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2 BREVES DEFINIÇÕES TEÓRICAS E CENÁRIO DA EDUCAÇÃO

4.3 Análise das percepções por parte dos atores da UAB

As entrevistas ocorreram com atores que participam do Polo, no sentido operacional, na verdade são poucas pessoas, todavia, mesmo assim, houve um pouco de dificuldade de fazê-las, haja vista o período ser de isolamento social. Foram aplicadas quatro entrevistas: Coordenadora do Polo, Secretario do Polo, Tutora e Representante da Secretaria de Educação. Aferiu-se aqui o segundo objetivo específico: analisar as percepções dos atores sociais sobre os prismas do desenvolvimento socioeconômico, quanto à política pública – UAB e suas repercussões

Nessa perspectiva, foi aplicada a análise de conteúdo, em que todos os sons devem ser registrados, ou seja, após as entrevistas serem transcritas há necessidade de interpretá-las, segundo Bardin (2010, p. 94). Por meio de entrevista semiestruturada, Apêndice B, abordou-se a identificação das percepções das contribuições do desenvolvimento socioeconômico, quanto à política pública – UAB e suas repercussões sob a ótica dos atores sociais. De forma geral e em uníssono

os entrevistados dão grande importância à UAB como um todo, todavia tecem críticas pontuais ao seu funcionamento e abrangência.

No primeiro momento foi perguntado sobre o conceito de desenvolvimento regional, ou o que eles compreendem como sendo desenvolvimento regional e se consideram Sapiranga um município desenvolvido. Ficou claro que todos pensam para além de profissionalização de uma classe, mas observam e são pontuais quanto a perceber outras questões para além do Polo UAB. Quanto a isso a participante P1 da pesquisa pontua:

O Desenvolvimento Regional não está apenas atrelado ao crescimento econômico, mas também a fatores sociais, culturais, educacionais, ambientais e políticos, buscando sempre a melhoria da qualidade de vida da cidade e região, possibilitando uma sociedade mais justa. Requer ação governamental organizada e esforço da sociedade em busca de melhorias. Quanto ao município de Sapiranga eu considero desenvolvido em partes, pois ainda existe muitas desigualdades sociais, desempregos, etc. (PARTICIPANTE P1, 2020)

Fica claro que sua visão está pautada em equidade social, não apenas em números, no sentido de as pessoas terem ou não terem, mas sobretudo em haver uma distribuição no que corresponde à renda, mas também à cultura e seus desdobramentos. Enfatiza que a ação deve sim ser governamental, a UAB de fato o é, mas também “um esforço da sociedade”, nessa perspectiva a UAB seria a premissa para a mudança de um sistema a partir dele mesmo.

Dentro desse escopo a participante P2 é ainda mais enfática e pontual quanto ao município e seus diversos vieses ao seu possível desenvolvimento ou não:

Desenvolvimento Regional, creio que seja algo que envolve a preocupação não só com o município, mas quando as ações visam desenvolver a região. Considero o município de Sapiranga com muitas potencialidades, mas não desenvolvido. Na área de geração de renda e emprego pode melhorar muito, inclusive tirando do papel leis de incentivo; na área da Educação Pública gratuita pode melhorar bastante, isso afasta o empresário que usa a área da Educação somente para fins comerciais e, é uma área que não deveria estar à venda; habitação, ainda há muitas pessoas que ganham muito pouco e que têm que pagar aluguel; temos um centro de cultura maravilhoso, que pode ser utilizado melhor e de forma mais ampla. (PARTICIPANTE P2, 2020)

As respostas que aparecem aqui vão ao encontro das demais, cada uma, por óbvio, com seus apontamentos, por vezes pontuando uma ou outra questão, todavia o que se evidencia é que existem as ações governamentais por meio das leis e das políticas públicas, porém há a sociedade que precisa perceber isso, todavia é

evidente que nada se modifica por uma obra do acaso, sobretudo no que tange ao tema abordado, a educação está no cerne dessa possível mudança.

O participante P3 traz:

Acredito que o Desenvolvimento Regional esteja conectado com o progresso e evolução de um território, contemplando aspectos voltados à economia, cultura, ambiente e política, da sociedade local. Portanto, gerando qualidade de vida para a sua comunidade e potencializando os indicadores no aspecto econômico e social. (PARTICIPANTE P3, 2020) Nesse sentido enfatiza a apercepção sobre o desenvolvimento, mas apenas o colocando como proporcionado pela esfera governamental, na mesma perspectiva o participante P4 assinala “[...]o desenvolvimento regional é um conjunto de medidas adotadas, principalmente pelo poder público para tornar a região mais prospera e desenvolvida com o passar do tempo. ”, no entanto fica nas entrelinhas que sim a partir de ações governamentais podem ser o mote para outras mudanças que se somam a outras.

Na perspectiva do Estado e do desenvolvimento regional foi questionado acerca da UAB no tocante à UAB, ou seja, o como a política pública se encaixa nessa conexão. A participante P1 assinala:

A UAB vem desempenhando um papel fundamental na sociedade trazendo acesso à Educação a Distância de forma gratuita e de qualidade, proporcionando aos menos favorecidos a oportunidade de estudar e realizar o sonho de ter uma graduação ou pós-graduação. Nesse sentido o município está organizado para que todos tenham acesso à formação Universitária. A criação da UAB inseriu o setor público e a educação gratuita de qualidade. É importante destacar que o Sistema UAB é um sistema em nível superior do Governo Federal em parceria com asa instituições de ensino superior, governos municipais e estaduais. (PARTICIPANTE P1, 2020)

Por esse ângulo é observado que do ponto de vista da entrevistada a UAB oferece oportunidades a todos, ou seja, o de adentrar ao ensino superior, por óbvio que tal afirmação é categórica e de certa forma utópica, em contraponto, ou de forma mais aprofundada a participante P3 comenta:

A partir das reflexões efetivadas no espaço da UAB poderão ser potencializadas ações que culminem em transformações locais, o que por sua vez é uma das características do Desenvolvimento Regional. No entanto, muito ainda temos que caminhar em prol de uma comunidade reflexiva a ativa. (PARTICIPANTE P3, 2020)

Ainda na mesma perspectiva, porém com uma visão mais efetiva sobre o papel da UAB enquanto política pública tal assertiva traz em pormenores os possíveis efeitos de uma política pública, por vez difícil de ser mensurada.

Goelbel e Miura (2004) vão ao encontro, no campo teórico no que concerne à visão dos participantes, já que de forma análoga indicam que o desenvolvimento de determinadas regiões se dá através do cunho econômico e social, ou seja, pode ser realizada através da educação, já que os programas de graduação têm uma função social ao gerar possibilidades intelectuais para os ingressos e, sobretudo, aos egressos. Dessa forma, o resultado é desenvolvimento para a sociedade.

Quando perguntado sobre a percepção sobre o que de fato o Polo de Sapiranga contribui para a diminuição da desigualdade social (reversão da pobreza, inclusão, educação continuada (sobretudo aos professores)): a participante disserta sobre o tema, de forma bem clara e expositiva explorando as nuanças no espaço/ tempo do Polo em Sapiranga:

Sim, o Polo Universitário de Sapiranga vem contribuindo desde 2006 para diminuir a desigualdade social e oportunizando a inclusão daqueles que não tiveram condição de estudar seja por falta de condições financeiras ou fator geográfico. Atualmente o Polo UAB /Sapiranga é apontado como referência regional, atendendo alunos oriundos de 35 municípios da região.

A expansão do Ensino Superior em Sapiranga através da Universidade Aberta do Brasil possibilitou a inclusão do cidadão trabalhador ao ensino superior, trouxe novas expectativas para o jovem, até então excluído e revitalizou os sonhos de quem sempre quis estudar e era impedido principalmente por fatores econômicos, sociais e geográficos.

A presença do Polo no município de Sapiranga, proporciona a elevação dos índices de acesso ao Ensino Superior no município e região, visto que a Educação sempre foi um importante fator de desenvolvimento. (PARTICIPANTE P1, 2020)

A resposta contempla, em pormenores o questionamento, por óbvio que tais percepções vão se desencadeando no tempo e na coleta, seja empírica, ou cientifica das demonstrações dessas contribuições. Quanto à questão empírica: os atores circulam pelo Polo, ou seja, trabalham no Polo, invariavelmente se deparam com as histórias das pessoas.

Isso fica claro através dos questionários respondidos, discentes que afirmam a grande oportunidade que foi adentrar ao Polo e ter uma melhora significativa em suas vidas, bem como ampliar isso aos seus entes e sociedade. Todavia, a participante também traz o conhecimento científico em sua resposta, pois aponta dados, tanto na esfera geográfica, apontando o quanto contribui para outros municípios e assim até mesmo regiões, quanto no que tange à elevação do índice de acesso ao Ensino Superior, no município e na região.

Traz- se aqui a resposta da participante P3, haja vista trazer elementos importantes para o entendimento e compreensão, tanto de sua visão, como a tônica de outros elementos políticos, de planos de governo, entre outros:

Bem, creio que aqui precisamos dialogar com todo o histórico da existência do polo UAB em Sapiranga. Tudo começou com uma luta de um grupo de pessoas, pois a administração da época não queria o polo UAB no nosso município. Tinham interesse em polos ead, mas esses pertencentes a empresários da educação. A luta foi árdua e a administração não teve muita opção, teve que aceitar. Mas, só cederam uma sala de aula, de uma escola periférica do município, ou seja, já excluiu desde o início. Em 2006, assumiu outra força política, que fazia parte do grupo que conquistou a vinda do polo UAB. A partir de lá, o polo ganhou praticamente um andar inteiro da Secretaria de Educação, ou seja, além de ampliar o espaço do polo, colocou-o em uma área central da cidade. Isso, facilitou muito para que pessoas de outros municípios da região viessem estudar em Sapiranga. Em 2013, retornou ao poder a mesma força política de 2006...de lá para cá, não aconteceu nada de investimento no polo, foi colocado como um anexo da secretaria da Educação. O estado não atua no nosso polo, mas sei de municípios, onde o espaço físico do polo é do estado. Quanto à União, podemos voltar um pouco na história... esse programa federal foi criado com a intenção de fazer a Educação Superior chegar no interior, onde não haviam universidades públicas, ou seja, onde havia dificuldade da população acessar o ensino superior. Também, com a intenção de qualificar professores para a educação básica e, a partir disso, termos Educação Básica com maior qualidade. Então, de 2005 a 2009, foram criados 750 polos pelo Brasil, nos quais as Universidades Federais seriam as responsáveis por ministrar os cursos, o governo federal entrava com o pagamento de profissionais e equipamentos de uso do polo e das universidades, os estados e municípios responsáveis por proporcionar o espaço físico.

As forças políticas que criaram o programa UAB não reelegeram seu projeto político. De lá para cá, a oferta de cursos foi diminuindo cada vez mais, não houve investimento em mais profissionais e, o nosso município também não colocou o polo como prioridade política. Podemos dizer que quando não há investimento, a política pública vai se esvaindo, até não existir mais. (PARTICIPANTE P3, 2020)

A entrevistada traz vários aspectos, alguns de foro íntimo, enquanto participante ativa da política em si, outros de foro galgado em dados estatísticos. É visível ao final da reflexão sobre essa pergunta o temor sobre o esvair-se da política em si, algo que pairava sempre quando nas trocas de governo, quer seja a esfera. Todavia, em 2021 os cursos seguem sendo ofertados, dessa forma garantindo o acesso a milhares de pessoas. O estado democrático de direito perdura e tal política continua a gerar desenvolvimento e mudanças, se não na sociedade como um todo, mas em parcelas dela que por sua vez atingem outras.

No próximo questionamento: em primeiro lugar foi expresso que a UAB já é algo consolidado em Sapiranga, devido a sua permanência. A pergunta partiu desse

pressuposto, isto é, os aspectos negativos e positivos da UAB, no decorrer da sua história em Sapiranga. O participante P4 sintetiza:

Um número expressivo de possibilidades de formação no decorrer dos seus 14 anos de existência na cidade. A possibilidade da formação continuada, especialmente para os docentes das redes de ensino do município, pois a UAB promove, através de cinco diferentes universidades federais públicas, cursos de graduação, pós-graduação e extensão, além de Seminários e encontros para discussões; Espaços para formação dos funcionários lotados nas escolas, em diferentes aspectos, aprimorando os serviços prestados à comunidade.

Aspectos a melhorar: Maior visibilidade na comunidade; Eventos em parceria com as diferentes secretarias do município, portanto uma intersetorialidade na busca e divulgação de conhecimentos; Ampliação e utilização do espaço físico pelos profissionais da educação, saúde e administração; Investimento em recursos humanos para ampliar e efetivar as formações em diferentes contextos. (PARTICIPANTE P4, 2020)

Observa-se a falta de recursos humanos, isso é claro no sentido até mesmo de conseguir acesso a essas entrevistas, que certamente se deram pela possibilidade de expressar a importância da UAB, bem como ser objeto da ciência. São poucos profissionais que estão no Polo e estão sempre ocupados, algo que gera transtornos e perdas. Isso é evidente, no sentido de que muitas relações não são diretas com as matrizes, dependendo de capital humano e do uso de tecnologias. Nesse sentido, o participante P4 traz em tópicos os aspectos negativos e positivos, que de forma geral, sintetizam as respostas, mas sem reflexões acerca, apenas de forma pontual, porém tais reflexões acontecem em outras respostas que se unem a tais apontamentos:

Quanto aos aspectos positivos: grande quantidade de alunos formados e a grande procura por cursos, qualidade dos cursos oferecidos e educação pública e gratuita. Já quanto aos aspectos negativos: grande evasão escolar, diminuição dos investimentos a cada ano e falta de renovação dos equipamentos técnicos. (PARTICIPANTE P4, 2020)

A participante P2 traz “Não está consolidada, se eu fosse o gestor que criou, teria transformado essa política em lei. Assim, foi só um programa de governo que não foi priorizado pelos governos vindouros”. Dessa forma, aponta uma expectativa pequena ou nula quanto à continuidade da política pública em si.

Conforme Bosi (2010), o fato de uma universidade pública existir, aqui traz-se a UAB como universidade pública, com qualidade é uma premissa para a transformação do desenvolvimento de uma região, desde a transformação das pessoas através do conhecimento científico, cultural e de sua qualidade de vida, em

consonância com Goebel e Miura (2004) que demonstram que a universidade deve estar vinculada as questões socioeconômicas da região, assim como deve criar meios para gerar oportunidades para todos os agentes que estão nisso envolvidos.

Em meio a essa dissertação vive-se um período antes nunca visto na história, ou seja, sem precedentes, está-se em meio a pandemia do corona vírus, são centenas de milhares* (na verdade no momento da entrega dessa dissertação já passaram a casa dos dois milhões de mortos), políticas de isolamento. Nunca as conexões através das mídias foram tão usadas, as formas de trabalhar se modificaram, as universidades de forma geral tiveram de se adaptar ao universo EaD, inclusive diversos críticos a essa forma de ensino tiveram de se render a isso. Nesse sentido, questionou-se sobre os diferenciais da UAB (tanto quanto a outras políticas públicas, quanto ao setor privado). A participante P1:

A UAB é, como uma instituição educativa, constituída por um sistema integrado por IPES, que oferece cursos de nível superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, por meio do uso da modalidade da EAD. O público em geral é atendido, mas os professores que atuam na educação básica têm prioridade de formação, seguidos dos dirigentes, gestores e trabalhadores em educação básica dos estados, municípios e do Distrito Federal. Verifica-se que a meta prioritária do Sistema UAB é “contribuir para a Política Nacional de Formação de Professores do Ministério da Educação, por isso, as ofertas de vagas são prioritariamente voltadas para a formação inicial de professores da educação básica. Na oferta pela Universidade aberta os cursos são gratuitos através das Universidades Federais, pois o aluno passa a ser bolsista. É uma política pública voltada para a área educacional. A diferença que vejo para o setor privado é que no sesse setor o acadêmico tem que pagar e as vezes não possui toda esta preocupação com a qualidade na educação. (PARTICIPANTE P1, 2020)

Ela aponta o que é a política pública e sua finalidade e traz outro dado que é a questão da qualidade do ensino, muitas vezes não encontrado no setor privado, está implícito nisso o conhecimento que os professores das universidades públicas trazem, haja vista terem passado, de forma geral, por processos de concurso público para adentrarem ao cargo, ou seja, há uma seleção rigorosa para a escolha de tais profissionais. A entrevista P3 traz questões de cunho pessoal, mas que é a realidade de muitos:

Creio que o maior diferencial da UAB é proporcionar graduações e pós- graduações ao público que não tem condições de pagar por esses cursos. Isso não quer dizer que a política escolhe os mais pobres, pois ela é universal. Se observarmos, os profissionais da área do calçado, do comércio, da agricultura ou de serviços (áreas da economia que mantém os municípios da nossa região) recebem pouco mais de um salário mínimo para manter-se, ou seja, não têm condições de pagar por um curso

superior. Eu e a maioria das pessoas da minha geração ficaram anos dentro de uma universidade particular, isso quer dizer que conseguiam pagar uma ou duas disciplinas por semestre na universidade (no meu caso, levei 9 anos para formar-me em uma graduação). Creio que isso foi levando o nosso país para trás, quem conseguia acessar a educação superior? Quem tinha dinheiro para pagar, quem não tinha ficava tentando o famigerado FIES, que tinha regras de acesso muito duras, lembro que para acessá-lo o estudante tinha que comprovar uma renda de 5 salários mínimos. A poucos dias, vi que voltou essa regra (que também tinha sido retirada pelas forças políticas que governaram o país entre 2003 e 2016), novamente se alguém quiser acessar FIES, terá que comprovar uma renda de 3,5 salários mínimos, quem ganha isso no nosso país? Obviamente, que o estudante que recém concluiu o Ensino Médio não terá essa renda. Creio que o grande diferencial da UAB para a Educação Superior paga é esse. (PARTICIPANTE P3, 2020)

Quando perguntado acerca das diferenças entre a modalidade EaD e a presencial, sob os diversos prismas, nessa perspectiva ficou aberto a pergunta às reflexões possíveis do entrevistado em questão. A participante P2 aponta:

Bem, creio que a EaD possibilita, ao estudante, acessar o conhecimento onde estiver e quando quiser, ou seja, não precisa deslocar-se para estudar e se organiza seu tempo, poderá estudar quando pode. Se é um curso pago, isso facilita a diminuição do valor, também. Ainda não superamos a falta do professor presencial para tirar dúvidas; o acesso ao conhecimento é um tanto solitário, pois os fóruns de debates, virtuais escritos, não obtiveram sucesso. Creio que a evolução da Ead esteja sendo acelerada com o surgimento do covid-19, ou seja, as diferenças do estudo presencial e a distância estão sendo superadas. (PARTICIPANTE P2, 2020)

Tem-se de se observar que a participante traz algo novo e substancial sobre o covid-19 que apesar de todas as consequências danosas trouxe de forma acelerada a expansão do EaD, haja vista apenas, em muitas ou quase todas vezes, ser a única possibilidade de garantir acesso à educação.

A próxima pergunta referiu-se novamente ao EaD. Em 2019 foi o ano em que os cursos de licenciatura tiveram mais alunos ingressantes na EaD do que na presencial. E em 2020 as universidades tiveram de aderir, ao menos em parte, a essa forma de ensino. Isso, no passado foi alvo de várias críticas e continua sendo. O como a participante 1 observa sobre essa experiência e a relação com os cursos oferecidos pela UAB, sobretudo no Polo de Sapiranga:

Realmente tivemos muita procura, muita adesão pela EAD, pois de o ensino a distância é uma das modalidades em alta no momento. Afinal, a falta de tempo e a correria do dia adia fez e faz com que muita gente não tenha este tempo para deslocar -se para estudar. Então a EAD chegou trazendo esta possibilidade de graduação e pós-graduação com comodidade, economia

de tempo e financeira. No Polo de Sapiranga tivemos muita procura em todos os cursos ofertados. (PARTICIPANTE P1, 2020)

Fica claro que não só apenas no privado a procura aumentou, mas também