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Análise da perspectiva dos entrevistados B e C

6. Apresentação dos Resultados

6.3 Análise da perspectiva dos entrevistados B e C

Comparando o entrevistado B com o entrevistado C, houve uma diversificação nas citações das dimensões da entrevistada B e 95% de aumento nos segmentos.

Um dos desafios na coordenação da modalidade EaD, citado pelo entrevistado B, é a escalabilidade. Segundo ele, o coordenador deve entender da legislação educacional, que é o ponto de partida para organizar e construir o curso da graduação.

A aplicabilidade daquilo que a lei preconiza, então como pedagogicamente a gente vai dar conta daquilo que está posto pela lei, no sentido do desenvolvimento de habilidades e competências, considerando o perfil desse profissional que a gente vai formar, feito isso, envolve aplicabilidade, que aí sim é pensar pedagogicamente em como a gente pode estar estruturando isso, considerando esse perfil de profissional que a gente quer formar (Entrevistado B).

Ainda trazendo as percepções do entrevistado B, ele enxerga a aprendizagem criativa aplicada ao seu curso dentro das atividades que oferecem como desafio para o estudante desenvolver e entregar no final do curso. Veja suas percepções na íntegra:

[...] ele visa aplicabilidade de uma competência, então partindo do pressuposto de que esse aluno estudou e percorreu todo um ciclo de aprendizagem ao final dele, ele tem que resultar no desenvolvimento desta atividade prática de aprendizagem, denominada mapa. Então, é um material prático né... denominado como material prático, então ele vai percorrer esse caminho para atingir esse fim (Entrevistado B).

Enxerga também a modalidade EaD com mais recursos e mais qualidade que a presencial, pois

o aluno da educação à distância, ainda que ele tenha ter mais autonomia que o aluno do presencial, sem dúvida alguma, ele tem à disposição muito mais ferramentas e possibilidades de aprendizagem do que o aluno presencial, porque o aluno presencial fica muito dependente do professor, né e... na distância, não, a gente cria de tantos recursos diferenciados, que tornam de fato um referencial e um diferencial de outras instituições (entrevistado B).

Em relação aos indicadores possíveis, observa-se uma assimetria no padrão

estabelecido para cada curso. Veja na fala do entrevistado C “então, como eu disse, a gente não tem um indicador específico, que trata pontualmente numericamente [...]”

Para a dimensão “Coordenação de Curso”, o qual as categorias se dividem em “responsabilidade” e “competência dos coordenadores”, os entrevistados B e C concordam quanto às atividades atribuídas e o perfil de um gestor de curso.

O entrevistado C, quando afirma que “ele tem na esfera pedagógica uma contribuição e uma responsabilidade muito grande no desenho de como se dá o processo de ensino e de aprendizagem né, e muitas vezes nós temos um modelo muito bom, mas ele não é efetivo para o estudante” deixa claro que pode haver um planejamento teórico, mas é importante também que o coordenador observe a prática, como o estudante está recebendo as atividades e a identidade pedagógica proposta pela IES.

É fato que muitos daqueles que estudam na EaD experimentam pela primeira vez essa modalidade. Em nosso histórico de educação a distância, permanece a percepção de que é preciso ler o conteúdo para adquirir conhecimento e que, respondendo as perguntas vamos “medir” o quanto o estudante absorveu. Contudo, nas metodologias inovadoras, não é assim que acontece.

O que predomina é a ação do estudante e sua corresponsabilidade para a construção do aprendizado. Deve-se prevalecer também o uso de recursos diversificados e a aplicação de um design universal de aprendizagem.

Ainda, o entrevistado C acredita que a gestão de pessoas é uma área relevante para a coordenação de curso, porque lida com diversas pessoas, articula, demanda, atribui atividades e orienta a sua equipe, para que todas as atividades sejam efetivamente aplicadas.

O enfoque do entrevistado B para essa dimensão foi para a legislação do curso e todo o cuidado para a formação curricular do estudante e o perfil do egresso. “Aplicabilidade daquilo que a lei preconiza, então como pedagogicamente a gente vai dar conta daquilo que está posto pela lei, no sentido do desenvolvimento de habilidades e competências e

considerando o perfil do profissional que a gente vai formar”.

Para a dimensão “Organização dos cursos”, que divide as categorias em “organização e funcionamento” e “diferencial do curso”, o entrevistado C considera que a “flexibilidade e a parte experimental” são fatores chave para o aluno escolher por esta IES. Todos os

entrevistados citam a identidade pedagógica e a metodologia do curso como fatores

imprescindíveis para a escolha do estudante e também para que eles permaneçam no curso até a sua conclusão.

Por se tratar de um curso relativamente novo, com nenhuma turma formada, o entrevistado C entende que sua coordenação está bem administrada e que todos se esforçam para atender o estudante da melhor forma.

Sobre o modelo pedagógico, o entrevistador C considera muito importante a “esfera laboratorial e a esfera experimental”, porque aplica a metodologia ativa e utiliza nesses espaços a oportunidade de trazer também a prática do mercado. E, as atividades que solicitam ideias criativas do estudante estão relacionadas a memorização, “ele tem que se lembrar de como ele aprendeu sobre o ponto de vista criativo né, que o aluno vai conseguir realizar essa memorização”.

A percepção deles com a aprendizagem criativa é basicamente na aprendizagem baseada em problemas ou projetos, porque, segundo o entrevistado C “não existe um travamento e uma única maneira de resolver o problema, então, sempre é colocado um

problema para eles solucionarem, baseado na habilidade que ele tá desenvolvendo ali naquela semana e, naquele momento o grupo é posto a pensar numa solução e no final, eles precisam fazer uma socialização do resultado”. O entrevistado B afirma que “as ferramentas que nós temos disponíveis aí e aí a gente usa tanto a aula ao vivo quanto as Lives” e

[...] também pode ser uma outra forma de aplicar a aprendizagem criativa. A criatividade, as crianças desde muito cedo quando iam para escola, elas eram... elas eram condicionadas a fazer o que estava sendo pedido para fazer, igualmente, até a cor que se pintava um desenho, tinha que ser a cor determinada pelo professor e isso podou toda a criatividade, porque o ser humano por si, ele é criativo, só que essa criatividade precisa ser desenvolvida. Então, durante todo esse processo de um modelo mais tradicional de ensino, e por muitos e muitos anos, isso foi podado (Entrevistado C).

Nesses dois enxertos do texto é possível ver claramente o conceito da criatividade e da aprendizagem criativa expostas nas ideias do entrevistado B

[...] tudo muito novo e as pessoas têm medo do criativo, porque aquilo que é criativo, é diferente, não é fazer igual a todo mundo é fazer diferente e isso ainda não é bem aceitável pela nossa sociedade aquilo ainda que seja uma necessidade.

[...] aprendizagem criativa a gente consegue em momentos distintos, mas falar que ele está implementado no meu curso eu estaria mentindo para você. (Entrevistado B)

Os entrevistados A, B e C percebem o estudante de uma forma muito semelhante, desde o perfil do estudante da IES como também mostram conhecer bem o perfil do estudante do seu curso específico, suas dificuldades e facilidades.

Segundo o entrevistado B, “mas eu tenho ali, pelo menos, uns 30% dos meus alunos, já é a segunda graduação, ele já tem uma profissão”, já o entrevistado C caracteriza seu aluno como um perfil organizado e “um pouco mais fechado” para receber opinião de terceiros sobre as atividades desenvolvidas. O entrevistado C afirma que o aluno do curso que coordena precisa se adaptar com a metodologia e que, nos primeiros momentos do curso ele tem mais dificuldade de aprendizagem e de como desenvolver as atividades acadêmicas.

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