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I. A JUVENTUDE NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

3. ANÁLISE DOS ARTIGOS SELECIONADOS DA BASE SCIELO ENTRE 2010 E

3.8 Análise da categoria participação social educativa

Nessa seção será analisada categoria participação social educativa. Nessa categoria contempla 7 artigos (SOUZA et al, 2010; KRAWCZYK, 2011; MARTINS e DAYRELL, 2013; PIRES, GARRAFA, 2002; DAYREL et al, 2010; REIS, 2012; SILVEIRA, 2011).

A categoria está subdividida em integração escola e comunidade e gestão democrática. A categoria trata da integração entre a escola e seu entorno e com os próprios agentes educativos.

A seguir será analisada a subcategoria integração escola e comunidade e posteriormente a subcategoria gestão democrática.

3.8.1 Análise da subcategoria integração escola e comunidade

Nessa subseção será analisada a categoria integração escola e comunidade. Essa categoria compõe 6 artigos (SOUZA et al, 2010; KRAWCZYK, 2011; MARTINS, DAYRELL, 2013; PIRES, GARRAFA, 2002; DAYREL et al, 2010; REIS, 2012).

Os artigos de Dayrell, Gomes e Leão (2010) e Krawczyk( 2011) destacam o entorno da escola, a qual deve estar comprometida com a comunidade em que está inserida.

O artigo de Krawczyk (2011) propõe pensar a escola a partir do seu entorno. A autora destaca que a escola e os docentes pesquisados, devido a atos violentos dos alunos e violência a escola, “levantam muros” para as questões do bairro, revelando um papel da escola de proteção.

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Isto é, o de proteger os alunos do meio social em que vivem; de evitar que entrem na delinquência; de tirar o jovem da rua. Para isso, as escolas são chamadas a criar um ambiente juvenil por meio de atividades voltadas para a integração da escola com a cultura dos jovens e com a comunidade. Em muitos casos, trata-se de atividades, que ocorrem durante a semana e nos finais de semana, de lazer nas áreas de esporte, música, dança e ciência, que buscam recuperar a imagem positiva do jovem e muitas vezes se traduzem num ativismo pedagógico (KRAWCZYK, 2011, p. 763).

No artigo de Martins e Dayrell (2013), é observado que sa participação dos jovens no grêmio se constitui como um importante espaço de socialização dos jovens. Porém, existe a necessidade dos jovens se formarem nos mais variados espaços de convívio social, além da escola.

Em se tratando dos jovens e as experiências proporcionadas pela participação no grêmio estudantil, mesmo com as dificuldades inerentes ao processo participativo, há que se ressaltar que, na escola estudada, o grêmio se apresentou como um espaço educativo, para além da sala de aula, com um potencial formativo intimamente ligado ao fazer, à prática. Além disso, percebemos que a existência dessa instituição no interior da escola pode trazer algo novo, diversificar a representatividade no cotidiano da escola, permitir aos jovens a ocupação de outros lugares para além da sala de aula e do papel exclusivamente de aluno (DAYRELL, GOMES, LEÃO, 2010, p. 1280).

Ao refletir sobre a realidade escolar juvenil os autores utilizam dos preceitos de Dubet (2006), “assim como há uma distância entre o mundo escolar e o mundo juvenil, podemos perceber uma distância entre o mundo da escola e o mundo real no qual os jovens estão inseridos”. (DUBET et, 2006 apud DAYREL, GOMES, LEÃO, 2010, p. 1272)

Já no artigo de Souza (2010), a escola para o jovem é apresentada como lugar de autoridade e referência, mas que, ao mesmo tempo, a escola precisa abrir-se para a incorporação da alteridade. Os autores utilizam o conceito de autoridade, coletivismo e justiça com referência em Biaggio (1997).

Segundo Biaggio (1997), essa técnica de educação moral pretende unir coletivismo e justiça. Admite que há papéis diferenciados para professores e alunos, mas os coloca em pé de igualdade para decidir as regras que regem o grupo escolar, o que implica uma reorganização da escola, que deixaria de ser uma associação pragmática (que tem por mote principal a consecução de metas individuais) para ser uma comunidade de fato, cujo objetivo maior seja o bem coletivo (BIAGGIO, 1997, apud SOUZA, et al, 2010).

No artigo de Pires e Garrafa (2012), os autores propõem estimular nos estudantes a formação de consciência ética por meio da prática participativa comunitária Para isso, os autores têm como ponto de partida a concepção de liberdade a partir das contribuições de Sen AK (2000). “Na sua argumentação, a educação, dentre outras

88 liberdades, seria um dos mecanismos que viabilizaria a inclusão das pessoas pela via das oportunidades econômicas e da participação política” (SEN AK, 2000, p. 740, apud PIRES; GARRAFA, 2012).

Nesse sentido, em relação a participação, o artigo de Dayrell et al (2010), propõem-se considerar o entorno da escola, que compõe movimentos sociais, ONGs, grupos juvenis culturais e outros. Para isso, propõe articular projetos específicos, como a capacitação de agentes culturais que atuem no tempo livre e articulem os conteúdos escolares com as diferentes propostas culturais. Pouca participação social da juventude ocorre devido à falta de espaços e de situações para o exercício e aprendizagem da vida coletiva e da participação social.

O artigo de Reis (2012), é salientado a importância da criação de mais espaços para discutir aspectos relacionados a possíveis oportunidades de continuidade dos estudos e de trabalho após o ensino médio. A autora considera importante não transformar o ensino médio mera preparação profissional para jovens economicamente desfavorecidos, desse modo, esses novos espaços proporcionariam mais informações e orientações que outros jovens, oriundos de famílias em melhores condições sociais e financeiras, tem acesso.

Na seguinte seção será analisada a subcategoria gestão democrática.

3.8.2 Análise da subcategoria gestão democrática

Nessa subseção será analisada a categoria gestão democrática. Essa categoria abrange o artigo de Silveira (2011).

No artigo de Silveira (2011), a atuação da promotoria em relação à gestão democrática pode contribuir para a melhoria da qualidade da escola pública. De acordo com Silveira (2010), a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Ribeirão Preto pesquisada atuou na busca pela efetividade do direito à educação, além de intervenções em relação às matriculas, atuando de maneira mais ampla, no qual reclamou o cumprimento por parte do Poder Público, da família e da sociedade do que está estabelecido na legislação. A atuação da promotoria é avaliada por Silveira como efetiva pela realização de Audiências com ampla abertura para representantes da sociedade civil, e atuação fora do ambiente da promotoria, como o projeto de Promotoria da Comunidade. A educação, nos últimos anos, aparece como prioridade nas audiências da promotoria. Importante destacar que a gestão democrática tem se destacado no trabalho da Promotoria da Infância e Juventude, por incentivar a formação

89 dos Grêmios Estudantis e a criação de Conselhos Regionais e Conselhos de Escolas. Entende a garantia de direitos não apenas a partir da efetivação da matrícula da criança e do adolescente.

A gestão democrática é sugerida no artigo de Silveira (2010) em que a atuação da promotoria em relação a gestão democrática pode contribuir para a melhoria da qualidade da escola pública. O artigo revela a ampliação de recursos no qual a escola pode solicitar quando necessita de viabilizar a gestão democrática, indicando que a promotoria como um órgão externo da escola não atua apenas na garantia de matrículas, mas na permanecia do estudante e aproveitamento escolar. A atuação da promotoria é avaliada por Silveira como efetiva, de acordo com a realização de Audiências com ampla abertura para representantes da sociedade civil, e atuação fora do ambiente da promotoria, como o projeto de Promotoria da Comunidade. A educação, nos últimos anos aparece como prioridade nas audiências da promotoria. Importante destacar que a gestão democrática tem se destacado no trabalho da Promotoria da Infância e Juventude, por incentivar a formação dos Grêmios Estudantis e a criação de Conselhos Regionais de Conselhos de Escolas. Entende a garantia de direitos não apenas a partir da efetivação da matrícula da criança e do adolescente

Nessa categoria participação social e educativa, abordamos a ideia de participação em prol da educação, com cooperação dos sujeitos envolvidos na comunidade escolar. A seguir, abordaremos uma síntese das categorias analisadas nessa pesquisa.