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5 ANÁLISE DA INOVAÇÃO COMO FOMENTO À PESQUISA EM ANGOLA

Implantação de modelo de inovação em instituições de ensino superior privadas de Angola visando o fomento à pesquisa científica

5 ANÁLISE DA INOVAÇÃO COMO FOMENTO À PESQUISA EM ANGOLA

Para este ponto, procuramos analisar a realidade de Angola sobre os modelos de inovação universitários apoiando-se nas estratégias do governo, segundo alguns decretos voltados à pesquisa científica e inovação.

5.1 Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI)

Em Angola, o órgão tutelar do ensino superior dita e fiscaliza as políticas de execução das instituições públicas e privadas que têm a missão de formação de quadros de nível superior. O Min- istério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) é o departamento ministerial auxiliar do Presidente da República; no entanto, dentro das suas funcionalidades, encontra-se expla- nado no decreto presidencial nº26/18 a sua estrutura orgânica que contempla no seu artigo 20° a dire- ção nacional de ciência e investigação científica que visa promover a investigação cientifica funda-

mentalmente aplicada e experimental.

É importante salientar que o Governo reconhece a necessidade da investigação científica para uma sociedade mais sustentável e competitiva, visando ao combate da pobreza e melhoria da quali- dade de vida dos cidadãos. O decreto presidencial n°201/11 de 20 de julho sobre a política nacional de ciência, tecnologia e inovação realça a promoção da formação científica do cidadão à excelência, à qualidade e à inovação. Esse decreto salvaguardava o desenvolvimento científico e tecnológico como estímulo para o exercício de investigação científica, reconhecendo-a como construtora de uma socie- dade de conhecimento visando ao desenvolvimento de Angola. A pesquisa e o desenvolvimento alargam os horizontes dos conhecimentos e as fronteiras das ciências (...). (Decreto nº201/11).

5.2 As Incubadoras existentes em Angola

Atendendo à preocupação do governo angolano, subtende-se o apoio de ideias inovadoras que se substanciam no desenvolvimento do país. Nesta senda, acreditamos que as IES angolanas poderi- am optar por criarem incubadoras à semelhança de outras realidades, a exemplo do Brasil, dada a sua importância na fomentação de emprego, intensificação de investigação científica, tanto pelo lado dos docentes e discentes, desenvolvimento do meio social e interação entre universidade-empresas.

Em regra, as incubadoras nascem no seio das universidades com o objectivo de fomentar o surgimento de empresas inovadoras, nas vertentes de projetos de pesquisas e desenvolvi- mento científico e tecnológico. Por intermédio de uma plataforma de incubação de empresas, as universidades criam a ponte entre o mundo acadêmico e o mundo empresarial, fomentando um ambiente propício para o desenvolvimento dos seus projectos e pesquisas, bem como a promoção junto dos recém-formados da criação do auto emprego. Os projectos são desen- volvidos por empreendedores (estudantes, professores e pesquisadores) que necessitam de montar um negócio e usufruir de um espaço físico, infraestrutura, gestão, suporte técnico e operacional que leva à sobrevivência de negócios recém-criados. (Manuel & Simão,

2018, p.142).

Na sequência, os autores referem-se às incubadoras em Angola. Portanto, existem três incu- badoras de empresas, das quais dão destaque para:

1-IEMP, Incubadora de Empresa, afeto ao MAPESS (Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social);

2-Imcuba Angola, afeto ao INAPEM (Instituto Nacional de Apoio as Pequenas Empresas); e 3-Fábrica de Sabão, Incubadora resultante de uma iniciativa privada.

No campo universitário pouco se sabe sobre a existência das incubadoras; portanto, de acordo com o Jornal de Angola (2011), a Universidade Agostinho Neto (UAN), IES público, já planejava a criação de uma incubadora de empresas, no âmbito do Campus Universitário. No entanto, segundo a mesma fonte em 2019, continha informação da efetivação desta incubadora em um protocolo de cooperação técnica e científica, assinado entre UAN e a universidade de Tecnologia de Belfort Mont- béliard. No mesmo ano, o administrador do banco central angolano salientava a instalação da incu-

badora nesta instituição de ensino público, a partir de um memorando assinado com o MESCTI, em que os jovens que tenham ideias para o sistema financeiro poderão submeter seus projetos de pesquisa.A sua implementação prevista na Faculdade de Engenharia da UAN e as ações serão desen- volvidas pelos estudantes orientados por consultores experientes (Jornal de Lusa, 2019). Ainda no campo universitário, existe a incubadora de empresas do país, afeta à Universidade Técnica de Ango- la (UTANGA) inaugurada em 2011 pelo Adão do Nascimento, na altura secretário de Estado para o Ensino Superior. A mesma está afeta ao Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social (MAPESS) com capacidade de incubar 12 empresas, especificamente aos estudantes que quei- ram criar o seu próprio negócio. (ANGOP, 2011).

Portanto, como já acima salientamos, há pouca informação sobre as incubadoras universi- tárias e quase nada sobre este modelo de inovação voltado à área de contabilidade, por exemplo. No ano de 2017, o mercado nacional apresentava um défice de 40 mil contabilistas, para apoiar serviços em mais de 60 mil empresas ativas, palavras declaradas pelo presidente do Conselho de Inscrição da Ordem dos Contabilistas e dos Peritos Contabilistas de Angola — OCPCA (José, 2017). A sua atuação é importante, na medida em que ameniza o nível de corrupção, isto é, nas atividades dos contabilistas diante das empresas, por exemplo. De acordo com o jornal o país, na fala do Fernando Hermes, o combate à corrupção faz parte das medidas macroeconómicas do governo angolano e, des- se modo, o papel dos contabilistas é fundamental para tal, visando ao desenvolvimento econômico. (Katari, 2019). Entendemos a pertinência e a urgência da sua existência, tendo em conta o cenário que Angola vivencia, pelo que os contabilistas são insuficientes para corresponderam a tanta de- manda.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste trabalho é propor um modelo de inovação para instituições de ensino superi- or privadas de Angola, visando fomentar a pesquisa científica neste contexto. Para tanto, apoiou-se em bases de dados e decretos governamentais do contexto de Angola em relação à pesquisa científi- ca. É importante salientar que o Governo reconhece a necessidade da investigação científica para uma sociedade mais sustentável e competitiva, visando ao combate da pobreza e à melhoria da quali- dade de vida dos cidadãos, conforme o decreto presidencial n°201/11 de 20 de julho sobre a política nacional de ciência, tecnologia e inovação. Com base no decreto, subtende-se a preocupação do gov- erno angolano em apoiar ideias inovadoras que se substanciam no desenvolvimento do país. Nessa lógica, olhou-se para a pertinência de as IES privadas de Angola optarem por criar incubadoras como forma de efetivarem o plano do governo, auxiliando-o na amenização dos problemas sociais. Vimos que a escolha de um modelo de inovação depende de vários elementos dos quais consta a cultura or- ganizacional, isto é, a adequação do modelo de acordo com a realidade da organização. Na sequência, sugere-se que o modelo seja aplicado em princípio ao curso de contabilidade, tendo em conta o pano-

rama atual do país e a carência desse profissional no mercado.

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