• Nenhum resultado encontrado

4. AVALIAÇÃO DE ALGUMAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

4.2 ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE ALGUMAS ORGANIZAÇÕES

Para este trabalho, embora analisando as atividades profissionalizantes oferecidas por vários instituições, privilegiou-se o estudo de algumas que atuam no encaminhamento de jovens para o mercado de trabalho. O Projeto Axé, a OAF e a FUNDAC, a única governamental.

Analisa-se a OAF e o Axé, como exemplo de entidades não governamentais , que posicionando-se como instituições educadoras (em sentido amplo), tem apontado soluções a profissionalização de jovens carentes. Tem-se dedicado também à organização de convênios com a iniciativa privada, no sentido de promover a incorporação de jovens trabalhadores, dentro dos preceitos legais, e vem obtendo reconhecimento pelos resultados alcançados.

A OAF tem por objetivo específico, acolher e educar crianças e adolescentes em risco social, e mães solteiras em dificuldades, contribuindo para seu processo de crescimento humano, social e profissional, resgatando sua dignidade e auto-estima. Ao longo desses anos a OAF já acolheu mais de 20.000 jovens, 2.500 mães e preparou o futuro de crianças, adolescentes e mulheres que perderam a possibilidade de uma vida digna. Atendendo aos pressupostos do Estatuto da Criança e do adolescente, a entidade dispõe de uma estrutura física moderna que comporta um abrigo, uma creche-berçario, oficinas de produção, um centro de formação de jovens e instrutores, escolas, um centro de arte, áreas de lazer, quadra de esportes.

“A realidade com a qual nos defrontamos, de grande número de jovens procurando diariamente o Centro a procura de um conhecimento que os habilite para um trabalho mais qualificado, nos direciona para procedimentos metodológicos voltados para a articulação entre o processo escolar produtivo, a escolaridade e a sobrevivência do aluno.” (OAF, 1998)

Trabalham com a Iniciação profissional de jovens carentes, profissionalizando, aliando a capacitação profissional a um processo educacional que proporcione ao adolescente transformar sua própria realidade. Atualmente existem 25 cursos com duração variada. A formação profissional tem como referencial os princípios da escola produtiva, a educação para o trabalho, o aprendizado politécnico(integração trabalho manual e intelectual, a socialização do conhecimento científico como concepção ativa, o treinamento tecnológico instrumental, na totalidade social para conscientização e o exercício pleno da cidadania.

Aliar a capacitação profissional a um processo educacional que transforme os adolescentes em agentes transformadores da sociedade . Esta é a proposta do Centro de formação de jovens e Instrutores. Criado pela OAF no início da década de 90.

Durante muito tempo esta instituição sobreviveu apenas de serviços voluntários, de doações de pessoas físicas ou jurídicas e esporádicas subvenção dos órgãos públicos. Posteriormente, foi

implantada uma pequena oficina que serve como instrumento de aprendizagem para os alunos da entidade. Vem passando por uma série de transformações, promovendo , através dessas oficinas de produção ,os meios de sustentação dos mesmos e da instituição. Nessas oficinas dinâmicas, os alunos não seriam alunos, e sim , colaboradores e os instrutores seriam empreendedores, e as salas funcionariam como oficinas. Na oficina de móveis escolares, confecção industrial , o principal comprador é o Estado.

Através do se CFIJ(Centro de Formação de Jovens e Instrutores ) se dá a formação desses jovens , através de palestras, debates e exibição de filmes , envolve cerca de 100 alunos por turno. A conquista da autonomia profissional é um dos maiores desafios para os jovens formados pela CFJI.

Existe um serviço de ex-alunos, a SAEX, (serviço de acompanhamento de ex-alunos) que objetiva encaminhar, acompanhar, orientar alunos egressos dos cursos profissionalizantes da OAF/CFIJ para o exercício da profissão; foi implantado em 04/10/97, pois as primeiras turmas do curso profissionalizantes saíram em 1997.

Em 1997, profissionalizaram 793 jovens ,sendo que 265 do sexo feminino e 528 masculino, desses, 53 conseguiram estágio, 37 o tirocínio em 8 emprego. Em 1998, profissionalizaram 938, 390 do sexo feminino e 613 masculino, onde 20 foram encaminhados para estágio, 40 tirocínio e 02 conseguiram emprego, observando que a turma do 2º semestre de 98 ainda não saiu. Em 1999 existem 604 alunos se profissionalizando.

TABELA 3.1 – Número de Crianças e adolescentes nos cursos da OAF, 1997/98

Ano Semestre Total Homens Mulheres

1997 1º 369 269 155

1997 2º 424 290 134

1998 1º 323 200 123

1998 2º 615 390 125

Fonte: SAEX

A SAEX tem como preocupação a conquista da autonomia profissional dos jovens formados pela OAF. Para auxiliar os adolescentes neste processo, a instituição realiza um trabalho de acompanhamento e assessoramento técnico aos concluintes dos cursos oferecidos pelo centro de formação de jovens, com a ajuda instituição eles buscam alternativas para a realização de estágios, a conquista de emprego e a criação de suas micro-empresas. A SAEX faz encaminhamento de alunos para o tirocínio, estágios, além de servir como elo de ligação entre os ex-alunos e a CEMAS - Comissão de Estágio e Micro-Empresa para formação dos primeiros negócios, também desenvolve o processo do exercício orientado da profissão, que através do tirocínio e do estágio vem buscando inserir no mercado esse novo perfil de profissional.

Atentos ao mercado de trabalho e a formação profissional que vem sofrendo alterações no que diz respeito aos novos conceito de empregabilidade e globalização , com a chegada de um novo milênio, um novo conceito de trabalhador e o fim do emprego formal nos fizeram refletir sobre a necessidade de reformulação Não basta apenas profissionalizar, ou, como era muito usado, instrumentalizar, os adolescentes para competirem no mundo do trabalho e emprego. É necessário tomar novos rumos, gerenciamento, informática, administração e elaboração de orçamento, passou a fazer parte da formação prática dos jovens.

“Quais são os próximos planos para a OAF? Nosso mais novo empreendimento é a Universidade do trabalho. Já são do nosso conhecimento os vários investimentos de capital estrangeiro em nosso Estado. Estamos ganhando novas indústrias, com tecnologia de ponta. Só que os baianos não tem nenhuma qualificação para tanto. Ao mesmo tempo, sabemos que muitas crianças não tem tantas oportunidades na escola superior normal, já que não receberam o ensino básico de qualidade desde cedo, não podendo concorrer com aqueles que dificilmente terão formação acadêmica. Foi pensando nisto que surgiu a idéia da universidade do trabalho. Vamos formar meninos e meninas para que ingressem no mercado de trabalho, dominando a tecnologia de ponta e suprindo esta necessidade em Salvador” (OAF, 1998)

No caso instituição FUNDAC, trabalha encaminhando jovens para o mercado de trabalho como aprendiz, através do estágio apelo trabalho educativo, proporciona a esses jovens uma pré-profissionalização, em 1994,já tinham trabalhado com uma cerca de 11.000 jovens carentes.

No ano de 1997, encaminharam 674 jovens para estágio, em 1998, 633 e em 1999, encaminharam 664, sendo que existe 510 menores cadastrados aguardando vaga. Quando os adolescentes completam 18 anos, saem do estágio, e a FUNDAC repõem , encaminhando outro menor para essa vaga, mais esse mecanismo está quase que parado, pois a maioria das empresas convêniadas não assinam carteira, logo, os convênios estão sendo desfeitos, exigência do Ministério do Trabalho e Emprego, através da sua fiscalização.“ As condições de incorporação dos jovens são muito diferenciadas e, na maioria dos casos ilegais, inadequadas ou adversas . A ilegalidade e a adversidade de condições atinge a grande maioria dos que foram incorporados a empresas privadas “.(Carvalho, 1994)

Estão conveniados a FUNDAC, para inserção de menores no mercado de trabalho: A própria FUNDAC, DESENBANCO, Instituto Mauá, Secretária da Justiça e Direitos Humanos, SUCAB, SUDESB, Tribunal de Contas do Município, UFBA, SINTEL(Sindicato dos trabalhadores de Telecomunicações). A única empresa que profissionaliza esses jovens,

através dos instrutores do SEBRAE/SETRAS/OAF/SENAC é a EMBASA e a única empresa que assina carteira é o SINTEL.

Como já foi mencionado a, a população alvo são menores carentes da periferia , com renda familiar per capita de no máximo 2 salários mínimos, sendo que a maioria não tem como comprovar a renda, vivem de biscate, atendem também menores infratores.

Como uma organização não governamental de características e êxito pouco comuns, integrando-se nesse chamado terceiro setor, o Axé tem acumulado experiência bastante significativa. Ao longo dos seus primeiros cinco anos, o pequeno grupo inicial ampliou-se para uma equipe de 173 funcionários, 39 deles cedidos por órgãos públicos estaduais e federais. Mais de 6.000 crianças e jovens de rua foram atendidos e, em 1997, cerca de 800 deles , freqüentaram as oficinas e as demais atividades do Axé. Muitos desses meninos e meninas construíram novos projetos de vida; voltaram para suas casas e para a escola, embora a sua pobreza não chegasse a ser superada, desfrutam , agora de outras e melhores condições de vida e dignidade.

Desenvolvendo sua metodologia inovadora e adequada as características de sua clientela, concretizando a idéia de formação integral a partir da atividade produtiva nas suas chamadas empresas educativas, fornecendo suporte financeiro e outras condições para a saída de menores da rua reforçando os laços familiares, proporcionando a alfabetização e/ou a volta a escola, procurando privilegiar o lúdico, com atividades culturais, desenvolvendo a auto-estima, priorizando a freqüência escolar, o aprendizado e o avanço escolar, incentivando a criatividade e suas expressões. O projeto Axé , supõe a abertura de comunicação de dois mundos. O mundo do expropriado, sem pão, sem direito, sem trabalho, cuja identidade se perde na multidão dos pobres e o mundo personalizado, empresarial, o mundo da alta tecnologia, do poder e dos direitos .

“ Os meninos do Axé já começaram a ser absorvidos pelo mercado de trabalho “ Cesare La Rocca” , mediante convênio com a UFBA (1992), contrataram 70 adolescentes para trabalhar na manutenção de seus móveis, a Limpurb contratou 50 meninos para limpar as praias de Salvador. A nível de Prefeitura de Salvador, a integração de 400 meninos nos serviços de jardinagem da cidade, incluindo a formação sobre princípios de ecologia , defesa e proteção ambiental. Além do Trabalho visando o mercado de trabalho, no CIP(Centro de Iniciação Profissional), o adolescente é incentivado a retornar aos laços familiares perdidos na busca diária pela sobrevivência nas ruas “ . ( Rocca, 1992)

Houve , facilmente visível uma grande expansão do projeto, tanto a nível de atendimento a criança , quanto as articulações institucionais. Do seu início, até julho de 1996, 6.058 crianças foram atendidas nas ruas e oficinas, deste total, 968 já retornaram às famílias, 68 moram em pensões e 750 estão participando de atividades fechadas. Em 1997 foram atendidos 816 menores, onde desse contigente 202 foram encaminhados para o mercado de trabalho, a inserção dos educandos na unidades acontece principalmente a partir do trabalho desenvolvido pelo programa de educação de rua e de uma demanda espontânea.

TABELA 3.2 -Jovens encaminhados para o mercado de trabalho/dez97 INSTITUIÇÃO QUANTIDADE UFBA 40 ESCOLA OFICINA 12 UNEB 84 SENAI 34 SEBRAI 32 TOTAL 202

GRÁFICO 3.1 – Panorama de educandos efeivos na unidade em 1997

Fonte: Projeto Axé, Relatório Anual de Atividades

“ O Projeto Axé considera que os meninos estão nas ruas como expressão dessa dicotomia existente na sociedade, uma divisão que condiciona seu destino à morte precoce ou a marginalidade . No limite , lhe negam o futuro. Por outro lado, a história dos serviços de atendimento à criança no Brasil e no mundo tem demonstrado que atuar num único pólo, mesmo com resultados aparentemente positivos , é sempre uma resposta parcial que gera dependência e reforça desigualdades ”( Ministério, 1992).

Panorama de educandos efetivos na unidade do AXÉ em 1997

28% 23% 8% 6% 11% 7%

7% 10% Iniciação Profissional Externa

Casa da Cultura Circo Balé Opaxé Modaxé Stampaxé

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

“ Não são meninos de rua, são meninos da miséria . Dar-lhes outra denominação que não esta é mistificação. De rua passaram a chamá-los porque são a miséria que se torna ostensiva, que sai dos guetos, que lhe estão reservadas para incomodar , nas ruas, a indiferença que precisa ignorá-los para continuar indiferença. A pobreza é a mesma , mas os que ficam nas favelas cortiços não são meninos disso ou daquilo, não têm denominação, nem movimentos de proteção ou pretensa proteção . São meninos da desgraça discreta. Logo, não é preciso saber se têm fome ou se estão vestidos, se têm remédios e dormem em uma esteira ou no chão. Ou se foram assassinados”. ( Jânio de Freitas apud Almeida, 1995)

A situação da criança e do jovem marginalizado configura-se em uma problemática nacional ampla, o que faz que a solução dependa de medidas econômicas, sociais e políticas capaz de transformar as estruturas sociais.

Por um lado é a situação de miséria , desagregação familiar, falta de uma política pública voltada para os interesses da classe trabalhadora. Por outro lado, as crianças e jovens se defrontaram com uma estrutura escolar ineficiente, incapaz de oferecer o ensino que a classe popular precisa , acrescentando ao desestímulo a necessidade , muito cedo, de entrarem no processo de produção para se sustentarem ou à família, cuja sobrevivência depende da renda conseguida por um ou dois filhos menores.

A persistência da crise econômica, o ajuste e a restruturação produtiva têm agravado os processos de pauperização e exclusão que atingem a maior parte da população brasileira e penalizando ainda mais intensamente o seu segmento infanto-juvenil. A recessão, o desemprego e precariedade do trabalho tem se agravado, acentuando a privação material que impede a satisfação das necessidades mais básicas de uma enorme parcela das crianças e adolescentes brasileiros, a exemplo da alimentação e da saúde, assim como a sua privação social e cultural. Trabalhadores e famílias que antes possuíam uma situação e uma vida

relativamente estáveis passaram a engrossar os contigentes de rua, como novos pobres. E a crise fiscal do Estado e a enorme deterioração do aparato e dos serviços públicos resultaram em um vazio ou na falência de políticas que garantam o acesso aos direitos acima mencionados.

Além disso, para enfrentar a pauperização e o desemprego tem se desenvolvido uma lógica de solidariedade, e uma busca de recomposição de renda, nas famílias em apreço, que leva a incorporação de menores no mercado de trabalho, geralmente em condições desfavoráveis, até pela sua reduzida capacitação.

Assim, enfrentando um mercado de trabalho adulto em condições desfavoráveis, a maior parte desses jovens tem as suas oportunidades restritas às ocupações precárias, instáveis e mal remuneradas, notadamente na cidade de Salvador e em outras capitais nordestinas, onde a competição pelo emprego é particularmente acirrada. Mesmo na hipótese de emprego assalariado, os menores constituem uma mão-de-obra mais barata, facilmente substituível, dócil e disciplinada, com pouco poder de barganha e de reivindicação.

O que deve ser discutido é se o trabalho de crianças é a única , a mais fácil, a mais indicada opção para complementar a renda familiar. E o que é importante, a eficácia dessa estratégia. Será que o aumento gradativo do salário mínimo, uma distribuição eqüitativa dos ganhos de produtividade entre capital , os salários e os consumidores, uma política de renda mínima, bolsas escolares, programas de geração de emprego e renda, entre outras políticas públicas, não substituem com vantagem o trabalho de crianças?(Schaczewshi,1998)

Contudo, nesse panorama sombrio, alguns avanços devem ser registrados. Uma organizada e aguerrida militância em favor da infância e da juventude marginalizada luta continuamente pelo cumprimento das normas legais assinaladas e procura sensibilizar políticos , lideranças, empresários e a opinião pública para a realidade e dimensão dos seus problemas. Algumas

cidades começaram a desenvolver programas recreativos e culturais para as crianças e jovens das periferias pobres e a combater a violência que os atinge e ameaça. Auxílios financeiros a famílias pobres para a manutenção dos filhos na escola começaram a ser implementados em alguns municípios. Finalmente, tem havido uma preocupação especial com os meninos (e meninas) de rua, objeto de vários estudos e pesquisas nos últimos anos e programas de atendimento inovadores.

“ È uma dádiva o barulho que fazem as organizações sociais do mundo inteiro em defesa de nossas crianças. Temos aí, seguramente, o seu único meio de defesa razoavelmente eficaz. Não fossem essas organizações nada de significativo estaria sendo feito, seja na área de educação e guarda, seja na área da filantropia e assistência. Quer o Brasil uma melhor imagem? Dê aos seus meninos uma vida digna, dê casa, dê amor e afeto, dê comida, dê um salário justo a seus pais. Não há outro caminho que não o da vergonha na cara e o da solidariedade. O futuro de uma nação pode ser medido pelo semblante de suas crianças, para termos um futuro melhor precisamos resgatar a dignidade das crianças e adolescentes brasileiros”.(OAF, 1998)

Essas organizações, dão sua parcela de colaboração, proporcionando requisitos a uma parcela dessa população carente para que eles possam interferir na sua própria realidade. Mas, os impactos sócio-econômicos vistos isoladamente são muito poucos, faz-se necessário um aumento de consciência , no nosso país, quanto aos riscos e comprometimentos acarretados pelo trabalho precoce. É necessário que o poder público, assegure as linhas de ação que constituem uma política de atendimento a essa população carente.

Políticas sociais básicas, consideradas direito de todos e dever do Estado, como saúde, educação , esporte , lazer;

Política de proteção especial , dirigidas a pessoas e grupos que se encontrem em situação de risco social e pessoal;

Garantia de direitos, ações que visam garantir o cumprimento de direitos assegurados na Constituição e no ECA(Estatuto da Criança e do Adolescente).

Pois, apesar das políticas organizacionais para inserção de menores no mercado de trabalhos, a entrada precoce no mercado de trabalho acaba sendo o maior inimigo da inserção no mercado adulto, reproduzindo e reafirmando exclusão e pobreza.

Diante da possibilidade do assistencialismo numa política social , essa questões são fundamentais, visto que à classe dominante interessa criar uma dependência entre beneficiário e doador, pois fortalece o processo de hegemonia. A alternativa para amenizar esse problema é a participação, que é fundamental para atingir a autopromoção , formação da cidadania, implementar regras democráticas ao processo , controlar o poder, negociar e, quem sabe, formar uma cultura democrática.

Uma criança é uma cidadã( o primeiro passo para afirmar o direito das crianças foi a Assembléia Geral das Nações Unidas em 1951), mas o direito da criança ficou apenas no papel. Assim , revela-se o seu caráter puramente formal e não real. A prova da ausência do direito de cidadania das crianças está presente na forma descuidada que leva uma criança a trabalhar precocemente devido ao grau de pobreza em que vive , sem alimentação, as condições mínimas de saúde e sem escola. Através de uma política social é possível evidenciar-se a ação do Estado no sentido de incentivar e ampliar o capitalismo em determinado país, a política social não pode ser analisada sem se remeter à questão do desenvolvimento econômico, ou seja, à transformação quantitativa e qualitativa das relações econômicas, decorrente de processo de acumulação do capital, e o contrário também precisa ser observado, não se pode examinar a política econômica sem se deter na política social; a política social é uma maneira de expressar as relações sociais, cujas raízes se localizam no mundo da produção .

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Fernanda Gonçalves; CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de. O Projeto Axé: Relato de uma experiência: Caderno CRH, Salvador, n. 23, p. 76-97. Julho/dez 1995.

ANUÁRIO ESTATISTICO DA BAHIA: 1992. Salvador: Superintendência de Estudos da Bahia, 1992. 418p.

BAHIA, suas crianças e adolescentes: o que está acontecendo. Ministério da Ação Social/CBIA/UNICEF, 1993.

BAIRROS, Luíza. Reflexão sobre o trabalho do menor. Força de trabalho e emprego, Salvador: OIT, n. 7, maio de 1993.

BARROS, Ricardo Paes de. ; MENDONÇA, Rosane S. Pinto. As conseqüências da pobreza sobre a infância e adolescência. In: FLASCO & UNICEF. O trabalho e a rua : as crianças e adolescentes no Brasil urbano dos anos 80. 2ª ed. São Paulo, Cortez, 1996, p. 48-55.

BOLETIM TÉCNICO DO SENAC . Rio de Janeiro. Volume 21, n. 01, janeiro/abril de 1995.

BRASIL, Presidência da República. Trabalho Infantil no Brasil: Questões e Políticas. Brasília,1998. 90p.

CADERNO DO CRH. Salvador: Centro de Recursos Humanos, n. 23, 76p.

CADERNO CBIA. Rio de Janeiro, V. 1, N. 1, 1991.

CARVALHO, Inaiá M. M. ; ALMEIDA, Fernanda G. Crianças e Adolescentes no Mercado de Trabalho de Salvador. Ministério do Trabalho/Delegacia Regional do Trabalho, 1994.

CATARNO, Regina R. Legislação Aplicada ao trabalho da Criança e do Adolescente. Normas genéricas, Campo Grande (MS) : DRT-MS, maio 1993.

CENTRO DE ESTATÍSTICAS E INFORMAÇÕES DA BAHIA : Indicadores Sociais na Dinâmica Demográfica da Bahia : Mudanças recentes, Salvador, 1996. 70 p. (Série de Estudos e Pesquisas, 29)

CENTRO DO PROJETO AXÉ DE PROTEÇÃO E DEFESA A CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, Meninos que vivem nas ruas de Salvador: Mapeamento de Contagem, Salvador, 1993.

EVASÃO escolar no ensino público. A Tarde, Salvador. 09 de março de 1997.

FIM do trabalho infantil. O Resgate do Futuro. LIDA. Brasília: Ministério do Trabalho, v.1, n.4, set/out 1997.

FUNDAC, Governo do Estado, Programa de iniciação profissional e mercado de trabalho: Movimentação da clientela alvo, adolescentes carentes, Salvador, s/d.

IPEC. Programa internacional para eliminação do trabalho Infantil: Relatório das Atividades no Brasil, biênio 92/93, projeção 94/95. Brasília : OIT , 1995.

KOSMINSKY, E.V. A situação familiar das crianças e adolescentes pobres: um estudo dos índices sociais utilizados no Brasil, Cad. CERU, série 2, São Paulo, n.5, p. 78-99, 1995.

MINISTÉRIO DO TRABALHO. O papel econômico de crianças nos países de baixa

Documentos relacionados