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4. TRABALHO DA FISCALIZAÇÃO

4.3.2. Análise da Prorrogação de Prazo

No decorrer desta empreitada, como já foi referido anteriormente, existiu um atraso significativo da execução dos trabalhos e como tal houve necessidade do Empreiteiro apresentar ao Dono de Obra prorrogações de prazo da empreitada.

Uma prorrogação de prazo é um prolongamento do prazo inicialmente estabelecido para que se possam concluir todos os trabalhos que estão previstos no Projeto que tem de ser apresentado pelo Empreiteiro ao Dono de Obra e analisado pela Fiscalização. O pedido de prorrogação apresentado tem que conter o número de dias que é desejado para completar os trabalhos, o(s) motivo(s) que levaram ao atraso da execução dos trabalhos, um novo Plano de Trabalhos ajustado ao prazo sobre o qual se fez o pedido de prorrogação e um novo plano de equipamentos e de mão-de-obra também ajustados ao novo prazo que se propõe.

Após ter sido entregue o pedido de prorrogação ao Dono de Obra, este pede uma análise do mesmo por parte da Fiscalização tendo esta que imitir um parecer sobre o mesmo. A análise do pedido de prorrogação por parte da Fiscalização é expressa num documento que contém o seguinte:

• Identificação do documento

Nesta parte do documento está expresso assunto a que se remete o documento, o documento que está a ser analisado por parte da Fiscalização, o emissor do documento em análise e a data da emissão do documento.

“Fiscalização de Obra de Reabilitação de Habitações Sociais”

Trabalho Final de Mestrada – Mestrado em Engenharia Civil 61

Figura 67 - Identificação do documento de Análise de Prorrogação de prazo

• Introdução

Aqui é feita uma pequena nota introdutória ao assunto a ser analisado, expressando apenas o assunto que irá ser abordado no resto do documento.

• Enquadramento e Análise da Pretensão

Este parâmetro do relatório é o que expressa a análise do pedido de prorrogação por parte da Fiscalização. É analisado os termos pedidos pelo Empreiteiro (novo prazo de execução dos trabalhos, justificação dos atrasos ocorridos, novo Plano de Trabalhos apresentado) e é dado o parecer da Fiscalização sobre os mesmos.

• Conclusão

Neste parâmetro é feito um resumo da análise feita no capítulo anterior, onde é exposto os termos do novo prazo de conclusão da empreitada.

Em anexo a esta Dissertação de Final de Mestrado encontra-se como exemplo para consulta uma das análises de prorrogação de prazo que foram feitas para esta empreitada.

No decorrer desta empreitada, como já foi mencionado, existiu um total de duas prorrogações de prazo, sendo que as duas aconteceram por razões diferentes.

A primeira prorrogação de prazo foi feita de modo a prolongar o prazo da empreitada por 60 dias, alterando o prazo final da empreitada de 26/04/2015 para 26/06/2015. Houve necessidade por parte do Empreiteiro de pedir esta prorrogação de prazo devido aos novos trabalhos na cobertura que foram adicionados a meio da execução da empreitada (capítulo 4.2.2, Reclamações do empreiteiro – trabalhos a mais não

previstos). Estes novos trabalhos, apesar de não intervirem no caminho crítico da

empreitada, a aprovação destes novos trabalhos pelo Dono de Obra apenas chegou quando faltava muito pouco tempo para o prazo da empreitada (cerca de 2 semanas antes de alcançar o prazo inicial da empreitada) o que originou problemas no armazenamento dos materiais em estaleiro e na formação de novas equipas de mão-de- obra para cumprir o prazo estabelecido no início da empreitada.

A segunda prorrogação de prazo foi feita de modo a prolongar o prazo da empreitada por mais 55 dias, alterando o prazo final da empreitada de 26/06/2015 (data do primeiro pedido de prorrogação) para 18/08/2015. Existiram duas razões para o não cumprimento do prazo estabelecido pelo primeiro pedido de prorrogação: após uma análise do mapa de quantidades previstas e as quantidades reais medidas em obra existia uma grande diferença de trabalhos a mais previstos (capítulo 4.2.3, Reclamações do empreiteiro –

alteração das quantidades de trabalhos previstos); e falhas do Dono de Obra de

pagamento dos autos de medição ao Empreiteiro. Estas falhas do Dono de Obra de pagamento ao Empreiteiro existiram porque o Dono de Obra, a GEBALIS, é uma organização que é financiada com fundos da Câmara Municipal de Lisboa e durante o tempo que decorreu a empreitada houve alterações dentro da Câmara de Lisboa que

“Fiscalização de Obra de Reabilitação de Habitações Sociais”

Trabalho Final de Mestrada – Mestrado em Engenharia Civil 62 fizeram com que esta “cortasse” o financiamento à GEBALIS durante cerca de 2 meses. Isto fez com que existissem atrasos de pagamentos dos autos ao empreiteiro, que por sua vez não dispunha dos meios financeiros para continuar os trabalhos, fazendo com que a empreitada se encontrasse quase parada durante os meses de Junho e Julho de 2015.

Estas prorrogações de prazo foram feitas a título legal e gracioso, ou seja, a prorrogação é proporcional ao saldo de trabalhos a mais e a menos numa obra (legal) e deriva de causas imputáveis ao empreiteiro mas que o dono de obra entenda não merecerem a aplicação de multa contratual (graciosa).

“Fiscalização de Obra de Reabilitação de Habitações Sociais”

Trabalho Final de Mestrada – Mestrado em Engenharia Civil 63

4.4) Controlo de Qualidade de Materiais e da Construção

A função pela qual a Fiscalização de Obra é mais conhecida é, muito provavelmente, a de controlo da Qualidade de Materiais e da Construção. É um aspeto importante do trabalho da Fiscalização, pois como representante do Dono de Obra no local da empreitada, tem que garantir que os materiais que estão a ser aplicados em obra são aqueles que estão descritos no Caderno de Encargos e que estes são aplicados corretamente.

Para conseguir desempenhar esta função a Fiscalização utiliza várias ferramentas: fichas de aprovação de materiais e fichas de verificação e controlo. Nos subcapítulos que se seguem irão ser explicadas as funções e como utilizar estas ferramentas.

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