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2. Metodologia e Procedimentos:

4.2 Análise das correlações:

À continuação são analisados os resultados obtidos no apartado de correlações de variáveis. Entendem-se por parâmetros da função visual neste apartado as variáveis em estudo responsáveis pelo desempenho da função visual: IDL, AV LogMAR10% e AV LogMAR100%.

Distorção Luminosa em condições escotópicas com Sistemas Multifocais para Presbiopia

Santiago Escandón García Mestrado em “Optometria em Ciências da Visão”

4.2.1. Correlações dos parâmetros da função visual nas diferentes condições experimentais

No que diz respeito ao IDL, foi encontrada uma correlação positiva e que merece destaque entre o IDL com as duas lentes multifocais e o obtido com lente neutra nas situações monocular e binocular, como pode ser apreciado na figura 3.10. Este facto aponta uma linha interessante de trabalho no sentido de que sendo todas as lentes fabricadas no mesmo material, talvez num futuro, o valor do IDL com a lente esférica possa ser usado como um preditor do valor que se poderá esperar com a lente multifocal.

No caso da AV LogMAR10% não foi encontrada correlação entre as geometrias multifocais. Este facto explica-se pela diferença no desempenho entre ambas lentes para visão a distância, sendo uma das lentes pensada para este efeito enquanto que a outra não o está (não dominante). Na AV LogMAR100% existe correlação entre o desempenho de ambas geometrias multifocais. Isto sugere que a diminuição na AV em baixo contraste pode ser devido ao aumento do IDL com lentes multifocais. Se bem no caso de elavados contrastes o IDL perde relevância na visão funcional, nos casos em que o contraste é reduzido o fenómeno da distorção luminosa relacionado com a multifocalidade contribui mais para limitar a AV.

4.2.2. Correlações entre os parametros da função visual e os parâmetros topográficos da superfície ocular

Nesta secção dos resultados é de destacar a correlação negativa encontrada entre a asfericidade no meridiano plano e o IDL com LC Dom. Isto é, o aumento do aplanamento periférico na superfície corneal anterior (asfericidade com sinal negativo) faz com que o IDL aumente.

É possivel que a lente de desenho N Dom vá comprometer mais a visão de longe quanto mais negativa for a asfericidade corneal à partida, o que se pode considerar como um fenómeno de hiperprolaticidade. Embora este efeito só tenha atingido a significância estatística no meridiano plano, no meridiano curvo também se aproxima do critério definido. Esta hiperprolaticidade tem sido também definida como um factor que limita a visão em pacientes operados de cirurgia refractiva para a correcção da hipermetropia e/ou presbiopia.

Distorção Luminosa em condições escotópicas com Sistemas Multifocais para Presbiopia

Santiago Escandón García Mestrado em “Optometria em Ciências da Visão”

Capítulo 4 - Discussão

4.2.3. Correlações entre os parametros da função visual e os parâmetros aberrometricos da superfície ocular

Não foram encontradas correlações relevantes entre as RMS estudadas e o IDL. Nas geometrias multifocais existe uma discretíssima correlação positiva entre a RMS comática e o IDL obtido com estas lentes. Embora estes resultados não concordem com uma das hipóteses de trabalho que tínhamos estabelecido, anima a continuar estas pesquisas para permitir saber quais os verdadeiros motivos que fazem aumentar o IDL e o peso de cada um deles dado que aparentemente as aberrações induzidas não explicam dum modo nítido estes efeitos. Outros autores encontram correlações mais elevadas entre o IDL e a RMS comática e o astigmatismo secundário (Villa et al., 2007). Neste estudo Villa e colaboradores analisam o IDL e as aberrações após LASIK e a amostra é superior da que dispusemos nesta pesquisa, factor este que pode justificar as diferenças nos resultados obtidos, para além obviamente dos diferentes procedimentos em causa e alterações que estes induzem

No caso da AV LogMAR10% foram encontradas correlações moderadas entre as RMS em estudo e a AV. A RMS comática e o astigmatismo secundário penalizam em maior medida ao desempenho visual em baixo contraste. No caso da geometria multifocal N Dom foi constada também uma correlação negativa e moderada entre a RMS comática e a AV LogMAR10%. Todos estes aspectos vão de encontro aos critérios estabelecidos por Applegate (2000) que apontou nomeadamente a aberração esférica e a aberração comática como causantes de maiores limitações na função visual.

A hiperprolaticidade criada com a lente N Dom induz aberrações que comprometem a quantidade de visão (AV). O descentramento da lente anula a simetria rotacional proporcionada pela sua geometria e induz aberração comática. Se a lente mantem a sua localização centrada a RMS esférica é expectável que contribua mais na perda da qualidade de visão. Embora tenham sido encontrados resultados parecidos na AV LogMAR100% estes efeitos tornam-se ainda mais evidentes em condições de contraste reduzido já que a informação a processar é inferior por contar com menos detalhes dos objectos (número inferior de frequências espaciais).

Distorção Luminosa em condições escotópicas com Sistemas Multifocais para Presbiopia

Santiago Escandón García Mestrado em “Optometria em Ciências da Visão”

4.2.4. Correlações entre os parâmetros da função visual e os componentes biométricos e refractivos

Não foram constatadas nenhumas correlações entre o IDL obtido com LC multifocais e os parâmetros refractivos e componentes biométricos oculares. Antes de colocar as LC os parâmetros biométricos do olho podem ser preditores do IDL, mas quando são colocadas superfícies ópticas complexas (em LC multifocais) a óptica da lente parece anular o possível efeito do comprimento axial e do diâmetro pupilar como também demonstram outros autores (Villa-Collar et al., 2007).

No estudo foi encontrada uma correlação moderada entre a PCA e o IDL. Isto sugere que quanto maior for a PCA maior será a DL o que pode ser explicado pela contribuição de raios de luz periféricos que têm menos limitação pelo íris.

Distorção Luminosa em condições escotópicas com Sistemas Multifocais para Presbiopia

Santiago Escandón García Mestrado em “Optometria em Ciências da Visão”

Capítulo 5 - Conclusões

5. Conclusões:

5.1. Conclusões