para analisar o resultado das entrevistas é definida como “uma técnica de investigação que, através de uma descrição subjetiva sistemática, subjetiva e quantitativa do conteúdo manifesto das comunicações, tem por finalidade as interpretações dessas comunicações” (BARDIN, 2016, p.42). Essa análise pode ser de significados ou significantes.

Bardin (2016, p. 44) traz outra definição sobre a análise do conteúdo, ao explicar que “a análise do conteúdo aparece como um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens”.

Desta forma, tanto as comunicações orais quanto as escritas podem ser objetos de análise de conteúdo; basta que se utilizem os instrumentos adequados. Isso permite compreender o que está por trás das falas e escritas dos alunos.

As inferências, ou deduções, partem de indicadores ou índices, o que não é raro na ciência. O arqueólogo pode contemplar conhecimentos históricos de uma ânfora, sem tê-la presente; o médico analisa a saúde dos pacientes com base nos sintomas; o grafólogo pode inferir sobre a personalidade do seu cliente com base na grafia do autor. Desta forma, a tentativa do analista é compreender o sentido da comunicação e, também, observar sua significação, ou seja, não é uma leitura unicamente da letra, mas realçar o seu sentido num segundo plano, para atingir significados e significantes (Bardin, 2016, p. 124).

Para a organização da análise, Bardin (2016, p. 125) sugere três polos cronológicos: pré-análise; exploração do material; tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.

A pré-análise é a fase de organização, período de operacionalizar e sistematizar as ideias iniciais de forma a conduzir o desenvolvimento das operações seguintes para realização da análise. Dentro da pré-análise, Bardin (2016, p.126) sugere algumas regras para análise dentro da constituição de um corpus. O corpus é o conjunto de documentos para serem submetidos aos processos analíticos.

Algumas regras foram selecionadas para análise desta pesquisa, como se segue: Regra da exaustividade: proposta para conhecer os elementos relacionados à pesquisa, sem deixar de fora qualquer um desses elementos que não possa ser justificado. No caso desta pesquisa, identificaram-se os espaços de transformação de energia eólica e nuclear em energia elétrica, e as duas escolas do Ensino Médio, da rede estadual de ensino.

Regra da representatividade: análise de, apenas, uma amostra do material. Essa amostragem representa, rigorosamente, todo o universo; por uma amostra é possível entender o todo. No caso desta pesquisa, a amostra foi de 30% dos alunos dentro das duas turmas selecionadas.

Regra da homogeneidade: os documentos selecionados devem ser homogêneos, ou seja, obedecer à regularidade dos critérios. No caso desta pesquisa, primeiro foram selecionados os espaços sobre a transformação da energia; depois, as escolas que trabalham com a temática de transformação da

energia e, por fim, foram selecionados ou alunos dentro da série que trabalha o conteúdo.

Outro polo cronológico para análise dos dados é a exploração do material, que trata sobre a enumeração, decomposição, operacionalização das ações computadorizadas ou manuais, em função das regras já estabelecidas. (BARDIN, 2016, p.131).

O terceiro e último tópico refere-se ao “tratamento dos resultados obtidos e a interpretação” (BARDIN, 2016, p.131). Os resultados brutos são analisados de forma que sejam válidos e significativos. O analista, pela observação dos resultados, pode propor inferências e realizar interpretações com base nos objetivos, podendo chegar a descobertas inesperadas.

Com base na análise do conteúdo, o quadro 1 foi elaborado levando em consideração os conceitos escolhidos na pesquisa, acompanhados de sua categoria, núcleo de sentido e unidade de registro.

Quadro 1 – Demonstração da Análise do Conteúdo - 1

CONCEITOS CATEGORIAS NÚCLEO DE

SENTIDO

UNIDADES DE REGISTRO

Estrutura Cognitiva

Subsunçor

Ideias prévias sobre energia elétrica existentes na estrutura cognitiva do estudante

• Energia usada em casa • Energia para ligar os aparelhos elétricos

• Energia do vento • Energia das torres • Energia Radioativa

• Energia que causa câncer

Organizador prévio

Artifícios usados quando o estudante

não possui ideia prévia sobre energia elétrica, energia eólica

e nuclear.

• A energia gerada é a energia elétrica;

• Nós não usamos energia eólica e sim energia elétrica; • O vento e o urânio são usados apenas para girar as turbinas;

• Não podemos afirmar de onde vem nossa energia, já que nosso sistema é

interligado;

• O urânio é extraído em Caetité, mas a geração elétrica acontece em Angra dos Reis;

Aprendizagem Significativa Conceitos Construídos Aprendizagem construída sobre o tema transformação da energia

• Energia gerada pela diferença de potencial • Transformação da energia cinética do vento em

energia elétrica • Energia gerada pela

quebra do núcleo de urânio • Transformar em energia elétrica Hierarquia Conceitual Conceitos sobre energia elétrica em destaque dentro do mapa conceitual • Energia Eólica • Energia Nuclear • Transformação • Subestação • Distribuição Fonte: O autor

Observando o quadro 1, é possível perceber que os dois conceitos escolhidos para desenvolver a pesquisa são interligados e podem desenvolver melhor aprendizado conceitual.

Foram escolhidas duas categorias por conceito, para melhor explicá-los e, de forma detalhada, ampliar as explicações, ancorando nas ideias prévias até sua hierarquia conceitual.

Nas outras colunas do quadro 1, é possível observar o núcleo de sentido e as unidades de registro. O núcleo de sentido representa a definição da categoria escolhida, para que os registros tenham sentido em relação às categorias e conceitos. As unidades de registro são palavras, objetos, acontecimentos, segmento de conteúdo a ser observado nos resultados, observando-se, também, a frequência de seu aparecimento.

Os subsunçores e os conceitos construídos foram coletados pelas respostas das entrevistas e analisados pelo quadro 1, observando, também, as unidades de registro do mesmo quadro.

Os dados coletados dos subsunçores foram construídos durante a primeira entrevista, por meio de perguntas ou explicações realizadas pelo professor, sendo analisados com base no quadro 1. Quanto aos dados da hierarquia conceitual, foram coletados pela construção dos mapas conceituais e analisados com base no quadro 1, observando suas unidades de registro.

Dessa forma, foi realizada uma análise, observando as unidades de registro com seus respectivos resultados, desde as ideias dos subsunçores até a hierarquia conceitual observada nos mapas conceituais.

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