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5 METODOLOGIA

5.5 Análise de dados

A análise dos dados da pesquisa foi dividida em etapas. Foram consideradas a coleta de documentos e materiais e as entrevistas. No âmbito da coleta, foram consideradas observações gerais; observações enfocadas e conversas direcionadas. No âmbito da análise, houve o confronto dos dados e das observações coletadas com a teoria fundamentada. Finalmente, no âmbito dos resultados, foram estabelecidas semelhanças e diferenças entre os dados coletados e identificadas as categorias, com seus significados e as suas relações.

Sampieri et al (2013) expõem que, na análise qualitativa, os pesquisadores recebem os dados não estruturados e são os responsáveis por dar estrutura a esses dados. De acordo com os autores, os pesquisadores devem organizar e avaliar a quantidade de dados coletados para que as informações sejam direcionadas para solucionar o problema. Para tanto, Sampieri et al (op. cit.) sugerem que sejam utilizadas categorias, temas e padrões.

Para definição das categorias desta estudo (Quadro 1), utilizamos informações constantes no PPC de Jornalismo, que foi previamente analisado, conforme abordado aqui. Em seu ponto 14, o PPC de Jornalismo prevê a forma pela qual as TIC devem ser inseridas no processo de ensino-aprendizagem e no processo de comunicação entre a comunidade que integra o curso.

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Quadro 1: Sujeitos da pesquisa e categorias

Sujeitos da pesquisa Categorias

Coordenadores e professores efetivos do curso de Jornalismo da Ufal

Utilização das TIC nas disciplinas práticas Atualização lógica, física e de conteúdo dos

laboratórios técnicos especializados Planejamento e adequação do uso das TIC para explorar potencialidades tecnológicas no

processo de ensino-aprendizagem Criação e manutenção de canal de

comunicação na internet

Discussão sobre técnicas de enfrentamento às fake news

Autor: o autor (2019).

A primeira categoria apontada, “Utilização das TIC nas disciplinas práticas”, buscou facilitar a compreensão sobre como as TIC são incorporadas em oficinas e laboratórios como parte de suas atividades. Esta categoria está enquadrada no âmbito instrumental.

Já a segunda categoria de análise, “Atualização lógica, física e de conteúdo dos laboratórios técnicos especializados”, teve como proposta facilitar a compreensão sobre como a atualização das TIC nestes nos âmbitos lógico, físico e de conteúdo contribuem para a aprendizagem teórico-prática do Jornalismo, tendo como base os diversos recursos de linguagens e suportes tecnológicos disponíveis dentro da academia.

A terceira categoria deste levantamento, “Planejamento e adequação do uso das TIC para explorar potencialidades tecnológicas no processo de ensino-aprendizagem”, está voltada para o âmbito do ensino-aprendizagem e busca facilitar o entendimento sobre a adequação existente entre a natureza da atividade (Jornalismo) e as características das TIC.

A quarta categoria desta pesquisa, “Criação e manutenção de canal de comunicação na internet”, está voltada para a prática da atividade e para a relação de comunicação estabelecida internamente e externamente dentro do curso de Jornalismo da Ufal.

Finalmente, a quinta categoria, “Discussão sobre técnicas de enfrentamento às fake news”, buscou aprofundar as estratégias utilizadas pela academia para o enfrentamento às fake news propriamente dito, objeto de estudo desta pesquisa.

Sampieri et al (2013, p. 447) apontam que, além das entrevistas, “uma fonte de dados importantíssima que é adicionada à análise são as impressões, percepções, sentimentos e experiências do pesquisador ou pesquisadores”. Estas percepções são materializadas pela forma de anotações, sejam elas em meio físico ou em meio digital.

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No que diz respeito à análise documental, Flick (2009) adverte que os documentos podem representar uma versão específica da realidade, construída para objetivos específicos. No caso do PPC de Jornalismo, o documento buscou se adequar às DCN estabelecidas pelo MEC no ano de 2013, que estabeleceu o prazo de dois anos para a readequação do currículo.

Flick (2009) ressalta ainda que os documentos não devem ser utilizados como uma forma de validação das informações encontradas durante as entrevistas, mas sim como forma de contextualizar as entrevistas. Nesta pesquisa, procederemos, inicialmente, a análise documental, para posteriormente, confrontar as informações com a prática.

Levaremos em consideração, durante nossa análise documental, os autores e os objetivos do documento, evitando manter o foco apenas no conteúdo, sem considerar o seu contexto. Compreendemos que, conforme sugere Flick (2009), os documentos podem ser úteis e instrutivos para a compreensão de realidades dentro de seu contexto social.

Os dados qualitativos podem fornecer descrições e explicações ricas que demonstram ao pesquisador a cronologia de eventos bem como podem levar a descobertas por meio de causalidade. O autor acrescenta que a análise qualitativa é um processo rigoroso e lógico por meio do qual se atribui significado aos dados encontrados (GRAY, 2012).

Gray (2012) pontua que, diferentemente do que acontece em pesquisas quantitativas, nas quais as ferramentas estatísticas são bem entendidas, na análise qualitativa não há regras rígidas para codificar os dados. Há princípios úteis, segundo o autor, que podem ser aplicados. São eles: coleta dos dados, transcrição do conteúdo, codificação, familiarização, leitura dirigida, revisão, correção de notas e, em determinados casos, surgimento de uma nova teoria.

A análise envolve o processo de desmembrar dados em unidades menores para revelar os elementos e a estrutura que as caracterizam. É necessário ir além da descrição para ser capaz de interpretar, entender e explicar as informações (GRAY, 2012).

Seguindo as orientações apresentadas, buscamos ir além da mera descrição da análise documental e das entrevistas realizadas com os sujeitos da pesquisa. Buscamos estabelecer elos que facilitem a compreensão e expliquem o fenômeno dentro de seu contexto.

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