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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.2 Análise dos dados

3.2.1 Efeito sobre a comunidade de insetos

Após a confecção das planilhas, os dados de coleta com as armadilhas alçapão, bandeja d’água, cartão adesivo e rede de varredura foram agrupados quinzenalmente. Em seguida realizou-se uma análise faunística, visando selecionar as espécies predominantes, isto é, aquelas que obtiveram os maiores índices faunísticos (Silveira Neto et al., 1995) calculados pelas seguintes medidas da fauna:

w Abundância: número de indivíduos por unidade de superfície ou volume;

w Freqüência: porcentagem de indivíduos de uma espécie em relação ao total de indivíduos;

w Constância: porcentagem de espécies presentes nos levantamentos;

w Dominância: ação exercida pelos organismos dominantes de uma comunidade. O método utilizado foi o de Kato et al. citado por Laroca & Mielke (1975).

Para o estudo da diversidade da comunidade de insetos foram calculados:

w Índice de riqueza de Margalef (α): é a relação entre o número de espécies e o número de indivíduos de uma comunidade;

w Índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’): é o índice mais usado em ecologia de comunidades (Ludwig & Reynolds, 1989). A função de Shannon-Wiener reflete dois atributos básicos: o número de espécies e a equitatividade.

w Índice de eqüitabilidade (E): é definido como a estimativa da distribuição de indivíduos na amostra, ou seja, verifica a homogeneidade na ocorrência numérica das espécies.

Os índices foram calculados com base no programa ANAFAU desenvolvido pelo Setor de Entomologia da ESALQ/USP. Na realização da análise faunística, os dados discrepantes foram analisados através da análise gráfica de resíduo (Atkinson, 1985). Os dados discrepantes foram enquadrados em classes distintas, ou seja, super dominantes, super abundantes e super freqüentes.

Para a delimitação das comunidades, calculou-se o índice de similaridade de Sorensen (QS) segundo Southwood (1991), o qual indica a semelhança entre duas comunidades em termos de composição de espécies. Para o cálculo do índice de similaridade utilizou-se a fórmula: QS = [2J / (a + b)] x 100, onde: J = número de espécies comuns nas duas amostras; a = número de espécies na amostra A e b = número de espécies na amostra B.

A análise de componentes principais foi utilizada para comparar os tratamentos com base nas espécies predominantes. Esta análise foi efetuada sobre a matriz de covariâncias computada entre as espécies predominantes, utilizando-se os períodos de coleta como repetições. Dessa matriz, foram extraídos os autovetores e seus autovalores associados que, combinados às variáveis originais, produziram as combinações lineares que definem os componentes principais. Os escores foram projetados sobre os dois primeiros eixos ortogonais resultantes. Estes eixos, mutuamente perpendiculares e não

correlacionados entre si, explicam sucessivamente a maior parte da variação presente nos dados originais, possibilitando avaliar as relações entre os tratamentos, estabelecidas por sua proximidade no espaço delimitado pelos componentes principais e reconhecer o valor discriminatório das espécies com respeito a essas relações. A análise de componentes principais não exige que os grupos em estudo sejam definidos a priori e, portanto, permite verificar a presença de grupos distintos em um conjunto de dados, possibilitando comparar os tratamentos avaliados.

A análise de componentes principais, contudo, é uma técnica de ordenação exploratória e não permite testar a significância estatística dos grupos em estudo. Por isso, a hipótese da existência de diferenças estatísticas significativas entre os tratamentos foi testada através da análise não-paramétrica de Kruskal-Wallis dos componentes principais gerados. As análises multivariadas (análise de componentes principais) e as não-paramétricas (Kruskal-Wallis) foram efetuadas utilizando os procedimentos PROC PRINCOMP e PROC NPAR1WAY por meio do programa SAS (SAS Institute, 1989). 3.2.2 Efeito sobre as guildas tróficas

Os insetos coletados com o uso das armadilhas alçapão, bandeja d’água, cartão adesivo e rede de varredura foram classificados em seis guildas tróficas em função do hábito alimentar, ou seja, predadores, parasitóides, polinizadores, decompositores, sugadores e mastigadores, já que guilda trófica é definida como grupos de organismos que têm maneiras semelhantes para sobreviver (Pinto-Coelho, 2000).

Os tratamentos foram comparados através da análise de agrupamento (análise de cluster) realizada por meio do programa Statistica versão 6.0 e, por meio da análise de componentes principais foi possível identificar as guildas tróficas que mais contribuíram para a formação dos grupos entre os tratamentos. Foram realizadas também análises gráficas da porcentagem de insetos coletados em cada guilda nos três tratamentos avaliados.

3.2.3 Efeito na dinâmica populacional das espécies predominantes

As espécies predominantes na guilda trófica dos predadores, parasitóides, polinizadores, decompositores, sugadores e mastigadores foram selecionadas através dos índices faunísticos (abundância, freqüência, constância e dominância). Estas espécies foram agrupadas mensalmente para a avaliação da dinâmica populacional e foram realizadas análises gráficas para comparação dos tratamentos em todas as safras de milho avaliadas em Barretos/SP e em Ponta Grossa/PR.

3.2.4 Interação tritrófica: milho geneticamente modificado MON810, Spodoptera

frugiperda e Doru luteipes

Visando avaliar a interação tritrófica envolvendo o milho geneticamente modificado MON810, S. frugiperda e D. luteipes foram utilizados os dados de contagem na planta. As avaliações foram realizadas semanalmente nos três tratamentos (MON, CCI e CSI) com oito repetições. Em cada repetição foram examinadas 10 plantas e/ou espigas em Barretos e 15 plantas e/ou espigas em Ponta Grossa. Os dados foram analisados através da análise não-paramétrica de Kruskal-Wallis. Estas análises foram realizadas por meio do programa BioEstat versão 2.0 (Ayres et al., 2000).

Os adultos de S. frugiperda e o número de tesourinhas coletados através das armadilhas (alçapão, bandeja d’água, cartão adesivo e rede de varredura) foram agrupados mensalmente e realizaram-se análises gráficas para comparação dos tratamentos.

3.2.5 Estudo da comunidade geral de insetos com o uso de armadilha luminosa

A comunidade de insetos das safras de milho (1999-2001) avaliadas em Barretos/SP foi analisada através dos índices faunísticos de abundância, constância, dominância e freqüência e, também por meio dos índices de riqueza, diversidade e eqüitabilidade.

A comparação entre as safras foi feita por meio da análise de componentes principais através dos procedimentos PROC PRINCOMP e PROC NPAR1WAY por meio do programa SAS (SAS Institute, 1989). Esta análise foi efetuada sobre a matriz de covariâncias computada entre as espécies predominantes, as quais foram selecionadas com bases nos índices faunísticos. Desta matriz, foram extraídos os autovetores e seus autovalores associados e estes foram projetados sobre os três primeiros eixos ortogonais, os quais explicam sucessivamente a maior parte da variação presente nos dados originais. A significância estatística entre as safras foi feita através do teste não- paramétrico de Kruskal-Wallis e, as safras foram analisadas também através da análise de agrupamento (análise de cluster).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

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