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Análise cruzadas das variações deliberadas de imitação e a rotina de

3. METODOLOGIA

4.4 Análise cruzada dos casos

4.4.1 Análise cruzadas das variações deliberadas de imitação e a rotina de

Esta seção aborda o cruzamento das informações com relação às variações deliberadas de imitação e a rotina de coordenação da aliança, apresentadas por cada gestor comparando as percepções dos gestores aos pares, gerando assim proposições para a categoria.

Proposição 1: Imitação é uma tática de coordenação interorganizacional com o objetivo de reduzir a incerteza da transação de aliança e dos processos relacionados à rotina de coordenação da parceria.

A imitação a partir de produtos de terceiro ocorreu na Empresa B, principalmente devido ao fato da parceria requisitar esse tipo de conhecimento presente no mercado, sendo necessária a realização de engenharia reversa em produtos já existentes, além da cópia de instalações e processos de empresas estabelecidas no mercado. Sendo importante salientar que produtos baseados em emulsões lipídicas já existem no exterior, e por consequência a engenharia reversa faz-se necessária.

Já a Empresa C na visão da gestora, utilizou a patentente do complexo de polímeros que o parceiro detém, e na vindoura etapa de fabricação do produto será utilizada uma técnica que é padrão na indústria, sendo uma imitação, embora a gestora não perceba dessa forma.

A prática presente na Empresa B e C vai de encontro com os argumentos de Dimaggio e Powel (1991) com relação a imitação por legitimidade a partir do porte e sucesso, sendo o intuito dessa forma de imitação a redução da incerteza a partir da busca de um modelo de sucesso.

Em contraste a Empresas A não mencionaram imitação de produtos de terceiro, mas do próprio parceiro.

A Empresa A promoveu a cópia dos procedimentos, e estruturas de fabricação do parceiro, pois a característica da parceria pedia por esse tipo de imitação, e pela formulação do produto ser densenvolvida junto ao parceiro.

O processo de imitação das Empresa A a partir de técnicas do parceiro são corroborados por Hauschild e Miner (1997), através da imitação por resultados, ou seja, estruturas e práticas que apresentaram sucesso são selecionadas e imitadas, relevando os aspectos técnicos que envolvem o processo ou produto a ser imitado.

A análise cruzada da Imitação está demonstrada no quadro 31 abaixo.

QUADRO 31 - Análise cruzada das variações deliberadas de imitação e rotinas de coordenação interorganizacional.

Variação

Deliberada Empresa Evidências

Imitação

A Ocorre a variação: Que não do parceiro? – Não!

Como ocorre: Porque na verdade nossa parceria foi para a

terceirização de produto A gente desenvolveu a fórmula junto com o parceiro em nossa fábrica! E foi uma coisa interna! Na verdade eles tinham é um “modos operandi” deles e a gente só copiou e trouxe para a nossa escala, que era bem maior do que eles estevam acostumado a trabalhar!

Relação com a coordenação: Não ocorre imitação de terceiros, e

sim com o parceiro, a relação com a coordenação é voltado para o aspecto técnico da parceria.

B Ocorre a variação: Sim! De terceiros do mercado sim!

Como ocorre: Existe uma empresa no Brasil hoje que detém essa

patologia da parte de emulsões lipídicas, e com certeza a gente pegaria essa patologia desse nosso parceiro, entretanto o desenvolvimento da formulação que seria feito pela nossa empresa é com base no que já existe no mercado. Tem produtos no mercado que vem dando certo... Entendeu! Então a gente pegaria outros produtos do mercado como base para esse desenvolvimento.[...] Então a incerteza existe hoje! Para que aconteça esse contrato, temos que ir até a Coréia do Sul... entende! Então, por mais que esteja acontecendo pesquisa, simulações... a incerteza é muito grande!

Relação com a coordenação: Totalmente! Porque um processo que

eu mude vai impactar em vários processos que eu tenho aqui na empresa! Vários fatores! [...] Então nesse processo de planejamento tem que ficar bem claro como é que vai ser... porque qualquer mudança, qualquer modificação vai influenciar no meu desempenho, e no desempenho total da empresa. Então não te como! Afeta tudo! [...]Então a partir dessa visita a incerteza seria reduzida drasticamente!

C Ocorre a variação: Não! Não! Pelo menos a gente não foi atrás de

nenhuma técnica que existe no mercado para poder copiar...

Como ocorre: [...] a gente pegou aspectos que já foram usados na

universidade... e a gente utiliza essas técnicas. [...]Que é padrão assim... na verdade, como o complexo de polímeros que a gente utiliza foi desenvolvido aqui, acredito que algumas técnicas são comuns para esse tipo de processo, mas a maioria do desenvolvimento foi feito aqui mesmo. [...]Mesmo produtos similares que existe no mercado no nosso caso, a gente nunca pegou para fazer engenharia reversa, porque as vezes a gente observa os nossos possíveis concorrentes e se dá para pegar algo... mas, aqui é muito mais baseado em artigo científico do que olhar no mercado, pois tem muita pouca coisa.

Assim... não imitação, mas usar um processo comum que todo mundo usa. Como por exemplo, a gente quer fazer o nosso produto lá para deficiência mastigatória pela fórmula de PELLETS, e ai toda empresa que faz PELLETS, faz dessa forma, mas é um processo padrão

Relação com a coordenação: Não ocorre imitação de terceiros, e

sim com o parceiro, a relação com a coordenação é voltado para o aspecto técnico da parceria.

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados de pesquisa.

Os aspectos técnicos presentes na Empresa A, e a incerteza encontrada na Empresa B, e a busca pelo formato padrão da indústria na Empresa C confirmam Dimagio e Powell (1983), e Haunschild e Miner (1997), sendo o processo de imitação por resultados presente quando o enfoque é em processos técnicos, e um ambiente com alta incerteza gera imitação por legitimidade.

Por fim apresentam para a parceria da Empresa A uma forma de melhoria na coordenação, como abordado por Becker (2005) no que se refere ao ajuste mútuo e comportamento estável, visando realizar tarefas sem problemas. E na Empresa B e C a imitação se relaciona com a coordenação evitando incertezas pertinentes a tarefa, como enfocado por Becker (2005) ao referenciar a promoção da habilitação para a tomada de decisão por parte dos gestores.

4.4.2 Análise cruzadas das variações deliberadas por programas formais de