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Análise da quarta atividade Avaliação: pressupostos e instrumentos

ABORDAGEM DA THC –

3.4 Análise da quarta atividade Avaliação: pressupostos e instrumentos

No dia 14 de novembro de 2015, realizamos a quarta atividade do experimento didático-formativo com os três professores participantes da pesquisa, abordando outro componente importante do planejamento.

Quadro 12 - Planejamento da quarta atividade – Avaliação: pressupostos e instrumentos. Encontro 04 – 14/11/2015 das 09h00 às 11h00

Necessidade Objetivos Ações/Operações

Fazer uma reflexão sobre as práticas de ensino e a maneira de avaliar os alunos.

Discutir os pressupostos e instrumentos de avaliação para dinamizar a sua prática de ensino.

1- Avaliação: pressupostos e instrumentos A partir de uma exposição de conceitos sobre avaliação, seus pressupostos e instrumentos, construir com o grupo uma reflexão de como você avalia seus alunos, os critérios que utiliza para elaborar os instrumentos de avaliação e qual a destinação dos resultados.

Devido ao grande interesse dos participantes da pesquisa nos assuntos abordados no experimento didático-formativo, o planejamento da atividade ficou comprometido, uma vez que, no encontro do dia 31 de outubro de 2015, não teve tempo hábil para trabalhar a avaliação: pressupostos e instrumentos.

Então, os próprios participantes da pesquisa, sugeriram mais um encontro para que utilizasse o encontro do dia 14 de novembro de 2015 para discutirmos sobre avaliação e, para o dia 12 de dezembro de 2015, trabalhar as esferas de planejamento e os reflexos na sua prática pedagógica.

Aproveitando essa mudança no cronograma previsto no projeto de pesquisa, alterando de quatro para cinco encontros, buscamos em Menegola e Sant‟Anna (2001), o conceito de planejamento, para tratar sobre o planejamento flexível.

Planejar o processo educativo é planejar o indefinido, porque educação não é o processo, cujos resultados podem ser totalmente pré-definidos, determinados ou pré-escolhidos, como se fossem produtos de correntes de uma ação puramente mecânica e impensável. Devemos, pois, planejar a ação educativa para o homem não impondo-lhe diretrizes que o alheiem. Permitindo, com isso, que a educação, ajude o homem a ser criador de sua história (MENEGOLA E SANT‟ANNA, 2001, p. 25).

Todo planejamento permite ajustes para a execução dos objetivos, demonstrando que o processo do planejamento é flexível, adaptável a realidades e necessidades que possam surgir ao longo do desenvolvimento do trabalho em questão.

Quadro 13 – Análise do encontro 04 – dia 14-11-2015.

Tema Significados partilhados Fragmento de falas dos participantes

A percepção do pesquisador dos sentidos atribuídos pelos participantes Avaliação A avaliação é uma tarefa didática

necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino aprendizagem. É uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos. (LIBÂNEO, 2015) Segundo o professor Cipriano Carlos Luckesi, a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino- aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho.

Definir a avaliação escolar como um componente do processo de ensino que visa, através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes com os objetivos didáticos seguintes. Funções básicas da Avaliação escolar: pedagógico didático, diagnóstico e controle.

Equívocos comuns sobre avaliação: Tomar avaliação unicamente como ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os alunos.

Utilizar a avaliação como recompensa aos “bons” alunos e punição para os desinteressados ou indisciplinados. As notas se transformam em armas de intimidação e ameaça para uns e prêmios para outros.

Confiar demais no seu “olho clínico”, e dispensam verificações

Pesquisador: Elaboração do instrumento de prova, o professor tem que ter em mente três tarefas: a qualificação, a verificação e a apreciação qualitativa. Vocês observam isso?

P.3 “não.” Vocês já conheciam esse conteúdo, essa estrutura? P.3 “não.”

P.2: “não”. P.1: “não”.

Pesquisador: O que vocês acham de importante então aí nesses preâmbulos sobre avaliação apresentadas nos slides e sobre o texto de Libâneo? P.3 “Todos. Acho que é um conjunto. Primeiro temos que fazer uma coleta de dados para ver como os alunos estão. A verificação. Depois vem a qualificação que seria uma correção. E depois a apreciação qualitativa, pra você ficar sabendo o resultado dos outros dois termos que nós fizemos.” Pesquisador: Os resultados que mensuramos na prova, nós apenas lançamos no diário e pronto? O que fazemos com ele?

Os participantes não conheciam a estrutura das tarefas de avaliação segundo Luckesi (Qualificação,

verificação e a apreciação qualitativa).

parciais no decorrer das aulas. Rejeitar as medidas quantitativas de aprendizagem em favor de dados qualitativos. Consideram que as provas são prejudiciais ao desenvolvimento autônomo das potencialidades e da criatividade dos alunos.

Instrumento de avaliação escolar: Cipriano Luckesi em sua Avaliação da aprendizagem escolar, faz uma distinção entre os termos avaliação de aprendizagem e avaliação. A primeira é avaliar, através das provas e exames, o desempenho do educando sobre determinado conteúdo (conjunto de informações, habilidades, convicções, criatividade, etc.), classificá-lo em aprovado e reprovado, utilizando nota de 0 a 10, e ordená-lo em variados níveis. Esta prática é um julgamento seletivo.

Para Luckesi, a avaliação propriamente dita é, um ato amoroso:

Defino a avaliação da aprendizagem como um ato amoroso no sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo, inclusivo. Para compreender isso, importa distinguir avaliação de julgamento. O julgamento é um ato que distingue o certo do errado, incluindo o primeiro e excluindo o segundo. A avaliação tem por base acolher uma situação, para, então (e só então), ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe suporte de mudança, se necessário. A avaliação, como ato diagnóstico, tem por objetivo a inclusão e não a exclusão; a inclusão e não a seleção - que obrigatoriamente conduz à exclusão. (LUCKESI, 2000, p.172).

P.3 “Eu não faço isso, muito pelo contrário, eu analiso a situação, vejo que o aluno não está bom, eu acho que o ideal é estar remodelando o planejamento de aula para a próxima parte do conteúdo.”

P.2 “Eu concordo com o P.3, até para entender os motivos porque aconteceu para que esses resultados.

P.3 “O que eu vejo, é que tentam impor pra mim alguns paradigmas que discordo completamente, é o seguinte: o que você acha conveniente, você seguir uma ementa institucional e passar o material para o aluno completo ou é preferível que você elabore uma aula, refaça a aula uma ou duas vezes, pra esse aluno ter um nível de aprendizado melhor, e aí você acaba não seguindo aquele cronograma estipulado pela escola?”

P.2 ““então, quando eles chegam no ensino técnico ou superior, eles não dão conta, porque eles não aprenderam. Então eles começam a não seguir, e como você faz, você não tem tempo de estar parando para ensinar os alunos, e a consequência disso é o aluno abandonar o curso.” P.2 “Se os alunos não dão conta, não é o certo o aluno parar do que formar um profissional que não sabe de qualquer jeito? Por exemplo: Eu tenho uma aluna no superior que foi fazer uma redação do vestibular, e não passou. Aí uma funcionária de lá disse que ajudaria ela. Ela tinha feito CESEC (Supletivo). Não adianta alguém te ajudar a fazer a redação e iniciar o curso, porque não vai dar conta e vai parar o curso, porque não tem base para cursar. Então, se você empurrar, passa a ser assistencialismo e ela vai enganar a si mesma.”

P. 2 “Será que didaticamente é correto? P.3 “didaticamente está

totalmente errado, se você parar para pensar. Primeiro que você está totalmente errado, porque você faz uma avaliação mais puxada, para valorizar o meu material e a minha matéria, e eles valorizaram. Se eu não tivesse tido uma atitude um pouco mais humanista alí, se eu tivesse seguido tudo que aprendi no curso federal que eu fiz, ninguém estava nem aí, se eu estava estudando ou não. Chegava no final do semestre, se eu não tivesse nota, tchau.”

P.2 “Mas aí o mercado de trabalho não passa a mão na cabeça.”

P.2 “Na verdade, eu não entendo o trabalho do pedagogo, mas quando estão sendo feito esses horários, o pedagogo intervém? O que deve ser planejado, por exemplo, três aulas de algoritmo seguidas é puxado. Então talvez o aprendizado, ele já não é a mesma coisa. Tem que ser repensado para não prejudicar o aluno.

P.3 “Sabe outro ponto que eu acho muito complicado? Eu estou iniciando agora essa profissão acadêmica, é a primeira turma que eu pego. Pra mim a maior complexidade é você tentar manter o interesse do aluno numa coisa que as vezes não é o que ele goste. Então perguntei como eles equilibram os aspectos de avaliação?

P.3 “Ontem aconteceu comigo uma situação que eu cheguei a conclusão que o professor sempre tem que estar num nível de excelência. Eu acho que um grande problema é que uma grande parte dos pedagogos estão preocupados com a quantidade. Então por exemplo, em uma atividade o aluno acertou um certo número de exercícios e atingiu a média. Está ótimo! Ele atingiu a média. Será que o aluno só decorou umas fórmulas ou

exercícios e tirou nota. E a qualidade daquela aprendizagem?

P.2: As vezes a gente percebe