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Análise da pobreza unidimensional no estado do Rio de Janeiro para os

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.4 Análise da pobreza unidimensional no estado do Rio de Janeiro para os

Os dados empíricos que sustentarão o estudo baseiam-se na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2004 e 2014. A amostra utilizada no presente trabalho foi montada a partir dos dados do arquivo de pessoas levando em conta os pesos para realização dos cálculos.

Utilizando a linha de pobreza (LP) de 2004 - no valor de R$130,52 para o meio urbano e R$95,28 para o meio rural - definida por Sonia Rocha, foram alcançados os resultados a seguir:

Na tabela 9 são apresentados os valores dos índices FGT(0), FGT(1) e FGT(2) para o conjunto da população (sem decomposição). Sendo assim, tem-se uma proporção de pobres FGT(0) que não possuem renda acima da linha de pobreza de 9,3%, um hiato de pobreza FGT(1) (intensidade de pobreza) de 2,7%, que é a distância em que os indivíduos pobres estão da linha de pobreza; e atribuindo-se ao índice uma ponderação maior para os mais pobres dentre os pobres, a severidade da pobreza FGT(2) é de 1,2%.

Tabela 9: Índices de pobreza Foster-Greer-Thorbecke para todas as observações no ano de 2004.

FGT (0) FGT(1) FGT(2)

0,093 0,027 0,012

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2004 extraídos através do Software Stata.

Na tabela 10 são apresentados os índices de pobreza FGT(0), FGT(1) e FGT(2) para os 8 grupos de pessoas, sendo eles: grupo 1 - Homens brancos do meio urbano; grupo 2- Homens brancos do meio rural; grupo 3 - Homens não brancos do meio urbano; grupo 4 - Homens não brancos do meio rural; grupo 5 - Mulheres brancas do meio urbano; grupo 6 - Mulheres brancas do meio rural; grupo 7 - mulheres não brancas do meio urbano; grupo 8 - Mulheres não brancas do meio rural.

Tabela 10: Índices de pobreza Foster-Greer-Thorbecke para cada observação no ano de 2004. Grupo de pessoas FGT(0) FGT(1) FGT(2) Grupo 1 0,068 0,018 0,008 Grupo 2 0,134 0,032 0,010 Grupo 3 0,136 0,040 0,017 Grupo 4 0,198 0,045 0,017 Grupo 5 0,051 0,014 0,007 Grupo 6 0,088 0,022 0,011 Grupo 7 0,133 0,040 0,020 Grupo 8 0,093 0,024 0,009

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2004 extraídos através do Software Stata.

É possível notar que nos grupos de 1 a 8 há uma proporção maior de pobres (FGT (0)) no grupo 4, de aproximadamente 20%, isto é, a proporção de pessoas que têm renda per capita domiciliar menor que a linha de pobreza, grupo esse que é representado por homens não brancos do meio rural, e consequentemente há um hiato de pobreza (FGT (1)) alto de 4,5%, ou seja, os indivíduos estão a quase R$5,00 distantes da linha de pobreza. Sendo assim, conclui-se que o grupo com o mais elevado índice de pobreza é o grupo 4.

Uma das consequências da exploração e produção de petróleo foi concentrar as indústrias petrolíferas na parte urbanizada dos municípios, fazendo com que os trabalhadores rurais ficassem cada vez mais distantes da nova realidade de geração de empregos. Diante disso acontece em grande volume o chamado êxodo rural, isto é, as pessoas deixam o campo em busca de oportunidades melhores no meio urbano.

No entanto é necessário que parte das receitas dos royalties tenha um destino para o meio rural, de modo a proporcionar uma vida melhor para seus habitantes, gerando empregos, proporcionando educação de qualidade e criando projetos sociais, principalmente de transferências de renda.

Na tabela 11 são apresentadas as participações relativas da pobreza para cada grupo de pessoa. Por exemplo, o grupo 3 composto por homens não brancos do meio urbano, representa uma parcela de 34% da pobreza medida em termos do índice FGT(0) e aproximadamente 35% da pobreza medida em termos do índice FGT(1) que mede a intensidade da pobreza. Similarmente é possível notar que o grupo 7 composto por mulheres não brancas do meio urbano apresenta também um

dos maiores valores de pobreza medida em termos de FGT(0) e de FGT(1), 24,7% e 26,1% respectivamente.

Tabela 11: Participações relativas da pobreza para cada grupo de pessoas.

Grupo de pessoas FGT(0) FGT(1) FGT(2) Grupo 1 0,222 0,213 0,205 Grupo 2 0,019 0,016 0,011 Grupo 3 0,340 0,345 0,326 Grupo 4 0,019 0,015 0,012 Grupo 5 0,135 0,135 0,145 Grupo 6 0,007 0,006 0,007 Grupo 7 0,247 0,261 0,286 Grupo 8 0,006 0,005 0,005

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2004 extraídos através do Software Stata.

A partir desta análise pode-se concluir que os grupos com maior participação relativa na pobreza total são os grupos 3 e 7, o que significa que tanto homens quanto mulheres não brancos do meio urbano sofrem mais com relação a pobreza e sua intensidade. Rocha (2006) através dos dados da PNAD concluiu que a pobreza constitui-se em um problema urbano.

A tabela 12 nos apresenta os riscos de pobreza para cada grupo de pessoa. O grupo 4 (homens não brancos do meio rural), apesar de apresentar apenas 1,9% dos pobres medidos em termos de FGT(0) e 1,5% dos pobres em termos do FGT(1), isto é, uma pobreza relativa pequena, possui um risco de pobreza elevado de 2,111.

Tabela 12: Risco de pobreza para cada grupo de pessoas.

Grupo de pessoas FGT(0) FGT(1) FGT(2) Grupo 1 0,725 0,696 0,667 Grupo 2 1,427 1,181 0,858 Grupo 3 1,457 1,477 1,394 Grupo 4 2,111 1,678 1,391 Grupo 5 0,549 0,546 0,587 Grupo 6 0,946 0,842 0,898 Grupo 7 1,419 1,499 1,644 Grupo 8 0,996 0,892 0,799

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2004 extraídos através do Software Stata.

Embora o meio urbano apresente os grupos com maiores participações relativas na pobreza, é o meio rural que apresenta um índice e um risco de pobreza mais elevados.

Utilizando a linha de pobreza (LP) de 2014 - no valor de R$227,61 para o meio urbano e R$166,16 para o meio rural - definida por Sonia Rocha, foram alcançados os resultados a seguir:

Na tabela 13 são apresentados os valores dos índices FGT(0), FGT(1) e FGT(2) para o conjunto da população (sem decomposição). Portanto, tem-se uma proporção de pobres de 2,3%, isto é 2,3% dos entrevistados apresentam uma renda

per capita abaixo da linha de pobreza, um hiato de pobreza (intensidade de pobreza)

de 0,6% que mede a distância em que os indivíduos pobres estão da linha de pobreza e atribuindo-se ao índice uma ponderação maior para os mais pobres dentre os pobres, a severidade da pobreza FGT(2) é de 0,2%.

Tabela 13: Índices de pobreza Foster-Greer-Thorbecke para todas as observações no ano de 2014.

FGT (0) FGT(1) FGT(2)

0,023 0,006 0,002

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2014 extraídos através do Software Stata.

Na tabela 14 são apresentados os índices de pobreza FGT(0), FGT(1) e FGT(2) para cada grupo de pessoas, sendo esses grupos já especificados anteriormente.

Tabela 14: Índices de pobreza Foster-Greer-Thorbecke para cada observação no ano de 2014.

Grupo de pessoas FGT(0) FGT(1) FGT(2) Grupo 1 0,014 0,002 0,001 Grupo 2 0,027 0,022 0,018 Grupo 3 0,031 0,006 0,002 Grupo 4 0,009 0,009 0,009 Grupo 5 0,010 0,003 0,002 Grupo 6 0,057 0,019 0,006 Grupo 7 0,031 0,008 0,003 Grupo 8 0,038 0,023 0,015

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2014 extraídos através do Software Stata.

É possível notar que há uma proporção maior de pobres (FGT (0)) no grupo 6, de aproximadamente 6%, ou seja, 6% das pessoas pertencentes a este grupo possuem renda per capita domiciliar menor que a linha de pobreza, grupo esse que é representado por mulheres brancas do meio rural, e consequentemente há um hiato de pobreza (FGT (1)) de aproximadamente 2%, isto é, os indivíduos pobres estão a R$3,35 de distância da linha de pobreza.

Mais uma vez nos deparamos com a mesma situação como a de 2004, onde os grupos pertencentes ao meio rural são possuem maior proporção de pobres, ademais, o grupo com maior proporção de pobres no ano de 2014, além de ser do meio rural, ele é composto por mulheres. Vê-se que com o passar dos anos poucas coisas mudaram, o meio rural continua sem proporcionar uma melhora significativa de bem estar para seus indivíduos, e por mais que o índice de pobreza tenha diminuído, ainda falta amenizar essa diferença entre meio rural e urbano.

Em 2014 com o aumento dos royalties e participações especiais devido à exploração de petróleo na camada do pré-sal, esperava-se significativas mudanças em relação ao meio rural.

Na tabela abaixo (tabela 15) são apresentadas as participações relativas da pobreza para cada grupo de pessoa.

Tabela 15: Participações relativas da pobreza para cada grupo de pessoas.

Grupo de pessoas FGT(0) FGT(1) FGT(2) Grupo 1 0,162 0,100 0,054 Grupo 2 0,007 0,025 0,051 Grupo 3 0,416 0,371 0,303 Grupo 4 0,003 0,015 0,037 Grupo 5 0,088 0,132 0,216 Grupo 6 0,007 0,010 0,008 Grupo 7 0,305 0,324 0,299 Grupo 8 0,007 0,018 0,029

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2014 extraídos através do Software Stata.

Por exemplo, o grupo 3 composto por homens não brancos do meio urbano, representa uma parcela de 41,6% da pobreza medida em termos do índice FGT(0) e aproximadamente 37% da pobreza medida em termos do índice FGT(1) que mede a intensidade da pobreza. O grupo 7 composto por mulheres não brancas

do meio urbano também apresenta um dos maiores valores de pobreza medida em termos de FGT(0) e de FGT(1), 30,5% e 32,4% respectivamente. Sendo assim, pode-se concluir novamente que os grupos com maior participação relativa na pobreza total são os grupos 3 e 4.

A tabela 16 nos apresenta os riscos de pobreza para cada grupo de pessoa. O grupo 6 (mulheres brancas do meio rural), apesar de apresentar apenas 0,7 % dos pobres medidos em termos de FGT(0) e 1% dos pobres em termos do FGT(1), possui um risco de pobreza bastante elevado de 2,501. Portanto, o grupo com maior risco de pobreza corresponde as mulheres brancas do meio rural.

Tabela 16: Risco de pobreza para cada grupo de pessoas.

Grupo de pessoas FGT(0) FGT(1) FGT(2) Grupo 1 0,644 0,401 0,215 Grupo 2 1,199 4,034 8,024 Grupo 3 1,396 1,243 1,016 Grupo 4 0,413 1,679 4,020 Grupo 5 0,437 0,654 1,065 Grupo 6 2,501 3,405 2,734 Grupo 7 1,364 1,451 1,338 Grupo 8 1,684 4,097 6,468

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2014 extraídos através do Software Stata.

E mais uma vez o meio rural se destaca apresentando os grupos com maiores índices e risco de pobreza.

Utilizando agora ¼ (um quarto) do salário mínimo vigente no ano de 2004 como linha de pobreza (LP), tem-se R$65,00 para o meio urbano e para o meio rural, sem distinção. Abaixo serão visto os resultados alcançados.

Na tabela 17 são apresentados os valores dos índices FGT(0), FGT(1) e FGT(2) para o conjunto da população (sem decomposição). Sendo assim, tem-se uma proporção de pobres FGT(0) que possuem renda abaixo da linha de pobreza de 1,7%, um hiato de pobreza FGT(1) (intensidade de pobreza) de 0,5% que mede a distância em que osindivíduos estão da linha de pobreza; e atribuindo-se ao índice uma ponderação maior para os mais pobres dentre os pobres, a severidade da pobreza FGT(2) é de 0,2%.

Tabela 17: Índices de pobreza Foster-Greer-Thorbecke para todas as observações no ano de 2004.

FGT (0) FGT(1) FGT(2)

0,017 0,005 0,002

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2004 extraídos através do Software Stata.

Na tabela 18 são apresentados os índices de pobreza FGT(0), FGT(1) e FGT(2), separadamente, para os 8 grupos de pessoas. É possível notar que a proporção de pobres é bem pequena em todos os grupos, isso se deve ao fato da linha de pobreza (representada por ¼ do salário mínimo) possuir um valor baixo podendo subestimar a mensuração da incidência da pobreza no estado do Rio de Janeiro.

Tabela 18: Índices de pobreza Foster-Greer-Thorbecke para cada observação no ano de 2004.

Grupo de pessoas FGT(0) FGT(1) FGT(2) Grupo 1 0,010 0,003 0,001 Grupo 2 0,038 0,006 0,001 Grupo 3 0,021 0,005 0,002 Grupo 4 0,041 0,013 0,006 Grupo 5 0,008 0,003 0,002 Grupo 6 0,028 0,008 0,006 Grupo 7 0,030 0,010 0,005 Grupo 8 0,023 0,008 0,003

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2004 extraídos através do Software Stata.

No entanto, pode-se identificar a partir dos resultados obtidos que homens brancos e não brancos do meio rural representam uma maior proporção de pobres (FGT(0)) totalizando aproximadamente 8%, isto é, a proporção de pessoas que têm renda per capita domiciliar menor que a linha de pobreza, o hiato de pobreza (FGT(1)) representado por esses dois grupos tem um total de aproximadamente 2%, ou seja, os indivíduos estão R$1,30 distantes da linha de pobreza, já a severidade de pobreza totaliza 0,7% (FGT(2)) e este índice leva-se em conta a desigualdade de renda entre os pobres.

Na tabela 19, são apresentadas as participações relativas da pobreza para cada grupo de pessoa. Por exemplo, o grupo 3 composto por homens não brancos do meio urbano, representa uma parcela de 30% da pobreza medida em

termos do índice FGT(0) e aproximadamente 35% da pobreza medida em termos do índice FGT(1) que mede a intensidade da pobreza. Similarmente é possível notar que o grupo 7 composto por mulheres não brancas do meio urbano apresenta também um dos maiores valores de pobreza medida em termos de FGT(0) e de FGT(1), 32% e 35% respectivamente.

Tabela 19: Participações relativas da pobreza para cada grupo de pessoas.

Grupo de pessoas FGT(0) FGT(1) FGT(2) Grupo 1 0,186 0,165 0,147 Grupo 2 0,031 0,017 0,009 Grupo 3 0,298 0,250 0,203 Grupo 4 0,022 0,023 0,023 Grupo 5 0,120 0,165 0,214 Grupo 6 0,013 0,013 0,022 Grupo 7 0,318 0,354 0,370 Grupo 8 0,008 0,010 0,010

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2004 extraídos através do Software Stata.

A partir desta análise pode-se concluir mais uma vez que os grupos com maior participação relativa na pobreza total são os grupos 3 e 4, o que significa que tanto homens quanto mulheres não brancos do meio urbano sofrem mais com relação a pobreza e sua intensidade, independente do valor da linha de pobreza estabelecido.

A tabela 20 nos apresenta os riscos de pobreza para cada grupo de pessoa.

Tabela 20: Risco de pobreza para cada grupo de pessoas.

Grupo de pessoas FGT(0) FGT(1) FGT(2) Grupo 1 0,607 0,538 0,480 Grupo 2 2,278 1,248 0,694 Grupo 3 1,278 1,071 0,868 Grupo 4 2,475 2,552 2,542 Grupo 5 0,485 0,669 0,867 Grupo 6 1,686 1,736 2,764 Grupo 7 1,825 2,028 2,122 Grupo 8 1,384 1,631 1,550

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2004 extraídos através do Software Stata.

O grupo 2 e 4 (homens brancos do meio rural e homens não brancos do meio rural), apesar de apresentarem apenas 3,1% e 2,2% dos pobres medidos em termos de FGT(0) e 1,7% e 2,3% dos pobres em termos do FGT(1) respectivamente, possuem um risco de pobreza elevado de 2,278 e 2,475. Logo, os grupos com maiores riscos de pobreza correspondem aos homens brancos e não brancos do meio rural.

Utilizando mais uma vez ¼ (um quarto) do salário mínimo, mas agora referente ao ano de 2014, como linha de pobreza (LP), tem-se R$181,00 para o meio urbano e para o meio rural, sem distinção.

Na tabela 21 são apresentados os valores dos índices FGT(0), FGT(1) e FGT(2) para o conjunto da população (sem decomposição). Sendo assim, tem-se uma proporção de pobres FGT(0) de 1%, um hiato de pobreza FGT(1) (intensidade de pobreza) de 0,3% que é a distância em que os indivíduos pobres estão da linha de pobreza; e atribuindo-se ao índice uma ponderação maior para os mais pobres dentre os pobres, a severidade da pobreza FGT(2) é de 0,1%.

Tabela 21: Índices de pobreza Foster-Greer-Thorbecke para todas as observações no ano de 2014.

FGT (0) FGT(1) FGT(2)

0,010 0,003 0,001

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2014 extraídos através do Software Stata.

Na tabela 22 são apresentados os índices de pobreza FGT(0), FGT(1) e FGT(2), separadamente, para os 8 grupos de pessoas.

Tabela 22: Índices de pobreza Foster-Greer-Thorbecke para cada observação no ano de 2014.

Grupo de pessoas FGT(0) FGT(1) FGT(2) Grupo 1 0,004 0,000 0,000 Grupo 2 0,027 0,023 0,019 Grupo 3 0,012 0,002 0,001 Grupo 4 0,009 0,009 0,009 Grupo 5 0,004 0,002 0,002 Grupo 6 0,057 0,022 0,008 Grupo 7 0,017 0,004 0,001 Grupo 8 0,038 0,024 0,016

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2014 extraídos através do Software Stata.

No entanto, pode-se observar a partir dos resultados obtidos que mulheres brancas do meio rural representam uma maior proporção de pobres (FGT(0)) totalizando 5,7%, isto é, a proporção de pessoas que têm renda per capita domiciliar menor que a linha de pobreza, o hiato de pobreza (FGT(1)) representado por esse grupo tem um total de 2,2%, ou seja, os indivíduos estão R$4,00 distantes da linha de pobreza, já a severidade de pobreza totaliza 2,4% (FGT(2)) e este índice leva-se em conta a desigualdade de renda entre os pobres.

Na tabela 23, são apresentadas as participações relativas da pobreza para cada grupo de pessoa.

Tabela 23: Participações relativas da pobreza para cada grupo de pessoas.

Grupo de pessoas FGT(0) FGT(1) FGT(2) Grupo 1 0,102 0,039 0,011 Grupo 2 0,017 0,052 0,090 Grupo 3 0,367 0,297 0,214 Grupo 4 0,008 0,031 0,064 Grupo 5 0,094 0,199 0,307 Grupo 6 0,017 0,024 0,019 Grupo 7 0,376 0,317 0,236 Grupo 8 0,017 0,039 0,055

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2014 extraídos através do Software Stata.

O grupo 3 composto por homens não brancos do meio urbano, representa uma parcela de 36,7% da pobreza medida em termos do índice FGT(0) e aproximadamente 30% da pobreza medida em termos do índice FGT(1) que mede a intensidade da pobreza. Igualmente é possível notar que o grupo 7 composto por mulheres não brancas do meio urbano apresenta também um dos maiores valores de pobreza medida em termos de FGT(0) e de FGT(1), 37,6% e 32% respectivamente. A partir desta análise pode-se concluir mais uma vez que os grupos com maior participação relativa na pobreza total são os grupos 3 e 4, o que significa que tanto homens quanto mulheres não brancos do meio urbano sofrem mais com relação a pobreza e sua intensidade, independente do valor da linha de pobreza estabelecido.

A tabela 24 nos apresenta os riscos de pobreza para cada grupo de pessoa. O grupo 6 e 8 (mulheres brancas do meio rural e mulheres não brancas do

meio rural), apesar de apresentarem apenas 1,7% e 1,7% respectivamente dos pobres medidos em termos de FGT(0) e 2,4% e 3,9% dos pobres em termos do FGT(1) respectivamente, possuem um risco de pobreza elevado de 5,537 e 3,728 respectivamente. Logo, os grupos com maiores riscos de pobreza correspondem às mulheres brancas e não brancos do meio rural.

Tabela 24: Risco de pobreza para cada grupo de pessoas.

Grupo de pessoas FGT(0) FGT(1) FGT(2) Grupo 1 0,407 0,155 0,046 Grupo 2 2,655 8,149 14,180 Grupo 3 1,231 0,996 0,720 Grupo 4 0,914 3,335 6,873 Grupo 5 0,463 0,983 1,517 Grupo 6 5,537 7,865 6,317 Grupo 7 1,682 1,417 1,056 Grupo 8 3,728 8,585 12,031

Fonte: Elaboração própria com base nos microdados da PNAD 2014 extraídos através do Software Stata.

Ao analisar todos esses resultados obtidos, é possível concluir que independente da linha de pobreza traçada, embora a da Sônia Rocha seja mais apropriada, há mais pessoas pobres no meio urbano, em contrapartida a severidade de pobreza é maior no meio rural.

5.5 Análise da pobreza multidimensional no estado do Rio de Janeiro

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