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Em cada um dos três casos do presente estudo, os dados obtidos por meio das entrevistas foram organizados e descritos longitudinalmente, na forma de relato clínico, o qual tem sido utilizado por pesquisadores do NUDIF. Encontramos no relato clínico uma alternativa importante à análise de conteúdo, a qual era frequentemente utilizada em nossos estudos. O relato clínico tem se mostrado uma ferramenta mais interessante para as questões que trabalhamos, especialmente por se aproximar mais da psicanálise e permitir que a singularidade de cada caso apareça mais do que em outras formas de análise. Para tanto, as entrevistas, que haviam sido gravadas e transcritas, foram lidas e ouvidas exaustivamente. Os relatos foram sendo escritos concomitantemente às orientações, onde a doutoranda e a orientadora discutiam cada caso, levando em conta, também, os atos falhos, as resistências da doutoranda e as questões contratransferenciais. De acordo com Millonschik (2011), o relato clínico, além de permitir reescrever a história (ou o percurso em determinado momento da vida) do paciente (ou do participante, no caso) tem o diferencial de deixar em aberto a possibilidade de sua ampliação, visto que nunca termina de dizer o que poderia vir dizer. Assim, pode-se pensar que as considerações feitas no relato não se esgotam aqui, podendo ser

tecidas outras considerações, por outros leitores. Contudo, Gitaroff (2011, p. 155) aponta que o relato não deve ser construído com base apenas na própria experiência do clínico (ou do pesquisador), visto que Freud, ao construir sua clínica, escutava os relatos de seus pacientes e, a partir daí, buscava construir um “relato de investigação”, utilizando-se também de elementos da teoria para poder compreendê-los.

Deste modo, o relato dos casos contém o percurso singular de cada homem na transição para a paternidade, contendo os seguintes eixos: impressões gerais; breve apresentação da história do pai; descoberta da infertilidade e tratamento; paternidade no contexto da reprodução assistida (gestação; terceiro mês do(s) bebê(s); um ano do(s) bebê(s)); síntese e considerações sobre o caso. Cabe ressaltar que esses eixos são cronológicos. O relato foi ilustrado pelas verbalizações dos pais e também pelas impressões da pesquisadora ao longo de todo o processo. A partir destes relatos foi realizada a discussão dos dados, a fim de se conhecer melhor o fenômeno pesquisado.

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CAPÍTULO III

PERCURSOS SINGULARES RUMO À PATERNIDADE NO CONTEXTO DA REPRODUÇÃO ASSISTIDA

Neste capítulo, são apresentados os percursos de cada um dos três pais participantes da pesquisa. Esse percurso é composto pelas impressões gerais da pesquisadora, uma breve apresentação da história do pai, a descoberta da infertilidade e do tratamento, e a experiência da paternidade na gestação, aos três e aos doze meses de vida do(s) bebê(s). Ao final de cada relato, foi realizada uma síntese e considerações sobre o caso.

3.1 Caso 1: Daniel1

3.1.1 Impressões gerais

Daniel era casado com Marta e pai de um casal de gêmeos: Fabricio e Marina. Das três fases de coleta de dados, eu realizei as entrevistas com Daniel apenas na terceira, quando os bebês tinham completado um ano. Ele se mostrou disposto a responder as perguntas e conversar sobre aquele momento de sua vida. Tive uma forte impressão de que Daniel era bastante envolvido com os filhos, falando com eles durante a entrevista e prestando atenção às coisas que faziam, visto que os bebês estavam no mesmo ambiente da casa. Suas respostas às perguntas foram extensas, não se contentando com respostas curtas. Ele pareceu estar à vontade para falar de coisas bastante pessoais, mesmo que fosse para uma pessoa que tinha acabado de conhecer. Pode-se dizer que essa primeira – e única – impressão de Daniel foi a de um pai e marido muito voltado para as questões da família que estava construindo, tanto com a esposa quanto com os filhos. Ainda, o fato de oferecer uma escuta a Daniel, não só nesse momento, mas em todas as fases da pesquisa, pareceu proporcionar a ele uma possibilidade de reflexão e compreensão sobre o processo de tornar-se pai no contexto específico da reprodução assistida: “Olha só como agora, eu pensando agora, falando contigo, que bacana”; “Eu achei importante ter um trabalho também de acompanhamento psicológico aí, de repente vim e pelo menos dar uma olhada assim, vão fazer mais duas pesquisas, acompanhamento pra dizer assim bom, vão nos visitar, voltar, né”.

Daniel aparentava ser bem ligado à esposa, bastante preocupado com o seu bem-estar. Além disso, sempre esteve envolvido fortemente nas coisas que diziam respeito aos filhos, já desde a gestação. Sempre soube muitas coisas sobre os bebês, muitos detalhes sobre eles. A

especificidade de ser gêmeo apareceu várias vezes no seu discurso, tanto na alegria por ter gêmeos quanto na atribuição de características a eles e no modo como cuidá-los. As figuras parentais eram bem fortes para ele, citando-as em diversos momentos, sempre com muito carinho e admiração. Parecia levar muito dessas figuras no seu modo de ser pai, de ver a vida e de cuidar dos filhos. O fato de se descobrir infértil não pareceu afetá-lo tanto, pelo menos não de forma consciente, já que ele achava que a esposa sofreria bem mais se ela fosse infértil. Disse que seus espermatozoides eram “vagabundos” e que, graças à FIV, os melhores foram selecionados (e não necessariamente os mais rápidos). Essa questão de ter espermatozoides “vagabundos”, o que acarretou a necessidade de uma intervenção médica para que sua esposa engravidasse, será melhor compreendida no decorrer do caso. Fez uma breve associação entre infertilidade e impotência. Chamou a atenção também que optou por não ter relações sexuais com a esposa durante a gravidez, pois “bebê é uma coisa muito sagrada”. Após o nascimento dos filhos, referiu ter se sentido depressivo e triste, segundo ele devido ao cansaço e às mudanças na vida e na rotina.

3.1.2 Breve apresentação da história do pai

Daniel tinha duas irmãs mais velhas e uma irmã gêmea. Nasceu extremamente prematuro e sua mãe também precisou fazer tratamento para engravidar, mas não ficou claro se apenas de sua irmã mais velha ou de todos os filhos. Tinha uma boa relação com os pais (o pai já havia falecido), mas falou pouco do relacionamento com as irmãs. A mãe tinha um emprego estável, sendo quem, aparentemente, sustentava a casa quando ele era criança, pois o salário do pai não era fixo, mas por safra. Nasceu no interior do estado e veio para Porto Alegre para fazer a sua graduação. Conheceu a esposa, Marta, em uma festa no interior, quando ainda estava na faculdade, na área de exatas.

3.1.3 Descoberta da infertilidade e tratamento

Daniel e Marta estavam casados desde 2006, sendo que começaram a namorar em 2003. Começaram a pensar em ter filhos uns dois anos antes do período da coleta de dados do projeto. Depois de alguns meses tendo relações sem preservativo, resolveram fazer exames para ver porque Marta não engravidava, sendo que inicialmente achavam que ela era infértil. Daniel disse que ficou chateado ao descobrir que ele era infértil, mas também aliviado pois, segundo ele, seria mais fácil para o homem do que para a mulher, visto que seria uma questão de baixa mobilidade dos espermatozoides: “Fiquei chateado: ‘Ai, que droga, né’, mas eu

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fiquei um pouco aliviado que era comigo, que é mais fácil pro homem, o homem tem como, do que pra mulher, né, se ela tem algum problema no útero é tipo assim, o problema é levar o esperma até o óvulo, né, depois fica mais fácil”; “Os espermatozoides não se movem, tipo, assim, são uns vagabundos, né (risos)”; “Parece que tem que ter um milhão, a gente tem vinte milhões e eles não se movem, aí não tem como chegar”. Fez uma breve associação entre infertilidade e impotência, ainda que fosse para dizer que não havia relação entre as duas coisas: “Eu fiquei chateado, claro, o cara se sente impotente, né, não tem nada a ver, não tem problema de impotência”.

Daniel disse que foi a esposa quem “tomou a frente”, tanto em relação a fazer exames quanto a realizar o procedimento de reprodução assistida: “Ela sempre teve muito mais interesse, assim, não que eu não tivesse, mas é, é que muita coisa do homem, é que o homem não se dá conta, né, a gente pode, assim, teoricamente, o homem, ele consegue ter filhos com mais idade, a mulher tem uma vida, né, pra, tem uma certa idade pra ter, né, então eu acho, a mulher tem o desejo de ser mãe, tipo, não atinei muito isso aí na época, né, ela sempre toma a frente, tudo ela”. Falou que conversou com um amigo sobre a questão da infertilidade e do tratamento, além de ter ido buscar informações na internet: “Eu conversei com o meu amigo, eu tenho um amigo que também é infértil, eles adotaram, eles adotaram, né, então eu falei com o meu amigo”; “A gente foi ler alguma coisa na internet sobre o assunto, alguma coisa pro meu amigo eu falei, e a minha prima também tentou e ela era infértil e não conseguiu, fez duas, três vezes e não deu certo”. Chegaram a pensar em adotar uma criança, mas somente após esgotar as possibilidades de terem um filho biológico.

A primeira FIV não deu certo, sendo que na segunda tentativa Marta engravidou: “A primeira vez quando nós tentamos e aí a gente não foi contemplado, gerou uma tristeza muito grande. (...) A gente acha que perdeu um filho, então tipo assim, embora ele não foi nem gerado, a gente acha que perdeu, é uma perda, né. (...) Eu sempre falo que a gravidez de qualquer mulher é uma bênção, muita gente tenta engravidar e não consegue, então como a gente foi contemplado, a gente ficou muito faceiro, assim, muito faceiro, é só alegria, assim, não tinha outra, alegria, felicidades, esperança, é isso, só alegria”. Ele ressaltou que “tentar ter filho não é tão simples assim, gera uma expectativa um pouco, assim, não é uma frustração, mas bah, uma certa dificuldade, né, eu sentia”. Daniel mencionou a ansiedade, tanto dele quanto da esposa, na espera pelo resultado do teste de gravidez: “A mulher, não só a mulher como eu também, o homem fica na expectativa, bah, o corpo seja o quanto antes preparado pra já fazer o procedimento e já saber o resultado, pra saber se vai dar certo, se

deu certo ou não, fica na expectativa, né, mas seja de qualquer um, qualquer procedimento desses, desse tipo, eu acho que qualquer casal deseja saber já o resultado, né, então até chegar o resultado fica aquela ansiedade, assim, normal”. Inicialmente, se pensava que ela estava grávida de um bebê, e depois houve a confirmação de que eram dois. Isso deixou Daniel muito feliz, pois ele também é gêmeo; iria ter um menino e uma menina, assim como foi com ele e com a irmã.

3.1.4 Paternidade no contexto da reprodução assistida a) Gestação

Daniel disse que a confirmação da gestação foi recebida com um misto de “sensação de alívio e de muita felicidade”, pelas dificuldades que o casal enfrentou desde o diagnóstico até o sucesso do tratamento. Quanto às suas preocupações durante a gestação, apontou que as principais referiam-se à saúde da esposa, bem como dos bebês. Tinha o desejo de assistir ao parto e de filmar esse momento, assim como vários outros momentos da vida dos filhos, já que, quando ele era criança “eu era meio assim, meio arisco nesse sentido aí, não gostava de bater foto e chorava, fazia um berreiro”. Relatou estar ansioso por esse momento, inicialmente fazendo relação com o fato de ser pai pela primeira vez, mas depois colocou que talvez para qualquer pai ou mãe, mesmo que experientes, o nascimento de um filho geraria expectativa, tanto em saber se o filho seria saudável quanto com quem se pareceria, se com o pai ou com a mãe. Ele acompanhou todas as ecografias que Marta realizou, inclusive gravando as imagens: “Gravei, mandei pra minha mãe, pras minhas irmãs, pra todo mundo”. Relatou interagir bastante com os bebês, passando a mão na barriga da esposa, conversando, dando beijos: “Outras vezes eles se mexem, assim, também, quando eu falo, mas não tanto assim, mas eu falo muito com eles, eu falo, dou beijinho neles, aí eu tenho que dar beijinho nos dois, né, num e no outro, pra nenhum dos dois chorar”. Ainda sobre a interação com os bebês, Daniel disse que: “Eu vejo que a Marina se mexe mais, o Fabricio se mexe, mas a Marina se mexe mais, assim, não sei se ela vai ser mais ativa que ele ou se é uma questão de espaço interno deles, que deve tá pouco”.

Cabe destacar, quanto à vida sexual durante a gravidez, que Daniel optou por não ter relações com a esposa nesse período: “Eu preferi não fazer nada, embora falam que não tem problema, mas isso é uma coisa cultural, eu penso, talvez seja errado, mas eu acho que o corpo dela, assim, tá com os bebês, no caso eu não me sentiria bem, eu não conseguiria fazer, e aí ela aceitou, sabe, numa boa, no inicio ela até: ‘Bah não, não quero porque, sabe, é onde

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está os bebês’, bebê é uma coisa muito sagrada”; “É tipo, sei lá, ah, tem um corpo estranho ali, incomodando eles, não me senti bem”. Relatou também estar dormindo separado da esposa, pois ela precisaria de mais espaço, devido ao tamanho da barriga e “aí eu não gosto muito de perturbar”. Em relação ao apoio oferecido à Marta, segundo Daniel, ele estava sempre presente, dando todo tipo de apoio, desde “moral”, ao conversar bastante com ela, até o de auxiliar nas tarefas da casa, coisa que já fazia desde antes da gravidez. Falou também dos preparativos para receber os bebês, que já estava quase tudo pronto, e que ele estava se preparando para a mudança de rotina após o nascimento.

Quanto ao sexo dos bebês, inicialmente se pensava que eram duas meninas, coisa que deixou Daniel “um pouco chateado”, já que ele queria um menino. Após algumas ecografias, foi confirmado que seria um casal, o que deixou tanto Daniel e Marta felizes, como também a família extensa: “Foi uma felicidade total, felicidade geral”; “Pra mim um casal foi a melhor coisa que podia ser”. Daniel comentou que, ao longo da gravidez da esposa, foi conversando mais com os colegas de trabalho sobre filhos, crianças, gravidez, coisa que anteriormente não acontecia: “Quando a gente começa a se tornar pai, mãe, a gente começa a conversar, nossas conversas, acho que muitas, nós vamos falar sobre os nossos filhos pra outras pessoas, isso é uma coisa muito, acho que é da natureza, não sei”. Quando nasceu, Daniel pesava 900 gramas, e fez uma comparação com os filhos, que, no momento da coleta de dados, já pesavam quase dois quilos: “Já é uma faceirice porque eu vejo que eles já tão bem mais fortes que eu, eles vão nascer com muito mais, com muito mais peso, muito maiores”. Em relação à escolha dos nomes dos filhos, Fabricio e Marina, Daniel disse que conversava bastante com a esposa sobre isso, e que escolheram nomes que achavam bonitos, mas que não eram para homenagear ninguém em especial: “Não é uma homenagem a alguma pessoa especial, mas são nomes que eu achei que caíram bem, assim, nomes que eu acho agradáveis, assim, e eu gosto”.

Quanto a como imaginaria que iria ser o relacionamento dele com os filhos, Daniel fez referência a como os pais eram com ele, amáveis, carinhosos, porém firmes, e que ele pretendia ser assim com os filhos também: “Vou querer, assim, desde o início já mostrar pra eles o que que é certo, o que que é errado, não vou querer mimar muito eles, já ter desde pequeno a percepção da voz do pai, assim, aquela voz, assim, não é de autoridade, mas aquela voz que eles vão saber que, tipo, desde pequeno, que não vão poder me enrolar muito”; “O carinho vai ser muito importante, mas a educação, não essa educação de ir pra escola ou comprar, mas a educação de, desde o início, o que que é a formação de um caráter,

o que que é ser uma pessoa boa, o que que, sabe, é isso que eu mais me preocupo e é isso que eu vou querer tentar deixar de legado pra eles”; “Eu acho que nessa questão da educação eu vou tentar mais me projetar nela [na sua mãe], assim, porque ela realmente se esforçou, não teve, se esforçou tudo que ela podia e que não podia pra nos dar educação e meu pai mais essa questão de ser aquela pessoa, tipo, mais que um, aquele, um amigo, a pessoa tipo tentar trabalhar as duas figuras, tentar trabalhar as duas figuras”; “Tanto por eu ter sido o último filho, um filho que a minha mãe também teve que fazer um tratamento, então meu pai me dava muitas coisas, assim, ele sempre foi uma pessoa que acreditou muito, o meu pai acreditava muito em mim”; “Eu tenho uma plateia de uma pessoa só, mas eu tenho alguém que acredita, ele acreditava mesmo, ele acreditava muito nos filhos e valorizava demais”. Contudo, apesar de ter determinadas expectativas de como seria como pai, Daniel destacou que “uma coisa é a gente falar aqui, outra coisa, mais na frente tudo pode mudar, nós mudamos, a gente tá sempre mudando, dessas ideias, opiniões, a gente tá sempre, é metamorfose”. Ainda em relação a questão das mudanças, Daniel relatou que as coisas já estavam mudando: “Eu acho que eles já estão, assim, na barriga um pouco mudando [a vida do casal]”, mas que ele e a esposa também mudariam nesse processo: “É que nós vamos mudar também, né”, e, em relação a si próprio: “Acho que eu não tô preparado, assim, pra essa mudança, assim, nós vamos curtir ela, eu tô preparado pra aceitar ela, não sei se eu vou tá preparado pra mudança porque eu nem sei como é que vai ser ela, mas tô preparado pra aceitar”. O fato de serem gêmeos também foi mencionado por Daniel, no que dizia respeito às mudanças e à ansiedade pela espera do nascimento dos bebês: “Tem gente que brinca: ‘Bah dois, coitada’, mas como eu sou gêmeo já, então eu já sei como é que é a emoção, né, nós vamos cuidar de um casal, né, mas é tranqüilo, assim, não vejo grandes, acho que toda, só aquela ansiedade normal de quando eles vierem vai mudar algumas coisas, mas nada que vai perturbar, alguma coisa assim”.

Daniel dizia estar bastante feliz com a proximidade da chegada dos filhos, até porque gostava muito de crianças, de brincar com elas: “Como eu fui filho, o caçula, eu nunca tive um irmãozinho, uma irmãzinha pra, então pra mim vai ser uma coisa muito bacana”. Chamou a atenção essa fala de Daniel, visto ele ser gêmeo, e não o caçula (apesar de ter sido o último a nascer), ou seja, tinha uma “irmãzinha” para brincar. Sobre a experiência da reprodução assistida e sua possível influência na vivência da gestação, Daniel acreditava que “é uma ferramenta que a ciência tem pra facilitar, pra poder dar uma chance aos casais terem filhos, aqueles que em vias naturais, assim, não poderiam ter”; “A gente conseguiu na

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segunda tentativa já ter essa bênção, então eu acho que foi muito bom, muito, eu acho que é uma, eu acho que, não sabe o quanto essas clínicas de reprodução aí ajudam na felicidade, na missão de um casal, é toda uma família, né, como um todo, de poderem dar, tipo assim, poderem auxiliar na criação, né, dos embriões, dos filhos, então a gente, pro casal poder ter, né, então é maravilhoso, assim, eu vejo muito positivo, eu gostaria tipo, assim, claro, que até o governo pudesse incentivar”; “Se não fosse a reprodução assistida, nós não teríamos os nossos filhos”.

Ele destacou não ver nenhuma diferença na gravidez por ter sido via reprodução assistida, embora tenha dito: “Aliás, a influência talvez positiva, porque tu já sabe que foram os mais bem selecionados, não de uma forma natural de ordem de chegada, mas de uma análise técnica e científica, isso que é importante ressalvar, né, eu falo com a minha esposa isso, né, pô eles escolheram os melhorzinhos aí, né, então, tipo, que às vezes pode vir o espermatozoide, chega lá, fura, talvez não é o melhor, é o mais rápido, que chegou primeiro.

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