• Nenhum resultado encontrado

2.2. Material e Métodos

3.2.3. Análise estatística dos dados

3.2.3.5. Análise de Dendrograma

Foi construído um dendrograma baseado na matriz de distância e similaridade genética entre as populações agrupando as mesmas a partir de suas freqüências alélicas. Foi utilizado o método UPGMA (unweighted pairing group method with arithmetic mean) do programa Biosys –1, o qual define a distância inter- “cluster" como sendo a média entre todas as distâncias pareadas dos membros dos dois grupos (Weir, 1990). Com este método, as populações com menores distâncias foram sucessivamente agrupadas até construir um diagrama hierárquico que representa a proximidade das diferentes populações a diferentes níveis de distância genética (Swofford & Selander, 1981).

3.3. RESULTADOS

3.3.1. Padrões eletroforéticos

Dos 12 sistemas enzimáticos testados, as enzimas esterases, leucina aminopeptidase e aconitase não revelaram regiões de atividade definidas e nítidas no gel, sendo impossíveis de serem analisadas. Nove desses sistemas demonstraram regiões de atividades em condições de análises dos perfis eletroforéticos e obtenção de dados para os estudos dos possíveis níveis de variações intra e interpopulacionais.

3.3.1.1. α-Glicerofosfato desidrogenase

O perfil eletroforético da α-glicerofosfato desidrogenase revelado para as quatro populações estudadas, foi constituído de uma região de atividade eletronegativa, que apresentou variabilidade controlada por três alelos codominantes: α-GPDH *106, α-GPDH *100 e α-GPDH *94, o que permite a presença de seis fenótipos distintos: α-GPDH 106, α-GPDH 106/100, α-GPDH 106/94, α-GPDH 100 α- GPDH 100/94 e α-GPDH 94. O primeiro, o terceiro e o último fenótipo não foram

detectados em nenhuma população, enquanto que o fenótipo α-GPDH 106/100 não

foi observado na população de Manacapuru. Os indivíduos heterozigotos

apresentaram seus fenótipos constituídos por três bandas, característica de uma proteína dimérica. Tais bandas exibiram uma coloração clara em quase todas as repetições (Figura 3.1).

3.3.1.2. Malato desidrogenase

O perfil eletroforético da malato desidrogenase constituiu-se de duas regiões de atividade enzimática, uma representada por bandas anódicas denominada MDH1 e a outra por bandas catódicas denominada de MDH2.

A região MDH1 apresentou variação nas quatro populações, sendocontrolada por três alelos codominantes: MDH1*108, MDH1 *100 e MDH1 *94, possibilitando a presença de seis fenótipos distintos. Os fenótipos MDH1 108, MDH1 108/94 e MDH1 94 foram ausentes em todas as populações e o fenótipo MDH1 100/94 foi observado apenas na população de Manacapuru. Os demais (MDH1 108/100 e MDH1 100)

foram detectados em todas as populações. A característica dos heterozigotos, com fenótipo constituído por três bandas, indicou que tal enzima possui uma estrutura dimérica (Figura 3.2).

O loco MDH2 foi monomórfico nas quatro populações e exibiu uma fraca intensidade de coloração das bandas.

3.3.1.3. Enzima málica

A enzima málica apresentou um perfil eletroforético constituído de uma única região de atividade eletronegativa bastante anódica, composta por bandas com intensidade de coloração fraca. Esta enzima mostrou-se monomórfica nas quatro populações (Figura 3.3).

3.3.1.4. Isocitrato desidrogenase

O padrão eletroforético da isocitrato desidrogenase constituiu-se de uma única região de atividade eletronegativa, que se mostrou variável nas quatro populações, com a expressão de até seis fenótipos distintos: IDH 110, IDH 110/100, IDH 110/90, IDH 100, IDH 100/90 e IDH 90. Esta variação indicou que esta região pode ser controlada por três alelos codominantes: IDH*110, IDH *100 e IDH *90. Este último foi detectado apenas nas populações de Manaus e Novo Airão. O fenótipo IDH 110 foi revelado apenas em Manacapuru, enquanto que os fenótipos IDH 110/90 e IDH 90 não foram observados em nenhuma população. A característica dos heterozigotos com fenótipo constituído por três bandas indicou que tal enzima possui

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 MDH1*100 MDH1*94 MDH2 O + α-GPDH*100 α-GPDH* 94 O +

Figura 3.1. Perfil eletroforético da enzima α-glicerofosfato desidrogenase

de flebotomíneos adultos de quatro populações de Lutzomyia umbratilis da Amazônia Central. Amostra de Manacapuru = 1 – 4; amostra de Manaus = 5 –7; amostra de Novo Airão = 8 – 11 e amostra de Pitinga = 12 – 14. Eletroforese em gel de amido; sistema tampão: tris-citrato pH 6,9 e pH 7,1. Migração no sentido indicado.

Figura 3.2. Perfil eletroforético da enzima malato desidrogenase de

flebotomíneos adultos de quatro populações de Lutzomyia umbratilis da Amazônia Central. Enzima com duas zonas de atividades. Amostra de Manacapuru = 1 – 4; amostra de Manaus = 5 – 7; amostra de Novo Airão = 8 – 11 e amostra de Pitinga = 12 – 14. Eletroforese em gel de amido; sistema tampão: tris-citrato pH 6,9 e pH 7,1. Migração no sentido indicado.

14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 O + ME mMDH_ ___ IDH* 110 IDH*100 IDH*90 O +

Figura 3.3. Perfil eletroforético da enzima málica de

flebotomíneos adultos de quatro populações de Lutzomyia

umbratilis da Amazônia Central. Amostra de Manacapuru = 1

4; amostra de Manaus = 5 –7; amostra de Novo Airão = 8 – 11 e amostra de Pitinga = 12 – 14. Eletroforese em gel de amido; sistema tampão: tris-citrato pH 6,9 e pH 7,1. Migração no sentido indicado.

Figura 3.4. Perfil eletroforético da enzima isocitrato desidrogenase

de flebotomíneos adultos de quatro populações de Lutzomyia

umbratilis da Amazônia Central. Amostra de Manacapuru = 1 – 4;

3.3.1.5. Fosfoglicose isomerase

O padrão detectado para fosfoglicose isomerase nas quatro populações estudadas foi constituído por uma região de atividade que se apresentou variável com a presença de até dez fenótipos distintos: PGI 112, PGI 112/106, PGI 112/100, PGI 112/94, PGI 106, PGI 106/100, PGI 106/94, PGI 100, PGI 100/94 e PGI 94, cujos indivíduos heterozigotos são constituídos por três bandas de atividade, sugerindo, portanto, que a proteína formada seja dimérica (Figura 3.5). A variação detectada indica que o controle genético desses fenótipos depende de um único loco, constituído por quatro alelos: PGI* 112, PGI* 106, PGI* 100 e PGI* 94. Dos dez fenótipos detectados, quatro (PGI 106, PGI 106/100, PGI 100 e PGI 100/94) foram revelados e três (PGI 112, PGI 112/94 e PGI 94) não foram observados nas quatro populações.

3.3.1.6. Hexoquinase

Os resultados da análise do perfil eletroforético da enzima hexoquinase mostraram uma região de atividade com variação nas quatro populações, controlada por três alelos codominantes: HK* 102, HK* 100 e HK* 98, o que permite a presença de seis fenótipos distintos: HK 102, HK 102/100, HK 102/98, HK 100, HK 100/98 e HK 98. Destes, foram observados HK 102/100, HK 100 e HK 100/98 nas quatro populações, enquanto que os demais foram ausentes. A presença de duas bandas no heterozigoto indicou que a hexoquinase possui uma estrutura monomérica (Figura 3.6).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 O + PGI*112 PGI*106 PGI*100 PGI *94 HK*102 HK*100 HK*98 O +

Figura 3.5. Perfil eletroforético da enzima fosfoglicose isomerase de

flebotomíneos adultos de quatro populações de Lutzomyia umbratilis da Amazônia Central. Amostra de Manacapuru = 1 – 4; amostra de Manaus = 5 – 8; amostra de Novo Airão = 9 – 12 e amostra de Pitinga = 13 – 14. Eletroforese em gel de amido; sistema tampão: tris-citrato pH 7,0. Migração no sentido indicado.

Figura 3.6. Perfil eletroforético da enzima hexoquinase de

flebotomíneos adultos de quatro populações de Lutzomyia umbratilis da Amazônia Central. Enzima com duas zonas de atividades. Amostra de Manacapuru = 1 – 3; amostra de Manaus = 4 – 6; amostra de Novo Airão = 7 – 10 e amostra de Pitinga = 11 – 14. Eletroforese em gel de

3.3.1.7. 6-Fosfogliconato desidrogenase

Uma região eletronegativa e próxima a origem foi detectada para 6- fosfogliconato desidrogenase nas quatro populações estudadas. Esta enzima mostrou-se monomórfica. Apresentou uma banda de atividade com baixa intensidade de coloração (Figura 3.7).

3.3.1.8. Fumarase

O padrão eletroforético desta enzima constituiu-se de uma região eletronegativa e monomórfica para todos os indivíduos analisados. Apresentou bandas de atividades com baixa intensidade de coloração (Figura 3.8).

3.3.1.9. Fosfoglicomutase

O perfil eletroforético detectado para fosfoglicomutase mostrou-se formado por uma região eletronegativa nas quatro populações analisadas. Admite-se que esta zona seja controlada geneticamente pelo loco PGM, constituído por quatro alelos codominantes: PGM* 102, PGM* 100, PGM* 98 e PGM* 93. Esta região foi bastante variável, permitindo a presença de dez fenótipos distintos: PGM 102, PGM 102/100, PGM 102/98, PGM 102/93, PGM 100, PGM 100/98, PGM 100/93, PGM 98, PGM 98/93 e PGM 93. Três fenótipos (PGM 102/100, PGM 100 e PGM 100/98) foram observados em todas populações. O fenótipo PGM 102/93 não foi detectado, enquanto os demais foram registrados em pelo menos uma população. Os indivíduos

heterozigotos mostraram um perfil com duas bandas de mesma intensidade de coloração, sugerindo que a proteína seja monomérica (Figura 3.9).

14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1

O +

6-GPDH

Figura 3.7. Perfil eletroforético da enzima 6-fosfogliconato

desidrogenase de flebotomíneos adultos de quatro populações de Lutzomyia umbratilis da Amazônia Central. Amostra de Manacapuru = 1 – 4; amostra de Manaus = 5 – 8; amostra de Novo Airão = 9 – 11 e amostra de Pitinga = 12 – 14. Eletroforese em gel de amido; sistema tampão: tris-citrato pH 7,1 e pH 6,9. Migração no sentido indicado.

14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 O + Fumarase O + PGM*102 PGM*100 PGM*98

Figura 3.8. Perfil eletroforético da enzima fumarase de

flebotomíneos adultos de quatro populações de Lutzomyia

umbratilis da Amazônia Central. Amostra de Manacapuru = 1 – 4;

amostra de Manaus = 5 – 8; amostra de Novo Airão = 9 – 11 e amostra de Pitinga = 12 – 14. Eletroforese em gel de amido; sistema tampão: tris-citrato pH 7,1 e pH 6,9. Migração no sentido indicado.

Figura 3.9. Perfil eletroforético da enzima fosfoglicomutase de

flebotomíneos adultos de quatro populações de Lutzomyia umbratilis da Amazônia Central. Amostra de Manacapuru = 1 – 4; amostra de Manaus = 5 – 8; amostra de Novo Airão = 9 – 11 e amostra de Pitinga = 12 – 13. Eletroforese em gel de amido; sistema tampão: tris-citrato pH 7,4. Migração no sentido indicado.

Documentos relacionados