• Nenhum resultado encontrado

4. Plano de Investigação

4.4 Análise da Dimensão

Para procedermos à análise da dimensão das empresas em causa iremos recorrer ao indicador número de empregados. De acordo com a Tabela 4 podemos verificar que na nossa amostra a maior parte das empresas empregam entre 250 a 1000 trabalhadores9. De destacar que na secção de empresas com mais de 2.000 empregados a variação é bastante alargada sendo que varia entre os 2.000 e os 8000, havendo duas exceções o caso do Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A. e do Modelo Continente- Hipermercados S.A. que empregam 22.734 e 20.077 trabalhadores respetivamente.

Dimensão - N.º de empregados N.º de empresas sem Órgãos Sociais Mulheres N.º de empresas com 1 ou mais Órgãos Sociais

Mulheres Total 0-500 57 95 152 500-1000 24 61 85 1000-1500 6 23 29 1500-2000 4 9 13 >2000 11 15 26

Tabela 4 –Número de empresas com nenhuma ou com pelo menos 1 mulher nos Órgãos Sociais - Análise por Número de Empregados- 2011

Complementando a nossa análise com o gráfico 10 verificamos que o escalão que apresenta uma maior percentagem de mulheres nos Órgãos Sociais é o escalão dos 1.000 a 1.500 empregados, apresentando uma taxa de cerca de 79%. No entanto, é de realçar que a amostra nesta secção é constituída apenas por um total de 29 empresas. Assim, e uma vez que os escalões mais representativos da amostra são os escalões que vão dos 0 aos 500 e dos 500 aos 1.000 empregados verificamos que a percentagem de mulheres nos diferentes escalões é de 63% e 72% respetivamente.

9 Tal como referenciado anteriormente a nossa amostra foi constituída tendo por base empresas com 250 ou mais trabalhadores.

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

Gráfico 10 –Percentagem de empresas com nenhuma ou com 1 ou mais mulheres nos Órgãos Sociais - Análise por Dimensão – 2011

4.5 Método Catalyst (2007)

Tendo por base a metodologia adotada no já referido estudo Rover (2011) iremos de seguida aplicar no nosso estudo o método Catalyst (2007).

Para a nossa análise, o método dos quartis referenciado no estudo Catalyst (2007) não poderá ser aplicado (pelo menos de uma forma direta). A divisão da amostra em quartis obriga a que os vários quartis sejam diferentes entre si. Tal como referenciado anteriormente a nossa amostra é constituída por 305 empresas, pelo que cada quartil ficaria com cerca de 76 empresas. No entanto, existem 102 empresas sem Órgãos Sociais mulheres pelo que haveria no primeiro e segundo quartis empresas sem mulheres nos seus Órgãos Sociais, ou seja, os primeiros e segundos quartis não seriam distintos entre si não permitindo assim que se proceda à análise através dos quartis. De forma a ultrapassar esta limitação iremos usar alternativamente uma medida dummy de diversidade, ou seja, a comparação será efetuada entre a empresas sem Órgãos Sociais mulheres e as empresas que apresentem pelo menos uma mulher nos seus Órgãos Sociais. Uma vez que só podemos utilizar as medidas financeiras que a base de dados nos disponibiliza para colmatar essa limitação usaremos como proxys das medidas

42,31% 30,77% 20,69% 28,24% 37,50% 57,69% 69,23% 79,31% 71,76% 62,50% 0% 20% 40% 60% 80% 100% >2000 1500-2000 1000-1500 500-1000 0-500 % empresas Di m e n sã o - N .º d e e m p re g a d o s

% de empresas com nenhuma ou com 1 ou mais mulheres nos Órgãos Sociais - Análise por Dimensão

N.º de empresas sem Órgãos Sociais Mulheres

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

financeiras utilizadas pelo estudo Catalyst (2007) as seguintes medidas financeiras: ROE (Return On Equity – Rentabilidade dos Capitais Próprios); PM (Profit Margin - Margem de lucro) e ROCE (Return On Capital Employed – Rentabilidade do Capital Aplicado). As fórmulas subjacentes a cada um dos indicadores são explicitadas de seguida, vejamos: • ROE

=

 í    í   ó • Profit Margin

=

 í    í  • ROCE

=

          ó    

O gráfico 11 mostra que em média no que respeita ao ROE as empresas com mulheres nos Órgãos Sociais apresentam pior desempenho relativamente às que não têm, sendo os valores respetivamente de 11,95% e 6,82%. Relativamente ao Profit Margin verifica- se que as empresas com pelo menos um elemento feminino nos seus Órgãos Sociais apresentam um desempenho inferior, mais concretamente o desempenho é inferior em 7%, sendo de 1,28% para as empresas com a totalidade dos membros masculinos e de 1,19% para as empresas com pelo menos uma mulher. Por outro lado, o ROCE apresenta um desempenho superior em 25%, sendo os valores apresentados para as empresas sem Órgãos Sociais mulheres de 10,38% e de 13,02% para as empresas com pelo menos uma mulher.

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

Gráfico 11 – Performance Organizacional utilizando o Método Catalyst - Comparação entre empresas sem mulheres nos Órgãos Sociais e empresas com pelo menos 1 mulher- 2011 4.5.1 Validação estatística

O estudo Catalyst (2007) não contempla esta vertente de validação estatística, limitando-se a referir quais as diferenças das médias de diferentes rácios financeiros para o quartil superior (empresas com maior percentagem de mulheres no conselho) e para o quartil inferior (empresas com menor percentagem de mulheres no conselho), ou seja, não refere se as diferenças das médias são ou não estatisticamente significativas. No entanto, tendo por base que estamos perante um estudo exploratório e de forma a validar estatisticamente as inferências anteriormente referidas nomeadamente no que respeita à comparação de variáveis entre empresas sem mulheres e empresas com pelo menos uma mulher nos Órgãos Sociais, torna-se crucial compreender o significado estatístico da comparação de médias bem como efetuar um teste à média. Assim, de forma a compreender a natureza e comportamentos das variáveis deve-se inicialmente proceder ao estudo da normalidade das mesmas (Santos, 2000). O teste T-student é o teste paramétrico tradicional, e é obtido sob a hipótese de que a população tem distribuição normal. Nesse sentido e de forma a aplicarmos o método estatístico mais correto iremos verificar se essa suposição pode ou não ser assumida. Recorrendo ao programa estatístico SPSS iremos verificar através do teste de Kolmogorov-Smirnov10

10

Este teste é usado para amostras superiores a 30 observações. Sendo que se utiliza o teste de Shapiro- Wilks quando o número de observações é inferior a 30.

11,95% 1,28% 10,38% 6,82% 1,19% 13,02% 0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00%

ROE Profit Margin ROCE

Indicadores financeiros

Performance Organizacional - Método Catalyst

Sem Órgãos Sociais Mulheres Com Órgãos Sociais Mulheres

-43%

-7%

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

com a correção de Lilliefors se estamos perante variáveis com distribuição normal. Este teste avalia duas hipóteses:

• H0: Os dados seguem uma distribuição normal

• H1: Os dados não seguem uma distribuição normal

De acordo com a tabela 5, é possivel verificar que o p-value do teste é inferior a 0,05 para todas as variáveis, pelo que, para um nível de significância de 5% se rejeita a Hipotese nula, ou seja, os dados não seguem uma distribuição normal. Segundo Santos (2000) para além deste teste é ainda possível verificar através da análise dos valores de

skewnes11 no Anexo II que por apresentar valores bastante diferentes de zero se conclui

pela não normalidade das variáveis.

Tests of Normality

Variáveis Fator Kolmogorov-Smirnov

a Statistic df Sig. Mul_OS Homens 0,530 102 0,000 Mulheres 0,143 200 0,000 ROE Homens 0,187 102 0,000 Mulheres 0,288 200 0,000 PM Homens 0,273 102 0,000 Mulheres 0,229 200 0,000 ROCE Homens 0,187 102 0,000 Mulheres 0,280 200 0,000 RE Homens 0,223 102 0,000 Mulheres 0,151 200 0,000 RL Homens 0,340 102 0,000 Mulheres 0,314 200 0,000 LNA Homens 0,141 102 0,000 Mulheres 0,118 200 0,000 OS Homens 0,165 102 0,000 Mulheres 0,123 200 0,000 COT Homens 0,533 102 0,000 Mulheres 0,518 200 0,000

a. Lilliefors Significance Correction

Fator Homens - Empresas com nenhuma mulher nos Órgãos Sociais Fator Mulheres - Empresas com pelo menos uma mulher nos Órgãos Sociais

Tabela 5 – Teste de Normalidade para empresas com nenhuma ou com pelo menos 1 mulher nos Órgãos Sociais - 2011

11 “Mede o desvio da distribuição observada em relação à simetria, se o valor for claramente diferente de zero, então a distribuição é assimétrica, em contraste com a característica simétrica típica da distribuição normal” (Santos, 2000)

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

Cada uma das variáveis acima descritas representa:

• Mul_OS: Percentagem de Mulheres nos Órgãos Sociais; • ROE: Return on Equity;

PM: Profit Margin;

ROCE: Return on Capital Employed; • RE12: Rendibilidade Económica; • RL: Resultado Líquido;

• LNA: Logaritmo do Total do Ativo; • OS: Total de membros dos Órgãos Sociais;

• COT13: Empresas cotadas ou pertencentes a grupos cotados.

Uma vez verificada a não normalidade das variáveis, concluímos que não é possível aplicar no nosso estudo testes paramétricos. Iremos assim aplicar um teste não paramétrico que nos permitirá aferir acerca da diferença das amostras e da sua significância estatística.

Segundo Costa (2012) a média é uma estatística fortemente influenciada pela variabilidade e amplitude dos valores da amostra, por este motivo efetuamos um teste à mediana. O teste a utilizar será o teste de Mann-Whitney-Wilcoxon. De acordo com Ferreira (2010) trata-se de um teste não paramétrico alternativo ao teste paramétrico T- student. “O único pressuposto exigido para a aplicação do teste M-W-W é que as duas amostras sejam independentes e aleatórias, e que as variáveis em análise sejam numéricas ou ordinais (os pressupostos para a aplicabilidade do teste t-Student são mais exigentes: as populações de onde as amostras provêm têm distribuição normal; as amostras são independentes e aleatórias; as populações têm uma variância comum)” (Ferreira, 2010). “Este teste computa o valor absoluto da diferença entre cada observação e a mediana e cria um ranking posicionando os valores do maior para o mais pequeno. Posteriormente os resultados são apresentados baseando-se na ideia de que o somatório dos valores acima e abaixo da mediana devem ser similares.” (Costa, 2012)

12 O método de cálculo desta variável é explicado no ponto 4.6.

13 Esta variável dummy não era fornecida pela base de dados, foi necessário efetuar uma análise às empresas da amostra e verificar as que eram empresas cotadas ou pertenciam a grupos cotados.

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

Recorrendo novamente ao programa estatístico SPSS iremos comparar as medianas das diferentes variáveis (Mul_OS, ROE, PM, ROCE, RE,RL, LNA, OS, COT) para as empresas sem mulheres nos Órgãos Sociais e para as empresas com pelo menos uma mulher nos Órgãos Sociais. O teste de Mann-Whitney-Wilcoxon testa duas hipóteses:

• H0: As duas amostras têm distribuições idênticas

• H1: As duas amostras têm distribuições diferentes

O valor das medianas e respetivas diferenças para cada uma das variáveis é apresentada de seguida na tabela 6. O resultado do teste de Mann-Whitney-Wilcoxon é apresentado na tabela 7, através da qual é possível aferir que a diferença das medianas das variáveis ROE, PM, ROCE, RE,RL, LNA e COT se mostra inconclusiva, ou seja, não são estatisticamente significativas. Para estas variáveis não é possível rejeitar a hipótese nula, ou seja, as amostras empresas sem mulheres nos Órgãos Socias e empresas com pelo menos uma mulher nos Órgãos Sociais têm distribuições idênticas. Por outro lado, para as variáveis Mul_OS e OS é possível rejeitar a hipótese nula, ou seja, as variáveis são estatisticamente significativas. Por outras palavras, a mediana das variáveis MUL_OS e OS são diferentes para as empresas com pelo menos uma mulher nos Órgãos Sociais relativamente às empresas sem nenhuma mulher.

Pelo que, as duas amostras empresas sem mulheres nos Órgãos Sociais e empresas com pelo menos uma mulher apenas se mostram distintas no que respeita às variáveis MUL_OS e OS, não sendo possível concluir acerca dos restantes indicadores. No que respeita à variável MUL_OS era de esperar que as duas amostras se apresentassem distintas uma vez que esta variável assume sempre o valor de zero para as empresas sem mulheres nos Órgãos Sociais. Relativamente à variável OS é possível aferir que nas empresas onde existem mulheres nos Órgãos Sociais, o total de membros dos Órgãos Sociais é mais elevado comparativamente às empresas sem mulheres nos Órgãos Sociais.

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

Todas as empresas Empresas sem Órgãos

Sociais Mulheres

Empresas com pelo menos um Órgão

Social Mulher

N Mean Median N Mean Median N Mean Median Diferença

em média Diferença medianas Mul_OS 305 0,17 0,14 103 0,00 0,00 202 0,25 0,22 ROE 302 8,55 7,75 102 11,95 8,60 200 6,82 6,08 -42,93% -29,32% PM 305 1,22 1,76 103 1,28 2,96 202 1,19 1,40 -6,46% -52,87% ROCE 305 12,13 7,54 103 10,38 8,76 202 13,02 6,92 25,47% -21,06% RE 305 3,01 1,68 103 2,84 2,66 202 3,09 1,35 8,90% -49,44% RL 305 6144,86 1281,00 103 6598,21 1406,00 202 5913,69 1174,00 -10,37% -16,50% LNA 305 5,07 4,96 103 5,10 4,97 202 5,05 4,96 -0,99% -0,08% OS 305 7,75 7,00 103 6,36 6,00 202 8,46 8,00 33,04% 33,33% COT 305 0,12 0,00 103 0,09 0,00 202 0,13 0,00 54,02% -

Tabela 6 – Diferenças (média, mediana) entre o total de empresas e as empresas com e sem mulheres nos Órgãos Sociais – 2011

Variáveis: Mul_OS: Percentagem de Mulheres nos Órgãos Sociais; ROE: Return on Equity; PM: Profit Margin; ROCE: Return on Capital Employed; RE: Rendibilidade Económica; RL: Resultado Líquido; LNA: Logaritmo do Total do Ativo; OS: Total de membros dos Órgãos Sociais e COT: Empresas cotadas ou

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas

Tabela 7

Variáveis: Mul_OS: Percentagem de Mulheres nos Órgãos Margin; ROCE: Return on Capital Employed

LNA: Logaritmo do Total do Ativo;

de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

Tabela 7 – Teste de Mann-Whitney-Wilcoxon

: Percentagem de Mulheres nos Órgãos Sociais; ROE: Return on Equity

Return on Capital Employed; RE: Rendibilidade Económica; RL

: Logaritmo do Total do Ativo; OS: Total de membros dos Órgãos Sociais e cotadas ou pertencentes a grupos cotados.

Estudo exploratório

Return on Equity; PM: Profit RL: Resultado Líquido;

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

4.6 Método McKinsey (2007)

Tal como na aplicação do método Catalyst (2007), a aplicação do método McKinsey (2007) no nosso estudo, seguirá a estrutura adotada por Rover (2011).

O método McKinsey (2007) engloba duas abordagens, a qualitativa e a quantitativa. A nossa análise irá concentrar-se apenas na investigação quantitativa. O estudo McKinsey (2007) compara a performance financeira de empresas com maior diversidade de género com a média do sector. Para a nossa análise não procederemos ao estudo em particular de cada um dos sectores, estes serão analisados de forma global, ou seja, iremos comparar as empresas com pelo menos uma mulher nos Órgãos Sociais relativamente ao total da amostra.

Para o nosso estudo uma vez que não se trata de uma amostra exclusivamente de empresas cotadas não poderemos usar indicadores de mercado, nomeadamente o Stock

Price Growth. Assim, com base nos indicadores financeiros que a base de dados Sabi

nos fornece e de forma a colmatar os indicadores de mercado em falta, iremos utilizar como proxys os seguintes indicadores: ROE, Profit Margin, ROCE e a Rendibilidade Económica. As fórmulas subjacentes a cada um dos indicadores são as explicitadas de seguida, vejamos: • ROE

=

 í    í   ó • Profit Margin

=

 í    í  • ROCE

=

          ó     • Rendibilidade Económica

=

 í    í     

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

Através da análise do Gráfico 12 podemos verificar que comparando o total das empresas com as empresas com pelo menos uma mulher nos Órgãos Sociais o ROE apresenta uma taxa 20% mais baixa e o Profit Margin apresenta-se apenas ligeiramente mais baixo. Por outro lado, o ROCE e a Rendibilidade Económica apresentam taxas mais altas, sendo a superioridade na ordem dos 7% e 3% respetivamente.

Gráfico 12 – Performance Organizacional utilizando o Método McKinsey - Comparação entre todas as empresas e empresas com pelo menos 1 mulher- 2011

4.6.1 Validação estatística

Tal como aconteceu com o estudo Catalyst (2007), o estudo da McKinsey (2007) também não engloba validação estatística. O estudo McKinsey (2007) circunscreve-se a referir quais as diferenças das médias de diferentes rácios financeiros para o total de empresas comparativamente às empresas com pelo menos uma mulher nos Órgãos de Gestão, ou seja, não refere se as diferenças das médias são ou não estatisticamente significativas.

De acordo com Rovers (2011) a análise mais adequada para este estudo é a análise através da correlação de coeficientes. Com base na tabela 8 podemos verificar que a correlação entre as variáveis ROE e Profit Margin e a presença de mulheres nos Órgãos

8,55% 1,22% 12,13% 3,01% 6,82% 1,19% 13,02% 3,09% 0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00%

ROE Profit Margin ROCE RE

Indicadores Financeiros

Performance Organizacional - Método McKinsey

Todas as empresas Com Órgãos Sociais Mulheres

+7%

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

Sociais é negativa, no entanto, não é estatisticamente significativa. Pelo que, apesar de se verificar que a presença de mulheres nos Órgãos Sociais é indiciadora de piores resultados nos indicadores de performance ROE e Profit Marginn esta relação não tem validação estatística. Por outro lado, a relação entre o ROCE e a RE e a presença de mulheres nos Órgãos Socais é positiva, contudo, mostra-se igualmente não significativa. Deste modo, verifica-se que apesar da relação entre os indicadores financeiros ROCE e RE e presença de pelo menos uma mulher nos Órgãos Sociais indiciar melhores resultados esta conclusão também não apresenta validação estatística. Entre o Resultado líquido e a presença de mulheres nos Órgãos Sociais verifica-se uma relação negativa, mas também estatisticamente não significativa. A dimensão da empresa medida pelo logaritmo do Total do Ativo (LNA) mostra que existe uma relação negativa entre este e a percentagem de mulheres nos Órgãos Sociais, sendo que esta relação já tem alguma relevância estatística (P=0,119). Deste modo. Quanto maior a dimensão da empresa menor a probabilidade de se encontrar mulheres nos Órgãos Sociais. O número total de membros dos Órgãos Sociais medido pela variável OS mantém uma relação positiva com a presença de mulheres nos Órgãos Sociais, sendo esta relação estatisticamente significativa (P<0,01). Assim é possível verificar que quanto maior o número total de membros dos Órgãos Sociais maior a probabilidade de se encontrar uma mulher nesse total. Por último é possível

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

Correlation 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Probability DUMMY MUL_OS ROE PM ROCE RE RL LNA OS COT

1 DUMMY 1 --- 2 MUL_OS 0,732 1 0,000 --- 3 ROE -0,031 -0,069 1 0,587 0,233 --- 4 PM -0,002 0,027 0,140 1 0,973 0,643 0,015 --- 5 ROCE 0,026 0,041 0,080 0,138 1 0,646 0,480 0,168 0,016 --- 6 RE 0,010 0,019 0,246 0,674 0,266 1 0,860 0,739 0,000 0,000 0,000 --- 7 RL -0,007 0,005 0,099 0,385 0,077 0,314 1 0,898 0,926 0,085 0,000 0,178 0,000 --- 8 LNA -0,048 -0,089 -0,002 0,084 -0,056 -0,008 0,249 1 0,400 0,119 0,970 0,142 0,331 0,889 0,000 --- 9 OS 0,275 -0,014 0,036 0,054 0,053 0,017 0,034 0,210 1 0,000 0,806 0,537 0,351 0,359 0,770 0,556 0,000 --- 10 COT 0,068 -0,051 0,073 0,066 0,057 0,002 0,171 0,234 0,261 1 0,238 0,376 0,205 0,250 0,321 0,967 0,003 0,000 0,000 ---

Tabela 8 – Matriz de Correlações

Variáveis: Dummy: variável binária que toma o valor de 1 quando existe pelo menos uma mulher nos Órgãos Sociais e 0 caso contrário; Mul_OS: Percentagem de Mulheres nos Órgãos Sociais; ROE: Return on Equity; PM: Profit Margin; ROCE: Return on Capital Employed; RE: Rendibilidade Económica; RL: Resultado

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

4.7 Investigação Futura

Tal como o próprio nome indica o nosso estudo é um estudo exploratório, pelo que, o seu principal objetivo não passa por criar um modelo de regressão que explique a relação que se estabelece entre mulheres nos Órgãos Sociais e a performance financeira das empresas. A nossa investigação baseou-se sobretudo em averiguar qual o número de empresas que têm mulheres nos seus Órgãos Sociais, e que percentagem estas representam na totalidade dos Órgãos Sociais; em aferir acerca das características das empresas da amostra no que respeita a localização geográfica, sector e dimensão e em aplicar os métodos Catalyst (2007) e McKinsey (2007).

A maior parte dos estudos referentes à diversidade de género nos Conselhos de Administração englobam uma análise de regressão que permita aferir acerca da relação que se estabelece entre mulheres nos Conselhos de Administração e a performance financeira das empresas. Apesar de não fazer parte dos objetivos inicialmente estabelecidos iremos de forma adicional realizar uma análise de regressão uma vez que temos dados disponíveis. Esta análise de regressão será efetuada tendo por base o modelo de Rover (2011)14. O nosso estudo não aprofunda esta vertente de análise de regressão mostrando apenas de uma forma muito breve e em jeito de investigação futura o que este estudo poderia ter aprofundado mais mas não o fez, por não fazer parte dos objetivos estabelecidos.

O modelo de Rover (2011) verifica a relação existente entre o ROE e duas variáveis de presença de mulheres nos Órgãos Sociais: a variável dummy de diversidade e a percentagem de mulheres nos Órgãos Sociais. O autor recorre a 3 modelos para efetuar a sua análise. O modelo 1 é o denominado modelo de controlo, tendo como variável dependente o ROE e como variáveis independentes a dimensão da empresa (medido através do Logaritmo do total do Ativo), a dimensão dos Conselhos de Administração e uma variável dummy respeitante a empresas pertencentes ou não ao sector financeiro. O modelo 2 consiste em acrescentar ao modelo 1 a variável dummy de diversidade. E o modelo 3 consiste em acrescentar ao modelo 1 a percentagem de mulheres nos

14

Este autor estuda como já referido anteriormente a relação que se estabelece entre a presença de

mulheres nos Conselhos de Administração e a performance financeira de 99 empresas cotadas na Holanda.

Diversidade de género nos Órgãos Sociais das empresas portuguesas – Estudo exploratório

Documentos relacionados